Bloodly Knowledge escrita por Hi I am André


Capítulo 1
A perturbação do sono


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo, eu não pretendo fazer uma história muuuuito grande, mas depende do feedback que ela receber!
Espero que vocês gostem! ♥



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Eu não consigo prestar atenção nas palavras ditas pelo professor, elas saem voando pela janela, assim como o vento. Apesar da aula ser de muita qualidade, direito empresarial não era o meu forte, eu simplesmente não conseguia me interessar tanto pelo assunto.

Finalmente a classe está liberada, guardo meus cadernos e pego a mochila, são 22:00 horas quando eu saio da faculdade, vejo que o céu quase não tem estrelas. Vou no estacionamento do outro lado da rua e pego o meu carro, o caminho não é muito longo, são cerca de 12 minutos até chegar na minha casa.

Ao chegar, faço um miojo e ligo a televisão, as notícias eram as de sempre:

 ''Acidente de carro causa 3 mortes''              

''Assassino desconhecido comete outro homicídio''

''Assaltantes são baleados por policiais''

Mortes, mortes, mortes e mais mortes. Eu não fico mais chocado com esses acontecimentos. Será que estou me tornando uma pessoa fria? Prefiro não pensar muito nisso, já estava exausto o suficiente, então desligo a televisão e vou dormir.

—---

Bacon no café da manhã é indispensável, a cada mordida daquela saborosa fatia, é como se eu estivesse tendo uma visão do paraíso. Por morar sozinho, costumo apenas esquentar comidas ou fazer algo bem básico, como torradas e ovos.

Ao chegar na sala de aula, vejo que quase todas as cadeiras já estão preenchidas, então sento num lugar localizado no fundo da sala. Eu não desenvolvi muitas amizades durante esses 3 anos de faculdade, tenho amigos mas nenhum realmente próximo. Namoradas? Também não, eu acabei saindo com algumas meninas, mas nenhuma delas se tornou algo mais sério. Eu poderia me considerar um lobo isolado da alcateia.

O ritmo do dia foi o mesmo de ontem, parecia até mesmo que eu estava tendo um longo déjà vu, mas no momento em que eu saí da faculdade, novamente muito tarde, eram cerca de 22:15, eu olhei para o céu e percebi como a lua estava grande, ela parecia tão perto, e seu brilho reluzia de uma maneira exorbitante. Essa visão me encheu de esperanças, então eu fui andando até o estacionamento com um sorriso largo no rosto.

Logo ao abrir a porta do carro, ouço um barulho de algo batendo em metal, vindo da fileira de carros atrás do meu, deve ser apenas um animal. Novamente um barulho, dessa vez como se um objeto estivesse atritando em outro. Percebo que ficar parado não vai adiantar muita coisa, então, como sou muito curioso, resolvo investigar a origem desses sons.

Com passos silenciosos vou passando devagar por vários carros, a iluminação era muito baixa no estacionamento, pois não havia nenhuma fonte de luz, como postes. O silêncio dominava o ambiente, eu conseguia ouvir minha respiração ofegante, além de sentir uma gota de suor escorrer pela minha testa.

Restavam apenas dois carros, então eu chegaria no final da fileira, se a origem dos sons não estivesse lá, então ela já teria saído. Eu chego no último carro então me apoio na parte traseira dele, tento o mais cuidadosamente possível espiar com um olho o que estava do outro lado.

Quando inclino minha cabeça, vejo uma pessoa com capuz ajoelhada, ela estava de costas para mim, então inicialmente não notou minha presença. Logo, olho para o chão e percebo um cadáver estirado no chão, o indivíduo encapuzado estava com uma faca empunhada e havia dado múltiplas facadas na vítima.

Morte.

Por um tempo perco totalmente a noção de tudo ao meu redor, só consigo encarar fixamente o assassino, enquanto ele estava colocando a pessoa em um saco de lixo para se livrar do corpo. Eu não sei quanto tempo passou. Segundos? Minutos? Dias? Meses? Anos? Mas em algum momento o homicida virou, e olhou diretamente nos meus olhos, eu senti um frio percorrer toda minha espinha e fico sem reação. Eu achava que estava acostumado com mortes, mas ao presenciar uma de tão perto, percebo que é algo totalmente diferente.

