Você conhece essa sensação.

                Você arde por ela, da mesma maneira que fez tantas vezes antes.

01

                Você arde por ela da mesma maneira que ardeu quando acordou no meio da floresta, o chão duro e úmido maltratando seus músculos em uma bagunça dolorida. Houve um pesadelo. Você não se lembra dos detalhes, mas sabe que estava cheio de sangue, morte e culpa. Seus olhos se abriram quase dolorosamente e sua respiração era acelerada, queimando seus pulmões. Você estava assustada e assombrada, mil almas gritantes perduradas em seu pescoço. Está tudo bem. Você está segura, você ouve a voz dela. Quando olha para trás, ali está ela, seus olhos tão verdes quanto as folhas ao seu redor. Ela claramente não havia dormido, mas ela ainda parecia feroz e destemida – mesmo sem sua pintura de guerra –, mas havia o toque de uma suavidade desconhecida em sua expressão tão familiarmente estoica. O rosto dela estava um pouco sujo de terra, e seu braço ferido estava em sua posição desconfortável, mas ela ainda estava ali, te guardando, te protegendo.

                E então veio caindo sobre você, te abraçando de uma maneira calorosa e assustadora.

                Você está apaixonada por ela.

02

                Você arde por ela assim como ardeu quando ela te beijou, dedos gentis em sua nuca. Não merecemos mais do que isso?, você perguntou pesadamente, de repente cansada demais. Talvez merecemos, ela respondeu quase sem fôlego, e você acha que nunca vai se esquecer do olhar dela, do quão jovem e perdida e sobrecarregada ela parecia. Ela te beijou e você permitiu porque você queria sentir algo que não fosse dor e arrependimento. Ela te beijou e você permitiu porque você precisava de alguma conexão humana. Ela te beijou e você permitiu porque ela era doce e branda, mas ao mesmo tempo era áspera e impiedosa e você precisava disso, porque você estava exausta de ser a que tinha o controle e as decisões. Ela te beijou e você permitiu porque seus lábios eram macios e ela cheirava a terra e fumaça e flores silvestres e o corpo dela parecia tão certo quando estava perto do seu. Ela te beijou e você permitiu porque você percebeu o quanto desejava esse beijo e essa delicadeza.

                Você ainda se lembra do sentimento que cresceu em seu peito quando a ponta do nariz dela pincelou suavemente sobre a sua, seu estômago flutuando e seu coração, por um segundo, em paz. Mas então tudo acabou. Ela estava pronta para te beijar de novo – e Deus, como você queria que ela te beijasse de novo –, mas você não podia. Não podia querer o que não poderia ter e não podia simplesmente esquecer sobre tudo – sobre todas as vidas que ceifara, sobre sua lâmina enterrada entre as costelas de Finn. Você não estava pronta e então disse a ela, e você provavelmente também não se esqueceria do olhar que estampavam os olhos dela naquele momento. Ela parecia assustada e desapontada, mas você viu a faísca de esperança em seus orbes verdes.

                Aquela faísca fez algo com você, e se você pudesse se olhar no espelho naquele momento, tinha certeza que poderia ver algo muito semelhante em seus próprios olhos. Você prometeu para ela em quietude, mas era como um estrondo dentro de você. Ainda não.

                Ela entendeu. Você sabe que ela entendeu.

03

                Você ardeu por ela assim como ardeu quando a viu ir embora, as costas virada em sua direção, os membros tensos, o queixo alto. O rosto dela estava manchado de sangue e cinzas e aflição. Você pediu que ela não fizesse isso, implorou silenciosamente. Por favor, você se lembra de ter dito, mas ela não voltou atrás. Que nos encontremos de novo, foram as últimas palavras que ela disse antes de te abandonar. Aquela faísca de outrora era como um incêndio que agora queimava sua carne. E então você chorou. Você chorou pelo seu povo e pelo dela. Chorou pelos mortos e pelos vivos. Chorou porque o sabor amargo em sua língua era mais do que você podia suportar. Chorou porque você se sentia estúpida e ingênua. Chorou porque sabia o que deveria fazer agora que ela havia partido. Chorou porque ela havia quebrado a aliança, a promessa e o seu coração.

