Try To Name It escrita por Prytchz


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente, tudo belezinha?

Escrevi essa one há mais ou menos dois anos atrás, depois de uma conversa com as minhas amigas sobre as maravilhas do final da quarta temporada. Sou apaixonada por essa timeline, não tem jeito. Hoje me deu vontade de mostrar essa história pra vocês. Sei que existe incontáveis fics maravilhosas com essa temática por aí e espero que essa não decepcione.

p.s: Essa fic não foi betada, então, caso encontrem erros, apontem. Leitura saturada não me permite vê-los.
:}



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Castle levou um minuto para decidir se realmente deveria...

É, deveria.

Ele bateu com força e não precisou esperar muito, a porta se abriu e uma carranca de sono o saudou. Kate permaneceu em silêncio e ele precisou lembrar o que dizer.

As palavras de Jacinda reverberaram em sua memória: "Você continua se afogando em álcool e falando sobre honra e verdade, mas é o único covarde aqui."

Covardia. Era isso. Ele precisava esclarecer as coisas porque essa acusação não foi justa.

Mas antes os modos. Ele tinha modos.

Estendeu a garrafa para ela.

— Quer um gole? É escocês.

Ela o olhou de cima a baixo, quase com desdém. Como podia ser tão bonita? Uma tempestade ganhava força no castanho esverdeado de seus olhos, e aparentemente ela estava travando sua própria batalha, mas ele queria fazer parte.

Vamos lá, Kate, me desafie.

Ela pegou a garrafa, tomou um gole e olhou para ele por cima do gargalo.

—Nesse estado você ainda consegue discernir o que bebe? Estou impressionada. - alfinetou.

Ele não respondeu, apenas fungou e enxugou a boca com a manga da camisa.

— Escute, vamos esclarecer as coisas.

Os olhos dela se estreitaram e ele quase pôde ver a raiva faiscar e a onda de impaciência fluir através de seu corpo. Ela encostou o quadril na porta e ele olhou para baixo, completamente atraído. Os pés dela estavam descalços e o início de suas longas pernas se escondiam em shorts curtos de dormir. Os braços cruzados deixavam seus seios saltados na camiseta de gola v, e o corpo dele reagiu com desejo.

—Por favor, eu faço questão - ela disse com aparente tranquilidade.

Foco, Castle.

— Eu não sou covarde, você que é. - disse e passou por ela na intenção de procurar a garrafa que um segundo atrás tinha colocado em sua mão.

Kate fechou a porta e o seguiu. A surpresa ainda estampada em seu rosto.

— Me desculpe, o quê?

— O quê, o quê? - os olhos dele vagaram pela sala, procurando a bebida.

— Você disse que eu sou covarde. Importa-se de explicar?

Ele viu, estava na mesinha junto à porta. Foi em direção à garrafa com as mãos estendidas.

— Você sabe o porquê.

Ela bloqueou seu caminho.

— Não. Nem mais um gole. - Kate colocou uma mão em seu peito para mantê-lo longe da mesa e ele fechou a cara com raiva - Explique o que disse, Castle.

— Lembre-se de que foi você quem pediu.

Ele a pegou pelo braço e conduziu até a cozinha. Ficou de frente para ela e estavam tão perto que, na tentativa de se afastar, ela colidiu contra o balcão. Mas ele não estava disposto a joguinhos de gato e rato. Não esta noite. Aproximou o rosto do dela, seus lábios quase se tocando.

Ele queria beijá-la.

—Isso - Castle disse finalmente - Nós dois. Você não quer. Não quer porque é covarde. Não precisou dizer em alto e bom som, mas a mentira foi tão estridente que mal disfarçou a verdade.

Os olhos de Kate eram pura escuridão agora, a boca dela estava entreaberta como se desejasse a dele também. Isso, ou talvez estivesse muito surpresa por ter sido pega e precisar admitir as coisas das quais tem medo. Na verdade, ele não estava muito interessado em saber, só queria colocar os pingos nos is.

Ela piscou com força e engoliu em seco. Quando falou, a voz não passava de um sussurro.

— Vamos falar sobre isso quando você estiver sóbrio.

Ele se afastou dela, a raiva preenchendo seu peito. Cambaleou tentando achar o caminho para a porta, mas uma parede inconveniente apareceu em seu caminho. Ele tombou, a cabeça girando. Merda.

Não sabia como, mas um momento depois estava no banheiro e estava sentindo frio. Por que estava sentindo frio?

