Apenas mais uma de amor escrita por PostModernGirl


Capítulo 1
Prazer em Conhecê-lo


Notas iniciais do capítulo

Essa fic se situa na história como é contada no anime e começa no momento em que L prende Misa Amane e inicia os interrogatórios no intuito de fazê-la confessar que é o segundo Kira. Algumas mudanças serão feitas a partir da história original. Tentarei manter a personalidade original dos personagens, apenas explorando outras nuances.
Divirtam-se (ou não)



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Era início de noite na cobertura do luxuoso hotel onde atuava a força tarefa que tentava prender Kira. A sensação de cansaço e frustração tomava conta do ambiente, já que a suspeita em custódia recusava-se a falar mesmo sob tortura. Enquanto Aizawa, Mogi e o Sr. Yagami analisavam uma papelada sobre uma mesa de vidro, Matsuda e L observavam no telão a imagem de Misa Amane dormindo. O detetive mantinha uma expressão vazia enquanto pressionava o polegar direito sobre a boca.

Sentado no sofá do lado oposto, Light fingia pesquisar em seu notebook enquanto na verdade, sua mente divagava. Qual seria a melhor solução pra essa enrascada em que Misa Amane o colocara? Ela ainda não falou nada, mas mesmo que ela não falasse, Rem o havia ameaçado... Não haveria muito tempo para pensar em algo...

De repente, seus pensamentos foram interrompidos por um ruído na fechadura da porta. O barulho chamou a atenção de todos, que se viraram em direção a ela, com exceção do detetive, que permaneceu imóvel. Parecia que havia algo a forçar a fechadura, girando a maçaneta algumas vezes sem sucesso.

— Ryuzaki, parece que alguém está tentando invadir o quarto! – Disse o Sr. Yagami, tenso.

— Isso seria bastante improvável, Sr. Yagami. A segurança daqui é muito competente – Disse L, sem alterar sua expressão facial.

— Não há tempo para discutir isso! Parece que a porta vai ser aberta. Ryuzaki, Light, se escondam lá dentro. Rapazes, por questão de segurança, apontem suas armas para a porta!

Com toda a calma, como se nada estivesse acontecendo, L desliga os monitores e caminha lentamente para a sala de jantar, seguido por Light, visivelmente contrariado.

“O que diabos está acontecendo?” pensava o adolescente.

Alguns segundos depois, o invasor finalmente obtém sucesso. Gira a maçaneta e sente que a porta foi destrancada. Os policiais no interior do quarto miram suas armas e respiram profundamente na expectativa. Quando a porta finalmente se abre, os policiais são surpreendidos com a imagem atrás da porta:

— Por favor, não atirem!

O pedido veio de uma figura que os policiais jamais poderiam imaginar: uma mulher de vinte e poucos anos com trajes de camareira estava com as palmas da mão erguidas, e apesar das armas apontadas para ela, não parecia estar com medo. Seu cabelo ruivo estava preso em um coque e sua franja reta caída sobre a testa contrastavam com os seus olhos verde-esmeralda.

— Não estou armada, por favor, abaixem as armas. Não vão querer atirar em uma mulher desarmada num quarto de hotel, não é mesmo? – O tom da mulher parecia mais uma observação do que um pedido.

— Mas o que diabos é isso? – Bradou Aizawa nervoso.

— Quem é você? Como foi que entrou aqui? – Questionou o Sr. Yagami.

— Peço desculpas pela maneira como entrei, mas não havia outro modo. Também não queria interromper o trabalho de vocês, mas eu tenho informações importantes. Já viram que eu estou desarmada, por favor, abaixem essas armas.

Soichiro assentiu com a cabeça e os policiais obedeceram. Na outra sala, Light e L ouviam tudo.

— Ótimo. Assim dá pra conversar melhor. – Disse a moça enquanto abaixava as mãos e fechava a porta - Bem senhores, apesar de estar vestida de camareira, isso foi só um disfarce para conseguir entrar aqui. A razão pra eu ter invadido o seu local de trabalho é que eu quero falar com o detetive L.

— O quê? – Disseram todos quase em uníssono. – Você quer falar com o L? – Complementou Matsuda.

— Sim. Eu sei que ele está aqui. Estou investigando o caso Kira há alguns meses. Eu preciso falar com ele porque eu sei como Kira mata suas vítimas. – Disse a moça decididamente.

Light sentiu uma pontada quando a ouviu dizer isso. “Isso não é possível. Deve ser mais uma maluca”, pensou.

— Você só pode ser maluca! Por favor, é melhor você sair, nós temos muito trabalho a fazer, além do mais, o L não está aqui! – Aizawa estava visivelmente irritado, e decidiu mentir para ver se conseguia se livrar logo do infortúnio.

— Sinto muito, mas eu só saio daqui quando falar com o detetive L. Eu trabalhei um bom tempo para conseguir chegar até esse hotel, policial. Além do mais, eu sei que tem mais duas pessoas na outra sala, posso ouvi-las.

Os policiais não conseguiram disfarçar a expressão de surpresa em seus rostos.

— Como assim? é impossível ouvir alguém a essa distância! – retrucou Soichiro.

— Oh, desculpe-me a falta de educação. – Disse a mulher com um sorrisinho no rosto. Seu tom passeava entre o formal e o irônco -  Deixe que eu me apresente: meu nome é Chiara Torrente, sou musicista da Orquestra Sinfônica Japonesa. Tenho um ouvido muito bom, por isso posso ouvir a grandes distâncias, bem como diferenciar sons inaudíveis para a maioria. Estou investigando Kira desde que meu noivo foi morto por culpa do segundo Kira.

Light ouvia tudo atentamente, sem saber o que pensar. L escutava em silêncio.

