Pássaros Azuis escrita por Kokoro Tsuki


Capítulo 4
03 — Procurando por você


Notas iniciais do capítulo

Algumas revelações aqui... E... Por favor, eu não fiz por mal, tá? ~se não entendeu, leia o capítulo huehuehehe~ Não tem muito o que falar sobre esse aqui, apenas que a postagem está programada (ah vá, sério?) e que ele foi o maiorzinho até agora e também... O que eu considerado o mais tristinho. Vocês vão descobrir o porquê 'u'

A músiquita: https://www.youtube.com/watch?v=TRymX25lYFk ♥



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Pássaros Azuis

Procurando por você

 

Sasuke não sabia há quando tempo estava correndo, ou para onde estava indo. Sabia apenas que seu coração parecia querer sair pela boca, imergindo em meio a sentimentos que se confundiram ainda mais ao ver aquela foto na casa da cunhada. Era Kyuubi. Tinha certeza.

A trazia contra seu peito, apertando com força e amassando a imagem do louro que trazia luz aos seus pesadelos. Não podia ter errado tanto. Não podia. O rapaz de fios dourados da imagem era o mesmo que ele conhecia. Até o sorriso tinha os mesmos traços delicados.

Naruto. O nome verdadeiro dele. Um nome bonito, e que de certa forma combinava com o jeito dele, com o amor por comida, apesar de nunca tocá-la enquanto o moreno se alimentava. Naruto. Seu nome. É, realmente não sabia nada sobre o garoto de tão brilhantes olhos azuis.

Parou em baixo de uma árvore, sentindo os leves raios do Pôr-do-Sol bater em seu rosto, enquanto fitava a fotografia que trazia em suas mãos. Bonito. Sorridente. Mas tão distante... Como se não pudesse alcançá-lo, e isso trazia ao Uchiha um vontade inexplicável de chorar, de colocar para fora aquela tristeza estranha que machucava. Que o dilacerava por dentro.

Sem saber o que fazer, deixou que seus pés o guiassem por caminhos que sempre seguia, e a cada tufo de fios amarelos sentia vontade de chamar pelo amigo de infância, fosse pelo apelido que lhe contara anos antes, fosse pelo nome de verdade, não importava. O queria por perto, como nunca quisera ninguém.

Ele não soube como chegou a casa de paredes esverdeados, notou que estava ali apenas quanto tocou a campainha e ouviu o barulho soar por seus ouvidos. Tinha chego ali sem sequer perceber os caminhos que seguia.

— Olha, se veio cobrar alguma coisa, é melhor para a puta que te par... — o grisalho parou assim que viu o outro parado em frente a porta, com a cabeça baixa e deixando que alguns soluços escapassem por sua garganta. Arregalou os olhos violáceos, sem acreditar no que via. Sasuke Uchiha nunca chorava. — Ei, cara... O que foi...?

— P... Posso... — sua voz saiu embargada, num múrmurio que fez o maior se aproximar, com clara preocupação. — Posso ficar aqui, Suigetsu?

O Hozuki apenas assentiu, e puxando-o pela mão o trouxe para dentro de sua casa. Uma hora ou outra o Uchiha teria de dizer o que lhe afligia a ponto de procurar refúgio.

 

 

Os olhos esmeraldinos piscaram duas ou três vezes antes de se abrir completamente, incomodados pela claridade do quarto de casal. A rosada se viu obrigada a tapar o rosto com um de seus braços, até que conseguisse se acostumar totalmente.

Itachi entrou no cômodo nesse momento, trazendo consigo uma badeija de com duas xícaras de chá e foi até a noiva, preocupado. Tomou uma das mãos dela e segurou com força, tremendo um pouco. Com Sakura desmaiada e Sasuke desaparecido ele não soube o que fazer e resolveu ficar com a mulher de cabelos róseos. Por mais que agora tivesse vontade de sair correndo atrás do irmão.

— Como o Sasuke-kun — murmurou sem encará-lo. — sabia sobre o Naruto?

O moreno suspirou.

— Sakura, você desmaiou, está nervosa... É melhor tomar um descançar e tomar um pouco do chá que eu fiz...

— Como?

