Imperius escrita por Camy


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Mimi, espero que goste ♥

~~enjoy



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— Ainda não entendi como a gente perdeu pra Sonserina, Rony!

Rony sentiu suas bochechas e orelhas ficarem vermelhas – sem falar no resto do seu rosto ––, então enfiou um pedaço bem grande de bife na boca. Ah, como podia explicar a Harry o que acontecera?

— Se eu ao menos tivesse pegado o pomo de ouro mais cedo…

— Harry, não adianta ficar se culpando! Os N.I.O.M.S estão chegando e vocês dois nem começaram a estudar ainda.

— Eu comecei! – Rony protestou, ainda com a boca cheia de comida.

Os dois grifinórios franziram o cenho, confusos.

— Desde quando? 

Nem mesmo Harry começara a se preparar para os N.I.O.M.S

— Eu fiz o dever de Poções ontem.

E o orgulho na voz do garoto fez Harry rir e Hermione revirar os olhos.

— Isso não é estudar, Ronald!

Quando ela o chamava de Ronald, era porque as coisas estavam realmente muito complicadas. Ele engoliu em seco e desejou que algo acontecesse antes que Mione começasse com o sermão sobre eles precisarem estudar mais.

Algo aconteceu, mas Rony preferiria ter ouvido o sermão.

Draco Malfoy sentou-se ao lado deles na mesa da Grifinória – havia poucos alunos no recinto, a maioria já saíra para estudar, mas, ainda assim, sonserinos não se sentavam ali – e sussurrou algo contra o ouvido de Rony. Novamente, o garoto ficou vermelho dos pés à cabeça.

— Malfoy! 

Ele nem olhou para Harry, ignorando o chamado. Naquele dia, sua diversão era outra. Rony encarava seu prato com um olhar de ódio reprimido.

— Quem é da Sonserina não pode sentar aqui, Malfoy! – Hermione disse. – Eu li em “Hogwarts, uma história” que os fundadores disseram que…

Mas ela se interrompeu ao perceber que Rony carregava o pedaço de carne até a boca do garoto, que mantinha um olhar imparcial e desinteressado. No fundo, Draco se controlava para não cair na gargalhada bem ali, no meio do Grande Salão. Se soubesse que era tão divertido, teria apostado antes com o Weasley.

Alguns poucos alunos também viram a cena, mas ninguém realmente acreditava naquilo. Rony não sabia onde esconder sua cabeça. Em silêncio, Draco ficou quase seis minutos com eles, recebendo comida de Ronald Weasley. Ninguém dizia uma palavra. Ele sussurrou algo contra o ouvido de Rony novamente, mas não dirigiu um olhar a Harry ou a Hermione. Era como se não houvesse mais ninguém ali.

Quando ele foi embora, todos os olhares estavam no ruivo.

— Eu…

— Pra Sala Comunal. Agora.

Hermione nunca fora tão dura com ele. Quase como um cãozinho que mantinha o rabo entre as pernas, Rony a seguiu. Harry ainda não conseguira assimilar a cena que acabara de ver.

—/—/—/—/

— Uma aposta, Weasley.

Rony cogitou a possibilidade de simplesmente continuar seu caminho, mas, por algum motivo, parou ao ouvir a voz de Draco. Ele tinha um sorriso soberbo e estava apoiado atrás das arquibancadas. Os gritos dos torcedores quase os ensurdeciam.

— Não acredito que vim aqui só pra isso!

Um primeiranista entregara-lhe um bilhete dizendo que precisava, urgentemente, ir até as arquibancadas. Chegara ali apenas para encontrar Draco Malfoy.

— Ué, tá com medinho?

— Não tenho medo, Malfoy!

— Então aceite.

— Quais os termos?

Draco sorriu malicioso.

— Se eu vencer, você faz tudo o que eu quiser por um dia inteiro. Se você vencer, o contrário acontece.

Ter Draco Malfoy a seu dispor por um dia inteiro? Interessante, muito interessante… Não havia como perderem, certo? Harry seria o apanhador e ele próprio estava se mostrando um grande goleiro. A vitória era algo certo.

— Tudo o que eu quiser?

Rony deveria ter percebido que Draco estava calmo demais, quase certo de que venceria. O loiro não tinha tanta certeza assim, mas seus veteranos disseram que ele precisava achar um jeito de ganhar para eles. Querendo ou não, distrair o goleiro era sempre a melhor saída. Pensou em chantagear Harry, mas, por algum motivo, Rony parecia ser uma opção mais interessante.

— Se ganhar.

— Vamos ganhar.

— Então aceite.

— Ok. Aceito.