                Chorou porque você nem ao menos podia contar quantas vidas havia tirado.

                Chorou porque era culpa dela.

                (E porque você ainda ardia por ela.)

04

                Você arde por ela como ardeu no quinquagésimo sétimo dia depois de ter deixado tudo para trás. Foi a primeira vez que você se permitiu a isso depois de Mount Weather. Seu corpo estava coberto de peles de animais e machucados que a natureza estampara em sua pele. Seus cabelos estavam longos, emaranhados e tingidos de vermelho. Havia chovido a noite inteira, e agora, pela manhã, o cheiro de terra molhada inundava suas narinas e suas memórias. As árvores pareciam mais verdes e, pela primeira vez depois de destruir uma montanha, você deixou com que a fraqueza a acolhesse, e então pensou nela. Pensou nas adagas que ela carregava na coxa e na espada em sua cintura. Pensou nos cabelos longos e trançados. Pensou na bonita escultura de seu maxilar. Pensou na boca que uma vez cobrira a sua. Pensou na traição e na desonra. Pensou no quanto você a odiava, e no quanto não podia odiá-la.

                Então parou de pensar. Você não queria mais aquela ardência, e desde que não pensasse, isso não a consumiria.

                (O peso dessa mentira posou em seus ombros e ali ficou.)

05

                Você arde por ela assim como ardeu quando Niylah explorava seu corpo. Ela não parava de falar e você não estava com paciência. Você deixou bem claro que conversas eram a última coisa que você precisava naquele momento. Ela entendeu e logo o que você realmente precisava estava acontecendo. Era um alívio ter algum contato com outra pessoa depois de longos meses de confinamento e solidão. Você a beijou com desespero, algo próximo da fúria. Sua língua era ávida e sedenta. Doçura não era algo que te interessava. Você só precisava sentir.

                Algo gritava no fundo da sua mente. A voz dela te chamava, mas você a ignorou. Niylah era real, estava ali, em carne e osso, e você não estava disposta a se entregar a um fantasma. Mas você não foi forte o suficiente e assim o fez. Amor é fraqueza foi gravado em chamas em seu cérebro, mas você não deu atenção. Aquilo não era amor. Você não tinha ideia de que porra era aquilo, mas não era amor. Não podia ser. Você só precisava se lembrar dela, apenas por um instante, para abrandar e torturar a sua alma.

                Quando o orgasmo atravessou seu corpo, você apertou os lençóis com força, engolindo o nome dela.

                (Mas você não pôde evitar a visão de seu rosto atrás de suas pálpebras.)

06

                Você arde por ela assim como ardeu quando o capuz foi removido de sua cabeça e você pôde, depois de tanto tempo, ver o rosto dela novamente. Olá, Clarke, foi a primeira coisa que ela disse, e você não sabia o que fazer. Nunca pensou que a veria de novo, nunca pensou que ouviria o som da sua voz ou presenciaria o vislumbre de seu poder novamente. Em seu trono, na parte mais elevada da sala, ela era a mais absoluta e divina realeza. Seu corpo congelou de surpresa e um sentimento que arranhava seus ossos por onde passava.

                Ela ordenou que os guardas te levantassem, e assim eles fizeram. Com cuidado, como uma menina de movimentos hesitantes, ela removeu a mordaça que te calava. Ela dizia alguma coisa, mas você não podia se focar muito bem. Mas você entendeu aquelas palavras perfeitamente. As que despertaram o ódio dentro de você, as que trouxeram à tona toda a cólera enjaulada em seu espírito. Eu preciso de você.

                Você cuspiu e xingou. Gritou e esperneou, e enquanto você era levada da sala como um animal furioso, você a assistiu ficar pequena e sôfrega.

