The Feeler escrita por Gabrielus


Capítulo 11
Lua




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Lua

Digna dama das noites repletas dos eróticos sonhos...

Iluminada, direta, cega aos olhos de quem acanha.

Às vertigens e os devaneios, o romantismo incumbido em mim ainda ama,

E braveja pela sua presença única à vida em minha cama.

Como o sereno pecado da carne fraca,

És clamor de virgens da arca sacra.

Teus encantos irresistíveis; ora escondidos pela sua escuridão...

Ora reveladas pelo teu luar.

Que propósito mais belo teu o de brilhar?

Uma corte ainda se encanta em lê-la nos contos e romances...

A bela viúva mortal dos adúlteros, preferida entre as amantes.

Doce seu luar retirante.

Acanhe, se aproxime, ame!

O som do tempo passa como um canto de sereia...

E às madrugadas lancinantes estás descrita em grandes seitas.

Debochada dama cruel das noites repletas de amores despachados...

Ama-te ao próprio brilho, ó narciso.

Conta com o inseguro das almas que te seguem bêbadas ao vinho...

Cavaleiros ainda tentam em vão descobrir teus mistérios,

Enquanto em branco cessam as lendas contadas pelos velhos.

Como te amam, ó destemida lua.

Quase como um deus, Afrodite, és vista nua.

Inepto às incertezas, a alma crua, seca, sua...

Por mais bela que a imagem nos rios se espelha,

Os dias chegam para os medrosos que às noites correm nas sextas.

Ó gloriosa dama, eu ainda serei livre para seguir-te durante madrugadas...

Pelo sonho de tê-la em minha plebeia cama, deitada.

~Gabriel.


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