The Beast escrita por Miss Daydream
Notas iniciais do capítulo
OI GENTEEE
Quero pedir desculpa pela demora GIGANTE e também pelo capítulo susto que eu lancei aqui sem querer. Era pra postar na minha outra fic, What If ajahdhs
Esse capítulo é dedicado a duas lindas que vieram me procurar sobre minha gafe: Garota de Papel e Uryuu Nona! Obrigada pelo carinho meninas, e me desculpem novamente!
Vejo vocês lá embaixo sz
Depois de passar um tempo deprimido ao lado da porta, Nathaniel resolveu que chorar não adiantaria de nada. Passou as mãos pelo rosto com agressividade e puxou os cabelos para tentar acordar. Quando sentiu que estava um pouco mais calmo, levantou a cabeça e passou os olhos dourados pelo quarto.
Era gigantesco! Sua casa inteira tinha o tamanho do complexo onde tinha sido confinado. Sem dúvida era impressionante, mas então lembrou-se de quem o havia prendido ali.
Nem acreditava que a fera desistira de aprisioná-lo no calabouço para lhe dar um aposento aconchegante como aquele. Talvez fosse para nunca mais precisar ver Nathaniel, porque o loiro podia com certeza morar ali. Mas qual seria o sentido de obrigá-lo a jantar junto com ele?! Aquilo já estava confundindo a cabeça de Nathaniel...
O loiro sobressaltou-se com algumas batidas suaves na porta. Olhou confuso e em silêncio para o local, até que as batidas ocorreram novamente.
— Vá embora! – gritou com raiva – Não quero ver você.
Não era muito prudente gritar com uma fera daquele tamanho, mas o que ele tinha a perder afinal? Além de que, precisava demonstrar seu descontentamento de alguma forma.
— Boa noite, senhor. – foi surpreendido mais uma vez ao notar que a voz por detrás da porta era feminina – Não quero incomodá-lo, mas gostaria de me apresentar.
Um pouco hesitante, ele foi até a porta. Quando colocou a mão na maçaneta, a fim de abri-la, percebeu que aquilo tudo poderia ser uma cilada. Encostou-se com força na porta, e tentou olhar pelo buraco da fechadura, mas estava tudo escuro.
— Tem mais alguém aí com você? – perguntou, tentando soar ameaçador
— Ninguém, senhor. – a voz respondeu risonha
Nathaniel abriu a porta com certa cautela e observou a dona da voz. Era de fato uma garota, e ela tinha cabelos compridos e de uma cor um tanto inusitada: lilás. Seus olhos eram dourados e trajava um vestido curto e bem arrumado. Ela parecia ser um pouco mais velha que Nathaniel, e tinha um sorriso enorme no rosto.
— Entre, rápido. – ele não queria aquele animal em seu novo quarto. De jeito nenhum. Assim que a garota entrou, ele bateu a porta com força e a trancou, sentindo-se novamente quase seguro.
— Esqueci de me apresentar! – a menina bateu com a mão na testa, encabulada, mas logo a estendeu na direção do loiro – Sou Rosalya, muito prazer! Fiquei sabendo de sua chegada, aliás, todos no castelo ficaram, e decidi vir ajudá-lo. Serei sua criada pessoal, senhor!
— Senhor? – Nathaniel sorriu enquanto apertava a mão da nova conhecida – Por favor, não use essas formalidades.
— Como devo chamá-lo então? – ela perguntou animada – Nosso amo não nos informou sobre seu nome.
— Não imaginei que ele o faria... Talvez ele nem saiba.
— Oh, querido, não se engane! – a menina confidenciou risonha – Nosso príncipe adora fingir que não sabe das coisas, para passar a imagem de durão sem sentimentos enquanto na verdade sabe o nome de tudo e todos neste castelo. Então pode ter certeza de que ele não quis nos contar porque é egoísta.
— Como isso pode fazê-lo egoísta? – o garoto perguntou confuso
— Ora, ele quer ser o único a saber o seu nome. – ela riu, deixando-o mais confuso ainda – Como devo chamá-lo?
— Nathaniel. – ele respondeu
— Todos ficarão tão felizes em ter mais uma companhia! – ela surpreendeu-o quando o puxou para um abraço apertado – Faz muito tempo que não recebemos visitas.
— Há mais gente no castelo?
— Muita gente! – Rosalya colocou as mãos na cintura – Mal posso esperar para lhe apresentar a todos formalmente! Falando nisso... – ela colocou a mão direita apoiada no queixo e analisou-o de cima a baixo – Que roupa deveremos separar para o jantar de hoje à noite? – a menina de cabelos platinados começou a tagarelar enquanto revirava o armário, cheio de roupas de todos os tipos e tamanhos – Algo mais sofisticado ou simples? Ou então um traje misterioso! Devo dizer que algo azul combinaria muito com a sua pele e...
— Eu não vou. – Nathaniel interrompeu-a
Rosalya parou o que estava fazendo tão abruptamente que deixou tudo cair no chão.
— Como assim não vai? – perguntou confusa, olhando estranho para ele
— Agradeço tudo o que está fazendo por mim, mas me recuso a ficar na mesma sala que aquele carcereiro. – Nathaniel cruzou os braços – É ridículo pensar nisso.