Kate estava muito perto, o toque dela era quente, era bom. Por que ela estava lhe despindo? Os seus dedos trabalhavam desabotoando sua camisa, cinto, calça...

Não.

Castle agarrou os pulsos dela e a afastou, evitando o seu toque.

— Não. Por que está tirando minha roupa? Você não quer isso, agora eu também não quero. Fique longe de mim, Beckett.

Ele sentiu as lágrimas queimarem em seus olhos e os desviou dela.

— Eu fico. Mas antes eu vou te ajudar, ok? Vamos lá, entre aqui, Rick.

Ele fez o que ela pediu e entrou na banheira. A ducha lhe atingiu logo em seguida e os seus joelhos cederam ao peso de seu próprio corpo.

— Kate - ele deixou que a tristeza assumisse seu lugar de direito - Por que você não me ama?

Ela estava sentada no vaso sanitário e olhava para ele com uma expressão nova, ele não sabia definir.

— Eles dizem...eles dizem "se você está realmente apaixonado por ela, livre-se dela". Como vou fazer isso, Kate?

Flexionou as pernas, aninhado-se em torno de si mesmo, deixando a água cair, talvez a lavasse dele...talvez a levasse dele.

— Como vou fazer?

Antes de fechar os olhos e tudo ser escuridão, pensou ter ouvido ela dizer "por favor, não faça.". Mas deve ter sido apenas os dedos afiados de seus sonhos lhe puxando para a inconsciência.

—__

Quando ele acordou, pôde notar algumas coisas de imediato. Primeiro: era dia; Segundo: ele não sabia como, mas estava numa cama estranha; Terceiro: a tal cama pertencia a Kate. O que lhe permitiu tal constatação foi o fato de que Kate estava sentada ao seu lado, observando-o. Ele arquejou.

— Jesus Cristo.

— Não - ela sorriu - Só Kate. Bom dia.

Quarta descoberta: ele estava com enxaqueca.

— Pra mim não é. Parece que tem um grupo de dançarinas de can can performando em minha cabeça. - Fechou os olhos com força e pressionou suas têmporas. - Eu bebi demais.

— Não tenho como discordar. Fiz café pra você - ela apontou para a mesinha de cabeceira.

—Hm. Faz muito tempo desde que tive uma ressaca dessas.

Castle começou a  apoiar os braços na cama e finalmente conseguiu se sentar. Pegou o café e bebeu enquanto tentava acessar a memória da noite anterior, mas tudo estava confuso. Por que estava ali afinal de contas?  Obrigou-se a encará-la.

— Então... Eu apareci aqui noite passada, obviamente.

— Sim.

— Você não me chamou, eu simplesmente vim?

Kate piscou e engoliu em seco. Ela estava desconfortável.

— Exato.

Oh. Ok. Ele concluiu que as chances de ter falado demais eram altíssimas.

— E eu provavelmente disse...coisas.

— Sim.

Respirou fundo e deixou que o movimento desempenhasse seu papel relaxante,  mas, claro, não serviu de nada.

—Me desculpe, Kate. Eu não sei o que eu disse, mas deve ter sido além da conta.

Ela parecia procurar as palavras certas, mas ele realmente não queria ouvir. Tudo isso era humilhante demais.  Olhou para seu lado esquerdo e suas roupas estava dobradas na poltrona. Ele jogou as pernas para fora da cama e as apanhou.

— Olhe, podemos deixar isso pra lá? Faz de conta que não aconteceu, tudo bem? Se não puder esquecer, pode apenas fingir? - olhou para ela por um instante - você é boa nisso. - acrescentou baixinho.

Ela não respondeu e ele começou a se vestir. Quando Kate também levantou e se aproximou dele, seu coração deu um salto, dividido entre o rancor e um pouquinho de esperança. Se sentiu um completo idiota por isso.

— Não posso - Ela disse.

— Não se subestime. - Ele cortou.

— Como é?

— Você pode perfeitamente fingir que esqueceu, fez isso por sete meses. - Castle se assuntou com suas próprias palavras. Quando foi que ele tinha decidido abrir o jogo?

— Castle. - ela suspirou - Nós precisamos conversar sobre isso.

Ele terminou de abotoar a camisa e calçou os sapatos.

— Desde quando nós conversamos sobre as coisas? - Passou por ela apressado, precisava sair dali.

— Desde agora? Por favor.

— Hm. Desculpe, não estou no clima. Preciso ir pra casa. Muito obrigado por cuidar de mim.

