Lydia Martin

Stiles conversou comigo por horas, até que o dia desse lugar para a escuridão da noite na cidade. Depois de algum tempo ele teve de ir embora, o Xerife ficaria preocupado com a demora do filho, e a única coisa que eu pude fazer foi agradecer por ter um amigo como o mesmo. Ninguém apareceu no quarto, mesmo tendo plena certeza de que as garotas estavam ali. Resolvi voltar para o quarto de hospedes, onde eu havia dormido na noite anterior, mas não encontrei ninguém no caminho. Tomei um banho demorado, pensando em tudo que eu teria de encarar no dia seguinte. Jackson na escola, Peter no loft. Achava mesmo que talvez a coisa mais certa a fazer era voltar pra casa, mesmo sabendo que meu pai estava por perto, e tudo o que eu não queria era encontra-lo. Stiles me ofereceria a casa dele, mas não seria certo.

Ao sair do banho, me deparei com Peter Hale sentado na cama de casal que havia no quarto. Ele tinha os olhos presos em seus pés e as mãos entrelaçadas. Me aproximei, fazendo com que ele olhasse em meus rosto.

— Lydia – chamou.

— Peter – sussurrei – O que está fazendo aqui?

Ele ficou de pé.

— Você me deixou intrigado, ruiva – sorriu levemente – Ouvi sua conversa com aquele garoto. Isso não é da minha natureza, e eu não me arrependo por ter escolhido você! Mas, tudo o que disse, não queria ter feito-a sofrer tanto, Lydia. Não foi a minha intenção.

— Você me usou – me aproximei dele – Me causou pesadelos durante bastante tempo. Você mudou a minha vida, Peter. Não foi mesmo a sua intenção?

— Eu não me arrependo – confessou – Se é o que quer saber. Não teríamos nos conhecido, caso algo fosse diferente.

— E qual a parte boa de termos nos conhecido? – esbravejei – Sério, eu não vejo nenhuma! Você me deixa confusa, completamente maluca, como eu achei que não fosse. Age como se eu fosse tudo o que você precisa, e depois como se me odiasse. Eu não sei o que sente, mas, eu odeio você!

Peter acabou com o espaço que restava entre nós, segurando o meu rosto em suas mãos.

— Você não odeia, Lydia – sussurrou – Eu não posso ser o que você quer, eu sinto muito. Mas, você ... Garota, você é exatamente tudo o que eu não quero. Você me tira do controle, me deixa fora de mim, tenho vontade de matar qualquer pessoa que se aproxima de mais de você, e sinceramente, tenho inveja delas. Você tem tudo o que me confunde, me faz sentir fraco quando estou longe, mas juntos, como agora, sinto que sou a pessoa mais forte do mundo.

Engoli seco.

— Isso não me parece ódio.

— Então, o que é? – perguntou.

— Amor.

— Tudo bem, então, eu estou enlouquecidamente apaixonado por você, Lydia Martin – sorriu de lado – Como um adolescente idiota.

Foi a minha vez de romper o espaço que havia entre nós dois, colando os nossos lábios de uma forma feroz, como já era típico de nós. Ele afastou nossos lábios, me surpreendendo.

— Não posso ser o típico namorado perfeito – rolou os olhos – Mas quero que fique comigo, ruiva.

Assenti, voltando a beija-lo. Mas o mesmo me interrompeu.

— Calma, garota.

Foi a minha vez de rolar os olhos.

— O que você quer?

— Que fique longe do garoto lagarto, o máximo que puder – disse.

— O máximo que eu puder – prometi.

E então, ele me beijou.