Choque de Tempo escrita por Miss Krux


Capítulo 2
Quem é a presa e quem é o lobo?




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Roxton ficou tão surpreso quanto Marguerite ao ver o amigo sair com tamanha pressa. Marguerite, ainda tentando entender o que aconteceu, encara John como se pudesse especular algo que lhe oferecesse alguma informação.

M – Ele não andou tomando os elixires dele novamente, não é? Porque, definitivamente, se ele fez isso você irá atrás dele sozinho. Com a temporada de chuva, tudo está que é só lama; e eu odeio lama, até porque você sabe o que houve na última vez que “brincamos” com lama.

Agora é Roxton que está surpreso com o comentário da bela morena diante de seus olhos. Por um instante ele esquece seus pesadelos, sua culpa e todo seu remorso; seus pensamentos se voltam apenas para ela: “Como é bonita, nunca me perdoaria se a perdesse. Ainda que de mau humor, nunca deixaria ninguém tomá-la de mim”. E é claro que ele se lembrava da ultima vez que “brincaram” na lama. Com um sorriso nos cantos do lábio, Roxton se aproximou o suficiente de Marguerite para deixá-la entre uma das colunas da casa da árvore e próximo demais de seus lábios, podendo ambos sentir o ar quente um do outro.

R – Então, se me lembro bem, Vossa Alteza, o banho de lama começou por sua causa; se tivesse me ouvido não teria tocado naquela planta e não teríamos tido aquela alergia, ou seja, não precisaríamos ter tomado nenhum banho de lama, embora eu não me arrependa. Aliás, poderíamos ter chegado a ter o banho quente juntos.

Marguerite estava irritada, de mau humor e frustrada; seus planos tinham fracassado para aquele dia, a temporada de chuva estava mantendo-os dentro de casa há alguns dias e agora a sós com Roxton... Ela o amava, tinha certeza disso, mas ainda não estava pronta. Seus medos, seus demônios interiores, podiam ressurgir a qualquer momento e só o pensamento de perder Roxton era como se lhe faltasse o chão. Mas afastando todos esses pensamentos no momento, ela decidiu afastar também o belo caçador.

M – Até parece, John. Nós dois tomarmos banho juntos?! Você continua o mesmo lobo esfomeado, se esgueirando à procura da presa.

Roxton, agora descontente e irritado com o comentário, diminui mais ainda o pouco espaço entre eles, abaixando-se na altura do ouvido de Marguerite, quase mordiscando, e diz num tom suave e ao mesmo tempo ameaçador:

R – Não pensei em um banho, não agora. E também não preciso mais me esgueirar, já encontrei minha presa.

Marguerite sentiu seu sangue ferver. Logo seu rosto ruborizou em um tom de rosa. “Como assim ‘presa’?! Eu não sou um pedaço de carne. Se ele pensa que vou ceder está muito enganado. Calma, Marguerite, não vá deixar as emoções falarem por si”.

M – Você está muito ousado, Lord Roxton. Devo informá-lo que não sou sua, nem de ninguém, por isso antes de me comparar com uma presa, ou com mais uma de suas conquistas, pense muito bem nisso.

Roxton perde a paciência, toda a calma mantida para que ela não se sentisse pressionada e a toma em seus braços. Uma de suas mãos ágeis prende a cintura da herdeira o mais perto de si quanto consegue, enquanto a outra invade os cabelos negros dela permitindo, assim, que seus lábios estejam quase que inseparáveis ou, pelo menos, a sua mercê. A herdeira tenta recuar, ou mesmo até mordiscar os lábios de Roxton, mas isso só o faz apertá-la ainda mais contra si. Até que ela mesma, sentindo o corpo do caçador tão perto e sua respiração instável, já não resiste mais. Marguerite o retribui de igual maneira; seus beijos são tão vorazes como ao mesmo tempo delicados, necessitados, e suas mãos pequenas e delicadas o puxam mais e mais para si. Uma de suas mãos agarra-se ao pescoço de John e com a outra crava suas unhas em um dos ombros de seu amado.

Quando finalmente eles se soltam apenas o suficiente para retomarem o fôlego, a expressão de Marguerite já está mais suavizada, todos os seus medos e segredos nos braços daquele homem, o homem de sua vida, haviam desaparecido. Como que quase num sussurro, a morena com os lábios tão perto de John que chegava a roçar nos dele enquanto falava, o surpreende novamente.

M – Devo lembrá-lo que estamos no meio da sala e não em nossos quartos?

Roxton estava ciente do local que estavam, mas não ciente de que a mulher em seus braços iria querer prosseguir o que haviam começado, e com esse comentário ele teve certeza que era um sinal de que poderia continuar. Mas um pensamento surgiu em sua mente, uma travessura que ele ainda não havia pensado até agora.

M – John, você me ouviu? Não gosto quando me olha assim, com esse brilho no olhar. Como se fosse um menino prestes a cometer alguma arte.

