O amor é cego escrita por British


Capítulo 29
Partida




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— Não vai falar comigo? – Era ficar de frente pra ela e a coragem sumia.

— Como você percebeu que era eu?

— Você fez barulho enquanto andava, eu reconheci os seus passos...

— Bem, a gente precisa conversar – me sentei ao lado dela na cama

— Eu concordo.

— Primeiro, o Naruto me contou que você recuperou a memória, como foi?

— Foi quando eu desmaiei provavelmente, pois quando acordei já me lembrava de tudo detalhadamente.

— Que bom. Agora você se lembra de mim. – tentei sorrir, mas nem adiantava, pois ela não veria de qualquer jeito

— É. Pena que foi numa hora dessas.

— Desculpe, eu estraguei a festa do seu aniversário.

— Isso é o de menos. E quanto ao beijo, Sasuke, eu...

— Você não é culpada, eu sei. – a interrompi imediatamente

— Se sabe, então porque seu tom de voz mudou?

— É que eu tenho outra coisa pra falar com você.

— Fale – ela sorriu e aquilo me matou. Mas eu tinha que falar, mentir nunca mais

— Eu traí você ontem. – silêncio. Ela ficou muda, era como se não acreditasse em minhas palavras.

— Como assim me traiu? Você está mentindo não é?

— Não. Eu estou falando a verdade, eu te traí. Eu fui pra cama com a Temari ontem. Desculpe.

— Você me trocou por ela... – a voz dela estava carregada de magoa

— Não. Eu apenas agi de maneira irracional. Temari e eu temos uma história antiga que acabou de um jeito torto e ontem eu bebi, as coisas acabaram acontecendo. Eu não fiz pra te magoar.

— Mas magoou – os olhos estavam cheios de lágrimas, mas ela fazia força para não derramar nenhuma engolindo o choro

— Eu estou confuso com tudo que aconteceu. Sasori e você, eu e a Temari. Minha cabeça ta dando voltas desde ontem. Por isso eu vou viajar, terminar meu filme direito e divulgá-lo por outros países e quando eu voltar a gente conversa de novo.

— Não faz isso – ela segurou em minha mão – Você disse que me amava

— Minhas certezas sumiram ontem, desculpe. – beijei a testa dela e saí do quarto.

— Sasuke... – ela me chamou, mas eu nem olhei para trás

[...]

— Tem mesmo certeza disso cara? – Naruto estava sentando na minha cama ao lado da minha mala enquanto eu pegava algumas mudas de roupa no closet

— Tenho. Se eu não for embora agora as coisas podem se complicar mais ainda na minha cabeça. – Joguei mais alguns pertences na mala

— Você está falando isso porque a Temari não vai largar do seu pé ou porque não quer mais ver a Sakura? – perguntou confuso

— Eu deixei a Temari no hotel, saí antes dela acordar e sem dar nenhuma explicação boa. Deixei só um bilhete dizendo que depois conversaríamos. Ela ainda não me procurou, então certamente está esperando que eu procure por ela como prometi. Já a Sakura, bem, estou morrendo de vergonha de encará-la. Quase cavei um buraco e me enterrei hoje mais cedo ao falar com ela. Eu fui um canalha como o Itachi, coisa que eu desprezo de verdade. – disse fechando a mala

— Por que você se meteu nessa roubada? Você nunca fez algo desse tipo na vida, e olha que você teve muitas oportunidades de cometer loucuras, mas sempre foi responsável.

— Não sei bem como aconteceu. Acho que foi um misto de magoa, raiva, desejo e vingança. Além do fato de que acho que só traí a Sakura porque era a Temari se oferecendo de bandeja e ela foi importante pra mim um dia.

— E agora ela não é mais importante? – me surpreendi com a pergunta dele, não tinha parado para pensar nisso

— Não sei.

— Ah Sasuke, você estava apaixonado pela Sakura até a maldita hora que o Sasori a beijou, o que aconteceu?

— Assistir a aquele beijo me magoou muito, eu fiquei com tanto ódio que bebi para esquecer e de repente a Temari estava na minha frente me convidando para passar a noite com ela e prometeu que eu esqueceria a Sakura. Eu topei. Não que eu quisesse esquecer a Sakura, eu queria esquecer o que eu tinha visto.

— E você acha que não gosta mais da Sakura?

— Não. Eu ainda sou apaixonado pela Sakura, mas ao mesmo tempo ainda tem algo dentro de mim que quer a Temari. Preciso de um tempo.

— Espero que quando você volte não se arrependa da decisão que tomou.

— Se a Sakura não esperar isso só vai provar que ela não me amava.

— Você traí-la com a sua ex também não é a melhor prova de amor do mundo – ironizou

— Eu sei.

— Então não julgue a Sakura por um beijo pelo qual ela não foi culpada.

— Não diretamente, mas indiretamente sim, afinal eu a avisei sobre o ruivo asqueroso. – fiz careta ao mencionar Sasori

[...]

— Me esperando faz tempo? – surpreendi Itachi que se virou para mim com um belo sorriso nos lábios

— Um pouco, você se atrasou, cheguei a pensar que me deixaria esperando para sempre.

— Tive um compromisso antes de vir pra cá. O transito está horrível hoje.

— Que compromisso? Coisas de trabalho? – deu dois passos em minha direção, mas ainda se mantendo distante

— Não. Fui visitar Nagato.

— E como está seu namoradinho? – ele falou com desprezo

— Ele não é meu namoradinho ainda. Mas ele está bem.

— Ainda? – repetiu, analisando melhor a palavra – Então ele pode ser seu namoradinho algum dia?

— Quem sabe? Eu sou livre, desimpedida, bonita. O que tem de ruim em namorar? – sorri, provocá-lo era divertido.

