Itachi já falava sem obter uma resposta no mínimo por uns cinco minutos. Ele já estava perdendo a paciência, afinal Konan estava com os dois ouvidos tapados escutando em alto e bom som “Smile” e cantarolava sem se importar com o que seu namorado dizia. Tudo isso aconteceu por causa de uma briga, a primeira briga desde que eles haviam reatado. Tudo ia muito lindo e muito bem, mas Itachi tinha que implicar com Nagato? Ele tinha mesmo que dizer que Konan andava preocupada demais com irmão caçula de Sasori? Konan não gostou, afinal ela tinha uma grande consideração por Nagato e tudo que queria era vê-lo bem e mantê-lo longe das drogas. Explicou mais de uma vez para Itachi, mas ele sempre dizia “vocês estão próximos demais”. Konan queria bem no fundo falar para seu namorado “foda-se, vou ajudar ele porque eu quero”, mas preferiu um cala boca mais gentil e apenas ligou o som no máximo volume, tampando completamente os ouvidos e para completar cantou de inicio ao fim sua música preferida. 

Smile – Avril Lavige – para ouvir ♪

— Você não vai me responder? – Falou pela enésima vez
— You know that I'm a crazy bitch
I do what I want when I feel like it
All I wanna do is lose control – cantarolava
— Vai continuar a me ignorar? – gritou e teria lhe puxado o fone do ouvido senão tive que manter suas mãos no volante do carro
— But you don't really give a shit
You go, if you go, if you go with it
'Cause you're fucking crazy Rock 'n' Roll
You said hey
What's your name?
It took one look
And now we're not the same
Yeah, you said hey
And since that day
You stole my heart
And you're the one to blame — cantarolava praticamente aos berros

— Eu te odeio – Itachi disse e Konan mais uma vez fingiu estar nem aí
— And that's why I smile
It's been a while
Since everyday and everything has felt this
Right
And now you turn it all around
And suddenly
You're underneath the reason why
I-I-I
I smi-i-ile
— PORRA TIRA ISSO DO OUVIDO E PARA DE CANTAR – disse gritando enquanto tirava, finalmente, o fone do ouvido de Konan que o olhava completamente desinteressada sobre o que ele falaria.
— Grosso – cuspiu e desligou o celular, guardando-o na bolsa – O que quer? Já parou de dizer o quão próxima eu estou do Nagato?
— Você é muito infantil – revirou os olhos e voltou a dirigir, só tinha puxado o fone dos ouvidos de Konan, pois estava parado num sinal vermelho
— Eu só não estou a fim de falar com você. Pode me deixar em casa?
— Claro madame. – afirmou com desdém e dentro de dez minutos chegaram ao prédio
— Não me procure durante essa semana. Estou oficialmente dando um tempo de você – disse abrindo a porta do carro
— Não vai nem me convidar pra subir? – perguntou
— É claro que não. Eu falei que não quero te ver por essa semana e ainda acha que eu vou te convidar pra subir? Você já foi mais esperto Itachi – saiu do carro
— Você não quer falar comigo só por causa do Nagato? – perguntou incrédulo
— Não. Eu não quero falar com você, porque você é um imbecil. Será que você não entende que eu amo você? Eu não preciso ter que ficar provando isso só porque você está inseguro. O Nagato é uma pessoa especial e ele passou por problemas. Eu só estou ajudando, me sinto em divida com ele por não ter cumprido uma promessa. Agora se você não quer entender isso e fica de mimimi, então foda-se! Eu estava evitando dizer isso e por isso liguei o som e comecei a cantar, mas você é um idiota e eu não quero te ver então não apareça na minha frente. 
— Próxima semana posso te procurar? – perguntou

— Só se for pra conversar feito gente e tenha argumentos melhores do que o seu ciúme. – saiu andando e Itachi arrancou o carro com raiva, mas sabia que não adiantaria mais insistir naquilo, pelo menos não naquele momento.

[...]

— Você não para de ouvir essa música, já está me irritando – disse Sasori a Nagato que estava em sua mesa ouvindo no alto-falante do celular sua nova canção favorita
— Desculpe – disse abaixando um pouco o volume
— Que música é essa e qual a razão de ouvi-la mais de dez vezes ao dias? – perguntou já de frente ao irmão
— É Smile, da Avril Lavigne. E a razão deu escutar é que essa música me lembra a Konan – sorriu
— Não sabia que gostava desse tipo de música, e porque essa música te lembra a Konan?
— Você nunca ouviu o celular da Konan tocar?
— Já, mas nunca prestei atenção...
— Por isso não sabe, quando o telefone da Konan toca é essa música que se escuta. Ela gosta tanto dessa música que ela demora algum tempo para atender o celular. E eu já reparei que quando ela dirigi ela gosta de cantar bem baixinho essa música. É tipo um calmante pra ela. 
— Você observa bem a Konan – Sasori riu e cruzou os braços
— É tudo o que eu posso fazer, observá-la – disse por fim desligando o celular e guardando-o no bolso
— Talvez, apenas talvez, você ainda tenha chances com ela. – disse Sasori acendendo uma esperança em seu irmão
— Como? – perguntou interessado
— Hoje cedo eu a vi discutindo com o Itachi por telefone; eles marcaram de almoçar juntos, se tudo se resolver pode ser que você não tenha nenhuma chance, mas se eles continuarem brigados quem sabe você possa investir. – deu a dica e se retirou
— Valeu irmão – Nagato agradeceu com um sorriso no rosto e Sasori apenas ficou feliz por ver que seu irmão ainda poderia ser feliz.
— Não há de que...

[...]