07

                Você arde por ela assim como ardeu quando pressionava a lâmina afiada de uma faca em sua garganta. Ela não se mexeu sequer uma vez, para se afastar ou para implorar que você não o fizesse. Ela permaneceu ali, parada e rígida, seus olhos cheios de pesar. Sinto muito, ela sussurrou e você quebrou. Você a empurrou para longe e derrubou a faca no chão, dando suas costas para ela porque lágrimas escorriam por suas bochechas e você não queria que ela te visse daquele jeito, tão fraca e patética, incapaz de se vingar daquela responsável por toda sua miséria.

                Você disse a si mesma de que não conseguiu matá-la porque não podia ter mais sangue em suas mãos.

                (E ignorou a voz que sussurrou em seu ouvido dizendo que você só não a matou porque ela era ela.)

08

                Você arde por ela como ardeu quando se encontrou em um quarto escuro e frio, mas decorado com a luz incandescente de dezenas de velas. Skaikru era o 13º clã agora. Você devia segui-la, mas ela cuidaria e protegeria você – seu povo. Você havia se ajoelhado diante a ela, em uma cerimônia política e espiritual, usando vestes e pintura Grounder. Wanheda jurava lealdade à Heda e isso garantiria que a descrença que havia pairado sobre ela fosse esquecida. Afinal, se aquela que comanda a morte se põe perante a ela, isso significava que ela era mais do que capaz.

                Mas aquilo fora uma atitude formal e estratégica. Você ainda não confiava nela, mesmo sabendo que a segurança de seu povo era mais certa se posta sob os cuidados dela. Você estava pronta para dar seu discurso. Toda a amargura que sentia em forma de palavras prestes a sair de sua garganta. Se me trair de novo..., você começou, mas ela não te deixou terminar. Ela prometeu que não faria outra vez, e, para solidificar sua lealdade, se colocou de joelhos diante de você, assim como você havia feito mais cedo, mas a diferença era que só estavam vocês duas. Não haviam guardas ou embaixadores de outros clãs. Eram só vocês e sua história da qual ninguém tinha o verdadeiro conhecimento.

                Eu juro fidelidade a você, Klark kom Skaikru. Prometo tratar suas necessidades como as minhas e o seu povo como o meu povo, foram as palavras suaves, mas tão poderosas, que saíram de seus lábios. Dizer que você estava surpresa seria um eufemismo. A Comandante não se curvava a ninguém, mas ali estava ela, se curvando diante de você.

                Quando ela havia se colocado de pé depois de você ter oferecido sua mão, você a olhou nos olhos e, pela primeira vez em três meses, sentiu que talvez poderia se libertar de sua raiva e mágoa.

09

                Você arde por ela assim como ardeu quando a viu naquela arena, parecendo tão pequena e frágil ao lado de Roan. Quando ela te viu no meio da multidão, você pôde sentir todo o peso do mundo. Ela te olhou como se fosse a última vez, transmitindo um milhão de segredos em seu olhar envolto por pintura de guerra. Havia uma espada grande demais em suas mãos e o primeiro golpe foi o dela, um corte rápido e reto no braço do Príncipe de Azgeda.

                Mas então ele a trouxera de joelhos e ela tinha os dedos envolta da lâmina que ameaçava atingir seu pescoço, sangue negro pingando no chão. Você sentiu algo se remexer dentro de você, e sua própria mão formigou. Com um movimento veloz, ela o atingiu no rosto e você teve quase certeza que o nariz dele havia sido quebrado naquele momento. Roan a golpeou novamente, mas ela se recuperou. De alguma maneira que seus olhos não conseguiram acompanhar, ela tinha duas espadas. Ele, desorientado por um segundo, atingiu um guarda com um soco e tomou sua lança. O que veio a seguir foi como uma maldita dança. Ela rodopiava em uma coreografia graciosa e mortal, o aço cortando o ar.

                Quando o príncipe conseguiu tirar ambas as espadas de suas mãos e chutar seu peito, fazendo com que ela caísse, você sentiu como se o universo parasse por um instante. Ela iria morrer. Ela iria morrer e o ar estava denso e escasso e você queria gritar e correr até seu corpo prostrado e defendê-la, porque ela iria morrer e você não podia acreditar que ela ousaria te deixar outra vez.