Draco sorriu e estendeu a mão. Rony apertou-a meio desconfiado e foi surpreendido pela força da mão do colega.

— Você é meu, Weasley.

As palavras fizeram um arrepio correr pela espinha de Rony. Um arrepio que nunca sentira antes.

— E não conte isso a ninguém.

—/—/—/—/

— O que foi isso, Rony?

Mas Rony não podia contar a verdade, porque aquilo ia contra os acordos da maldita aposta. Não fora planejado, ele não queria, de jeito nenhum, estar naquela situação. Maldito Malfoy! Qual era o problema dele?!

— Eu… hm…

Harry e Hermione ainda esperavam por uma resposta. Ele realmente gostaria de saber o que fazer.

— Ele me enfeitiçou.

Os dois franziram o cenho, confusos.

— Enfeitiçou? Como assim?

Imperius. Ele me obrigou a fazer.

“O que eu to dizendo?!”

Os olhos de Hermione se arregalaram, Harry sentiu a raiva se instalar em seu peito. Uma coisa era ser vítima de Malfoy, outra completamente diferente era deixar que seu melhor amigo o fosse.

— Ele fez isso?!

— Ah, aquele metido! Não acredito nisso!

E Hermione quis dar um soco bem forte no nariz de Draco. Outro soco.

E Rony viu os amigos prometerem que o protegeriam, ouviu-os xingar e ofender Draco. Encolheu-se para longe das palavras raivosas, perguntando-se onde se metera.

 

—/—/—/—/

 

Era o jogo de quadribol. Rony, definitivamente, nunca jogara tão mal. Concentrou-se na goles e na artilheira. Sim, conseguiria defender aquela, mas…

Maldito Malfoy! Cortou sua visão por tempo suficiente para atrair a atenção de Rony. Aquele olhar cheio de promessas cruéis e… Ah, não podia deixá-lo vencer!

Ser escravo de Draco Malfoy por um dia inteiro? Não conseguia pensar em nada pior. Mas não conseguiu se concentrar. Aquele loiro maldito simplesmente não permitia.

—/—/—/—/

Aquela era uma tarde livre para quase todos os alunos que cursavam o sétimo ano – para estudar, segundo os professores. Hermione certamente estava fazendo isso, mas Rony conseguira escapulir para a borda da Floresta Proibida. Draco o esperava lá.

— Você é maluco?!

Draco riu um pouco.

— Senta.

Rony sentiu seu rosto ficar quase da cor de seus cabelos. Sentou-se.

— Eu odeio essa aposta.

— Eu estou me divertindo. O que os sangues-ruins disseram?

— Eles não são sangues-ruins!

Draco revirou os olhos e sentou-se perto de Rony.

— Fala.

— Eu falei que você me enfeitiçou com a Imperius.

Draco riu muito. Aquela era a maior das ironias! Ele enfeitiçar Rony? Pelo jeito que as coisas andavam nas últimas semanas, parecia que o contrário acontecera. Rony nunca o vira rir tanto, era verdade. E, estranhamente, foi algo muito bom. Ele tinha uma risada bonita.

— Que mentiroso você, Weasley. Será que não está na casa errada?

— Sai pra lá, Malfoy! Eu nunca iria pra sua casa nojenta.

— Nojenta é a sua casa!

Foi uma frase ambígua e Rony sabia. Assim como se referia à Grifinória, Draco também falava da Toca.

“Ótimo, vou precisar ficar ouvindo besteiras o dia inteiro”.

— Ok, posso ir?

— Não, você é meu escravo pelo resto do dia.

— Escravo?!

Draco deitou-se no chão e retirou os sapatos. Olhou para Rony com um olhar significativo.

— Anda, massageie meus pés!

“Era só o que me faltava…”

Rony gemeu de desgosto, mas precisou obedecer. Queria que sua varinha ainda estivesse quebrada, assim, talvez, pudesse acabar transformando Draco em uma fuinha por acidente.

— Devagar, escravo. Gentilmente.

Rony bufou, mas continuou a apertar de forma bruta o pé do outro. Esperava que estivesse sendo bem desconfortável. Harry nunca poderia descobrir sobre aquilo.

— Não sabe nem fazer uma massagem, que inútil! Ok, deixe-me ver…

Draco sentou-se e acariciou o queixo, como se pensasse.

— Cadê seus macacos?

— Quem?

— Goyle e Crabbe.

Draco sorriu.

— Ciúmes?

— Claro. Nada mais legal do que ser seu escravo.

— Mandei sumirem. Se eu pudesse, colocava uma corrente no seu pescoço. Mas não posso, Dumbledore perceberia.

E Rony não fazia a menor ideia do que Draco imaginara ao dizer “coleira”. O sonserino afastou os pensamentos, tentando manter a mente limpa daquelas imagens.

