Sam e Dean estavam sentados na mesa do Bunker. Após conversarem com Lúcifer (que estava habitando o corpo de Castiel) , eles pensaram que tinham um acordo, porém, não tinham certeza de nada, afinal, quantas vezes foram enganados pelo arcanjo?

Sam batucava a mesa com os dedos, impaciente, Dean já estava na terceira garrafa de cerveja, e de vez em quando passava a mão no cabelo, ora alisando-o, ora bagunçando-o.

Os irmãos se levantaram de sobressalto quando escutaram a porta do Bunker bater com força. O mais novo se adiantou com um revólver em punho, indo para a escada. Dean ficou para ,ansioso, vendo o ser com o sobretudo descer as escadas, com os braços levantados.

Antes que pudesse sair da escada, Sam colocou o revolver no peito do anjo e perguntou com a voz dura.

—Castiel?

O anjo parou, encarando Sam, que tremeu levemente o braço.

Logo depois o moreno de olhos azuis sorriu, e afirmou com um aceno de cabeça.

Dean deu pequenos passos, antes de começar a correr, empurrar Sam para o lado, e puxar Castiel para um abraço. O anjo surpreso paralisou, enquanto o loiro o abraçava forte, sem se importar se o outro correspondia ou não, Sam notou um leve rubor se espalhando pelo rosto de Castiel, antes do mesmo enterrar o rosto no ombro de Dean, e o abraçar forte.

Sam soltou a respiração, que nem sabia que estava segurando, aliviado, e brincou:

—Se beijem logo, caras.

Dean se separou de Castiel corado, resmungando sobre piadas idiotas, e o anjo de cabeça baixa, corado.

Sam soltou uma risada de nariz, e sentou-se a mesa, seguido pelos outros dois.

—Mas então... – O mais alto voltou a fazer a expressão séria –Onde ele esta?

Castiel olhou para os dois e franziu as sobrancelhas.

—Vocês não sabem?

Dean sorriu esperançoso.

—Ele explodiu ou algo assim?

Sam sentiu sua respiração travar, e sem saber o porquê, seu coração começou  a bater mais rápido.

—Não. –Castiel disse encarando Sam, estranhado sua reação. – Ele foi atrás da antiga casca dele.

—Como você sabe? –Questionou Dean.

—Pois ele ainda estava no meu corpo. Enfim. Ele foi atrás daquele receptáculo. Estava enterrado em algum lugar ao sul daqui. Lúcifer tornou o corpo novo ,e melhorado.

Dean riu.

—Melhorado? Ele adicionou músculos e fez uma prancha no cabelo ou oque?

Sam suspirou.

—Dean, isso não é brincadeira.

—Oque é uma prancha? –Questionou Castiel confuso.

Dean riu, balançando a cabeça negativamente e olhou carinhosamente para o anjo.

—Esqueça Cass. É só algo que Sam sempre faz ao acordar.

Sam bufa, e o clima fica mais agradável, antes de Castiel dizer.

—Ele tornou o corpo possível de conte-lo com todo seu poder, pelo tempo que ele desejar.

Dean se arrumou na cadeira.

—Isso quer dizer que ele não precisa do Sammy.

Castiel concordou.

—Claro, para ele seria melhor, estar no corpo de Sam, porém, esse...Nick...não é mais um problema de uso de poder ou tempo, e sim de confortibilidade.

—E... –Sam respirou fundo-Ele aceitou nosso acordo?

Castiel abriu a boca para falar, porém, lentamente a fechou, no mesmo momento em que Dean se levantou, pegando o revólver, e Castiel segurando sua lâmina angelical.

Sam , que estava de frente a eles, sentiu uma mão em seu ombro direito, que fez todo seu corpo se arrepiar, e  o fez paralisar, sentindo aquele toque, que pensou ter esquecido tempos atrás, desde que saiu da jaula , passou todos esses nos tentou esquece-lo, mas no momento em que sentiu-o novamente, soube que foi tudo em vão.

Sam recuperou os sentidos, e se virou na cadeira, empurrando a mão em seu ombro, e se deparando com orbes azuis-cristalinas o encarando. Sam esticou a boca, não em um sorriso, mas sim em um gesto nervoso.

—Hey! –Dean disse agressivo, pondo-se a frente de Sam, mudando completamente a feição de Lúcifer, que passou do sorriso sarcástico para nojo.

—Winchester. – Cuspiu Lúcifer. – Agora me lembre o motivo por eu ter aceitado essa...união com vocês.

—Sabe que nem eu sei agora por que eu a propus?