                Ela não ousou.

                Ela desviou da lança rolando para o lado, chutando as pernas de Roan no processo. Você a viu levantar e desviar de cada golpe, conseguindo tomar a arma dele e virando o jogo a seu favor. Em um piscar de olhos, o príncipe estava no chão, seu sangue se misturando com as cicatrizes e a tinta branca em seu rosto. A ponta afiada da lança mirava o pescoço dele e a rainha grunhiu algumas palavras raivosas, mas você não deu ouvidos. Tudo o que importava era ela.

                Você só notou Nia quando a lança estava enterrada em seu estômago e ela caíra morta em seu lugar.

                Você estava atônita, mas compreendia. Nia estava morta por sua traição e insolência. Estava morta por seu golpe covarde contra a Comandante. Estava morta por sua filosofia venenosa e seus métodos cruéis.

                Estava morta por Costia.

                Jus drein jus daun.

          E enquanto a multidão clamava por ela, você encontrou seu coração fazendo a mesma coisa.

10

                Você arde por ela assim como ardeu quando você estava cansada demais de tentar ignorar o que sentia, cansada demais de fingir que aquilo era só o seu dever, cansada demais de esconder o desejo cada vez que você olhava para ela.

                Foi você quem a beijou pela segunda vez. Ela não tomaria a iniciativa, porque ela agia perto de você como se pisasse em ovos, como se um movimento em falso destruíra todo o progresso que vocês haviam feito. Ela não tomaria a iniciativa porque você nunca conheceu uma pessoa mais respeitosa e cuidadosa do que ela, que queria ter a certeza que ela não estaria ultrapassando nenhum limite. Ela só queria ter certeza que aquele “Ainda não” havia se transformado em “Eu estou pronta”.

                Então você mostrou a ela que, sim, você estava pronta. Você provavelmente nunca poderia perdoá-la completamente por ter te abandonado, mas você compreende a sua escolha, compreende o mártir de ter tantas pessoas dependendo de suas decisões, compreende o fardo de vidas serem mantidas ou levadas por uma escolha sua. Você demorou para criar a coragem de admitir, mas teria feito o mesmo se estivesse na posição dela.

                Quando a beijou, foi como se não existisse mais nada. Você sentiu aquelas estúpidas borboletas e viu o brilho das constelações que ficavam do lado de fora de seu quarto quando ainda estava no céu. Ter os lábios dela nos seus novamente foi como uma experiência religiosa, da qual ela era sua salvação e você a dela. Ela estava hesitante no começo, temendo qualquer reação inesperada e negativa sua, mas você fez questão de mostrar que aquilo era tudo o que você queria, rodeando seus braços ao redor do pescoço dela e abrindo sua boca para que ela pudesse lamber seu sabor. A língua dela tocou a sua e você gemeu. Mãos firmes estavam em seus quadris e você só queria devorá-la. Você a beijou como nunca beijou ninguém antes. Você deixou com que a língua dela explorasse sua boca e fez a mesma coisa com ela. Ela mordeu seus lábios e você os dela. Ela te roubou todo o ar e você o dela. Ela beijou seu queixo e a maçã de seu rosto, entre seus olhos e depois sua testa.

                Quando você chorou, ela ficou apavorada, mas você a beijou novamente para acalmá-la.

                Você só estava feliz.

11

                Você arde por ela assim como ardeu uma noite depois do beijo.

                Você não queria mais ter que esperar e ela também não. Então, quando velas iluminavam o quarto, você beijou sua boca lentamente, fazendo questão de arrastar suas mãos por seu pescoço e ombros, bíceps e sua cintura, posicionando as mãos dela sobre suas nádegas enquanto você desatava o nó do roupão de seda negra que ela vestia.

                Ela apertou sua carne e você suspirou, enfiando a mão entre seus cabelos soltos e saboreando seus lábios. Quando ela está pronta para tirar as próprias sedas que cobrem o seu corpo, olhos verdes e zelosos encaram os seus, perguntando, silenciosamente, Você tem certeza?

