The Beast escrita por Miss Daydream


Capítulo 6
Menino Mimado


Notas iniciais do capítulo

OI GENTEEE
Quero pedir desculpa pela demora GIGANTE e também pelo capítulo susto que eu lancei aqui sem querer. Era pra postar na minha outra fic, What If ajahdhs
Esse capítulo é dedicado a duas lindas que vieram me procurar sobre minha gafe: Garota de Papel e Uryuu Nona! Obrigada pelo carinho meninas, e me desculpem novamente!
Vejo vocês lá embaixo sz



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Depois de passar um tempo deprimido ao lado da porta, Nathaniel resolveu que chorar não adiantaria de nada. Passou as mãos pelo rosto com agressividade e puxou os cabelos para tentar acordar. Quando sentiu que estava um pouco mais calmo, levantou a cabeça e passou os olhos dourados pelo quarto.

Era gigantesco! Sua casa inteira tinha o tamanho do complexo onde tinha sido confinado. Sem dúvida era impressionante, mas então lembrou-se de quem o havia prendido ali. 

Nem acreditava que a fera desistira de aprisioná-lo no calabouço para lhe dar um aposento aconchegante como aquele. Talvez fosse para nunca mais precisar ver Nathaniel, porque o loiro podia com certeza morar ali. Mas qual seria o sentido de obrigá-lo a jantar junto com ele?! Aquilo já estava confundindo a cabeça de Nathaniel... 

O loiro sobressaltou-se com algumas batidas suaves na porta. Olhou confuso e em silêncio para o local, até que as batidas ocorreram novamente. 

— Vá embora! – gritou com raiva – Não quero ver você. 

Não era muito prudente gritar com uma fera daquele tamanho, mas o que ele tinha a perder afinal? Além de que, precisava demonstrar seu descontentamento de alguma forma. 

— Boa noite, senhor. – foi surpreendido mais uma vez ao notar que a voz por detrás da porta era feminina – Não quero incomodá-lo, mas gostaria de me apresentar. 

Um pouco hesitante, ele foi até a porta. Quando colocou a mão na maçaneta, a fim de abri-la, percebeu que aquilo tudo poderia ser uma cilada. Encostou-se com força na porta, e tentou olhar pelo buraco da fechadura, mas estava tudo escuro. 

— Tem mais alguém aí com você? – perguntou, tentando soar ameaçador 

— Ninguém, senhor. – a voz respondeu risonha 

Nathaniel abriu a porta com certa cautela e observou a dona da voz. Era de fato uma garota, e ela tinha cabelos compridos e de uma cor um tanto inusitada: lilás. Seus olhos eram dourados e trajava um vestido curto e bem arrumado. Ela parecia ser um pouco mais velha que Nathaniel, e tinha um sorriso enorme no rosto. 

— Entre, rápido. – ele não queria aquele animal em seu novo quarto. De jeito nenhum. Assim que a garota entrou, ele bateu a porta com força e a trancou, sentindo-se novamente quase seguro. 

— Esqueci de me apresentar! – a menina bateu com a mão na testa, encabulada, mas logo a estendeu na direção do loiro – Sou Rosalya, muito prazer! Fiquei sabendo de sua chegada, aliás, todos no castelo ficaram, e decidi vir ajudá-lo. Serei sua criada pessoal, senhor! 

— Senhor? – Nathaniel sorriu enquanto apertava a mão da nova conhecida – Por favor, não use essas formalidades. 

— Como devo chamá-lo então? – ela perguntou animada – Nosso amo não nos informou sobre seu nome. 

— Não imaginei que ele o faria... Talvez ele nem saiba. 

— Oh, querido, não se engane! – a menina confidenciou risonha – Nosso príncipe adora fingir que não sabe das coisas, para passar a imagem de durão sem sentimentos enquanto na verdade sabe o nome de tudo e todos neste castelo. Então pode ter certeza de que ele não quis nos contar porque é egoísta. 

