Os conheço desde que foram colocados no mundo. Desde então, soube que seus caminhos se cruzariam por diversas vezes e seriam opostos, mas também sabia que poderiam trilha-lo juntos, pois ambos se completam. Assim como “estou olhando” por todos, eles se sobressaíram aos meus olhos.

Você deve estar se perguntando quem eu sou. Prazer chamo-me Destino! E como muitos acreditam, o destino de cada um não está completamente determinado. Ele pode mudar completamente, e o que vai decidir isso não serei eu, mas sim as ações humanas. Alguém pode ter como destino ter um futuro brilhante como médico, mas ter interesse verdadeiro por ser professor. E assim funciona o livre arbítrio!

Mas voltando as duas pessoas em questão, sempre acreditei que eles funcionariam muito bem juntos. Com suas qualidades e defeitos, Draco Malfoy e Hermione Granger tem tudo para acabarem em um final feliz, como também, tem tudo para acabar da pior maneira possível.

O destino deve estar nos olhando
Com aquela cara de quem diz
Eu tentei
Juntar vocês dois

  Assim que aquela bebê nasceu, soube que deveria ser destinada a ser uma brilhante bruxa, mesmo sendo nascida trouxa. E não me arrependo de minha decisão. Ela não decepcionou-me.

Os anos passaram e, ambos cresceram e ingressaram em Hogwarts. Draco veio com preconceitos herdados de sua linhagem. Mas isso não impediu de no fundo de sua mente despertar um leve interesse naquela garota que odiava. Ele era mimado, egoísta, preconceituoso, não sabia dar valor a pequenos momentos, aos sentimentos. Ela ao contrário, adorava seus momentos com os amigos, suas imersões no mundo dos livros, era leal, inteligente, corajosa. E assim os anos passaram.

No sexto ano, resolvi dar uma ajuda. Um toque do destino! Torci para que desse certo. Afinal era um ano difícil, em especial para Draco. Ele precisava de uma luz. Mas como já lhes disse, o resultado depende das ações, e infelizmente o resultado obtido não foi o esperado por mim.

O destino deve estar nos olhando
Decepcionado
Que pena
Que pena

 Naquele ano ambos eram monitores. Em uma tarde livre, eles foram apartar uma briga, mas Draco acabou levando um soco em sua cara. Hermione aplicou as devidas advertências e descontou os pontos de Corvinal, Grifinória e Sonserina. Então, ajudou Draco a se levantar, dando apoio para o mesmo caminhar. Ele ainda estava zonzo pelo soco.

─ Malfoy você está sentindo-se bem? ─ Pois via o rapaz cada vez mais pálido.

─ Não preciso de sua ajuda, Granger. Estou apenas um pouco zonzo. ─ Respondeu da maneira mais ríspida que conseguiu. ─ Na verdade além do mal-estar, estava sentindo-se muito atraído pela Granger o ajudando.

─Sim, estou vendo que não chegará na enfermaria. Vamos Malfoy, pare de birra desta vez, e colabore! Vou lhe deixar na enfermaria, para a Madame Pomfrey tratar desse machucado.

Logo chegaram ao destino, e Hermione contou a enfermeira o ocorrido. A senhora pediu para ela ficar acompanhando Malfoy, pois administraria uma poção, e precisava que fosse observado, caso ocorresse alguma reação. No fim ela aceitou, pois não teria escapatória. Ficou olhando para as paredes, teto, chão, até que seus olhos castanhos pousaram em Draco. Ele parecia morto. Ela resolveu conferir, cutucando e chamando por ele.

─ Ei, Malfoy! Acorde! Está se sentindo melhor? Precisa que chame Madame Pomfrey novamente?

O mesmo não a respondeu, e ela chegou mais perto para conferir o pulso do mesmo. Quando estava tocando-o no pulso, o mesmo abriu os olhos, agarrou a mão dela puxando-a para cima de si. Hermione caiu sobre a cama, soltando um gritinho pelo susto.

─ Quer me matar garoto? Precisava me assustar desse jeito? Doninha salt... ─ Não pode terminar pois Draco se aproximou, e selou seu lábios em um beijo exigente. Ela arregalou seus olhos, mas após insistência dele em prosseguir com o beijo, ela acabou cedendo. Quando o ar os faltou, se separaram. E Hermione tratou de se recompor.

