GABRIELLE

      Téssalia informou-me de meus novos afazeres. Ao anoitecer, peguei a bandeja fui até a grande porta de madeira acompanhada de Tessália, que me mostrava o caminho.

  — Pronta?

      Assenti com a cabeça. Que os deuses me ajudem!

XENA

                 O jantar esta demorando, não estou com tanta fome, só quero ver Gabrielle de novo. Zeus! Pareço uma adolescente virgem.

            As batidas na porta da câmara externa fazem meu coração disparar. Limpo a garganta, e digo fingindo calma.

      — Entre!

          Gabrielle entrou.

         Olhei-a intensamente, desejando-a. Ela fica tão linda, quando esta nervosa.

         Gabrielle percebe meu olhar e ruboriza. Diz suavemente.

     — Minha senhora.

     Vou até a porta e fecho-a, coloco a mão levemente no ombro esquerdo de Gabrielle.

     — Coloque a comida na mesa.

           Ela o fez, delicadamente, tomando demasiado cuidado para derramar nada. Aproximo-me devagar.

     — Já jantou Gabrielle?

         A moça olhou-me surpresa.

     — Não minha senhora.

        Puxo uma cadeira, para ela.

    — Sente-se coma comigo, não gosto de comer sozinha todas as noites.

          Gabrielle obedeceu, sentando rapidamente, me sentei a sua frente. Olhando- a nos olhos digo.

      — Gabrielle quando estivermos a sós, quero que me chame de Xena. Tudo Bem?

        Foi mais um pedido que uma ordem.

     — Sim, Xena.

      Ela falou com um sorriso e eu também sorri.

      — Me fale de Você Gabrielle sobre sua vida, antes daqui.

       A moça começou timidamente, depois contou historias de sua vida, de sua família com maestria. Percebi que ela falava muito bem e conclui que sabia ler e escrever. Não consegui mais me segurar. Perguntei o que me interessava.

    — E seu noivo?

    Olhamo-nos, fiquei um pouco desconfortável, Gabrielle sorriu. Será que estou tão patética assim?

   — Eu não o amo. Fiquei noiva porque meu pai me obrigou, ele percebia que eu era diferente, e não aceitava. Por isso me fez ficar noiva. Devido às circunstâncias, não vou manter o noivado, até porque não existe mais a possibilidade de isso acontecer.

       Sorri aliviada. Gabrielle me olhou e perguntou.

   — Xena por que demonstra, interesse em minha vida? É a conquistadora da Grécia e sou apenas uma camponesa, agora escrava. Desculpe não entendo.

        Boa pergunta, onde encontro à resposta? Posso dizer o que penso. Realmente as batalhas são bem mais simples, que essas coisas sentimentais.

   — Acho você especial e te considero muito mais interessante que qualquer nobre que conheço.

         Levantei-me e Gabrielle fez o mesmo; Aproximamos-nos divagar, sem nenhuma palavra, apenas olhares, beijamos-nos apaixonadamente, a mão de Gabrielle no meu rosto, acariciando minha face delicadamente, eu alisava suas costas por cima de sua camisa azul, paramos quando já estávamos sem fôlego. Eu estava completamente excitada, meus olhos transbordavam desejo.

       — Dorme aqui comigo?

         Ela me pareceu aterrorizada, percebi que tinha me precipitado. Tentei remediar a situação.

     — Não é uma ordem Gabrielle, você fica se quiser, eu só queria a sua companhia. Não precisa fazer amor comigo se não quiser.

        Gabrielle pareceu um pouco aliviada com as minhas palavras. Sorri docemente.

    — Então dorme aqui comigo? Só dormir.

        Ela balançou a cabeça assentindo.

    — Quer tomar um banho?

    — Sim, obrigada.

         Sorri, ela é tão inocente, linda, sensual. Mordo o lábio inferior imaginado seu corpo nu, molhado na minha tina. Gabrielle fica vermelha, e abaixa a cabeça.

    — Venha, eu te levo a câmara de banho.

       Deixei-a sozinha para que se banha-se.

        GABRIELLE

       Não entendi quando a conquistadora me convidou para jantar e dormir com ela. E quando ela me beijou, foi tão sensível e bom, nunca senti nada assim na minha vida. Seus olhos azuis brilhavam mais que a própria lua, senti sinceridade em seus atos. Sua tina é tão grande, esses sais de banho, acho que nunca vi tanto luxo na minha vida, em Potédia não tínhamos nada parecido com isso, raramente tínhamos água quente.  Ela fez questão de saber como eu gostava da água, seus olhares de desejo me deixam envergonhada e orgulhosa ao mesmo tempo. Estou completamente confusa, só tenho uma certeza, não tenho medo de estar ao seu lado pelo contrario me sinto bastante segura com ela.

       Melhor sair, acho que estou demorando muito. Ela pode não gostar.·.

       XENA

      O que será que ela está fazendo? Que demora, Será que aconteceu alguma coisa? Eu vou entrar lá. Levantei-me olhando para porta, enfim ela se abriu. Gabrielle saiu com a roupa de dormir que eu havia dado á ela, branca, um pouco transparente, seus cabelos molhados, Olhei-a de cima a baixo, ela estava envergonhada.

    — Vem vamos deitar.

        Disse sorrindo e estendendo-lhe minha mão, ela segurou levemente, olhando-me nos olhos.

    — Só dormir Xena?

       Olhei-a maliciosamente.

    — Se assim você quer, assim será. Vamos, seu dia deve ter sido cansativo, o meu também foi.

       Caminhamos até a cama, desejei que ela fosse menor, para ficar mais perto de Gabrielle. Deitei primeiro e chamei-a.

  — Vem!

       Ela caminhou vagarosamente até a cama, seu jeito de andar para mim já era um afrodisíaco, seria difícil me controlar, prometi a mim mesma coibir minha excitação. Ela se deitou ao meu lado, virou-se para olhar em meus olhos, acariciei sua têmpora, ela se aproximou mais, não resisti, beijei-a primeiro suavemente, depois com fervor e paixão, ela correspondia, meu desejo crescia cada vez mais, desci minha mão até sua coxa, fui subindo devagar e firmemente, rompi o beijo e comecei a mordiscar seu pescoço suavemente.

     — Xena.

      Ela murmurou. Continuei as caricias e respondi inebriada.

    — Oi?

    — Preciso te falar uma coisa.

        Ela parecia preocupada, me afastei um pouco, olhei-a nos olhos, Será que fiz alguma coisa errada?

    — Estou te machucando? Fiz algo errado?

        Ela sorriu da minha preocupação.

   — Não você é maravilhosa, é que eu...

       Ela parecia envergonhada.        

  — Gabrielle, pode falar comigo vai, eu vou entender.

  — Eu sou virgem, acho que não estou pronta ainda, sei que sou sua escrava e que pode me tomar se quiser, não poderei impedir mais...

      Sua declaração me surpreendeu, fiquei feliz em saber que ela ainda não tinha sido de ninguém, será especial para ela quando torna-la minha. Percebi que ela falava descontroladamente, coloquei um dedo em seus lábios para fazê-la parar, ela se calou acariciei sua face.

 — Esperarei o tempo que for preciso, Gabrielle. Se quiser ser minha um dia será por sua vontade, não por obrigação.

     Beijamo-nos suavemente, abracei-a, podia sentir seu sorriso, contra a pele do meu ombro, dormimos tranquilamente.