— Como isso pode fazê-lo egoísta? – o garoto perguntou confuso 

— Ora, ele quer ser o único a saber o seu nome. – ela riu, deixando-o mais confuso ainda – Como devo chamá-lo? 

— Nathaniel. – ele respondeu 

— Todos ficarão tão felizes em ter mais uma companhia! – ela surpreendeu-o quando o puxou para um abraço apertado – Faz muito tempo que não recebemos visitas. 

— Há mais gente no castelo? 

— Muita gente! – Rosalya colocou as mãos na cintura – Mal posso esperar para lhe apresentar a todos formalmente! Falando nisso... – ela colocou a mão direita apoiada no queixo e analisou-o de cima a baixo – Que roupa deveremos separar para o jantar de hoje à noite? – a menina de cabelos platinados começou a tagarelar enquanto revirava o armário, cheio de roupas de todos os tipos e tamanhos – Algo mais sofisticado ou simples? Ou então um traje misterioso! Devo dizer que algo azul combinaria muito com a sua pele e... 

— Eu não vou. – Nathaniel interrompeu-a 

Rosalya parou o que estava fazendo tão abruptamente que deixou tudo cair no chão. 

— Como assim não vai? – perguntou confusa, olhando estranho para ele 

— Agradeço tudo o que está fazendo por mim, mas me recuso a ficar na mesma sala que aquele carcereiro. – Nathaniel cruzou os braços – É ridículo pensar nisso. 

A garota pareceu muito sem graça de repente. 

— Mas querido, você não pode recusar uma ordem do príncipe. – ela informou – Seria uma extrema falta de respeito. 

— Que assim seja então. – o loiro continuou irredutível – Ele não pode me obrigar a sair. 

 
 

*** 

— Quem aquele camponês mimado pensa que é?! – Castiel bradou em plenos pulmões, jogando as tigelas com comida para fora da mesa e fazendo com que seu conteúdo se espalhasse pelo chão – Recusar uma ordem minha?! Ele está sob meu teto!  

Como de costume, o único que não se encolheu com a raiva do amo foi Lysandre, que continuou com sua pose formal e intacta enquanto Rosalya tremia nas bases. 

— Só vim lhe transmitir o recado, meu amo. – a garota disse com um fiozinho de voz – Sinto muito, tentei convencê-lo, mas... 

— Basta! – o príncipe cravou as garras na mesa e lançou o olhar do juízo final para todos ali presentes – Não quero suas desculpas Rosalya, quero que aquele maldito venha jantar. 

— Ele me deixou bem claro que não quer nada que seja do senhor. – a cada palavra, Rosalya parecia diminuir de tamanho ante a raiva descomunal de Castiel – Seja comida, roupas e até mesmo água. 

Castiel soltou um rugido gutural, e jogou o resto dos objetos que estavam sobre a mesa. Alexy e Kentin fecharam os olhos e se encolheram ainda mais. Fazia tempo que não viam o amo tão nervoso assim. 

— Se ele não vier por bem, vai vir por mal! – gritou e sair correndo em direção ao quarto de Nathaniel 

Os funcionários do castelo se entreolharam desesperados e apenas seguiram o amo em passos largos. 

O mais aflito de todos, como sempre, era Alexy. Sabia que o amo espantaria o garoto se continuasse agindo desenfreada e loucamente. Era um mimado insuportável, e agora com o passar dos anos solitários e tristes, ficara também sensível e depressivo. Os ataques eram ainda mais frequentes. 

Quando finalmente o alcançaram, Castiel já batia na porta com toda a raiva acumulada que possuía. 

— EU EXIJO QUE VOCÊ ABRA ESSA PORTA! – bradou em plenos pulmões, e Alexy jurava que tudo na sala estremeceu 

— Não! – o garoto gritou de volta 

— A-Amo – até Lysandre havia perdido a compostura - Não acho que essa seja a melhor forma de tratar nosso hóspede. 

