Dany

Acordei em um lugar escuro, que se movia para cima rapidamente. Parecia ser um elevador. Minha cabeça doía, não conseguia lembrar de nada, nem do meu nome. Após meus olhos se acostumarem um pouco com a escuridão, pude distinguir alguns objetos - caixas - ao meu redor. Encontrei uma faca entre eles, e a escondi entre as minhas roupas, pode ser que precisasse dela.

Aquela coisa em que eu estava parou de repente e caí com força no chão. Uma luz muito forte quase me cegou, quando me acostumei com ela, vi muitas pessoas paradas me olhando. Um garoto loiro, alto e magro pulou para dentro do elevador. Me afastei para um dos cantos, com medo que ele possa me machucar.

Ele me ofereceu sua mão para me ajudar a levantar, e eu, hesitante, aceitei. Eu me levantei, mas ele não soltou a minha mão. Ele abriu um sorriso e foi como se uma corrente elétrica tivesse percorrido meu corpo. Ele era bonito, e mexia comigo de alguma forma.

O loiro me levou até um dos cantos, onde uma corda estava sendo jogada. Ele subiu primeiro e me ajudou a subir depois dele.

Quando saí, fiquei apavorada e logo reparei nas quatro paredes gigantes com quatro "portas" enormes, no meio de cada parede, as quatro abertas.

Peguei a faca que tinha escondido e ameaçei as pessoas ao meu redor, mas nenhuma se atreveu, ao contrário, elas ergueram as mãos e abriram caminho para mim. Aproveitei a chance e saí correndo em direção a uma das "portas", mas o cara loiro que me ajudou começou a me seguir , e, mesmo mancando, ele era rápido.

Ele me alcançou e se jogou no chão, agarrando uma de minhas pernas e me fazendo cair. Atingi o chão com força e quase perdi minha faca, quase.

Segurei a faca com firmeza e o ameaçei:

— Se você encostar mais um dedo em mim, eu te mato - disse, dei uma joelhada em sua barriga, arrancando-lhe o ar dos pulmões e fazendo-o cair no chão.

Me virei e segui em direção a "porta" mais próxima.

Enquanto corria, jurei para mim mesma que nada iria me fazer parar ou voltar, nada.