Sky full of Stars escrita por AnaTheresaC


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Espero que estejam a gostar!



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Capítulo 5

Naquele dia, ele foi buscar-me ao trabalho para irmos juntos para a faculdade. Ele tinha que imprimir um trabalho, assim como eu, então escolhemos que seria melhor dar trabalho à nossa querida amiga fotocopiadora maldita que tem sempre algum defeito mas que de alguma forma adora-o.

Deixou-me imprimir o meu trabalho em primeiro lugar e depois foi a vez do dele. Depois, foi a vez de fotocopiar o meu trabalho.

—Posso pedir-te uma coisa? – pediu ele, enquanto estávamos à espera que a fotocopiadora acabasse de fazer o seu trabalho.

—Bem, acho que sim.

—Eu quero fazer isto já faz um bom tempo, mas…

Oh. Era aquele momento. O meu estômago enrolou-se que nem um caracol com frio e fiquei logo hirta.

—Oh, não, assim não dá – disse ele e percebi que tinha mostrado o meu ligeiro pânico sobre o que ia acontecer a seguir.

Revirei os olhos, tentando descontrair e voltei a atenção para a fotocopiadora.

—Não podes simplesmente começar a falar assim e depois não fazer nada.

—Está bem – disse ele, passando algum tempo em silêncio. Não me atrevi a olhar para ele. Estava demasiado nervosa para olhá-lo e não pensar que ele queria o que eu queria, mas eu era demasiado reservada para não ter a coragem que ele estava a ter agora.

Uma das suas mãos desviou o meu cabelo para o lado, deixando o meu pescoço exposto. Deu um leve beijo no meu pescoço, deixando-me arrepiada.

—Vamos devagar, então – murmurou ele, colocando as suas mãos nos meus ombros e eu relaxei. Simples assim, parecia que ele sabia exatamente do que eu precisava.

—E se eu não quiser ir devagar? Apesar de eu querer ir devagar, porque eu gosto de me poder acostumar às coisas e apesar de já te conhecer há muito tempo eu sei que não te conheço até á ínfima célula e eu gostaria muito de poder…

—Monólogo – avisou ele, rindo, provocando-me mais arrepios, mas desta vez também ri.

***

—Estou a desmaiar com essa fofura – recostou-se mais no sofá. – Fazes mais chá, por favor?

Suspirei.

—Sim, faço – disse e tirei-lhe a caneca das mãos.

A cozinha estava fria, apesar do sol lá fora dizer o contrário. Enquanto a chaleira fervia a água, deixei-me ficar à janela e apanhar com aqueles raios de sol tão característicos dos finais de inverno, em que o sol começa a aquecer o corpo e a alma e não é apenas uma luz brilhante num dia frio.

Coloquei as saquetas do chá nas canecas e depois coloquei a água a ferver. Voltei para a sala e entreguei-lhe a chávena do chá.

—Obrigada – disse ela, dando longo um leve gole. – Au! Está quente!

—Bem, trata-se de chá, não de ice tea – afirmei. – Então, queres que eu continue ou não?

—Continua, continua – motivou-me ela e eu sorri.

—Depois daquele momento ao primeiro beijo não demorou muito.

—Mas eu quero ouvir essa história. Não dá para saltar nada.

—Está bem – revirei os olhos. – Não foi algo… bem, não foi algo que estivéssemos à espera, não houve aquele momento de suspense…

—A história!

—Está bem, pronto! Então, foi logo no dia seguinte…

***

Fechámos a loja, e lá estava ele, com o saquinho do Starbucks na mão, à minha espera.

—Até amanhã – disse ela. – Obrigada por teres feito estes turnos da noite comigo, és uma excelente trabalhadora.

—De nada, não há problema – falei e vi-a a ir-se embora. Olhei para ele.

—Cookie! – exclamei e ele deu-me o saco.

—Olá, também estou aqui – afirmou.

—Eu sei.

Coloquei-me em bicos dos pés para lhe dar um beijo de agradecimento, mas em vez disso os nossos lábios colaram-se.

***

Gargalhou alto.

—Queres que eu continue, ou não?! Foi muito estranho.

—Não, não foi. Foi o Destino – disse, entre gargalhadas.

***

—Uau, pensei que querias ir devagar – disse, rindo e eu baixei a cabeça, sem saber o que fazer.

—Pois – disse, constrangida.

—Ei – enlaçou o seu braço por cima dos meus meus ombros. – Primeiro beijo já está.

Resfoleguei, sabendo que cada palavra que ele dizia colocava-me ainda mais vermelha. E depois de vermelha, eu fico tão pálida que até as paredes brancas ficam com inveja.

Deu um beijo no topo da minha cabeça.

—Não vais desmaiar, pois não? – indagou quando chegámos ao carro. – Porque eu sei que foi engraçado, mas foi só o primeiro. Diz-me que não tens coração fraco.

