Perdão, Amor e Salvação. escrita por Mariana


Capítulo 12
Capitulo 12


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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GABRIELLE

      

  Acreditei em Ephiny, precisava falar com ela, dizer o que penso, sai da tenda olhei em volta, não a vi, imaginei que estaria no rio que treinamos quase todos os dias. Encontrei-a sentada na beira da água, aproxime-me devagar, ela percebeu minha presença olhou-me e se virou novamente para água, sentei-me ao seu lado, ficamos em silencio por um tempo, ela estava triste, parecia que iria chorar a qualquer momento.

   — Pediria perdão a você, se eu achasse que merecesse ser perdoada.

      Vi uma lagrima escorrendo pelo seu rosto, ela enxugou rapidamente, disfarçando.

 — Ephiny eu acredito em você e mesmo sem você pedir eu te perdoo, não foi certo o que você fez, mais admiro sua coragem de fazer o certo agora.

      Olhou-me chorando, sequei suas lagrimas, acariciando sua face carinhosamente nos abraçamos. Ouvimos algumas palmas, nos levantamos num ímpeto, Melosa estava lá rindo debochadamente. Ephiny pegou o cajado, e á encarou.

 — Que cena mais linda. Resolveu seguir nosso plano Ephiny.

      Ephiny estava com raiva, deu um passo ficando na minha frente.

 — Não deixarei que prossiga com isso.

      Melosa pegou a espada da cintura. Aproximou-se de Ephiny que segurava seu cajado firmemente.

 — Você realmente acha que pode me impedir. Eu te ensinei tudo que você sabe.

      Preocupei-me com Ephiny, se era mesmo como Melosa estava dizendo seria uma batalha difícil.

 — Não importa, o que eu puder fazer para evitar eu fa[]rei.

      Admirei a firmeza de Ephiny se parecia muito com Xena. Melosa a golpeou com a espada, ela bloqueou o golpe com o cajado e se virou passando uma rasteira em Melosa que não se deixou cair deu uma cambalhota e passou a espada no braço de Ephiny cortando-a, fiquei sem saber o que fazer, não queria deixar Ephiny sozinha com Melosa, mesmo se eu não tivesse uma grande utilidade não a deixaria.

     

         XENA

      Gabrielle estava demorando, tive um mau pressentimento resolvi procura-la, deduzi que estavam no rio quando não as vi no acampamento, caminhei até lá o mais rápido que consegui, ouvi alguns barulhos quando me aproximei, peguei minha espada, vi Ephiny lutando com Melosa, tentando proteger Gabrielle, Ephiny era boa, mas Melosa é a rainha e com certeza foi ela que ensinou Ephiny. Melosa acertou o braço de Ephiny que já sangrava quando ia dar o golpe definitivo Gabrielle entrou na frente, Melosa parou a espada e sorriu.

 — Você podia ter esperado sua vez.

      Quando Melosa ia prosseguir com o golpe, chamei-a.

 — Melosa, por que não deixa as crianças em paz, e briga comigo?

     Ela me olhou surpresa, eu estava enfurecida.

 — Xena eu só estou fazendo isso para ficarmos juntas de novo.

     Nunca havia visto Melosa assim ela estava perturbada, parecia fora de si.

 — Melosa não vou voltar com você, muito menos depois disso tudo.

     Ela parecia ter pedido a sanidade, me aproveitaria disso quando estivesse lutando com ela.

 — Tudo bem. Já que eu não posso ser sua rainha, tomarei seu lugar governando o império.

      Melosa veio para cima de mim, batalhei com ela por um tempo, decidi acabar logo, minha concentração estava em Gabrielle que cuidava de Ephiny no chão, derrubei Melosa com uma rasteira, me virei de costas para ela, ela veio por traz de mim coloquei minha espada em haste e perfurei seu tórax, conheço Melosa não acabaria enquanto alguém não morresse. Ela caiu, ajoelhei-me ao seu lado.

 — Eu esperava mais de você Melosa depois de tudo que fiz por você e pelas suas amazonas.

      Ela estava agonizante, mexeu os lábios varias vezes, até conseguir falar alguma coisa.

 — Te amei... de verdade.

       Acariciei sua face, sussurrei no seu ouvido.

 — Eu também.

      Ela deu seu ultimo suspiro, fui ver como Ephiny estava. Ela tinha apenas alguns ferimentos superficiais.

 — Vamos voltar para o acampamento.

     Ajudei Ephiny se levantar, segurei-a de um lado e Gabrielle do outro, quando chegamos ao acampamento todos ficaram alarmados, disse aos soldados para não fazerem nada, as amazonas não são um problema sem uma rainha para ordena-las. Entramos com Ephiny na minha tenda, a deitamos no colchão. Puxei Gabrielle para um canto.

 — Eu vou resolver umas coisas lá fora, cuide de Ephiny até o curador vim.

     Ela concordou, sai dá tenda.

 — Atenção!

     Acabou-se imediatamente o estrépito que ocorria.

 — Desafiei a rainha de vocês, ela aceitou e está morta. Segundo as regras amazonas agora eu sou vossa rainha e posso escolher alguém para governar no meu lugar. Escolho Ephiny como a nova rainha amazona.

      Fiz uma pausa para ver se alguma delas teria a petulância de falar algo, como esperava nada foi dito, captei apenas algumas expressões de surpresa. Conhecia bem as regras das amazonas o tempo que passei com elas foi de grande valia para mim em vários sentidos.

 — Permito a vocês pegarem o corpo de Melosa próximo ao rio e realizar todos os seus rituais fúnebres.

     Aproximei-me do soldado mais próximo falei mais baixo.

 — Chame o curador, agora. 

      Voltei para tenda.