— Mas ele está sendo tão… Difícil. - o ex-ruivo rebateu desgostoso 

— Eu recomendaria que você se olhasse no espelho de vez em quando. - ouviram a voz sarcástica do menino de dentro do quarto 

Ele mal imaginava, mas havia acabado de tocar numa ferida muito profunda. Castiel parecia prestes a arrebentar a porta em milhares de pedacinhos, quando Alexy interferiu. 

— O senhor não está agindo de maneira sensata! - ralhou baixinho com o animal, parecendo não temer o que Castiel podia fazer - Parece um homem das cavernas. Educação é a chave de tudo! O garoto teve um dia muito difícil, e você não está ajudando nada! 

— Isso é verdade! - Armin, irmão gêmeo de Alexy, se pronunciou também - Ajeite essa postura também! Anfitriões bonzinhos não andam em quatro patas! 

— Ombros pra traz, costas retas! - o azulado empurrou Castiel para frente com destreza, e, para surpresa de todos, o mestre obedeceu – Pare de agir como um ridículo! 

— Seja gentil – Lysandre recomendou – Um cavalheiro. 

— E o mais importante de tudo… 

— Controle o seu temperamento. - os três falaram em uníssono 

O amo revirou os olhos e bufou, falando em tom normal dessa vez. 

— Você me daria o prazer de sua companhia para este jantar...? - Castiel segurou a língua. Talvez desse certo dessa vez 

— Por… - Alexy fez um gesto com as mãos que indicavam para que ele continuasse 

A fera respirou fundo. Não acreditava que estava abrindo mão de toda a sua dignidade por um garotinho mimado 

— Por favor. - as palavras custaram a sair de sua boca, mas finalmente conseguira. O pedido perfeito! Agora aquele loiro não podia recusar! 

— Não, obrigado! - todos na sala gelaram 

A frustração tomou conta de Castiel. Fizera tudo aquilo para nada?! Sentiu a raiva voltar e apossar-se totalmente dele. 

— Você não pode ficar aí para sempre! Uma hora vai ter que sair! - bradou em plenos pulmões 

— Sim, eu posso. 

Alexy deu um tapa na própria testa, frustrado demais para falar. 

— Tudo bem! Então vá em frente e MORRA DE FOME! - Castiel saiu correndo desenfreado pelos corredores, sem destino e sem prudência

—Eu irei! - Nathaniel respondeu com um soco na porta – A menos que você faça o serviço antes! 

—O que...? - Alexy mal conseguia acreditar nas palavras do garoto e no que havia acontecido 

—Cuidem para que o garoto não saia do castelo. - Lysandre estava alterado. Lysandre estava alterado! - Eu vou atrás dele...

***

Nenhum dos funcionários conseguira reagir direito ao que tinha acontecido. Rosalya sentia-se extremamente confusa e estava com muito medo para fazer qualquer coisa que não fosse costurar. Lysandre e Castiel ainda não haviam retornado, e isso preocupou muito os demais.

Não que eles pudessem sair do castelo ou algo assim, mas de qualquer maneira...

Já Armin ficara com Kentin e Alexy, montando guarda na porta de Nathaniel. Nenhum dos três sabia muito bem o que dizer, então não falaram nada.

Ouviram por um bom tempo apenas o choro baixo do loiro trancafiado no quarto e o que parecia ser um monólogo solitário.

Alexy se sentia péssimo. Nathaniel estava extremamente aterrorizado, ao ponto de pensar que poderia ser morto pela fera. Bem, não era para menos... O amo estava agindo como... Como... Como um animal!

Estava brincando com as mangas da roupa pomposa de Kentin quando Elizabeth, uma das cozinheiras-chefe mais novas do castelo (deveria ter apenas 19 anos), apareceu correndo enquanto segurava a barra do vestido verde-esmeralda, para que não tropeçasse .

— Que houve? - perguntou angustiada e respirando rápido - Eu ouvi boatos de que foi uma catástrofe...

