Chrno Crusade & Vampire Knight - Vampires&Demons escrita por Mirytie


Capítulo 5
Capítulo 5 - Informações a Mais


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/681112/chapter/5

Rosette sempre enfrentara todos os tipos de demónios de maneira confiante. Às vezes demasiado confiante, segundo Chrno. Mas ela tinha treinado durante anos para matar um dos demónios mais poderosos que existiam, por isso não tinha medo de enfrentar demónios de nível inferior ao de Aion.

No entanto, quando entrou na Academia onde a classe noturna estava e olhou para Chrno, ficou um bocado preocupada. Não pela expressão de Chrno. Ele preocupava-se demais. Mas pelo facto de este estar a caminhar à sua frente. O seu parceiro mantinha-se sempre ao seu lado ou atrás de si nas missões. Aquilo era uma missão e, no entanto, ali estava ele, à frente dela, fazendo-a duvidar de si própria.

Quando entraram na sala-de-aula, a primeira coisa que Chrno notou foi que não tinham professor…ou este estava ausente. Mas, se pensasse bem, eles já deviam pelo menos ter uma centena de anos. O que é que tinham de aprender mais?

A segunda coisa que notou foi que nenhum deles estavam sentados nas cadeiras. Estavam sentados nas mesas, encostados às paredes ou a olhar através das janelas, mas nenhum estava sentado nas cadeiras, o que o perturbava, não sabia bem porquê. Se pensasse bem, talvez fosse a desorganização que o perturbava. Quando trabalhara com Aion, este mantinha as coisas organizadas, conforme o seu plano e, mesmo quando entrara para a Ordem com Rosette, todos os horários eram monitorizados. A questão de não haver organização ali, dava-lhe a entender que eles não fossem assim tão estáveis.

Por último, notou que olharam todos para ambos, quando entraram, mas só Kaname é que se aproximou e falou.

Eles os dois pararam em frente ao quadro, encarando-os. Chrno tinha sido instruído por Rosette para não se mexer e não falar com eles a não ser que fosse absolutamente necessário. Chrno podia defender-se e dizer que ela já não podia mandar dele, uma vez que eles já não tinham um contrato que os ligasse, mas a verdade é que ela mandava nele e mandaria até o último dia das suas vidas. Tinha sido ele a decidir isso.

— Bem-vindos. – começou Kaname, com gestos dramáticos demais para aquela simples situação – Não se preocupem, eu avisei os meus colegas que vocês vinham.

Talvez fosse por isso que eles estavam especialmente afastados da porta, pensou Chrno, mas não disse uma palavra, apesar de querer empurrar Kaname para longe quando este se aproximou de Rosette e pegou na mão dela.

No entanto, em vez de a beijar, cheirou-a. Chrno não sabia se devia ficar mais ou menos perturbado, mas a vampira que antes estava ao lado de Kaname estava claramente perturbada e olhava para Rosette como se ela lhe quisesse roubar Kaname.

— Intoxicante. Mas talvez perigoso, para nós vampiros. – foi o que Kaname disse, endireitando-se logo de seguida – E o colar é misterioso. Mas aposto que a dona ainda é mais.

Quando Kaname estava prestes a tocar no relógio, Rosette puxou a pistola que tinha presa à coxa e apontou-a à cabeça de Kaname, o que fez os restantes vampiros levantarem-se ou porem-se em posição de ataque. Apesar de quererem passar uma imagem de igualdade, percebeu Chrno, era Kaname que mandava e apostava que alguns não gostavam desse cenário.

O que queria dizer que Kaname era forte. O quão forte era, Chrno não sabia. Sabia que devia ser suficientemente forte e rápido para se desviar da arma de Rosette e ataca-la mas, em vez disso, limitou-se a recuar.

— Tal como o diretor disse, tomas o colar como um bem muito precioso. – disse Kaname, enquanto voltava para o lugar – O meu objetivo de os trazer aqui não era apenas o de vocês conhecerem a nossa turma, mas também queria agradecer por se terem voluntariado para nos protegerem. É sempre bom ter pessoas bem treinadas e poderosas para nos ajudar. – ele chegou à beira da janela e olhou para os arbustos – Estamos aqui para tentar fazer uma coisa boa. Mas temo que vá demorar muito tempo para as pessoas se habituarem a humanos coabitarem com vampiros.

Kaname olhou para Chrno e sorriu.

— Peço desculpa se queriam ser discretos, mas o diretor disse-me que vocês eram exorcistas. – disse Kaname, sentando-se em cima de uma mesa, uma vez que tinha reparado que isso perturbava o demónio – Não culpem o diretor, ele só queria manter-me informado. Não temos nada contra pessoas que matam monstros que aterrorizam pessoas inocentes.

— Então, não vejo qual é o problema. – disse Rosette.

— Mas, pergunto-me. – continuou Kaname – O que é que dois exorcistas planeiam fazer connosco.

