A Herdeira do Infinito escrita por Cabeça de Alga


Capítulo 2
Dama da Noite




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Me sentia totalmente estranha, estava com um vestido negro sob a luz do luar, sentia a terra molhada em baixo dos meu pés descalços, a grama a minha frente era de um verde tão belo, não tinha arvores, apenas a grama e as flores, nunca tinha visto coisa assim, elas eram douradas, mas não um dourado comum ou aquele dourado de ouro, esse era diferente ele tinha um toque de azul celestial, misturado com prata, suas pétalas eram perfeitas, pareciam ter sido esculpidas pelas mãos de um pintor, eram sedosas ao toque, as pétalas ficavam uma do lado da outra, formando círculos, um grande, acima um menor que o outro e logo depois um terceiro menor que os outros dois, do centro saia como se fossem cordas com pedras de rubi vermelho escarlate nas pontas, elas brilhavam em um tom de vermelho sangue, que dava um contraste a mais a cada pétala, o caule erá verde, e cada folha que saia dali era na verdade uma especie de pedra preciosa. O Jardim estava repleto de flores do mesmo tipo, avancei mais adentro. Ao longe vi uma luz fantasmagórica, fui em direção a ela, cada passo era como pisar em nuvens de tão macios que era o gramado. Ao me aproximar mais da luz, percebi que se tratava de uma lamparina e que uma mulher a segurava, ela tinha cabelos brancos como neve, mas não erá velha, tinha no máximo 20 anos, tinha pele pálida olhos negros, que a deixavam ainda mais bela, cada curva do rosto era acentuada e angular, ela tinha expressões suaves e delicadas, mas o negro de seus olhos diziam outra coisa, ela vestia um longo vestido branco da mesma cor que seu cabelo. Ao me aproximar mais dela e da lamparina, ela percebeu minha presença e com um sorriso ela me saudou, como se nos conhecêssemos a anos e por um breve momento nos separados e agora nos encontramos novamente.
— Olá Clarisse, como você esta ? - A voz da mulher era suave como uma pluma.
— Onde estou ? e quem é você ?.
— Você esta em Everis, esse lugar pertenceu ao Anjos Terrestres, e eu sou Lemeth, a guardiã deste local até a volta dos Anjos Terrestres, mais chamados de A Orda Celeste - Clarissa não pode evitar um olhar confuso, e Lementh deve ter percebido - Os anjos Terrestres são a Guarda especial da Rainha do Palácio Celestial, que fica a Leste do planeta Ever, a Rainha Eryna os criou e junto com eles este planeta, como local de habitação deles - Clarissa olhou em volta, obviamente a procura destes tais Anjos Terrestres, mas não viu nada, apenas um belo jardim sem fim, olhou de volta para a mulher.
— E onde estão estes tais Anjos Terrestres ? - Perguntou, se arrependendo imediatamente, a mulher lhe lançou um olhar de sofrimento misturado a saudades e principalmente medo.
— Eles desapareceram a cerca de 20 anos, quando a Rainha Irys, desapareceu com seu marido, Rei Loren e o herdeiro do trono, Príncipe Valirion.Dizem que a Rainha os levou para sua proteção pessoal, que estava fugindo de assassinos - Clarissa olhou bem para a mulher, tentando entender o motivo por ela estar contando aquilo tudo a ela, não fazia ideia de onde estava ( Ok! ela já falou Everis, mas que raio de lugar era esse ?! ) e nem de como havia ido para ali, talvez fosse um sonho, isso é claro que era um sonho - Não é um sonho - Disse ela, como se tivesse adivinhado no que estava pensando - Eu invoquei você no momento em que percebi sua pré-morte...
— O QUE - Disse Clarisse espantada - Eu estou morta é isso mesmo ?.
— Eu disse pré-morte, você não morreu, pelo menos ainda, só está parte viva parte morta - Ka tentou puxar o ar, mas parecia impossível, estava começando a ficar tonta - Mas enfim, eu não lhe chamei aqui para isso, lhe convoquei por que creio que você é a única que pode me ajudar.
— Olha Limut ou qualquer que seja seu nome, você só pode estar enganada, pegou o ser mais desprezível da terra, no caso eu.