─ Acho que você ainda está zonzo do soco que levou. Tens noção do que acabou de fazer? Não chegue mais perto de mim. ─ Finalizou olhando-o mortalmente.

─ Relaxa Granger. Sei muito bem o que fiz, não estou mais tonto. ─ Sorriu de canto enquanto a encarava.

─ Então o que você estava pensando? Somos inimigos, você vive jogando em minha cara sobre meu sangue. E agora isso? Um beijo? ─ Olhou-o exasperada.

─ Entenda que isso era quando mais jovem, desculpe por lhe importunar com este preconceito bobo, mas entenda, fui criado para ser assim. ─ Falou sincero. Ele via que Hermione não conseguia fechar a boca, tamanha a surpresa.

─ Tens certeza que, realmente esta bem? Porque você acabou de me pedir desculpas! A pancada deve ter sido mais forte do que pensei. Vou chamar Madame Pomfrey para lhe examinar melhor. ─ E assim ela se foi, deixando pra trás um Malfoy com um brilho nos olhos e um sorriso sacana no rosto.

─ Ah Granger! Você ainda vai se render a mim... ─ Alguns minutos depois a enfermeira chegou para examina-lo novamente, pois segundo a Srta. Granger ele não estava falando coisa com coisa. Após nada de errado aparecer, ele foi liberado da enfermaria e voltou para seu dormitório.

No jantar, Hermione sentia-se observada. Olhou ao redor e acabou parando na mesa da Sonserina, onde um loiro mantinha o olhar sobre si. Tentando ignorar, assim como o acontecido da tarde, ela engatou uma conversa com Gina para se distrair.

Na hora da ronda, lembrou-se que a mesma seria com Malfoy. Chegou no local marcado para inícios de ronda, e lá se deparou com o loiro a aguardando.

─ Boa noite Granger! Como foi seu dia? ─ Perguntou debochado.

─ Não é da sua conta. Vamos começar logo com está ronda.

─ Com medo de ficar a sós comigo? ─ Questionou com sarcasmo na voz.

─ Até parece que vou ter medo de você Doninha! Quero apenas me deitar, estou com dor de cabeça. ─ Terminou em um muxoxo. Depois do breve dialogo iniciaram a ronda. Hermione ia a frente de Draco por algumas passadas. Ele alternava seu olhar entre os corredores e ela. Não queria admitir, mas ela mexia com ele de uma maneira que seu pai o mataria se soubesse. Não era de agora que a notava, sempre a achou brilhante, mas não gostava de sentir-se rebaixado. Sempre foi um ótimo aluno, mas ela era excelente. No final da ronda, Hermione já se despedia quando Draco pediu para conversar com ela.

─ Seja rápido, o que quer? ─ Pediu terminando em um bocejo cansado. Ficou olhando-o e aguardando uma resposta. Ele não disse nada, deu um passo, cortando a distancia que os separava e a beijou com volúpia. Ela não resistiu, e aproveitou toda a onda de sensações que tomava conta de si. Ao separarem, ela logo disse para manter distancia, e perguntou o que estava acontecendo.

─ Simplesmente quero ficar com você. ─ Disse devorando-a com os olhos.

─ Está louco? Somos inimigos! Como vamos ficar assim do nada? Acha que sou quem, hein? Uma vadia que vive momentos tórridos com um babaca? ─ Falou tomada pela raiva.

─ Nada disso, acho que você é muito certinha, e gosto disso. Proponho sermos amigos coloridos. O que acha? ─ Segurou-lhe pelos ombros, olhando dentro dos olhos dela.

─ Fala sério mesmo? ─ Ele lhe assentiu positivamente. ─ Ok, mas ninguém pode saber. Não quero ser alvo de comentários sobre meus envolvimentos amorosos por aí. E que fique bem claro Malfoy, não gosto de você. Mas não posso dizer que não me atrai. Na frente dos outros seremos os inimigos de sempre. Fechado? ─ Finalizou dando um risinho e o avaliando de cima a baixo.

─ Fechado! Sabia que não resistiria a minha perfeição e encanto. E não se preocupe, não sei amar. Disse apenas que lhe gosto. ─ Hermione sorria do comentário, quando ele a agarrou, a beijando mais uma vez.