— Nada demais. – disse Rosette – Somos só dois estudantes que se transferiram para a Academia e se voluntariaram para vos escoltar e proteger. O facto de sermos exorcistas não tem nada a ver com isto.

— Tenho bastantes dificuldades em acreditar nisso, Miss Christopher. – disse Kaname, com um sorriso – Estás a ver, o diretor não me disse apenas que eram exorcistas. Disse-me também que tu eras uma das melhores exorcistas do “Convento” de onde vieram. Criaturas como nós devem ter cuidado com criaturas como tu. Apesar de não termos feito mal a nenhum ser inocente.

— Tenho muitas dificuldades em acreditar nisso. – disse Rosette, vendo Kaname rir um pouco – Não me enviaram numa missão. Enviaram para que eu e o meu parceiro vivêssemos novas experiências. Em todas as minhas missões, nunca tinha visitado o Japão.

— Estou a ver. Perdoem-me por ser extra cuidadoso. – pediu Kaname – Mas também queria mencionar o que houve quando estávamos a passar dos dormitórios para a Academia.

— O quê? – perguntou Rosette.

Chrno sabia do que é que Kaname queria falar, e esperava que ele tivesse cuidado a falar sobre o assunto.

— Vocês pararam…quando o sol se estava a pôr. – disse Kaname, vendo Rosette congelar – Nós precisamos que afastem os alunos da classe diurna. Mas tu parecias instável.

— Instável. – repetiu Rosette, com um sorriso.

— Sim. – disse Kaname – O facto de não sabermos porque é que paraste daquela forma assusta-nos um bocado.

— Assusta quem? – perguntou Rosette – Um bando de vampiros? Uma simples exorcista assustou um bando de vampiros só por ter parado?

— Só queremos saber se nos podem proteger apropriadamente. – disse Kaname, vendo Chrno a olhar para ele ameaçadoramente – Talvez o teu colega queira explicar.

— Não há nada para explicar. – interrompeu Rosette, quando Chrno abriu a boca – São coisas do passado. Não vão acontecer, outra vez.

— Estou a ver. – disse Kaname, simplesmente. Já tinha tudo o que queria – Bem, obrigado por nos terem visitado e espero que nos consigamos entender melhor daqui para a frente.

Sem dizer mais nada, Rosette começou a caminhar em direção à porta, quando foi parada por Kaname.

— É uma pena que o teu companheiro não tenha podido falar. – disse Kaname, com um sorriso – Ele parecia querer dizer muita coisa.

— Chrno. – chamou Rosette, dando-lhe a mão.

Kaname ficou a ver Chrno a ser arrastado pela parceira para a saída. Quando ambos tinham saído, os restantes começaram a falar, cada um com a sua teoria de com quem é que tinham de ter mais cuidado.

Quando perguntaram a opinião de Kaname, este sentou-se na cadeira e pousou a cabeça na mão.

— Para além do demónio que veio diretamente do inferno e da exorcista instável com sangue venenoso? – perguntou Kaname, vendo-os a desaparecer por entre os arbustos – O relógio.

— Que relógio? – perguntou um deles.

— O colar. – respondeu Kaname, vendo-o na sua cabeça – O colar que ela trás ao pescoço é na verdade um relógio. Um relógio muito raro. Os meus pais falavam dele, quando eu era mais pequeno.

— E é com isso que nos temos de preocupar? – perguntou outro, confuso.

Com isso e com o facto de o demónio não ter falado, pensou Kaname. Mas achava que os dois estavam interligados. Tal como o facto de a exorcista paralisar quando via o sol a pôr-se.

Chrno tinha deixado o Pandemonium com Aion – ou Inferno, para os leigos – há muito, muito tempo atrás. Kaname podia passar dias a tentar adivinhar quantos anos é que ele tinha e mesmo assim não conseguiria.

No entanto, Chrno preferia pensar que a sua vida só tinha começado depois de conhecer Rosette e Joshua. Tinha cometido muitos erros antes de os conhecer e mais alguns depois disso. Um dos mais graves tinha sido dar a Rosette aquele estúpido relógio, pensou Chrno olhando para o colar que repousava no peito da sua parceira.

Quanto aos vampiros, se eles conseguiam cheirar o sangue de Rosette, era óbvio que já sabiam que ele era um demónio. Mas, como não sabia se Rosette se tinha apercebido disso, preferia permanecer calado sobre o assunto.

Yuki e Zero aproximaram-se deles depois de alguns passos para garantir que tinha corrido tudo bem. Chrno tinha reparado que Yuki não estava particularmente preocupada com eles, mas sim com Kaname, o que podia ser problemático se Rosette acabasse por decidir que os vampiros tinham de morrer.

Zero, por outro lado, ainda era um ponto de interrogação para Chrno. Sabia que ele era um vampiro e que os alunos da classe diurna não faziam ideia disso. Fora isso, não fazia ideia de que lado é que ele estava. Talvez do lado de Yuki, perguntou-se Chrno.