— Pois é, você é tudo isso. – disse pensativo

— Qual a razão de me trazer até aqui? – fui direta, afinal não agüentaria mais os joguinhos dele

— Eu queria te ver longe das pessoas, principalmente longe do Deidara.

— E com qual razão?

— Nenhuma em especial – e ele colocou as mãos no bolso, já era de noite, tinha esfriado – Preciso de motivo pra ver a mulher que eu amo? – Eu entrei em estado de choque. Meus olhos não piscaram, eu tive que forçar para que eles piscassem e pisquei várias vezes pra ver se eu estava realmente acordada ou aquilo era um sonho. Percebi que aquilo era real, então provavelmente ele estava contando uma piada.

— É piada né? – ri de nervoso

— Não – ele falou tranquilamente ainda com as mãos no bolso da calça

— Bem, se não é sonho nem brincadeira, porque você está dizendo isso agora?

— Porque eu finalmente percebi que eu deveria ter dito isso antes. Bem antes de te perder.

— Você sabe quantas vezes você disse que me ama? – perguntei para ver se ele lembrava

— Essa é a segunda vez. – constatou

— E quando foi a primeira?

— No dia eu pedi para namorar você.

— Ok; e isso aconteceu há quantos anos?

— 7 anos atrás. – disse num tom baixo

— Exatamente. Vai fazer UMA DÉCADA que você disse que me amava, como quer que eu acredite nisso agora depois de tudo?

— Mas tecnicamente meu eu te amo valeu até dois anos atrás, que foi quando a gente terminou.

— Podem ser 7 ou 2 anos. Simplesmente não faz diferença e sabe por quê? Você nunca foi verdadeiro ao falar isso.

— Foi verdadeiro quando eu disse da primeira vez e é verdadeiro agora.

— Não. Isso é ego ferido, porque ontem você me viu com Deidara.

— Você acha mesmo que eu sinto ciúme daquele loirinho idiota?

— Se amasse sentiria – provoquei e ele ficou com raiva

— Droga. Nem quando eu tento ser romântico você deixa.

— Romântico? Itachi você não sabe o significado de romantismo... Eu lembro bem de como você me beijou pela primeira vez, eu estava passeando pela faculdade e você me puxou pelo braço e me agarrou. Eu nem sabia quem você era, aquilo não foi nada romântico. E quando a gente transou pela primeira vez você lembra? Foi no seu carro. Quando você me pediu em namoro também não foi nada romântico. A gente estava no shopping, dentro de uma loja escolhendo a camisa que você ia usar na sua festa de aniversário e quando eu tava te mostrando as duas opções que eu gostei que era uma camisa xadrez e uma lisa você disse do nada “namora comigo?” ISSO NÃO FOI ROMANTICO!

— Eu não nasci pra isso, o Sasuke sabe ser romântico, eu não. Você sempre soube.

— Exato. Eu sabia e simplesmente não ligava. Porque eu te amava do jeito que você era, mas o que eu não sabia que a parte do infiel estava incluída no pacote.

— Poxa Konan, você não lembra que dia é hoje?

— Dia 29 de março né?

— É. Dia do nosso primeiro beijo. – ele sorriu e tirou do bolso uma foto antiga de nós dois na faculdade, aquela foto tinha sido tirada na semana seguinte do nosso primeiro beijo, eu era a “ficante” oficial dele.

— Eu não me lembrava mais. – falei enquanto tirava a foto da mão dele

— Mas eu lembro. Agora eu fui ou não romântico? – ele colocou um sorriso besta na cara como se tivesse vencido uma aposta

— Foi – disse ainda observando a foto, eu era tão feliz naquela época. Itachi não precisava fazer nada pra me agradar, só a presença dele já fazia tudo especial, ele nunca me deu presentes, nunca me levou para passeios românticos, nunca me levou para jantar a não ser quando era na minha casa e eu mesma fazia o jantar. A gente pedia pizza e já era uma festa. E eu não me incomodava com ele ter me beijado praticamente a força na faculdade, nem da nossa primeira transa ter sido no carro, tudo era especial se fosse com ele, pois eu o amava. E talvez ainda ame.

— Não mereço uma segunda chance? – ele perguntou diretamente, ele não era muito de enrolar quando o mistério não o favorecia. Pensei bem e a resposta era...

— NÃO! – e bati na cara dele.

— Que foi Konan? Eu te trouxe aqui, fiz uma surpresa legal, pedi pra voltar de uma maneira romântica e eu levo um tapa na cara?

— Você acha mesmo que só por causa disso eu vou esquecer aquela cena de você com outra mulher na sua cama? Está enganado. Eu não sou idiota. – Saí de lá deixando Itachi sozinho, mas levei a foto comigo.

[...]

— Pra onde você vai? – a voz dela atrás de mim me pegou de surpresa

— O que faz aqui Temari?

— Acho que quem deve fazer essa pergunta sou eu. Está fugindo?

— Não. Esta é uma viagem de trabalho – ela então sorriu

— Ótimo. Vou com você.

— Não, você não vai, eu to indo a trabalho e não pra me divertir.

— Não adianta, você pode falar o que quiser, eu vou. Você não vai me escapar nunca mais.

— Você é louca.

— Louca por você, hoje e sempre. – segurou na minha mão como se segura na mão de uma criança de cinco anos antes de atravessar o sinal.

— Eu quero um tempo pra mim, pra pensar... – tentei explicar

— Você pode pensar querido, eu vou ficar quietinha durante o vôo, mas eu vou te acompanhar e não vou deixar você sozinho – ela beijou minha testa e eu não consegui enxotá-la de lá.




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