The Feeler escrita por Gabrielus
O Cavaleiro da Chuva
Quando as gotas secaram da derradeira encosta,
Quando o sangue da colina não pôde mais sangrar.
De lá desceu o cavaleiro, suave e sutil em seu cavalgar.
O cavalo negro estava pintado de vermelho,
A armadura que brilhava, jazia ofuscada,
Pela chuva que chorava e lágrimas derramava.
A vitória era uma dádiva,
A vida seu prêmio.
Mas a batalha não lhe parecia mais bela,
Ou seus feitos menos violentos.
Ainda assim era uma conquista, abençoada pelos ventos.
Mas o ser que montava ao cavalo tinha,
Em suas lembranças, devaneios sangrentos.
Esquecidos eram os corpos dos caídos.
Alguém havia lhe dito que na guerra não havia inimigos,
E sim homens, com seus medos, desejos e vícios.
Mas isso não tranquilizaria uma mente perturbada como aquela.
No brasão do peito, uma águia era esculpida em fundo negro.
Esse era seu símbolo, o cavaleiro dos ventos.
E houve em si um resquício de vontade,
Em se entregar e voar para longe do alarde.
Só que agora seu símbolo era outro, tão terreno e tão mais parecido.
Aquele, na chuva que agora caía era um novo cavaleiro.
Honrei-te! Ó Cavaleiro da Chuva!
Que trazia ao brasão a angustia de vivenciar uma guerra...
Que trazia as lágrimas das mulheres viúvas e das mães desconsoladas...
Ora, aquele em pé ali jamais saberia o que guerra significava,
Somente depois talvez daquela primeira batalha.
Não era sua jovem idade, tampouco o desejo que aclamava glórias...
Era só um cavaleiro quando entrou na colina...
E saiu mais abençoado do que destinava sua própria sina.
Era agora parte da natureza, que reclamava seu novo nome...
O Cavaleiro da Chuva cavalga, com lágrimas em sua espada brandida,
Como o prêmio daquela pequena batalha vencida.
~Gabriel.
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