— Tiraste algumas conclusões, hoje? – perguntou Chrno, enquanto amanhecia e eles voltavam para os dormitórios.

— Para além que aquele Kaname me irrita? – disse Rosette, fazendo Chrno sorrir – Eles não parecem tão organizados quanto eu estava à espera. Também não fui informada que era apenas um que comandava. Tenho de contactar a Ordem para obter informações mais corretas. E tu?

— Não me cabe a mim tirar quaisquer conclusões. – respondeu Chrno – Mas devias tomar uma decisão o mais depressa possível.

— Tu sabes que não é assim tão fácil. – disse Rosette – A Ordem também não me está a pressionar.

Não era com isso que Chrno estava preocupado.

Kaname entrou no escritório de Kaein e pousou um desenho do relógio de Rosette em cima da secretária com força. Kaname tinha ouvido os seus pais falarem sobre ele mas, até aquele dia, não sabia o quanto podia ser perigoso.

— Precisa de tirar aquele colar à rapariga. – disse Kaname, surpreendendo Kaein – É demasiado perigoso.

Kaein olhou para o desenho detalhado e recostou-se na cadeira. Depois de alguns segundos, tirou a fotografia de Rosette com o vestido negro que tinha na gaveta e colocou-a ao lado do desenho.

— Ela nunca mo vai dar. – disse Kaein, calmamente, enquanto Kaname olhava para a fotografia, onde Rosette usava o mesmo relógio ao pescoço – Ela usa-o…há muito tempo.

— O que é que quer dizer com “há muito tempo”? – perguntou Kaname, sentando-se em frente ao diretor.

— Depois de mencionares aquele incidente em São Francisco, eu investiguei a história da menina Rosette Christopher. – revelou Kaein – E tenho a dizer que a única pessoa com mais barreiras é o Chrno. A história da Rosette está muito bem guardada. – com a gaveta ainda aberta, Kaein tirou uma foto a preto e branco de uma casa antiga – Este é o orfanato onde a Rosette e o irmão cresceram…até o irmão ter sido raptado e ela ter sido levada para a Ordem de Madalena.

— Ordem de Madalena? – perguntou Kaname, pegando na fotografia.

— Não uma Ordem qualquer. Era conhecida por criar exorcistas poderosos. Principalmente a de Nova Iorque. – continuou Kaname, tirando uma fotografia da antiga Ordem da gaveta para mostrar a Kaname – Foi aqui que a Rosette se tornou numa exorcista e que o Chrno foi “domado”.

— Mas, então…

— Rosette Christopher e Chrno estão na lista dos exorcistas que foram enviados para São Francisco em 1929. – depois de tirar a lista para Kaname ver, Kaein tirou outra fotografia tirada de longe, de um raio de descia do céu e, no meio dele, parecia estar uma pessoa – Esta é ela. Rosette Christopher, a reencarnação de Maria Madalena, a luz que todas as criaturas da noite temem. – ele tirou outra, desta vez mostrava o céu de São Francisco – E este é ele, o parceiro dela.

Sem ver nada, Kaname aproximou-se mais e viu alguns clarões na fotografia mas só viu o que parecia ser a ponta de uma asa.

— Não consegues vê-lo. É demasiado rápido. – explicou Kaein, tirando uma última fotografia com a imagem de uma campa – Rosette e Chrno morreram numa fazenda abandonada no mesmo ano. O Chrno morreu de hemorragia, enquanto a Rosette morreu…por causa desse relógio. Demasiada informação?

Kaname estava de boca aberta a olhar para as fotografias. Era uma das únicas vezes que não sabia o que dizer.

— Espere, sabe quando é que ela morreu? – perguntou Kaname, tentando juntar os pontos.

— Não há muitos detalhes sobre isso. – respondeu Kaein – Mas…talvez no fim do dia, ou nessa noite.

Então era por isso, pensou Kaname.

— O relógio parece ser um dispositivo que dá energia a demónios em troca da vida do humano com quem fizeram o contrato. – explicou Kaein – O que significa que, provavelmente, Chrno não tinha maneira de juntar energia por si só e fez um contrato com a Rosette Christopher, mas ainda estou a investigar mais.

— Não devíamos prendê-lo, então? – perguntou Kaname – Eles são uma ameaça…quer dizer, nem sabemos como é que eles estão vivos.

— Não vamos fazer nada. – disse Kaein – Pelo pesquisei até agora, Chrno é um demónio extremamente perigoso. Se instigado, não teremos hipóteses contra ele. Tenho quase a certeza que é foi a Rosette que o acalmou. – disse ele – A partir de agora, os dois alunos transferidos ficam sob a tua e a minha vigilância. Mais ninguém pode saber sobre isto.

Kaein decidiu não lhe contar sobre o facto de Rosette ainda ter o sangue da Santa a correr-lhe nas veias.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Chrno Crusade & Vampire Knight - Vampires&Demons" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.