— Clarissa, você não faz ideia do que pode fazer, sua capacidade, sua mãe e seu pai não lhe falaram nada ? - Aquelo foi como um soco em sua barriga, não tinha pensado em seus pais desde sempre, sua mãe morrera quando nasceu e seu pai alguns dias depois, nunca os conhecera e a ideia daquela mulher totalmente estranha e possivelmente louca os conhecerem, era mais que um soco e sim uma dor funda no peito. Sempre tivera a curiosidade de saber como eram seus pais, claro tinha a foto deles, mas não assim queria conhece-los de verdade, como eles eram, sua personalidade se eram bons ou ruins.
— Eu nunca cheguei a conhece-los - A voz saiu com uma pontada de dor.
— O céus - Exclamou ela - perdão eu não sabia, sua mãe era tão gentil com todos e seu pai tão charmoso - Disse ela como se eles fossem amigos de muitos anos - Quando conheci seus pais, eu estava em perigo, um grupo de assassinos tinha sido contratado para me assassinar, seus pai me acolheram e me protegeram, cerca de vinte e dois anos atrás eu voltei para Everis, dai soube sobre a família real, que eles tinham desaparecidos, provavelmente fugido, e sua Orda Celestial, os Anjos Terrestres tinham provavelmente ido juntos. Com isso lancei um feitiço de proteção e camuflagem nessa terra, desde então fico aqui escondida, protegendo esse local.
— Mas qual foi o motivo da família real ter fugido ?.
— Sabe-se que eles foram ameaçados pelo clã Reivel, um clã muito antigo e poderoso, que já fizera parte da corte, eles queriam tomar a Coroa do clã Loriel, que erá da Rainha Irys e dos antepassados Reis e Rainhas, então para proteger a corte real eles fugiram, o clã Reivel, que é comandado pelo Lorde Bron, ficou claramente frustrado, pois para se tomar a Coroa de um clã se tem que acabar com todos da linhagem, sem deixar nenhum a vista.
— Desculpa falar assim, mas o que eu tenho a ver com isso tudo ?.
— Você ao menos conheceu sua tia ? - Caramba ela que não era da família conhecia todos de sua família, e ela nada, não conhecia ninguém.
— Nunca nem mesmo os vi, tanto por parte de mãe quanto por parte de pai, eles me abandonaram em um orfanato - Ela a olhou com pena e isso a dava raiva, odiava que as pessoas sentissem pena de mim, o que isso iria me ajudar ?! - Olha estou cansada dessa conversa tola, nada faz sentido nenhum para mim, se você conheceu maus pais, parabéns, não posso te dar um premio para isso por que teoricamente estou morta - Falou ela com o maior tom ríspido que conseguiu - Então se puder sair do meu sonho p´re morte eu iria agradecer eternamente - Disse por fim, a mulher lhe olhou como se tivesse levado um tapa, provavelmente ninguém nunca falará assim com ela, isso a fez sentir-se um pouco culpada.
— Sinto muito - Sua voz saiu um pouco magoada, mas ela não estava se importando muito, pois queria sair dali logo - Irei providenciar sua volta, pode deixar você não morrera - Disse ela virando as costas e pegando uma daquelas flores e lhe entregando - Pegue uma, quando precisar falar com alguém é só sussurrar meu nome nesta flor que eu a trarei aqui. Mas faça isso quando estiver preparada para ouvir sobre sua família, oque realmente aconteceu a eles e que provavelmente acontecera a você -
Quando estava preparando uma resposta bem mal educada para aquilo, ela caiu na escuridão que não parecia ter fim, até que viu uma luz, pequena, mais brilhante.

* * *
De repente acordou em um quarto todo branco, não branco não era azul, tinha uma maquina do seu lado que monitorava seus batimentos cardíacos, estava deitada em uma cama confortável, tinha uma TV LCD na parde, uma escrivaninha logo abaixo e um sofá reclinável perto janela. Ei estava vestida com uma camisola branca e com um coberto de lã, pela janela parecia estar sol, mas dentro do quarto estava frio, esticou a mão para puxar mais a coberta para cima e senti alguma coisa diferente, quando olhou mais atentamente, percebeu que era a mesma flor do seu sonho, como se te dissesse que não fora um sonho, mas sim real.   


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