The Time Princess escrita por Essy


Capítulo 19
Eu vou para o mundo inferior


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora (de dois dias :S)
Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/68017/chapter/19

 

Capítulo 19 – Eu vou para o mundo inferior

 

Aaai. Que dor de cabeça!

-Percy? - perguntei, levantando a cabeça. Onde eu estava? Ou melhor, por que eu estava dormindo numa calçada?! Flashes da noite anterior começaram a voltar para mim. Ah. Eu fiquei bêbada. Percy também. Perdemos a chave da BMW e dormimos na calçada. Perfeito.

-PERCY, ACORDA! - gritei. Ele estava do meu lado, encolhido na calçada e de repente pulou de susto.

-O que? Empousai?! Hidra? Medusaaaa! - ele começou a gritar.

-Ah, cala a boca. - eu comecei a rir. - Temos de roubar outro carro!

-Nem vem, vamos de avião. - Percy disse, pegando as nossas malas que por uma incrível sorte, não haviam sido roubadas.

-Fala sério. No ar? Nem pensar. Ah, Per, estamos em Nevada! Falta pouquinho para a Califórnia.

-Ok. - Percy resmungou. Me levantei e então tive uma ideia brilhante.

-Vamos de táxi. - eu disse. Percy me olhou como se eu fosse louca.

-Queridooo, temos um novo cartão sem limites do Lótus. Esqueceu? - perguntei e ri. - Como eu adoro voltar a ter dinheiro!

-Tanto faz, onde vamos achar um táxi? - Percy perguntou de mau humor no exato momento em que um tão conhecido carro amarelo com placa vermelha passou. Eu corri para a rua e levantei o braço.

-Táxi! - chamei e o táxi parou.

-C-como...? - Percy perguntou e começou a rir.

-É a arte da língua grande. - eu falei e entrei no táxi.

Percy se sentou ao meu lado.

-Aceita cartão de cassino? - perguntei e o motorista mau humorado assentiu. - Ótimo. Nos leve até... ahn... Los Angeles. - pedi. Foi o primeiro lugar da Califórnia que me veio a cabeça.

-Los Angeles, senhorita? Pirou? - o taxista perguntou. Eu revirei os olhos e mostrei o cartão, então ele sacudiu a cabeça e começou a dirigir.

-Vai demorar? - Percy perguntou ao motorista, e pela piscada que ele me deu, eu soube que era para irritá-lo.

-Claro que vai. Estamos viajando por estados! - o motorista disse com mau humor.

Eu me encostei na janela enquanto olhava a paisagem e tirei um cochilo.

Quando acordei, meu rosto estava no ombro de Percy e já eram 16:17:09 h.

-Moço, pode nos deixar aqui mesmo. - falei. Nós já estávamos em Los Angeles, na verdade, suspeitava que estávamos em Hollywood. Na verdade, eu tinha certeza. O enorme letreiro indicando Hollywood me levou a essa conclusão.

-Ah meu deus, Percy acorda! - gritei. - Hollywood, Percy, Hollywood! - comecei a gritar.

-Calmaa. - Percy disse enquanto esfregava os olhos. Eu paguei a corrida com o cartão, mas depois resolvi fazer algo melhor.

-Fica com o cartão e me dá cem dólares. - falei. O taxista me olhou desconfiado. - Pode conferir, o cartão não tem limites. Gaste a vontade.

O taxista me deu uma nota de cem e pegou o cartão enquanto saíamos. Em Hollywood, ninguém aceitaria cartão de cassino.

-Eu amo Hollywood. - falei enquanto jogava minha mochila nas costas e o táxi partia. Hollywood era incrível. E o pior, era que não havia nada de diferente. Quero dizer, fora os carros importados, as mansões de artistas e os sets de filmagens.

-Sim, mas não há praias em Hollywood. Onde a paz da água toca a areia, esqueceu? - Percy disse.

-Não. - eu falei. - Mas imagina se a gente encontra o Orlando Bloom? - perguntei animada. Percy estreitou os olhos.

-Então ele é meu maior concorrente? - ele perguntou brincando e tirou Anaklusmos do bolso. Eu ri.

-Percy, não tem a menor hipótese de você ter algum concorrente. - falei.