A garota pareceu muito sem graça de repente.
— Mas querido, você não pode recusar uma ordem do príncipe. – ela informou – Seria uma extrema falta de respeito.
— Que assim seja então. – o loiro continuou irredutível – Ele não pode me obrigar a sair.
***
— Quem aquele camponês mimado pensa que é?! – Castiel bradou em plenos pulmões, jogando as tigelas com comida para fora da mesa e fazendo com que seu conteúdo se espalhasse pelo chão – Recusar uma ordem minha?! Ele está sob meu teto!
Como de costume, o único que não se encolheu com a raiva do amo foi Lysandre, que continuou com sua pose formal e intacta enquanto Rosalya tremia nas bases.
— Só vim lhe transmitir o recado, meu amo. – a garota disse com um fiozinho de voz – Sinto muito, tentei convencê-lo, mas...
— Basta! – o príncipe cravou as garras na mesa e lançou o olhar do juízo final para todos ali presentes – Não quero suas desculpas Rosalya, quero que aquele maldito venha jantar.
— Ele me deixou bem claro que não quer nada que seja do senhor. – a cada palavra, Rosalya parecia diminuir de tamanho ante a raiva descomunal de Castiel – Seja comida, roupas e até mesmo água.
Castiel soltou um rugido gutural, e jogou o resto dos objetos que estavam sobre a mesa. Alexy e Kentin fecharam os olhos e se encolheram ainda mais. Fazia tempo que não viam o amo tão nervoso assim.
— Se ele não vier por bem, vai vir por mal! – gritou e sair correndo em direção ao quarto de Nathaniel
Os funcionários do castelo se entreolharam desesperados e apenas seguiram o amo em passos largos.
O mais aflito de todos, como sempre, era Alexy. Sabia que o amo espantaria o garoto se continuasse agindo desenfreada e loucamente. Era um mimado insuportável, e agora com o passar dos anos solitários e tristes, ficara também sensível e depressivo. Os ataques eram ainda mais frequentes.
Quando finalmente o alcançaram, Castiel já batia na porta com toda a raiva acumulada que possuía.
— EU EXIJO QUE VOCÊ ABRA ESSA PORTA! – bradou em plenos pulmões, e Alexy jurava que tudo na sala estremeceu
— Não! – o garoto gritou de volta
— A-Amo – até Lysandre havia perdido a compostura - Não acho que essa seja a melhor forma de tratar nosso hóspede.
— Mas ele está sendo tão… Difícil. - o ex-ruivo rebateu desgostoso
— Eu recomendaria que você se olhasse no espelho de vez em quando. - ouviram a voz sarcástica do menino de dentro do quarto
Ele mal imaginava, mas havia acabado de tocar numa ferida muito profunda. Castiel parecia prestes a arrebentar a porta em milhares de pedacinhos, quando Alexy interferiu.
— O senhor não está agindo de maneira sensata! - ralhou baixinho com o animal, parecendo não temer o que Castiel podia fazer - Parece um homem das cavernas. Educação é a chave de tudo! O garoto teve um dia muito difícil, e você não está ajudando nada!
— Isso é verdade! - Armin, irmão gêmeo de Alexy, se pronunciou também - Ajeite essa postura também! Anfitriões bonzinhos não andam em quatro patas!
— Ombros pra traz, costas retas! - o azulado empurrou Castiel para frente com destreza, e, para surpresa de todos, o mestre obedeceu – Pare de agir como um ridículo!
— Seja gentil – Lysandre recomendou – Um cavalheiro.
— E o mais importante de tudo…
— Controle o seu temperamento. - os três falaram em uníssono
O amo revirou os olhos e bufou, falando em tom normal dessa vez.
— Você me daria o prazer de sua companhia para este jantar...? - Castiel segurou a língua. Talvez desse certo dessa vez
— Por… - Alexy fez um gesto com as mãos que indicavam para que ele continuasse
A fera respirou fundo. Não acreditava que estava abrindo mão de toda a sua dignidade por um garotinho mimado
— Por favor. - as palavras custaram a sair de sua boca, mas finalmente conseguira. O pedido perfeito! Agora aquele loiro não podia recusar!
— Não, obrigado! - todos na sala gelaram
A frustração tomou conta de Castiel. Fizera tudo aquilo para nada?! Sentiu a raiva voltar e apossar-se totalmente dele.
— Você não pode ficar aí para sempre! Uma hora vai ter que sair! - bradou em plenos pulmões
— Sim, eu posso.
Alexy deu um tapa na própria testa, frustrado demais para falar.
— Tudo bem! Então vá em frente e MORRA DE FOME! - Castiel saiu correndo desenfreado pelos corredores, sem destino e sem prudência
—Eu irei! - Nathaniel respondeu com um soco na porta – A menos que você faça o serviço antes!
—O que...? - Alexy mal conseguia acreditar nas palavras do garoto e no que havia acontecido
—Cuidem para que o garoto não saia do castelo. - Lysandre estava alterado. Lysandre estava alterado! - Eu vou atrás dele...