                Quando você mesma tira suas roupas e fica nua diante dela, a resposta foi dada. Ela te beijou novamente e te puxou para aquela cama pretensiosa, gigantesca e confortável, cheia de detalhes feitos à mão e candelabros com dezenas de velas acesas. Mas antes que qualquer uma de vocês pudesse se deitar, você deslizou o tecido suave do corpo dela, porque você está queimando para poder olhar cada pedaço. Durante um momento, você bebeu da visão daquela mulher. Pele tatuada e estampada de cicatrizes aqui e ali, mas inegavelmente macia. Músculos rijos e formas esguias e femininas, abdômen sutilmente definido, seios pequenos e firmes. Ela é linda e você está sem ar por um segundo, mesmerizada demais para respirar.

                Ela colocou seu corpo em cima do dela, e você se esfregou contra ela sem o menor pudor, choramingando ao senti-la em todos os lugares. Quando ela te beijou, cheia de língua e dentes e saliva e luxuria, seus cabelos são puxados possessivamente, e você amou tanto aquilo que nunca mais quis que ela parasse.

                Você estava molhada e mostrou isso a ela, roçando sua umidade na coxa bem definida. Sem te tirar de sua posição, sem parar de te beijar ou de puxar seus cabelos, com a mão livre, ela te tocou exatamente onde você precisava. Você gemeu embaraçosamente alto quando ela passeou com os dedos por seus lábios inchados e pressionou delicadamente sua entrada ansiosa. Mas é quando ela toca seu clitóris pulsante que você perde o controle. Seus quadris se movem involuntariamente e ela entende o recado. Você precisa senti-la, precisa que seja rápido e certeiro, precisa que ela sacie do desejo que te corrói a tanto tempo. Você precisava gozar. Ela poderia ser romântica e cortês o quanto quisesse, mas não naquele momento. Naquele momento, tudo o que você queria era gozar longa e deliciosamente em seus dedos e você concluiu que ela também queria a mesma coisa, já que ela fez movimentos acelerados em sua carne melada de excitação.

                De repente, ela te colocou deitada na cama e ela está por cima, beijando sua boca com paixão e desespero. Depois ela se arrastou para baixo, deixando uma trilha úmida de beijos no caminho. Quando ela se posicionou no meio de suas coxas amplamente abertas, olhou para cima, íris verdes brilhando de tesão. Ela nunca desviou os olhos dos seus quando provou do seu sabor pela primeira vez, e o contato visual só foi quebrado porque o prazer era demais e você teve que fechar os olhos e jogar a cabeça para trás, gemendo e suspirando.

                Você gozou com um gemido estrangulado – os guardas que ficavam na porta do quarto certamente te ouviram, mas você não dava a mínima se toda Polis te escutasse sendo arrebatada pela Comandante deles. Quando ela te beijou, seu próprio gosto inundou seu paladar. Seu clitóris ainda pulsava e você queria mais, mas também queria assisti-la se desfazer por sua causa. Ao tocá-la e sentir o quão molhada ela estava, e ouvir o gemido contido e sofrido que ela deixou escapar, você teve certeza.

                Você a amava.

∞

                Você arde por ela como sabe que vai arder por mais tempo que você possa imaginar. Você arde por ela quando ela te olha ou quando te toca. Você arde por ela quando ela é a Comandante e você a Embaixadora. Você arde por ela quando ela se mostra tão dedicada ao seu povo ou quando ela treina seus Nightbloods com tanta devoção. Você arde por ela quando ela está pronta para batalha, em cima de um cavalo, de armadura e pintura de guerra. Você arde por ela quando ela é apenas uma menina, que gosta de beber vinho porque é a bebida mais doce e que gosta de poesias e canções. Você arde por ela quando ela te beija ou quando ela te faz delirar de prazer.

                Você arde por ela desde que estava presa em uma lata de metal no espaço, sonhando com a Terra.

                Você arde por Lexa agora, assim como vai arder infinitas vezes mais.