-Ótimo. - Percy sorriu. Eu o beijei e depois saí correndo.

-Tente me alcançar! - gritei e ri. Entrei em algum estúdio de gravação onde as pessoas me olharam com caras feias e saí dali. Percy estava me seguindo. Até que eu parei na frente de um estúdio realmente estranho. Primeiro porque ele era grande, negro e o ar em volta dele era totalmente frio. Depois porque havia um letreiro indicando Estúdio de Gravação Morto ao Chegar.

-Selina aonde você está indo?! - escutei Percy gritar. Mas eu não tinha o controle dos meus pés (que por sinal estavam usando o all star que Luke me dera) eles simplesmente me levavam para frente. Talvez fosse porque eu queria mesmo ver o que tinha lá dentro, mas quando fui ver, já tinha entrado e Percy também.

-Selina, aqui é a porta de entrada para o mundo inferior. - Percy falou. Eu assenti e disse:

-Vamos embora.

O lugar que estávamos era uma sala de espera cheia de fantasmas. As paredes e o chão eram de mármore escuro, e na frente de um elevador havia um cara alto e elegante, com pele na cor de chocolate e cabelo tingido de loiro, cortado em estilo militar. Usava armação de tartaruga e um terno de seda italiano que combinava com o cabelo. Uma rosa negra estava presa à lapela, embaixo de um crachá de prata.

-Eu não consigo abrir a porta para voltar. - Percy falou, chegando de repente.

-Droga. Então parece que meu irmãozinho vai ter uma visitinha hoje. - falei e fui até o homem alto e elegante. Tentei ler seu nome no crachá, mas minha dislexia não ajudou.

-Ahn, com licença, colega. - eu falei.

-Meu nome é Caronte. No que posso ajudá-los meus pequenos defuntos? - o cara perguntou.

Percy estremeceu e me cutucou.

-Queremos ir para o mundo inferior. - falei.

-Nossa, mas assim, sem nenhuma chatice do tipo “Não, eu não posso estar morto” ? - Caronte perguntou.

-É, assim. - respondi.

-Como vocês morreram?

-Ahn... - cutuquei Percy.

-Assalto. - Percy falou do nada e eu o olhei incrédula.

-Coitadinhos... vocês tem alguma forma de pagamento? Espero que sim. Se não vão ter que ficar esperando por alguns séculos...

-Temos dracmas! - falei sorrindo. - Percy...

Percy me entregou os dracmas que havíamos pegado com Medusa e eu dei três para Caronte.

-Isso é muito estranho... - Caronte falou desconfiado. Ele se aproximou de mim. - Vocês não estão mortos!

-Não, mas você vai estar se não nos deixar passar agora. - eu disse entredentes. Caronte riu.

-E quem é você para me dizer isso? - ele perguntou.

-Eu? Ah, ninguém. Só sou Selina Mira van der Halt, filha de Cronos e Volúpia, meia irmã do seu chefinho querido. - falei.

-Me deem os dracmas e me sigam. - Caronte falou, chamando o elevador. Eu sorri.

-Vamos, Per. - falei quando o elevador abriu.

Nós entramos dentro dele e Caronte apertou um único botão. Chegamos em baixo. Havia uma espécie de rio, Caronte nos mandou entrar em um bote e começou a remar.

-Isso é sinistro. - Percy falou.

-Total. - eu disse.

Então eu comecei a me sentir estranha. O ar estava mais frio, o clima mais tenso. Eu fechei os olhos e quando eu os abri percebi que o terno creme italiano de Caronte fora substituído por um longo manto negro. Seus óculos de tartaruga haviam desaparecido. Onde deviam estar os olhos havia órbitas vazias. Fiquei o encarando até ele perceber e dizer:

-O que foi?

-Hm, nada. - respondi.

A praia do Mundo Inferior surgiu à vista. Rochas escarpadas e areia vulcânica negra se estendiam terra adentro por cerca de cem metros até um muro alto de pedra, que se prolongava para os lados até onde a vista podia alcançar. De algum lugar por perto nas sombras verdes, veio um som, reverberando nas pedras - o uivo de um grande animal.