Ela não iria desistir, sabia bem disso. Mas não sabia como explicar toda aquela história que havia escondido desde que se conheceram. Sabia menos ainda interligar os pontos que uniam Kyuubi ao tal de Naruto.

— Eu escondi isso de você por quatro anos, Sakura. Quer mesmo saber? — perguntou enquanto acariciava a pele lisa dela. Teria tanta coisa para contar... Tanta!

— Quero. Quero sim... Por favor... — a Haruno estava chorando, disto o Uchiha tinha certeza. A voz dela sempre ficava daquela maneira quando as lágrimas começavam a escorrer.

— Bem, Sakura, é uma longa história...

 

 

Suigetsu ainda não conseguia entender o que levera Sasuke a bater em sua porta daquela maneira, chorando com claro desespero. Devia ser algo grave, tinha certeza! O Uchiha nunca chorava, muito menos na frente de alguém que não fosse seu irmão, e não saber o motivo o fazia se sentir inútil.

O amigo — ou colega, não sabia direito — estava em um canto do sofá da sala, quieto, sem pronunciar uma palavra por entre os lábios ainda trêmulos. O grisalho tinha a curiosidade de saber o porquê, mas não perguntaria. Se Sasuke quisesse contar, ele contaria. Simples assim.

Sentou-se ao lado dela, entregando uma latinha de refrigenrante gelado. Não era certeza se o outro tomava, mas serviu mesmo assim, e ele pegou, apesar de não fazer nada com aquilo. Sorveu um pouco de sua própria bebida e continuou com o silêncio que lhe incomodava.

O jovem de olhos violáceos era dois anos mais velhos que o moreno, um repetente da escola que não tinha vergonha de ter perdido dois anos por conta da bagunça, expulso de casa pelos pais por não ser 'o que esperavam dele', e conhecera o Uchiha quando ele acabara ne ingressar no ensino médio, e de tanto o irritar se considerava um amigo.

E, agora o menor estava ali, sem dizer nada, claramente sofrendo por alguma coisa que desconhecia.

— Você tem o número do Juugo? — arqueou uma sobrancelha ao ouvir a pergunta da voz ainda embargada. Oi? Ele queria mesmo o telefone do alaranjado?

— Sim, tenho... Só não entendi para quê você quer... — se colocou em pé e foi até a estante de casa, procurando em uma das portas sua agenda de capa preta. Passou as páginas até conseguir achar. — Aqui, 81-90-662-3471.

— Obrigado. — sibilou. — Posso usar seu telofone?

— Esse aqui está mudo. — apontou para o da sala. — Mas pode usar o do meu quarto.

O menor assentiu e murmurou baixo um outro 'obrigado' antes de ir para o quarto do grisalho pelo corredor não tão largo, afinal, ele morava sozinho há anos. Tomou cuidado para não tropeçar em nada, e quando chegou deixou que seus dedos discassem o número rapidamente.

Tive que esperar um tempo até que Juugo atendesse, e isso lhe pareceu uma curta tortura. Pôde só respirar com calma quando ouviu a voz rouca dele do outro lado da linha.

— O que você quer, Suigetsu?

— É o Sasuke. — disse, e ouviu uma exclamação de surpresa por parte do ruivo. — Preciso que faça algo para mim.

— Uh? E o que seria?

— Preciso que você pesquise sobre pessoas chamadas Naruto e me passe o endereço de todas elas.

 

 

Mikoto atendeu o filho mais novo com o coração na mão, perguntando a todo momento se ele estava bem. Itachi a ligara anteriormente, contando tudo o que havia acontecido na casa de sua noiva, desde a foto até o desmaio de Sakura e a fuga de Sasuke, por isso estava inquieta.

Mãe, eu estou na casa do Suigetsu. Não se preocupe, ele sabe cozinhar e lavar a roupa. — gracejou com certo nervosismo, e a Uchiha podia sentir isso em sua voz. — Mas... Eu não vou poder voltar tão cedo.

Suspirou, de certa forma já esperava por isso.

— Você... Por acaso vai atrás do Kyuubi? — perguntou, direta. Não impediria o filho de correr para o que queria, mas também tinha a necessaidade de saber.