Marguerite estava certa: John estava prestes a cometer uma arte. Ele a olhou bem no fundo dos olhos e logo começou seu caminho de beijos quentes por seu rosto e descendo até o pescoço.

R – Você está certa, minha querida, eu não só estou prestes a cometer uma travessura como já estou cometendo. A sala é um lugar onde nunca tivemos a oportunidade de experimentar e por hoje temos a casa só para nós dois.

Marguerite arregalou seus belos olhos verdes acinzentados já compreendendo o que o caçador queria dizer, como se pudesse ler seus pensamentos. Um sorriso tímido brotou em seus lábios, Roxton definitivamente sabia como fazê-la se sentir uma adolescente aprendendo a amar e incendiá-la como uma mulher vivida, que ela era. Após ver o sorriso de Marguerite não teve mais dúvida alguma de que sua amada estava, aos poucos, quebrando suas barreiras e que logo ela estaria pronta para assumir seu relacionamento abertamente.

Roxton corria suas mãos para os botões da camisa lilás da bela morena, que dançava seus dedos no suspensório dele, enquanto seus lábios eram invadidos: beijos molhados, selvagens e cada vez mais intensos. Já fazia mais de quatro meses que haviam ficado presos naquela caverna, o relacionamento entre eles estava avançando, mas eram poucas as vezes que podiam ficar a sós – principalmente na casa da árvore – e ambos sentiram que deveriam se entregar um para o outro naquele momento. John guiava Marguerite para o sofá, mas sem se separar, enquanto ela deixava sua camisa cair pelo chão e já passando para tirar a do belo caçador. Feito isso, com cautela, Roxton se deita sobre sua amada já no sofá. Seus beijos correm para baixo dos seios dela para que pudesse tirar-lhe as botas e a calça cáqui e também depositar beijos nas belas pernas, sentir o gosto da pele macia em seus lábios.  De tão perto pôde sentir o frescor deixando-o completamente embriago, desejando-a mais e mais. Ouvindo os gemidos da herdeira o belo caçador já não se controlava mais; ele mesmo tira suas poucas peças de roupa que ainda restavam e toma novamente os lábios de Marguerite como se suplicasse por eles, como se necessitasse deles mais do que tudo que havia no mundo. Marguerite, por sua vez, queria sentir o prazer de ver Roxton se contorcer de vontade – não que já não tivesse visto, mas ela achou que seria sua vez de provocá-lo, de lhe arrancar gemidos. Ela consegue se esquivar a tempo antes de John se apoiar totalmente sobre ela, por um segundo ele pensa que a herdeira estava desistindo, que estava recuando.

R – Ora Marguerite, você não, não vai...

Mas John não consegue completar a frase, pois Marguerite intervém com seus dedos nos lábios dele e com os olhos estreitos, medindo o caçador, como se agora ele fosse a presa e ela a loba.

M – Shhh... Vamos ver quem é a presa e quem é o lobo.

Roxton encara Marguerite como se tentasse descobrir o que ela estava prestes a fazer e não pode deixar de pensar: “Ah minha Marguerite... Você me surpreende mais a cada dia”.

A bela herdeira desliza seus dedos da boca de John para seu tórax definido e bronzeado deixando rastros molhados, continuando a descer até seu membro ereto. Atingindo seu objetivo, faz Roxton se contorcer de prazer a cada toque, a cada beijo, lhe arrancado gemidos, deixando sua respiração fora de compasso. Roxton sufocava seus instintos para que ele não explodisse de prazer, mas ela o estava deixando louco: sua língua tocando a pele dele, seus corpos tão pertos, ambos quentes (mais precisamente fervendo). Ela não pôde deixar de ver o quanto John estava se segurando, mas ela queria mais, queria despertar o “lobo esfomeado” que se esgueirava por perto dela quase que sempre desde o dia em que se conheceram. Agora era ela quem estava por cima e John Roxton, obediente como um gato posto na coleira, por baixo, mas não por muito tempo. Roxton sente suas partes se tocarem e já não se segura mais: ele precisava dela, precisava sentir que ela era sua. Ele segura firmemente a cintura da mulher e, sem mais demoras, ele a faz sua, demonstrando o quanto ele era louco por ela, o quanto a desejava e o quanto a amava. E quando Marguerite deita sobre seu peito, ambos já tomados pelo cansaço que lhes atingia após seu ato de amor, Roxton carinhosamente sussurra em seus ouvidos.

R – Você, Marguerite, sempre será a minha “loba”, sempre será a mulher de fogo e aço, aquela que colocou Lord John Roxton na coleira. E eu a amo, daria minha vida pela sua.

Marguerite, sobre a proteção dos braços fortes de seu caçador, mostra um sorriso no rosto; e já embarcando para o mundo dos sonhos sussurra quase de forma incompressível:

M – Meu lobo esfomeado...


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