Eu finalmente consigo sair do meu estado de transe, então viro e rapidamente corro em direção ao meu carro, apalpo meu bolso desesperadamente em busca das chaves, mas sem sucesso, provavelmente as deixei cair.

Eu vou para a calçada e tento correr o mais rápido que posso para pedir ajuda, já não consigo mais segurar as lágrimas. As ruas estavam desertas, os poucos alunos que faziam aula nesse horário provavelmente tinham voltado para suas casas.

Casas que pareciam vazias, postes com luzes piscando, eu não sabia mais para onde corria, apenas estava sendo guiado pela adrenalina do momento. Viro numa rua para tentar despistar o assassino, que provavelmente ainda estava atrás de mim.

Beco sem saída.

Então este era o meu fim, não posso dizer que minha vida foi ruim, muito menos boa, foi uma vida comum. Nesse momento eu devia estar ajoelhado rezando, mas eu não acredito em Deus, e mesmo se acreditasse, acho que nem mesmo ele me salvaria de uma situação dessas.

A medida que o barulho de passos vai se tornando próximo, mais lágrimas percorrem minha bochecha, eu queria tentar manter uma postura de homem forte que não chora, e que vai aceitar seu destino com honra, mas naquele momento era impossível.

Estou no final do beco quando vejo a sombra do assassino chegando... Eu não sei o que fazer enquanto ele se aproxima, eu tento olhar em todas as direções, mas não tem nenhum tipo de lugar que eu consiga correr para fugir. A sombra se aproxima...

— Olá? - Disse o sujeito.

Eu me mantenho quieto, mesmo se tentasse mover minha boca, ela não iria receber o comando para mexer, eu estava em choque extremo.

— Está tudo bem, sou o policial Jack e não tenho intenção em te machucar, só quero fazer algumas perguntas,  vou me aproximar lentamente, não tente fazer nada estúpido.

Finalmente eu consigo distinguir o rosto dele no meio de tanta escuridão. Era uma pessoa alta, meio morena e com cabelos pretos. O mais surpreendente era o traje que ele vestia... Uma roupa de policial. Ele não estava mentindo quando disse que essa era sua profissão.

— Boa noite, eu recebi denúncias anônimas de um sujeito suspeito rondando essa região, você se importaria se eu fizesse algumas perguntas? - O policial falava num tom desconfiado, ele provavelmente achava que eu estava envolvido no crime.

O que eu devia fazer? Se eu contar a verdade, eu vou ficar ligado com o crime, pois estava no exato lugar que o assassino matou a vítima, minhas digitais vão estar por toda área. Preciso pensar em alguma mentira para escapar desse interrogatório o mais rápido possível.

— Tudo bem, você pode fazer - Eu respondi, com a voz falhando.

Quais perguntas ele irá fazer? Provavelmente onde eu estava. Eu não frequento muitos lugares nessa região, preciso pensar em qualquer um para usar como mentira.

— Qual é o seu nome? - Jack disse

— S-stanley... Stanley Foster - Eu repliquei

Já sei, eu já ouvi falar de um bar aqui perto, ele é na direção contrária da faculdade, então o policial não vai desconfiar de mim se eu disser que estava de lá. Só preciso lembrar o dele...

—  E quantos anos você tem?

— Tenho vinte e três anos.

— Você estuda?

— Sim, estou fazendo faculdade de direito no momento.

Parecia que cada vez mais o ritmo das perguntas aumentava, eu estava muito pressionado, minha voz falhava, eu estava ensopado de tanto suor, minhas mãos estavam extremamente escorregadias. Eu não conseguia lembrar o nome do lugar, logo o Jack iria perguntar onde eu estava, e eu não vou ter outra resposta, vou ter que falar a verdade... Eu estou totalmente ferrado.

— Então, Stanley, vamos direto para o que importa... Porque você estava correndo na rua nesse horário tão tarde? - O policial questionou.

— B-bem... Eu vi alguém me seguindo pela calçada, então me desesperei e saí correndo para buscar ajuda, achei que poderia ser um assaltante. - Eu respondi, tentando fazer a melhor expressão de seriedade que consegui, não podia mostrar fraquejo ao responder as perguntas.