“Maldito Weasley inocente!”

Rony bufou novamente e encarou o céu. Só queria poder estudar naquele dia e… não, realmente não queria estudar. Mas precisava.

— Não vai estudar pros N.I.O.M.S?

— Não preciso.

Ronald ergueu uma sobrancelha, mas Draco não queria falar sobre aquilo. Com um sorriso malicioso, o sonserino ergueu sua varinha.

Wingardium leviosa.

Era o feitiço que Rony nunca conseguia pronunciar. Antes que entendesse o que estava acontecendo, foi erguido no ar e começou a flutuar. Draco riu e mexeu a varinha, fazendo o ruivo deslizar pelo ar de um lado para o outro.

— O QUE É ISSO?!

— Um truque, oras.

— Isso é horrível! Me coloca no chão.

— Eu mando aqui, escravo. Agora tenta se sentar no ar.

Rony, obviamente, não conseguiu. Ele se controlava para não vomitar – tarefa complicada naquela situação –, que dirá conseguir se sentar naquela bagunça. Draco apenas ria – e como ria –, divertindo-se do desespero do outro. O Weasley achava aquilo cruel, apesar de o sonserino não o ter feito flutuar rápido demais ou cair. Era como voar sem vassoura, mas sem ter qualquer controle sobre para onde se vai.

Quando percebeu, Rony flutuava bem acima de Draco.

“Eu podia deixá-lo cair…”, mas o loiro logo afastou o pensamento. Era besteira.

— Eu gosto de ter um escravo.

Colocou-o no chão e tocou nele com sua varinha. Rony transformou-se em um gato laranja.

— Você fica bonitinho assim, Weasley. Devia te deixar desse jeito!

Pegou o gato no colo, apertando o pelo dele. Rony tentou arranhar o Malfoy, mas ele logo acariciou algum ponto de suas costas que era incrivelmente bom demais. Antes que percebesse, estava ronronando no colo dele.

“Podia ser sempre assim, dócil… não… qual seria a graça, se assim fosse?”

Fez com que ele voltasse ao normal e Rony estava de quatro ao seu lado, miando. Draco voltou a rir – quando fora a última vez que rira tanto em tão pouco tempo?

— Bastardo!

— Não grite!

Rony precisava obedecer, o que tornava tudo melhor.

— Está escurecendo, precisamos ir… te vejo no jantar, Weasley!

“Não vai poder mandar em mim se não me achar!”

—/—/—/—/

Rony olhou para o relógio. Vinte e três horas e cinquenta minutos. Estava quase a salvo. Escondera-se em seu dormitório para que Draco não o encontrasse e, bem, funcionara. Ao menos até o momento.

Passos no quarto. Levantou a cabeça, confuso, até que alguém cobriu sua boca com a mão. Ele arregalou os olhos, assustado.

— Shi! Sou eu…

— Como entrou aqui?!

— Não é tão difícil subornar um grifinório.

— Claro que é!

Draco sorriu malicioso. Sim, era, mas valia a pena. Mudariam a senha assim que a informação de que um sonserino a sabia vazasse, mas tudo bem. Ele não precisava ficar com ela por muito mais tempo.

— O que quer aqui?

Estavam perto, mesmo que Rony não percebesse.

— Você é meu escravo, lembra?

— Por fa…

Mas Draco o beijou. E foi estranho, porque Rony não conseguia se mexer, não sabia o que fazer. Mas correspondeu ao beijo quase delicado. As línguas se tocaram com lentidão por apenas alguns segundos antes de Draco se afastar.

— Um bom escravo nunca conta os segredos de seu mestre.

E foi embora.

Rony olhou para a escuridão com o coração batendo forte no peito.

“Será que ele fez isso com o Dobby também?”


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Notas finais do capítulo

Sobre a reflexão final do Rony: O Dobby também era o escravo dos Malfoy. Ele se perguntou se o Draco fazia isso com todos os escravos ou só com ele.

Eu to com sono, morrendo, porque já é 5:30 da manhã, mas eu te amo muito.

Seu aniversário é dia 3 e eu queria MUITO esperar pra postar só nesse dia, mas não vai rolar, sabe? Eu queria demais postar hoje, então considere um presente de aniversário feito super adiantado e terminado agora.

Sério, eu só coloquei o nome na capa. Quaisquer erros avisa, porque eu to com sono e não peguei nada na revisão (mas sempre podem escapar). Mas eu te amo demais, cê é minha inspiração.

Quem sabe um dia eu não consiga te alcançar na escrita? Te idolatro, menina 0//

Bjs e teh + ^3^//



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