A Vida de uma Anônima escrita por Pauliny Nunes
Existem pessoas que nasceram para chamar atenção de todos. Outras se esforçam ao máximo para receber o reconhecimento dos demais, independente de ser positivo ou negativo. Porém, há uma parcela que vive invisível aos olhos de todo mundo, é aqui onde me encaixava até conhecê-lo.
Assim como todas as garotas da minha idade, tive meu primeiro amor platônico que nunca foi correspondido. Aceitava bem essa condição de viver com a capa da invisibilidade a todo o momento. Só quem me via eram minhas poucas amigas e o garoto a quem dizia amar, mas ele não teve a capacidade de ir mais a fundo e descobrir isso.
Eu estava aceitando que iria viver sempre invisível aos olhos dos meninos, quando um deles me viu: Arthur. Ele era o meu oposto e mesmo assim veio até a mim. Não foi difícil me apaixonar pelo Arthur, pois ele tinha desenvoltura com as meninas e comigo não era diferente. Sempre conseguia me fazer sorrir e enxergar quem eu era através de seus olhos. Quando ele passou no Curso de Administração em outro estado e eu passei em Contabilidade na minha cidade, achei que ali seria o fim do nosso relacionamento.
Um dia antes de ele ir embora, foi até a minha casa pedir a minha mão em namoro aos meus pais. Foram os quatro anos mais longos da minha vida, mas toda vez que o via fazia valer a pena. Conversávamos todos os dias e sempre íamos visitar um ao outro. Nossos pais ficaram muito amigos e as festas sempre eram comemoradas juntando as nossas famílias.
Assim que me formei, ficamos noivos. Porém, eu não tinha emprego e o salário do meu noivo não dava para pagar as despesas do casamento, comprar uma casa e nos estabelecer. Então decidi trabalhar para ajudar a comprar a casa e pagar as despesas do casamento. A princípio, ele foi contra. Não suportava mais ficar longe de mim e queria começar a vida ao meu lado.
Discutíamos muito toda vez que surgia o assunto, pois ele acreditava que seria mais fácil eu arranjar um emprego na cidade dele que na minha. Eu já era contra, havia conseguido o emprego graças a uma amiga e não poderia desapontá-la saindo de uma hora para outra. Sempre conseguia convencê-lo dizendo que não poderíamos viver só de amor e precisávamos de estabilidade financeira. Só que estava ficando cada vez mais difícil, ele estava mais irredutível a cada conversa e sempre terminávamos brigados. Perdi as contas de quantas vezes tinha ido dormir chorando.
Depois de analisar a situação e as minhas finanças, decidi que era hora de ir atrás do meu futuro. Solicitei os dois meses de férias acumulada e comprei a passagem de avião. Fui atrás da minha felicidade.
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