— Você me deve isso.

O estouro do armário sendo fechado com total brutalidade fez com que a coiote desse um passo para trás, devido ao susto. Estreitei os olhos reprimindo um sorriso. Kira estava logo atrás da garota, apoiando-a em toda aquela palhaçada.

— Eu não devo nada a você, Malia – respondi. – Não devemos nada a você.

Na tentativa de sair daquela enrascada me misturei em meio a multidão do corredor,  o que não deu muito certo pois em questão de segundos elas estavam ao meu lado de novo. Se fossemos conversar que fosse longe de toda aquela gente.

Segui até a biblioteca com as meninas ao meu alcance. Depois da morte de Allison, minha melhor amiga, elas ganharam um lugarzinho no meu coração, ainda que preferisse a caçadora, sempre preferiria.

Apôs encontrar uma mesa onde Stiles e Scott estavam sentados conversando aos sussurros as garotas sentaram-se ao lado de cada parceiro em quanto eu continuei de pé, levando as mãos a cintura.

— Lydia, vamos lá  – Kira disse, sorrindo. – Não podemos deixar, Malia sozinha nessa.

— Me devem isso. – a coiote lembrou.

— Devemos isso a ela. – a raposa concordou.

— Do que estão falando?

— Sobre Malia ir morar temporariamente no loft dos Hale. – Kira respondeu ao Scott.

— Ah, sobre isso. – Stiles não parecia muito feliz com aquele assunto.

— Ainda não consigo entender o porque de devermos isso a você. – falei.

— Porque me deixaram no escuro durante muito tempo – ela disse. – Principalmente você, Lydia.

Derek havia pedido para que Malia passasse a morar com eles no loft, mas a garota disse que só iria se fossemos junto. Kira havia topado de primeira, sentia-se na obrigação de ajudar a coiote, mas eu não.

— Não existe perigo, Lydia – Scott disse. – Derek prometeu.

Rolei os olhos cerrando os dentes.

Jamais entenderia como poderiam confiar em Derek dessa maneira. Mas não era exatamente esse o problema. Estavam esquecendo que ele não era o único lobisomem presente no loft. Peter, o pai de Malia, o mesmo que me usou para voltar a viver.

— Acham mesmo que o problema é Derek? – perguntei. – Peter também mora lá.

Malia se remexeu desconfortável na cadeira.

— Só preciso que você aceite  – ela disse. – Vinte dias, Lydia, só vinte dias.

Assenti contrariada.

Talvez não fosse tão ruim assim.