— Então você está querendo dizer que está investigando Kira há menos tempo que nós e mesmo assim já descobriu como ele mata? Difícil de acreditar! - Havia um tom de deboche na voz de Aizawa.

— Eu presenciei o segundo Kira matando algumas vítimas, em um incidente que resultou na morte do meu noivo, mas só vou contar o que aconteceu ao detetive L. - Chiara falava com segurança, apesar de uma expressão sutil de tristeza.

— O L não revela sua identidade a ninguém, mas você pode contar para nós. Somos todos da força tarefa. – Disse o Sr. Yagami, ainda desconfiado, porém mais sereno.

— Não quero ofendê-los, mas não posso fazer isso. Primeiramente, por que qualquer um de vocês pode ser o Kira. Depois, a última pessoa que decidiu procurar a força tarefa para contar o que sabia acabou morta.

Como assim? Do que você está falando? Soichiro Yagami ainda estava tenso.

— Naomi Misora – Disse Chiara erguendo uma das sombrancelhas. – Era noiva de um agente do FBI que estava no Japão trabalhando no caso Kira. Assim, como eu, Naomi perdeu seu noivo para Kira. Ela começou a investigar por conta própria o que tinha acontecido. Alguns tempo atrás, ela foi ao quartel general da força tarefa pedir para falar com algum de vocês. Como não havia ninguém, provavelmente por que vocês estavam aqui, ela saiu e disse que retornaria em pouco tempo. E nunca mais voltou. Kira a pegou rapidamente, o que sugere que ele está próximo dessa força tarefa de alguma forma. Na prática, policiais, a única pessoa que eu posso ter certeza de que não é o Kira é o L.

Light estremeceu. Que droga, ela não parecia tão maluca agora. Tinha que pensar em alguma coisa. Como ela sabia disso tudo? Será que ela realmente viu a Misa matar alguém? Considerando-se o quanto Misa era descuidada, isso não seria impossível.  Se a mulher na sala estiver falando a verdade ele pode se acabar se complicando... "Já sei o que fazer, pode dar certo".

L observou enquanto Light se dirigia à sala principal. O que ele estaria fazendo?

— Olá- Disse Light, dirigindo-se ao sofá, onde a mulher misteriosa estava de pé – Eu sou o L.

Todos os policiais na sala ficaram perplexos. O que ele estava pensando? Soichiro olhou estarrecido para Light, que apenas fitou o pai firmemente. Fosse lá o que tivesse em mente, seu pai decidiu lhe dar um voto de confiança.

— Eu sou o detetive conhecido como L – O tom de Light era formal e todos os policiais estavam em silêncio- Não costumo aparecer ao público, mas estou realmente interessado no que você tem a dizer, Chiara.

O tom de Light parecia amigável. Chiara não pareceu nem um pouco impressionada. Na verdade, sua expressão decidida parecia inabalável.

— Então você é o L... - Ela cerrou os olhos enquanto olhou em direção a ele e se aproximou lentamente, até chegar a meio metro de distância e encará-lo.

— Isso é impossível – Disse ela dando meia volta sem conter um sorriso, como uma mulher que dá um fora em um homem que lhe fez uma cantada barata.

— Do que está falando? - Retrucou Light intrigado e enfurecido por que aparentemente seu plano de avaliar o que ela iria dizer estava indo por água a baixo. Fingindo ser L, Light poderia conduzir a conversa, e caso ela realmente soubesse de algo, se esforçaria em tentar desacreditá-la. Aos outros, diria que fez isso pra proteger o verdadeiro L, pois aquela invasora poderia muito bem ser Kira. Mas aparentemente livrar-se dela não seria tão fácil.

— Eu assisti na internet a transmissão em que o L desafiou o Kira. Como eu disse, tenho um bom ouvido, e apesar do filtro de voz eu percebi que o L tem um leve sotaque. Muito sutil, quase imperceptível, mas tem. Na verdade eu tenho 100% de certeza de que ele não é japonês, ou seja, nenhum de vocês pode ser o L.

Na sala ao lado, o detetive escutava tudo. Estava impressionado com o talento e perspicácia daquela mulher misteriosa. As chances de ela saber como Kira mata realmente eram mínimas... Mas algo lhe dizia que deveria escutá-la.

Lentamente, L abriu uma gaveta e pegou uma máscara que estava ali guardada e colocou-a. Fazia tempo que ele não se sentia empolgado em conhecer alguém. Na verdade, ele estranhara um pouco a própria reação.

“É melhor saber o que ela tem a dizer e acabar logo com essa sensação estranha”. Pensou, enquanto se dirigia à sala onde todos ainda discutiam.

Na outra sala, a conversa foi interrompida com o barulho de passos. De repente todos se viraram para observar a figura que surgia. Um homem alto, de cabelos pretos e pele excessivamente branca se aproximava usando uma máscara que lhe cobria toda a face. Chiara se virou em direção a ele.

— Então você é a Chiara? Eu sou o verdadeiro L. Estou ansioso para ouvir o que tem a dizer.

Chiara não pareceu estranhar o mascarado que acabara de surgir na sua frente. Na verdade ela parecia...fascinada. Seus lábios em forma de elipse esboçaram um leve sorriso.

— Então é você! – O detetive pode perceber a satisfação na voz dela, como se ela finalmente tivesse ganhado o pódio depois de uma longa prova de resistência. A ruiva se dirigiu ao detetive e estendeu-lhe a mão.

— Chiara Torrente. Prazer em conhecê-lo.


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Notas finais do capítulo

Então é isso
O que será que Chiara tem a dizer?
Será que está realmente está falando a verdade?
Como ela conseguiu invadir o hotel?
E como ela sabe de tanta coisa?
Cenas para os próximos capítulos...



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