— Boatos confirmados. - Armin soltou um muxoxo desanimado - Foi uma porcaria, não poderia ter sido pior. O amo pirou, só falou asneiras, e este garotinho dentro do quarto só fez tudo piorar.

— Não o culpe! - Alexy protestou - Pode imaginar o quanto é difícil essa situação? Ele perdeu a mãe e sua vida fora daqui, além de parecer temer a morte! Entendeu tudo errado, e não foi culpa sua...

— O que faremos então? - Kentin se pronunciou - Ficaremos aqui montando guarda para sempre?

Os amigos se entreolharam, todos pensando em alguma solução para aquele problema sem tamanho.

— Bem, daremos a ele um voto de confiança! - o azulado disse bem alto, para que Nathaniel pudesse ouvi-lo - Mostraremos que aqui ele estará seguro e não será obrigado a nada!

— O que está fazendo? - o de cabelos castanhos cochichou

— Ele tem que confiar na gente primeiro né? Façamos por merecer!

Elizabeth concordou com a cabeça, fazendo balançar os longos cabelos loiros, e Armin fez uma careta.

Será que aquilo daria mesmo certo?

— Bem... Terei que preparar o jantar novamente, por causa da crise de nervos de nosso príncipe. - a garota anunciou - Precisarei de toda ajuda possível.

— Opa, pode contar comigo! - Armin deu-lhe um tapinha no ombro - E para a degustação também...

— Nada disso! - a loira o repreendeu - Lysandre ficou muito irritado pela grande bagunça que causou da última vez! E eu também!

— Ah que é isso, essas falsas acusações são um absurdo!

— Falsas uma ova, meu amigo! - Kentin o repreendeu - Ficarei de olho nele para você Elizabeth... Você vem Alexy?

Os três já tinham começado a se retirar, e olharam para o amigo, ainda encostado à porta do novo hóspede.

— Podem ir na frente... Já alcanço vocês.

Kentin o olhou por um tempo, tentando decifrar o que o azulado tinha escondido atrás dos olhos lilases. Armin e Elizabeth apenas deram de ombros e seguiram seu caminho.

— Vá, vá! - Alexy sorriu - Que é? Ficou hipnotizado pela minha beleza exótica?

Os olhos esmeraldas de Kentin se estreitaram e ele olhou irritado para o amigo.

— Não vá fazer besteira Alexy.

***

Após conseguir papel, caneta e um tinteiro, Alexy começou a redigir um pequeno bilhete para o hóspede.

"Fique ciente, meu senhor, de que pode contar comigo no castelo. Lhe trarei comida sempre que precisar e atenderei aos seus pedidos.

O castelo é sua casa agora, e quero que seja acolhedora.

Sei que está assustado e confuso, mas nosso amo não é o monstro terrível que imagina. Ele é incompreendido e precisa de ajuda.

Você é nossa única esperança.

Se precisar de ajuda, chame por Alexy."


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Notas finais do capítulo

E ENTÃO??? Pelo visto a convivência não será fácil... Muito pelo contrário!
Mas com o Alexy de mediador, talvez as coisas fiquem um pouco mais simples, ele parece entender a dor de Nathaniel. Que, diga-se de passagem, nem imagina o porque de ser tão requisitado assim.
Mal sabe ele, mal sabe ele...
E Castiel: CALM DOWN BEYONCÉ! Não faz a louca, seu bestão!
Elizabeth é uma velha OC minha, ela fará o papel da docete (mesmo que sua personalidade não se pareça muito com a dela). Quem lê "What If...?" já a conhece, e pra quem acabou de conhecê-la, espero que goste muito sz
Ela é um amor, prometo!
Revisei esse cap milhares de vezes, mas sempre me escapa algo, então me avisem se encontrarem qualquer erro!
Me perdoem pela demora com os comentários viu? Estou acumulando e respondendo sz
Espero vocês nos comentários desse cap, beijão!