-C-cérbero. - gaguejei e Caronte sorriu, parando o bote.

-Adeus, filha de Cronos. Sei que nos veremos em breve. Só que desta vez, você realmente estará morta. - Ele disse e nós saímos do bote, enquanto ele voltava para o elevador.

-O que nós estamos fazendo aqui? - surtei de repente. - E o raio? O que eu tinha na cabeça, droga! Eu quero voltar! - comecei a gritar, mas Caronte não me ouvia.

-Calma. Talvez seu maninho nos ajude. - Percy caçoou e eu lancei um olhar mortal a ele.

-Vamos. - falei.

Andamos um pouco e avistamos três entradas. Em cima delas, havia um letreiro dourado dizendo: Você está entrando em Érebo.

Eu podia ouvir o cão de Hades, Cérbero, mas não o via.

Os mortos formavam três filas e em frente de cada uma delas havia um portão. Duas estavam identificadas como ATENDENTE DE SERVIÇO e outra como MORTE EXPRESSA. A visão deles fez eu me arrepiar.

Fomos andando em direção a uns portões, deveriam dar para o palácio de Hades ou algo assim. E então eu o vi. Bem, mas ouvi do que vi, mas ainda sim eu o vi. Cérbero, um enorme cão preto de três cabeças babantes, bem na nossa frente. Ou há uns dois metros de nós, tanto faz.

-Percy. Embora. Rio Styx. Morrer. Cérbero. Fugir. Porta. Raio. - balbuciei. Percy me olhou e disse:

-Você quer fugir pelo Rio Styx e ir embora atrás do raio se não o Cérbero vai nos matar? - ele perguntou e eu assenti enquanto aquele grande cachorro latia ferozmente. Assenti e estava pronta para fugir. Mas então, meus pés novamente começaram a agir por instinto. Comecei a andar para frente, mas eu simplesmente não queria isso!

-Percy! - gritei. Eu queria voltar! Percy foi atrás de mim enquanto eu me aproximava cada vez mais de Cérbero.

Até que eu estava cara a cara com o animal.

-Oi. V-você é um c-cãozinho muito legal, n-não é? - perguntei tremendo. Cérbero empinou o nariz em minha direção e cheirou. Depois rosnou.

-Olha... eu tenho.... uma coisa pra você! - falei, abrindo minha mala. Eu não sabia o que pegar. Vasculhei em tudo, até achar uma pequena bola para tendinite (você sabe, aquelas vermelha que as pessoas apertam e tal) que eu usava. Levantei ela devagar e mostrei ao cão.

-Quer a bolinha, Cérb? - perguntei. Cérbero rosnou. Eu levantei a bola mais alto para ele ver melhor. Então seu olhar ficou preso nela. - Pega a bolinha, Cérb! - gritei enquanto jogava a bola do lado oposto de onde estávamos.

Cérbero saiu atrás da bola feito um louco, e latindo muito.

-Corre Percy, antes que ele volte. - falei.

Nós corremos até a “Fila da Morte Expressa” e rapidamente atravessamos seu portão.

-Ufa. - bufei, batendo o portão.

-Vamos. - Percy disse e começamos a correr. Atravessamos os Campos Asfódelos rapidamente, mas foi realmente difícil. O lugar era cheio de gente morta. Depois de alguns minutos de caminhada, eu pude ver ao longe a sombra de um enorme palácio negro, envolto em uma névoa cinzenta. E então, não sei porque, me lembrei de Luke. E do mapa que ele tinha nos dado.

-Percy, basicamente estamos perdidos, mas este mapa nos levará a Thalia e Annabeth e a saída! - eu gritei feliz enquanto abria a mochila e pegava o mapa. Percy só me observava. Peguei o mapa de Luke. Um fio vermelho começou a indicar o caminho que eu deveria tomar. Fui olhando no mapa e andando. Só percebi que havia me perdido mais ainda, quando não achei Percy atrás de mim.

-PERCY! - gritei. Comecei a ficar com frio. “Só olhe no mapa” eu pensei. Continuei a seguir o mapa, até que uma voz fria soou no ar:

-Ora, ora. Era você que eu estava esperando, filha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não me matem! Eu vou postar mais!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Time Princess" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.