Ele se afastou e já estava na sala quando ela falou de novo.

— Então é isso que nós somos agora?

Ele a encarou e raiva tilintou em seu peito. Iria explodir e precisava se acalmar, mas controle era uma coisa que parecia já ter ido pelos ares.

— Me permita perguntar, o quê exatamente nós somos? - seu tom era cortante - O que eu sou pra você? Porque da última vez que chequei era apenas um idiota, - fez o sinal das aspas - "a criança mais engraçada da escola", nunca hábil, nunca capaz de ser quem você escolhe.

Kate se encolheu com a lembrança da discussão e ele se arrependeu imediatamente do que disse.

— Eu disse que não estava no clima para conversa.

Enrolou o cinto na mão esquerda e brincou com a fivela por minutos intermináveis, até que ela falou novamente. Os seus braços estavam cruzados e os seus olhos encharcados, frustrados e cheios de raiva também.

— Você sabe que não é só isso - ela exclamou - Esteve por perto por todo esse tempo e se realmente me enxergou, se realmente me conhece, Rick, você sabe que não é só isso.

Castle sentiu que seu coração exigia independência agora, tentava se libertar a qualquer custo de sua caixa torácica. A situação só piorou a cada passo que ele deu para se aproximar dela.

— Entre nós as coisas são sempre borradas, sempre turvas. - ele disse baixinho.

— Eu sei.

— Eu preciso que você diga. O que eu sou pra você? O que exatamente nós somos, Kate?

Ela fechou o espaço entre eles, e por causa da diferença de alturas, agora olhava para cima. Os olhos dela esborravam receio e seu peito subia e descia, como se seu corpo precisasse de mais ar. Ele tocou o braço dela, esperando que a eletricidade existente entre eles, anteriormente mascarada pela raiva, crescesse e a incentivasse a falar. Funcionou.

— Tudo - ela disse - Você é tudo. Meu melhor amigo, meu parceiro, a melhor parte do meu presente e quem eu quero para o meu futuro. Você e eu, juntos, eu amo o que nós somos-

A raiva se dissipou como fumaça e aquelas eram palavras longas demais, - todas com muitas sílabas, e incontáveis letras, - e a boca dela muito atraente para que ele ficasse longe por mais um segundo - sendo assim, não pôde deixar que concluísse. A puxou para mais perto e a beijou. Uma mão desfez o coque do seu cabelo quando ele enfiou os dedos por entre fios, a outra dominou sua cintura. Kate retribuiu o beijo com o mesmo entusiasmo e soltou um gemido. Castle achou que não poderia se sentir mais disposto a ser feliz.

Ela não precisava lhe dizer o porquê de ter mentido, ele acabara de deduzir. Abrir mão de uma coisa a fim de ter outra era um sacrifício que ela - e a maioria das pessoas - considerava difícil de fazer. Provavelmente tinha medo de perder o amigo ao descobrir o amante, mas ele lhe mostraria que podem ser ambos.

Nessa manhã ele a amou e foi amado como sempre quis, tantas vezes quanto possível, do jeito que eles mereciam. Deu-lhe tudo e recebeu o mesmo de volta porque agora podiam, e agora seriam, um do outro.

— Você interrompeu o meu discurso. - ela disse, aninhada à ele.

— Desculpe, não pude me conter. Senti que era a minha deixa.

— Foi digno de um monólogo da escola de drama de Martha, não foi?!

— Hm. Não a deixe saber disso, provavelmente vai querer usá-lo em uma de suas peças.

Kate apoiou o queixo no ombro dele e Castle acariciou a base de sua coluna, os dedos subindo e descendo pelas costas dela.

— Eu ganharia os direitos de roteirista?

— Obviamente.

— Então vamos ligar pra ela. - ela começou a se levantar, mas ele a impediu, ficando por cima dela e prendendo suas mãos acima da cabeça.

— Não se atreva. Esse é um show privado.

— Egoísta. - ela reclamou.

Castle ergueu uma sobrancelha.

— Algum defeito eu tenho que ter.

Ela revirou os olhos.

— Cala a boca.

Ele a beijou, pensando que não sabia quando sua sorte tinha mudado, mas se puder estendê-la mais um pouco, a mulher de sua vida aceitará sair e passar a noite com ele. Talvez essa noite realmente, e literalmente, dure uma vida inteira.


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Notas finais do capítulo

E aí? me contem o que acharam. Xeeeero.