***
Nenhum dos funcionários conseguira reagir direito ao que tinha acontecido. Rosalya sentia-se extremamente confusa e estava com muito medo para fazer qualquer coisa que não fosse costurar. Lysandre e Castiel ainda não haviam retornado, e isso preocupou muito os demais.
Não que eles pudessem sair do castelo ou algo assim, mas de qualquer maneira...
Já Armin ficara com Kentin e Alexy, montando guarda na porta de Nathaniel. Nenhum dos três sabia muito bem o que dizer, então não falaram nada.
Ouviram por um bom tempo apenas o choro baixo do loiro trancafiado no quarto e o que parecia ser um monólogo solitário.
Alexy se sentia péssimo. Nathaniel estava extremamente aterrorizado, ao ponto de pensar que poderia ser morto pela fera. Bem, não era para menos... O amo estava agindo como... Como... Como um animal!
Estava brincando com as mangas da roupa pomposa de Kentin quando Elizabeth, uma das cozinheiras-chefe mais novas do castelo (deveria ter apenas 19 anos), apareceu correndo enquanto segurava a barra do vestido verde-esmeralda, para que não tropeçasse .
— Que houve? - perguntou angustiada e respirando rápido - Eu ouvi boatos de que foi uma catástrofe...
— Boatos confirmados. - Armin soltou um muxoxo desanimado - Foi uma porcaria, não poderia ter sido pior. O amo pirou, só falou asneiras, e este garotinho dentro do quarto só fez tudo piorar.
— Não o culpe! - Alexy protestou - Pode imaginar o quanto é difícil essa situação? Ele perdeu a mãe e sua vida fora daqui, além de parecer temer a morte! Entendeu tudo errado, e não foi culpa sua...
— O que faremos então? - Kentin se pronunciou - Ficaremos aqui montando guarda para sempre?
Os amigos se entreolharam, todos pensando em alguma solução para aquele problema sem tamanho.
— Bem, daremos a ele um voto de confiança! - o azulado disse bem alto, para que Nathaniel pudesse ouvi-lo - Mostraremos que aqui ele estará seguro e não será obrigado a nada!
— O que está fazendo? - o de cabelos castanhos cochichou
— Ele tem que confiar na gente primeiro né? Façamos por merecer!
Elizabeth concordou com a cabeça, fazendo balançar os longos cabelos loiros, e Armin fez uma careta.
Será que aquilo daria mesmo certo?
— Bem... Terei que preparar o jantar novamente, por causa da crise de nervos de nosso príncipe. - a garota anunciou - Precisarei de toda ajuda possível.
— Opa, pode contar comigo! - Armin deu-lhe um tapinha no ombro - E para a degustação também...
— Nada disso! - a loira o repreendeu - Lysandre ficou muito irritado pela grande bagunça que causou da última vez! E eu também!
— Ah que é isso, essas falsas acusações são um absurdo!
— Falsas uma ova, meu amigo! - Kentin o repreendeu - Ficarei de olho nele para você Elizabeth... Você vem Alexy?
Os três já tinham começado a se retirar, e olharam para o amigo, ainda encostado à porta do novo hóspede.
— Podem ir na frente... Já alcanço vocês.
Kentin o olhou por um tempo, tentando decifrar o que o azulado tinha escondido atrás dos olhos lilases. Armin e Elizabeth apenas deram de ombros e seguiram seu caminho.
— Vá, vá! - Alexy sorriu - Que é? Ficou hipnotizado pela minha beleza exótica?
Os olhos esmeraldas de Kentin se estreitaram e ele olhou irritado para o amigo.
— Não vá fazer besteira Alexy.
***
Após conseguir papel, caneta e um tinteiro, Alexy começou a redigir um pequeno bilhete para o hóspede.
"Fique ciente, meu senhor, de que pode contar comigo no castelo. Lhe trarei comida sempre que precisar e atenderei aos seus pedidos.
O castelo é sua casa agora, e quero que seja acolhedora.
Sei que está assustado e confuso, mas nosso amo não é o monstro terrível que imagina. Ele é incompreendido e precisa de ajuda.
Você é nossa única esperança.
Se precisar de ajuda, chame por Alexy."
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E ENTÃO??? Pelo visto a convivência não será fácil... Muito pelo contrário!
Mas com o Alexy de mediador, talvez as coisas fiquem um pouco mais simples, ele parece entender a dor de Nathaniel. Que, diga-se de passagem, nem imagina o porque de ser tão requisitado assim.
Mal sabe ele, mal sabe ele...
E Castiel: CALM DOWN BEYONCÉ! Não faz a louca, seu bestão!
Elizabeth é uma velha OC minha, ela fará o papel da docete (mesmo que sua personalidade não se pareça muito com a dela). Quem lê "What If...?" já a conhece, e pra quem acabou de conhecê-la, espero que goste muito sz
Ela é um amor, prometo!
Revisei esse cap milhares de vezes, mas sempre me escapa algo, então me avisem se encontrarem qualquer erro!
Me perdoem pela demora com os comentários viu? Estou acumulando e respondendo sz
Espero vocês nos comentários desse cap, beijão!