Assim que se trocou, colocando o pijama e parou para ouvir as mensagens em sua caixa-postal Konan se impressionou com a quantidade de mensagens. 
— Cinco mensagens? Espero que nem todas sejam do Itachi – pensou alto e colocou as mensagens para tocar

Mensagem 1: Fiquei preocupado com você. Você estava muito perturbada antes do almoço, espero que tudo tenha se resolvido, se não me liga. Pode desabafar comigo quando quiser. – Era Sasori se mostrando mais uma vez completamente prestativo com ela

Mensagem 2: Oi... Eu fui idiota. Espero que me desculpe e queira me ver antes do prazo do meu castigo terminar. Eu te amo. – Era Itachi já arrependido, mas Konan não ia ceder, ele tinha que aprender que pedir desculpas não era tudo às vezes.

Mensagem 3: Oi Konan, liguei para dizer que Akamaru vai passar o final de semana com você. Vou precisar viajar por causa de negócios e não quero deixar Itachi tomando conta dele. – Era Sasuke. Ele havia ficado incumbido de tomar conta do cão de Sakura, só que nem sempre ele poderia então ela e Hinata oscilariam a guarda do cão para que Sasuke pudesse trabalhar em paz. E Itachi era um imprestável. Ele não saberia tomar conta de Akamaru, afinal ele não sabe nem tomar conta dele mesmo.

Mensagem 4: Amanhã tem outra reunião na clinica, você vem comigo? – A penúltima mensagem era de Nagato; e como ela poderia dizer não a alguém como ele? Ele precisava dela.

Mensagem 5: Eu disse que não ia ligar, mas era inevitável, estou com saudades. Era só isso. Tchau. – Deidara foi curto na mensagem, mas só de ouvir a voz dele de novo já fazia o coração de Konan bater mais forte, ela sentia muita falta do loiro. E de todas as mensagens aquela foi a que mais gostou de ouvir. Se soubesse exatamente sua localização era capaz de arrumar uma mala e ir atrás dele.

— Ah Deidara – falou alto pensando em como Deidara estaria sem ela, ele estaria bem?

[...]

— Atenas é um belíssimo lugar – Uma voz surpreendeu Deidara por trás. Quando o loiro se virou deparou-se com sua velha conhecida.
— Realmente é, mas me surpreendo por te encontrar aqui Temari. – disse por fim sorrindo e então Temari tomou a liberdade de puxar uma cadeira para se sentar ao lado dele.
— Estou de férias permanentes e depois de colocar uma bela pedra em cima dos meus sentimentos por Sasuke achei que a Grécia poderia me fazer esquecer tudo.
— Acho que tivemos a mesma ideia – falou terminando de tomar seu café.
— Veio esquecer a Konan? – arqueou uma sobrancelha
— Sim. Esta cidade é tão fascinante que tira a Konan da minha cabeça com alguma facilidade.
— Mas viajar sozinho é muito chato, não acha?
— Eu não estou à procura de companhia.
— Que pena, eu já ia oferecer a minha, porque eu detesto viajar sozinha. 
— Não estou te mandando embora, só não me incomodo em ficar sozinho.
— Então está resolvido, a partir de agora eu irei te acompanhar dia e noite.
— Temari... – ele ia dizer alguma coisa, mas ela interrompeu
— Eu não aceito não como resposta. Eu sou divertida Deidara. Vou ajudar a você não pensar na Konan em momento algum, aliás, eu nunca fui muito com a cara dela mesmo. – sorriu
— Só posso te dizer que eu não sou como o Sasuke.
— Claro que não, você é mais interessante – sorriu oferecida.

[...]

Tirou a mala do táxi, pagou e então encarou o campus de Yale a sua frente. Era impressionante. Deu uma olhada no mapa que tinha na bolsa e então se encaminhou até onde receberia as informações sobre onde ficava o seu dormitório. O que ela não contava era que alguém esbarraria nela antes de atingir seu destino.

— Você poderia ter um pouco mais de cuidado não? – falou já caída no chão, o impacto do empurrão foi tão forte que caiu de bunda no chão
— Desculpe, eu estava com pressa. – Um rapaz pálido e gentil estendeu-lhe a mão e sorriu
— Tudo bem – levantou
— É caloura? – perguntou ainda sorrindo depois de soltar a mão as rosada
— Sim. Você é também?
— Sou. Está procurando seu dormitório?
— Sim.
— Vem, vou te mostrar onde ficam as indicações de onde fica seu dormitório – disse e começou a andar – aliás, meu nome é Sai.
— O meu é Sakura – informou enquanto o seguia
— Belo nome. Combina com você – sorriu e continuou a andar. Sakura continuava a arrastar sua mala, foi quando ele percebeu que isso a estava atrapalhando
— Que indelicadeza a minha! Posso carregar pra você? – se ofereceu
— Claro. – entregou a mala a ele – obrigada!
— Não há de que – seguiram até as indicações. Sakura viu onde ficava seu dormitório e então sai a levou até lá. No caminho ele contou que havia chegado a Yale há dois dias, mas que já havia se acostumado com o local e garantiu que Sakura ia adorar também. Assim que a deixou na porta se despediram.
— Bem, está entregue. Acredito que vamos nos ver muito ainda. Aliás, meu dormitório fica perto daqui, então qualquer coisa sabe que pode contar comigo. - garantiu simpático 
— Eu agradeço. – sorriu. Apertaram as mãos em sinal de despedida e então Sakura adentrou seu dormitório. Lá certamente dividiria o quarto com alguém. Implorou internamente que esta pessoa fosse legal. Ela não queria ter problemas lá.