— ... — silêncio e ela o ouviu crispar os lábios. — Sim, mãe, eu vou... Vou faltar à escola esses dias e procurá-lo... Mas... Mas prometo que irei ligar todas as tardes, para contar o que aconteceu... Por favor, mãe... Eu sei que sou menor, e...

— Pode is, Sasuke. Desde que me ligue mesmo. — uma expressão de surpresa foi feita pelo outro lado da linha, e a morena riu, divertida. — Se isso for te fazer mais feliz, então... Que seja!

O caçula ficou quieto por alguns motivos, pensando no que responder diante disso. Acabou por sorrir.

Está bem... Na verdade, eu até descobri o nome dele, e três pessoas que podem ser...

— Hã? Sério? Quais seriam?

Naruto Nakamura, Naruto Kanbara e Naruto Uzumaki. Todos de cidades difrentes, irei procurá-los a partir de amanhã. Pode avisar ao Nii-san e a Sakura?

— Eh? A Sakura-chan também? — questinou, surpresa. — Está bem, eu aviso... Não, precisa agradecer... Sim, eu sei que você ama, eu te amo também... Até a próxima ligação... — e desligo, sorrindo.

Talvez seu filho saísse decepcionado dessa história, mas ao menos iria procurar pelo que lhe faria feliz.

 

 

PRIMEIRO DIA

Naquele primeiro dia Sasuke havia ido buscar por toda Okinawa pelo rapaz de madeixas douradas. O lugar era bonito, não podia negar, mas também não prestou muita atenção na paisagem que o cercava enquanto caminhava pela areias quentes e macias de uma das praias. Precisava achá-lo de todo o jeito.

Andou com calma, observando atentamente cada pessoa que trasitava por ali, ficando agitado toda a vez que via um louro cruzar o seu caminho. Mas não importava o tom do cabelo, não importava a cor dos olhos, nenhum dele era o seu Kyuubi.

Tinha o endereço do topo da lista em mãos, o apertando com força enquanto procurava o estabelecimento que o tal de Naruto trabalhava. Ah, como seria bom se pudesse encontrá-lo! Se pudesse vê-lo uma vez mais. Nem que fosse a última.

Enquanto passava pelas primeiras lojas, seus olhos se grudavam nas placas dos locais, tentanto indentificar aquele que estava procurando. Chegou a sorrir quando achou, sem conseguir evitar ter grandes esperanças com isso. Talvez estivesse errado. Talvez.

Tremendo um pouco, ele entrou, podendo sentir o vento gelado da sorveteria contra o seu rosto, e na recepção uma garota de curtos cabelos negros parecia entediada. Devia ser a concorrência que não deixava com que os clientes se aproximassem.

— Com licença... — chamou, e os olhos levemente castanhos se voltaram para seu rosto. Teve certeza que ela corou, mas decidiu por ignorar. — O Naruto Nakamura está?

— Nakamura-san? — ela fez uma leve cara de desgosto, e Sasuke concluiu que agora a moça achava que era gay. — Espere, eu vou chamar. — e entrou por um porta.

Por mais que tenham sido apenas sete minutos, para o Uchiha durou mais que o necessário. Ficou ali, esperando de pé enquanto suas mãos suavam. Por que diabos o tempo não podia passar mais rápido nesses momentos? Inferno, quando estava dormindo os minutos passavam voando!

Batia os pés de forma frenética no chão, e quando ouviu o som da porta se abrindo quase caiu para trás, com o coração acelerado. A menina vinha em sua direção, ainda com uma cara que remetia a nojo, e por de trás dela conseguia ouvir alguém falando sem parar.

— Pela milésima vez Hanayo, eu não gosto de pênis! — a voz o fez parar. Muito grossa. — Ah, é esse o carinha? O que quer?

Por um momento o mundo de Sasuke parou, principalmente ao ver os cabelos castanhos um pouco longos. Os olhos de um tom mel, a altura muito maior do que se lembrava... Não. Não era ele. E isso o fazia ficar sem reação. Sem saber o que fazer.

— Garoto? Você está bem?

Pasmo, o jovem de fios negros não lhe deixou falar mais, correndo para fora sem  olhar para as pessoas que ainda gritaram por ele. Não. Tinha errado. Não o tinha encontrado mais uma vez.