     

         GABRIELLE

       Fiquei cuidando de Ephiny como Xena me instruiu, eu ainda estava abalada com tudo isso que aconteceu. 

 — Gabrielle eu estou bem.

      Ela tentou se levantar, segurei-a pelos ombros deitando-a novamente.

 — Fique deitada pelo menos até o curador chegar.

     Falei suavemente enquanto limpava o ferimento do seu braço. Ela deitou-se novamente obedecendo.

 — Eu quero agradecer-te pelo que fez por mim, foi muito corajosa.

      Olhei-a nos olhos.

 — É o mínimo que eu poderia fazer para tentar me redimir pelo que eu fiz.

      A única pessoa que ainda a culpava era ela mesmo. Acariciei seu rosto.

 — Ephiny, se não fosse por você e por Xena talvez eu estivesse morta.

      Eu realmente era grata a ela. Ephiny sorriu emocionada. Xena entrou na tenda, fui até ela.

 — Está tudo bem?

      Ela estava seria.

 — Sim. Tudo bem.

      O curador entrou também, Xena ordenou a ele que atendesse Ephiny. Segurou minha mão saímos da tenda.

 — Xena o que será das amazonas agora?

     Estava preocupada com elas, já estavam fragilizadas e agora perderam a rainha.

 — Nomeei outra rainha, continuarei apoiando-as. Melosa será cremada hoje.

     Vi que Xena estava triste, segurei sua mão.

 — Sinto muito pela morte de Melosa, sei que ela foi importante para você no passado.

     Ela me olhou, suavizando um pouco sua feição rígida.

 — Se precisasse, por você o faria de novo.

     Suas palavras me emocionaram. Abracei-a e sussurrei no seu ouvido.

 — Tudo que eu mais quero é voltar para o palácio e me casar com você. Eu te amo.

      Ela me beijou. Ignorei a presença dos soldados e das amazonas que estavam em volta, simplesmente me entreguei. Afastamo-nos, ela falou suavemente.                                                                                                                                     

 — Preciso falar com Ephiny, você espera aqui.

     Concordei com ela, mesmo receosa, será que ela ainda puniria Ephiny, depois disso tudo.

     

      XENA

      Voltei para a tenda para falar com Ephiny, o curador estava terminado de dar os pontos em seu braço, esperei ele sair.

 — Preciso falar com você.

      Ela se levantou, ficou seria, acho que estava esperando alguma punição por ter ajudado Melosa no começo. Decidi não enrolar.

 — Nomeei você como nova rainha amazona. Continuarei apoiando sua tribo e protegendo-as do que for preciso.

      Ela estava surpresa, abaixou a cabeça.

  — Não acho que mereço.

  — Você enfrentou Melosa para proteger Gabrielle, acredito merece sim.

      Estendi a mão, ela pegou respeitosamente aceitando ser a rainha.

 — Nós partiremos amanha, aconselho vocês a fazerem o mesmo.

      Eu já conseguia montar então resolvi voltar logo para casa. Recebi noticias de um mensageiro que estava tudo em ordem no palácio, não tinha motivos para permanecer aqui.

 — Obrigada senhora conquistadora por tudo.

      Acenei com a cabeça e sai da tenda, mandei os soldados prepararem tudo para partirmos. Ao anoitecer acompanhei os rituais para cremação de Melosa, embora não tenha demonstrado, sua morte me afetou drasticamente, ela perdeu o controle infelizmente não tinha outra solução. Voltei para a tenda com Gabrielle após a cremação. Passei quase a noite toda acordada, quando o dia amanheceu. Levantei-me rapidamente, deixei Gabrielle dormindo até está tudo pronto para voltarmos ao palácio, Ephiny já tinha assumido o posto de rainha e também preparou as amazonas para voltarem a seus territórios. Voltei para a tenda, acariciei a face de Gabrielle chamando-a suavemente, ela acordou e sorriu para mim.

 — Tudo pronto para partirmos. Vamos?

      Ela se levantou guardou algumas coisas, saímos juntas para nos despedirmos de Ephiny, nos aproximamos dela. Gabrielle a abraçou vi que Ephiny sussurrou algo no seu ouvido, assim que tivesse a chance perguntaria a Gabrielle o que ela disse.

 — Até mais Ephiny.

     Disse lhe estendendo a mão.

 — Até senhora conquistadora.

     Partimos em seguida. Depois de um tempo cavalgando, voltei à carruagem que Gabrielle estrava e á chamei para caminharmos um pouco.

 — Você está sentindo alguma dor Xena?

      Estava um pouco desconfortável cavalgando, mas não era exatamente uma dor. Neguei com a cabeça. Meus pensamentos ainda estavam no que Ephiny tinha sussurrado para Gabrielle. Resolvi tirar logo a duvida.

 — O que Ephiny sussurrou no seu ouvido antes de partirmos?

      Ela pareceu nervosa, abaixou a cabeça.

 — Nada de mais.

      Pela sua postura e reação sabia que era mentira, comecei ficar alterada, tentei me controlar.

 — Já que não é nada então pode me falar.

      Continuou de cabeça baixa, disse quase inaudível.

 — Disse para eu tomar cuidado com você, e que á procurasse se acontecesse alguma coisa.

      O que ela estava pensando, que eu seria capaz de ferir Gabrielle? Tentei não pensar nisso.

 — Nunca te machucaria Gabrielle.

      Ela segurou minha mão.

 — Eu sei, não levei em consideração o que ela disse.

    A viagem se seguiu tranquilamente, alguns dias depois já conseguíamos ver as muralhas do palácio, Gabrielle estava ansiosa pela chegada, embora não demonstrasse eu também estava.


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Notas finais do capítulo

Até o proximo.



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