Que a gente estragou tudo
Porque pensamos tanto em ser perfeitos
E os perfeitos não sabem amar
A gente estragou tudo
Por apontarmos tanto os nossos erros
E os erros vão sempre estar aqui

O destino deve estar nos olhando
Com aquela cara de quem diz
"Eu tentei
Juntar vocês dois"

E assim se seguiu o tempo e eles mantinham esse relacionamento escondido de todos. Eles cada vez mais gostavam da companhia um do outro. Mas a vontade de serem perfeitos começou a pesar. Draco queria ser perfeito como sangue puro para ser aceito e satisfazer seu pai e Voldemort. Enquanto, Hermione queria ser a aluna perfeita e conseguir ajudar na guerra o melhor possível. Sentia que se falhasse, estaria decepcionando todos que a cercavam e dependiam dela. Ela percebia que Draco estava cada vez mais estranho, e as brigas estavam cada vez mais frequentes e piores. Os defeitos do outro incomodavam cada vez mais, e nas brigas eles e os erros do outro eram jogados na cara. A busca para serem melhores ocultou o que realmente eles desejavam, os sonhos ficaram esquecidos. Ficaram cegados pelos próprios erros, enxergando apenas os alheios.

Até o dia que Hermione resolveu terminar o lance deles. Ele logo concordou que seria melhor assim, pois ambos eram muito diferentes e as brigas só aumentavam. Assim acabou o relacionamento de Draco e Hermione. Foi um momento decepcionante.

O destino deve estar nos olhando
Decepcionado
Que pena
Que pena

 
O destino deve estar nos olhando
Com aquela cara de quem diz
"Eu tentei
Juntar vocês dois"

O destino deve estar nos olhando
Decepcionado
Que pena
Que pena

 
Que a gente estragou tudo
Porque pensamos tanto em ser perfeitos
E os perfeitos não sabem amar
A gente estragou tudo
Por apontarmos tanto os nossos erros
E os erros vão sempre estar aqui

Logo depois, Draco colocou os comensais para dentro do castelo; ocorreu a morte de Dumbledore; Harry, Rony e Hermione saíram a procura das horcruxes; estouro a segunda guerra bruxa; eles foram capturados pelos caçadores de recompensas; Hermione foi torturada por Bellatrix. Draco não pode fazer nada, a não ser implorar em pensamentos para que ela sobrevivesse. Suspirou aliviado quando Dobby, Potter e o Weasley a salvaram. Naquele momento percebeu que o que sentia por ela ia além de gostar. Era amor!

 
Não foi amor
E o que faltou
Foi o que então
Não me pergunte não

Não foi amor
E o que faltou
Foi o que então
Não me pergunte não

Depois, ficou pensando em seu relacionamento com ela. Não conseguia entender o real motivo para as desavenças terem sobressaído ao que eles tinham. Foi falta de amor? Não, definitivamente foi o orgulho deles o responsável. Que eles eram diferentes, ambos sabiam, mas esse obstáculo podia ser superado, mas o orgulho era complicado. Agora era rezar para o Santo Potter vencer, e ela ficar a salvo.

O destino deve estar nos olhando
Com aquela cara de quem diz
"Eu tentei
Juntar vocês dois"

 
O destino deve estar nos olhando
Decepcionado
Que pena
Que pena

Harry Potter venceu a guerra. Muitos entes queridos foram levados por minha amiga Morte. As pessoas tentavam se recuperar e voltar à normalidade. Hogwarts foi reconstruída. Os alunos que haviam perdido o último ano e quiseram voltar para termina-lo, o fizeram. E meus personagens favoritos neste mundo bruxo foram destes alunos. Hermione estava mais madura, decidida e acertada sobre suas decisões, e devo admitir que a última, terminar com Ronald, que ela tomou antes do seu regresso foi a mais acertada de sua vida. Não que ela seria infeliz, mas a monotonia e os desentendimentos desgastariam a amizade que eles possuem. Resolvi tentar mais uma vez juntar Hermione e Draco.

A diretora Minerva aprendeu muito com Dumbledore, e por esse motivo resolver dar uma chance ao garoto Malfoy. Ele e Granger foram nomeados monitores chefes. Qual não foi o espanto geral com essa notícia. Hermione estava furiosa. Mas depois de uma conversa com a diretora compreendeu seus motivos.

Na primeira reunião de monitores, o clima estava tenso. Ninguém estava confortável, com Malfoy ali, apenas Luna monitora da Corvinal, parecia simpática para com o rapaz. Hermione começou a reunião.