Mal sabia para onde ia, sabia apenasque não queria ficar mais ali. Queria embora, mas não desistir. Não podia desistir. Precisava encontrá-lo logo, e ainda tinha outros dois para procurar, e um deles devia ser ele. Se não fosse, iria perguntar para Sakura. Ela devia saber.

Cansado, ele parou apenas quando chegou em um pequeno parque vazio, um pouco destruído. Provavelmente as crianças haviam largado o lugar por conta de sua falta de manutenção. Apenas o baçanço estava em boas condições, por mais que as condições não fossem muito boas.

Foi até lá e se sentou, podendo respirar com tranquilidade e melancolia. Baixou sua cabeça e a colocou entre as mãos. Sentiu que provavelmente choraria logo.

— Naruto...

— Que foi, Sasuke?

Num impulso, sua cabeça foi para cima, e seus olhos negros procurarem por todos os lados pelo dono da voz, vendo apenas os balanço ao seu lado de movimentar. Sim. Ele estava ali, ouvindo, e isso o fez sorrir de canto, sincero.

Definitivamente não ia desistir.

 

 

SEGUNDO DIA

Hiroshima não era tão bonita ao seus olhos quanto Okinawa, talvez por ser um pouco mais barulhenta e movimentada, não gostava muito disso. Andava devagar pelas ruas cheias de gente apressada, provavelmente querendo chegar na hora para alguma coisa, fosse relacionada ao trabalho ou aos estudos.

Via em quase toda a parte meninas e meninos colegiais se dirigindo a suas escolas, algumas — e alguns — até piscavam e claramente o paqueravam. Chegaram a lhe parar e entregrar pedaços de papel com telefones que foram descartados quando chegou no centro.

Quase foi atropelado duas ou três vezes, o que o fez tomar mais cuidados ao atravessar a rua que daria de encontro para uma faculdade local, um enorme prédio que parecia ocupar pelo menos dez quadras. Naruto Kanbara devia estar ali.

Pelas informações que Juugo lhe passara, ele deveria ser um estudante de Enfermagem e estar na instutuição naquela manhã não tão quente. Chegou a ligar para o desconhecido na tarde anterior para marcar um encontro. Mentira, dizendo que era um jornalista.

Deu seu nome na recepção e a entrada foi permitida apenas por conta da confirmação que o outro havia feito, e agradeceu mentalmente por isso. Já do lado de dentro, se pôs a procurar pelo ponto de encontro, sem deixar de notar como as meninas o comiam com os olhos.

— Hey! — se virou para a voz que o chamava, encontrando o homem de cabelos tingidos de azul. — Você é Sasuke Uchiha?

De primeiro momento, pensou seriamente em não responder e sair correndo dali o mais rápido possível. Não. Não era o louro novamente, somente uma pessoa completamente diferente que tinha o mesmo nome.

— Desculpe... — murmurou e deu as costas ao maior, que arqueou uma sobrancelha sem entender, e o viu se afastar de forma lenta, até que sumisse de seu campo de visão.

Mais uma vez, andou sem rumo por aí, trombando em todos que cruzassem seu caminho. Devia ir à estação de trêm, porém não tinha tanta certeza assim de que queria ir para a casa de Suigetsu, ou ligar para sua mãe e avisar que a busca fora em vão. Mikoto precisaria saber, mas em um outro momento.

Continou dessa maneira até que encontrou algumas crianças brincando, e entre elas uma rindo de falando sozinha, fazendo-o sorrir. Aquele menino o lembrava a si próprio anos atrás, quando Kyuubi ainda estrava ao seu lado. Isso era mais um motivo para trazê-lo de volta.

Seguiu os que andavam, chegando até um pequeno parquinho onde garotos e garotas corriam com altas risadas, e, por instinto, levou os olhos negros até um balanço, procurando por Naruto.

Ali, conseguiu ver de relance uma certa pelugem dourada, o fazendo dar um passo à frente e logo recuar. Não havia louro nenhum ali. E, prestando a devida atenção, não havia criança nenhuma também, para seu espanto. Devia estar imaginando.

É, devia.

 

∞ 

 

TERCEIRO DIA

 

 Dessa vez decidira ir durante a tarde, era o último nome de sua pequena lista, deixando-o com uma pequena ponta de esperança em seu peito. Menor que a das duas últimas vezes, mas ainda assim uma esperança. Queria achar Kyuubi, e poderia o encontar ali.