Abriu a porta do carro para mim, mas eu não respondi aos seus comentários logo porque a minha boca estava cheia de cookie. Então, simplesmente, semicerrei os olhos para ele e entrei no carro.

Quando ligou o carro, a cookie já tinha sido mastigada e engolida.

—Só para que conste, é normal que eu fique pálida depois de corar. O sangue simplesmente foge a sete pés.

Ele gargalhou, abanando a cabeça, divertido.

—Escolhe a música – disse, enquanto fazia baixa atrás com o carro.

Escolhi a estação de rádio numa rádio que estava a tocar um concerto de violino. O som da música acabou por me embalar e, sem notar, adormeci.

Quando acordei, já estávamos à porta de casa. O rádio tinha sido desligado e talvez tivesse sido esse o motivo para ter acordado – a falta do som do violino.

—Queres ficar no carro? – indagou.

Olhei para o prédio e depois para ele. Nos últimos dias, tinha dormido no carro dele, comigo a meu lado e os meus sonhos nunca tinham sido tão calmos. Se fosse para casa, tinha medo de me encontrar com a minha irmã e que pudéssemos voltar a discutir, mas se isso acontecesse, seria melhor, talvez, para esclarecer as coisas.

—Não – afirmei e sorri. – Se ela ainda estiver acordada e quiser discutir, que o faça. Eu não vou voltar a fazer turnos noturnos, odeio tudo o que isso inclui.

—Até eu?

—Tu és diferente: não fazes parte do meu trabalho – experimentei colocar uma mão no seu rosto, e ele não a desviou. Aproximei o meu rosto do dele e vi que o seu olhar se desviou dos meus olhos para os meus lábios. O meu coração falhou uma batida para começar a bater mais depressa que nunca, de tal maneira que conseguia ouvir a pulsação nos meus ouvidos.

Fechei os olhos e acabei com o espaço que nos separava. Foi calmo, moderado e cheio de carinho. Mas aos poucos, à medida que nos habituávamos um ao outro, o beijo foi aprofundando-se e eu senti que me estava a afogar em tudo o que ele significava para mim.

Afastei-me, ofegante e sorri.

—Se isto não foi propositado, vou ficar muito zangado – brincou ele.

Ri.

—Até amanhã – falei e abri a porta do carro. – Obrigada pela boleia.

—A qualquer hora – disse ele e esperou no carro até eu entrar no prédio.

Acenei e vi-o ir embora.

Entrei em casa. A luz da sala estava acesa, mas eu passei por ela e nem me dignei a olhar para quem lá estava.

—Onde estiveste? – indagou ela, enquanto me dirigia para o meu quarto.

—A trabalhar.

—Até estas horas?

Mas será que ela não tinha percebido que durante este mês eu não tinha feito outra coisa?

—Sim. Mas hoje foi o último dia – afirmei e abri a porta do meu quarto.

Ela seguiu-me lá para dentro.

—O Gabriel não está em casa? – indaguei.

—Não, ele já foi embora.

Acenei com a cabeça, pegando no meu pijama e começando a vesti-lo.

—Então é só isso? – cruzou os braços, olhando-me desafiadora.

—Eu não tenho nada para te dizer. Qual é o teu problema? – indaguei, colocando o telemóvel a carregar.

—O meu problema é que tu tens andado estranha. O que é que se passa?

Cerrei os dentes, tentando não responder a verdade.

—Não é nada. Apenas muito trabalho e sabe bem ter o dinheiro ao final do mês.

—Tu odeias trabalhar à noite – argumentou.

—Sim, não o estou a negar, só estou a dizer é que…

—O Gabriel vai mudar-se para cá.

—O Gabriel o quê? – quase gritei, deixando o meu e-reader cair, felizmente é que foi na cama.

—Sim. Nós estivemos a falar e…

—Então e eu?

—Eu não te estou a expulsar de casa.

—Mas não falaste comigo! – gritei e vendo que ela estava pronta para iniciar a discussão, respirei fundo e afirmei: - Sai do meu quarto.

—Nós não acabámos de falar.

—Oh, mas por hoje, sim – afirmei e vi-a virar as costas. – E só para que conste, eu não tenho trabalhado pelo dinheiro, simplesmente queria evitar mais discussões contigo sobre como eu passo tanto tempo em casa e que tu e o Gabriel não conseguem ficar sozinhos.

Ela parou, virou-se para mim, com a fúria a faiscar nos seus olhos, mas eu não tinha medo dela. Sabia que ela tinha uma perspetiva diferente das coisas e não a culpava por isso, mas culpava o facto de ela ter sido tão egoísta nos últimos tempos.

Desta vez, fui eu que lhe virei as costas e deitei-me na cama. Quando olhei para a porta, ela já lá não estava, e a porta estava encostada, como eu normalmente a deixava porque o trinco estava sempre a guinchar cada vez que rodava a maçaneta.

©AnaTheresaC


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo!
Próximo sábado há mais! Vou postar o capítulo bem cedo, porque depois vou trabalhar o resto do dia.
XOXO



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