─ Boa tarde a todos! O que esperamos é um trabalho dedicado e sério de todos vocês. Como primeira reunião, só quero afirmar que se precisarem de qualquer auxilio não hesitem em nos procurar. Estaremos na sala de monitoria sempre que possível. E espero que caso precisemos da colaboração, todos sejam solidários. Bom, Malfoy você deseja acrescentar algo a mais? ─ Ele apenas acenou negativamente. ─ Então a reunião de hoje está encerrada. Não se esqueçam de combinarem a ronda de vocês. A disposição das áreas e duplas fica a critério de vocês.

Os monitores saíram da sala de monitoria, dando graças por não precisar ficar mais tempo próximo de Malfoy. Restaram apenas eles na sala. Hermione evitava olha-lo enquanto organizava os pergaminhos e papeis que estavam na mesa, mas tentava conversar com ele sobre o horário.

─ Malfoy, acredito que fique bom se revezarmos as rondas, horários, e as atividades da chefia. O que acha? ─ Ele nada respondeu. Ela então olhou para ver se ele estava ali ainda. Encontrou-o olhando para ela. ─ Malfoy, está surdo? Estou falando com você! ─ Ele levantou e prostrou-se em sua frente, e olhando em seus olhos, ajoelhou-se, falando.

─ Me perdoe Hermione! Por todo mal que lhe fiz! Por não ter tomado uma atitude quando você foi torturada. Por ter ficado do lado errado. ─ Ela ficou surpresa com tal atitude estava com cara de espanto, mas olhando pra ele, percebia todo o arrependimento, e dor que ele sentia por isso. ─ Talvez você não acredite, mas realmente sinto muito. Fiz o que fiz para proteger minha família de Voldemort, em especial minha mãe. ─ Era visível a amargura de suas palavras. ─ E quero que saiba que os momentos que passamos juntos, foram os melhores que pude viver. E fui um tolo em ter me afastado, mas creio que tenha sido melhor assim, para você não precisar ter corrido um risco a mais. Bellatrix já lhe fez muito mal assim. Não gosto nem de imaginar caso ela cogitasse a hipótese sobre nós. Perdão!

Hermione não sabia como reagir aquela situação. Não esperava que Malfoy estivesse em Hogwarts, quanto mais lhe pedisse perdão. Ela conviveu com ele, e aprendeu a decifra-lo. Sabia que estava sendo sincero. Nesse tempo Malfoy levantou-se e estava virando para sair, quando foi parado pelo puxão em seu braço. Ela quando percebeu que ele iria embora, deixou seu instinto agir, puxou-o pelo braço e abraçou como se o mundo fosse acabar. Draco não acreditou no inicio, mas quão real era aquilo, sentiu se grato e a apertou em seus braços.

─ Quanta falta senti disso. ─ Disse enquanto inalava o cheiro do cabelo dela.

─ Lhe perdoo Draco. ─Emocionada completou. Também senti. Sei que nosso orgulho venceu da outra vez, mas eu gosto de você. Mesmo com tudo que ocorreu. E isso me fazia ter raiva de você, de mim. ─ Terminou escondendo o rosto no peito dele.

─ Hermione você me aceitaria de volta? ─ Perguntou com voz esperançosa. Ela lhe olhou altivamente.

─ Podemos tentar. Eu gostaria. ─ Sorriu um genuíno sorriso de alegria. Ele aproximou-se e a beijou com carinho, esperança, saudade, dor e acima de tudo amor.

Como podem ver, consegui dar uma forcinha para eles finalmente se acertarem, fazendo com que a pessoa certa agisse para que eles estivessem em um mesmo lugar. E foi escolha deles darem uma segunda chance.

O tempo passou, eles conseguiram superar as diferenças. O caso evoluiu para namoro. Eles assumiram publicamente. Enfrentaram o preconceito dos outros. Um tempo depois família e amigos aceitaram. Formaram-se em Hogwarts. Cursaram uma faculdade. Ela virou chefe do Departamento de Execução das Leis da Magia, ele tornou-se medibruxo, trabalhando no Hospital St. Mungus. Nesse tempo foram morar juntos e quando já estavam com suas vidas estáveis, Draco a pediu em casamento. Hermione prontamente aceitou. Assim três meses depois eles subiram ao altar.

Cinco anos depois já tinham Scorpius, Rose e Adhara. A vida do casal foi feliz e plena, as vezes tinham uma briguinha para apimentar a relação, mas foi o sonho deles realizado.