Seguindo o endereço dado, foi parar numa pequena cidade afastada de Tóquio chamada Konoha, nome que remetia as inúemras árvores de folhas esverdeadas que cercavam o lugar, dando-lhe não só a aparência, como também um clima agradável.

O lugar tinha uma beleza espetacular na singela opinião do moreno. Ele podia morar lá sem problemas se fosse o caso. Só de andar pelas calçadas de ladrinhos, ou de observar o lago cristalino ele pôde ter certeza de que gostaria de morar ali. Ainda mais de Naruto morasse ali.

Indo atrás das indicações em suas mão, encontrou uma casinha pintada de amarelo. Um sobrado que, por fora, já parecia bem confortável. Um jardim de flores vermelhas e uma cerca de madeira pintada de branco a decoravam, dando um charme em especial.

Tocou a campainha com um sorriso singelo no rosto, esperando ser atendido pelo rapaz de cabelos louros, e assim aconteceu. Um menino de fios ameralados atendeu, o enrando com seus curiosos olhos azuis piscantes. Uma cópia do seu amigo de infância em miniatura. Só que sem os riscos na face.

— Pois não? — perguntou com curiosidade, e de primeira Sasuke não conseguiu responder.

Antes que tivesse algo para falar, uma outra figura apareceu na porta. A mulher de longos cabelos ruivos tinha a aparência abatida e os orbes cerúleos sem brilho nenhum, com escuras olheiras a dando um aspecto mais cansado.

— Filho... Quem é você? — a voz saiu num sussuro, seca. — O que quer?

— Senhora... — começou, baixo. Sentindo uma estranha vontade de sair dali. — Naruto Uzumaki mora aqui?

A adulta de fios escarlates o encarou com surpresa e uma palpável mágoa, podendo ver lágrimas escorrerem por sua pele clara. Caiu de joelhos com desespero e o garotinho se aprixomou da mãe, assustado e pedindo para que ela parasse e levantasse a cabeça.

Sasuke, por sua parte, só podia ouvir os gritos abalados da mulher sem saber o que fazer, como agir. Pensou em dar meia volta e ir embora, mas sentia que não deveria fazer isso, principalmente depois que ela se levantou subtamente.

— Heh... — abriu um sorriso melancólico, passando a mão pelo rosto. — Meu filho... Você... Conhece meu filho...?

Recuou um passo para trás quando a ruiva deu um para frente, hesitante. E teria dado mais se não sentisse o toque de mãos delicadas em seu ombro.

— Ele é um amigo meu, Kushina-san. — disse, a voz soando de forma doce, e o Uchiha percebeu o quanto os traços dela eram delicados, desde os longos cabelos negros até os olhos levemente perolados. — Ora, falei do Naruto-kun para ele e logo ficou impressionado e veio aqui para saber mais. Não se preocupe, o Sasuke-kun é uma boa pessoa.

O moreno a fitou incrédulo, e a mais velha pediu com os olhos para que nada dissesse, enquanto continuava a falar com a adulta. A tal de Kushina parecia um pouco mais normal ao convesar com a jovem mulher, pelo jeito se conheciam a longa data.

Elas ainda se falaram por um tempo, com a criança interrompendo as vezes. O colegial notou que ele ficara grudado a saia da mãe, provavelmente com um pouco de medo restante pelo acontecimento anterior, e por isso curvou levemente os lábios, para tentar acalmá-lo um pouco. Aparentemente deu certo.

Não demorou muito e a jovem se despediu de Kushina, o chamando para ir. Agora sim podia perguntar de onde conhecia Kyuubi. E também descobrir o porquê de saber seu nome, sem quer ter dito.

— Foi a Sakura-chan quem me contou. — Sasuke quase deu um pulo para trás ao ouvi-la. Hã? Ela lia pensamentos. — Ela disse que um tal de Sasuke Uchiha viria procurar a Kushina-san, para saber mais sobre o Naruto-kun... Se eu soubesse que era você, teria te impedido de ir até a casa dele... Sabe, a Kushina-san está muito abalada... — não percebia, mas a estava seguindo ao caminho pela cidade, sem conhecer os caminhos que seguia.