— Eu te observei por um longo trajeto enquanto você corria, e não vi nenhum indivíduo te seguindo... Como você explicaria isso?

Merda. O assassino não deve ter vindo atrás de mim então, ele provavelmente foi esconder o cadáver invés de se livrar da testemunha, afinal, eu não tinha nem visto o rosto dele, não havia muito o que eu podia fazer.

— E-eu não sei, ele provavelmente desistiu de me assaltar quando eu comecei a correr, deve ter pensado que não valia a pena.  - Eu respondi, queria poder sair correndo o mais rápido que conseguisse para escapar dessa situação. Afinal, logo eu teria que falar qual o nome do maldito bar, mas eu não consegui lembrar... Vou ter que contar a verdade.

— Certo, só tenho mais algumas perguntas. De onde você estava vindo quando saiu correndo?

E, como um lâmpada se acendendo na minha cabeça, eu respondi.

— Do bar ''Hot Bird''!! - No último instante, eu consegui lembrar o nome, meu tom de voz havia até aumentado, eu respondi com muita empolgação, espero que o policial não perceba isso, ele acharia um comportamento estranho. Eu estava celebrando muito interiormente, finalmente eu ficaria livre dessa entrevista horrível.

— Senhor, esse bar já foi fechado a cerca de um ano e meio. O dono morreu e seus filhos não quiseram continuar com o negócio. - O policial respondeu, agora com uma expressão mais desconfiada ainda

Merda. Eu não esperava por essa resposta. Preciso inventar algo para sair desse interrogatório o mais rápido possível.

— O-oque? Ele fechou? Então era em algum outro que eu estava, só não lembro o nome no momento. Agora você poderia me dar licença, pois você não tem como provar que eu tenho ligação nenhuma com esse assassinato, então não sou obrigado a responder suas perguntas. - Eu aposto que ele conseguia perceber que eu estava mentindo, eu não consegui me manter calmo e minha voz falhou muito. Já sou um suspeito na lista do assassinato.

— Em nenhum momento eu mencionei que alguém havia sido morto.

Droga... Estou deixando cada vez mais a situação pior.

— O-olha, eu inferi que você estava investigando um assassinato, até porque para abordar uma pessoa inocente as 22 horas da noite e ficar acusando-a, não é coisa boba que aconteceu. - Eu não consegui ser nada convincente nos meus argumentos... O policial está mais desconfiado do que nunca.

O Jack franziu as sobrancelhas e fez uma expressão raivosa. Então aproveitei essa deixa para passar por ele e ir embora.

— Não pense que isso acabou tão facilmente. - O Jack disse enquanto eu passava do lado dele.

—---

Assassinatos não são tão incomuns, a maioria deles acontecem por causa do fenômeno ''coleta de informações''. Como os inúmeros casos de traficantes que se matam para conseguir descobrir a localização de drogas escondidas, ou base de operações das gangues. Líderes de grandes empresas contratam assassinos de aluguel para matarem outros donos de firmas e conseguirem, por exemplo, fórmulas de produtos. Recentemente eu até ouvi falar sobre um rapaz que matou sua professora de medicina para adquirir o conhecimento dela e não precisar fazer faculdade.

Eu não sei direito como funciona essa ''coleta de informações'', porque a mídia e o governo não dão muitos detalhes sobre isso, sobretudo para evitar o incentivo a matar indivíduos. O máximo que eu sei sobre isso, é: sempre quando uma pessoa mata outra, todas as experiências de vida da pessoa morta são passadas para o assassino. Voltando naquele caso do estudante de medicina, para exemplificar, ele adquiriu todo o conhecimento da professora.

Bem, como mencionado anteriormente, eu não tenho grande conhecimento sobre essa coleta,  a maioria das informações que possuo são apenas boatos.

No momento, também tenho coisas maiores a me preocupar, como um assassino sanguinário que viu meu rosto e provavelmente quer me matar, pois sou testemunha do homicídio, além de um policial ameaçador que provavelmente tem meu nome em primeiro lugar na lista de ''Quem matou aquela pessoa?''.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler a fic ♥ Deixa um comentário falando o que você gostou da história, o que precisa ser melhorado, enfim, qualquer crítica vai me ajudar muito :D



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