— Você conhece o Kyuubi? — a pergunta simplesmente saiu sem que notasse, e a perolada parou seus passos por um momento, para encará-lo. — Digo, o Naruto Uzumaki?

— Você sabe até o apelido de infância dele... — sibilou, baixindo, e depois sorriu com doçura. — Eu sou Hinata Hyuuga, e conheço o Naruro-kun sim! Na verdade, eu fui apaixonada por ele!

Assim como ela, Sasuke parou, e encarando com os lábios entreabertos, com uma vontade assustadora de responder a altura, no entanto, a risada baixa e a mão suave que o puxou fez com que desistisse. Talvez a Hyuuga estivesse apenas desabafando.

Andaram mais um pouco, e a adulta de cabelos escuros falava sobre o louro em um tom terno, com o mesmo carinho que Kyuubi usava para falar com ele quando criança, e isso o dava uma leve sensação de nostagia, e um pouco de insegurança. Será que Kyuubi gostava mais de Hinata? Retribuia seus sentimentos?

Balançou a cabeça de forma negativa, tentando afastar esses pensamentos tolos. Sim, era uma mulher bonita e graciosa, quem não gostaria dela? Pelo jeito, o gosto de Naruto era muito bom.

A perolada notou aquela pequena reação do mais novo, mas não se pronunciou, continuou a ir em frente até ver um portão branco em seu caminho. Apertou mais forte a mão do outro e se virou, o fitando com compaixão. Aquilo com certeza doeria muito no moreno, contudo precisava ser feito. Para seu próprio bem.

— Precisamos cortar caminho por ali e logo chegaremos ao Naruto-kun. — o aviso soou com visível aflição e Sasuke arqueou uma sobrancelha. Era meio estranho cortar caminho por um cemitério. — Espero que não esteja cansado, Sasuke-kun.

Fez com a mão que não e voltou a segui-la por entre as lápides, vendo em vários cantos famílias visitando os parentes que há tempos partiram, deixando flores e chorando baixo pela morte, muitas vezes prematuras. E não pôde deixar de se lembrar também de seu pai, que falecera quando era ainda muito pequeno.

De repente, notou que a mais velha parou novamente, encarando um lugar no vazio, um tanto distante deles. Prestou atenção em como o dedo dela lentamente se levantava, apontando para alguma coisa e, hesitante, seguiu com os olhos para a lápide de cimento branco, mirando o escrito sobre ela.

A luz fraca e alaranjada do pôr-do-Sol batia em sua fronte, fazendo brilhar as lágrimas hialinas que começavam a se formar nos orbes ônix, enquanto analisava cada palavra escrita em alto relevo. Era uma mentira. Tinha de ser mentira!

— Não pode ser... — sibilou, desolado com o que via, e Hinata o envolveu com seus braços. Doía nela também ver aquilo.

❝ Naruto Uzumaki

1989 — 2005.❞

Seu coração batia forte, e o desejo de ir embora dali e nunca mais voltar crescia, junto com o sentimento de desespero. Não devia nem mesmo ter saído de casa para procura-lo, devia ter ignorado! Devia! E agora... Agora  estava doendo muito.

— Kyuubi... — proferiu entre soluços, com a cabeça baixa. Seus joelhos moles o levaram ao chão junto da morena. — Kyuubi...

— Sasuke... — ouviu, e levantou o rosto.

Ali, atrás da lápide, podia ver os olhos azulados o mirando com piedade e afeição, uma pitada de adoração era visível no brilho triste de seus mirantes. Um sorriso levemente desalento o fazia curvar os lábios bracos. Um de seus braços estavam estendidos para ele, e Sasuke pôde notar um detalhe nele: seu corpo era etéreo, e os raios de Sol o atravessavam.

— Naruto... — sibilou, abalado, estendeu a mão de volta para o rapaz de madeixas douradas. Para sua luz.

Surpresa, Hinata mirou os rosto dele e depois o vazio que ele encarava. Não era possível... Era?

— Você... Você pode ver o Naruto-kun...?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e que... Não me matem :p Isso fazia parte do enredo e desde o início eu avisei que a história seria sobre drama, então está aí o drama XD

Beijos para quem ler, e até semana que vem ♥

POSTADO: 15/03/2016



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