Lúcifer riu em escárnio.

—Se essa...aliança acabar, eu gostaria muito, de quebrar esse seu pescoço repugnante – Disse o arcano se aproximando de Dean, fazendo o mais novo bater as costas na cadeira onde Sam estava.

Castiel se adiantou, com a lâmina, apontando-a para Lúcifer.

—Fique longe dele, Lúcifer. –Rosnou Castiel.

Sam colocou as mãos na cabeça, observando aquela aliança acabar antes mesmo de começar.

Lúcifer estalou a língua.

—Está apaixonado por um humano, Castiel? Achei que Gabriel o tivesse criado melhor.

Ao ouvir o nome do outro arcanjo, o rosto de Castiel se contorceu numa careta de fúria.

—Assim como você o criou bem, não é mesmo? Matando-o logo em seguida.

Lúcifer se virou para Castiel, com os olhos azuis transformando-se em  vermelho.

—Você não sab...

—JÁ CHEGA! – Gritou Sam levantando-se da cadeira, fazendo todos o encararem surpresos. – O homem fez questão de se afastar alguns passos de Lúcifer antes de continuar com a voz raivosa.

—Dean, se nós...quebrarmos essa aliança com ele, vamos ter duas criaturas poderosas para enfrentar, e da última vez, só conseguimos detê-lo comigo indo para a jaula, e por pouco que conseguimos! Não quero arriscar isso novamente! Precisamos dele para derrota-la Dean, e sem julgamentos aqui, mas na questão de detê-la, so me temos Lúcifer e Cass. Você, como já disse antes, não conta na hora decisiva. – Dean ficou paralisado com a declaração do irmão, assim como Castiel se afastou uns passos de Dean quando a declaração terminou, fazendo o loiro bufar para Sam.

 – E Lúcifer. –O arcanjo olhou para Sam, comas sobrancelhas arqueadas. – Você sabe melhor do que ninguém que Rafael e Gabriel estão mortos – Lúcifer apertou os lábios a menção dos nomes dos irmãos – E que mesmo tirando Michael da jaula, não vai ser o bastante, oque mesmo assim, eu duvido que você o faça. Então, você precisa de nós, pois se Amara realmente encontrar e conseguir derrotar Deus, você será a primeira pessoa que ela irá procurar depois disso.

Todos encararam Sam, incrédulos, e então Lúcifer quebrou o silêncio, chegando perto de Sam, colocando uma mecha atrás da orelha dele e rindo.

—Esse é o meu prince.

Sam franziu as sobrancelhas, afastando a mão de Lúcifer, que o encarava com malícia nos olhos.

Dean riu incrédulo.

—Prince? Sério, Sammy?

Castiel pendeu a cabeça de lado, encarando os olhares de Lúcifer para Sam.

Sam estava visivelmente nervoso com Lúcifer olhando para ele daquele jeito, exatamente do jeito que ele o olhava na jaula antes de....

Sam balançou a cabeça, livrando-se desses pensamentos e encarando Dean, que ainda o encarava estranhamente por conta de como Lúcifer o chamou, e do gesto que o arcanjo fez.

Sam deu de ombros, respondendo a pergunta de Dean.

—Oh. Quer mesmo saber, Winchester? – Questionou Lúcifer lançando um olhar divertido e maldoso a Sam, antes de virar-se para Dean.

Dean olhou para o irmão, que estava de olhos arregalados, claramente desesperados.

—Sim. –Respondeu o loiro, decidido e curioso.

—Bom, quando estávamos na jaula, a cinco anos, Sam estava claramente carente, então, sempre depois de algumas torturas eu fazia um tipo diferente de tortura...

Dean , franzindo a sobrancelha, questionou, sem entender.

—Que outro tipo?

Sam ficava cada vez mais vermelho, e chegou a considerar dar um tiro nas costas de Lúcifer. Ao menos, o faria parar de falar.

Porém, antes que Lúcifer pudesse terminar sua frase, e Sam pudesse sacar o revólver, o celular de Dean tocou.

O loiro rapidamente olhou para a tela, franzindo a testa e atendendo.

—Alo?— Disse o loiro. Logo em seguida parando para a pessoa no telefone falar. – Ok. Vamos lá. Obrigado, até.

Dean olhou para Castiel, para lhe informar algo, e Lu´cifer se virou para Sam.

—Sua sorte que tem um irmão lerdo, Prince.

Sam olhou com raiva para Lúcifer, e se afastou dele, quando o loiro começou a olhar novamente para ele  daquele jeito.

—Oque era,Dean? –Perguntou Sam, percebendo que sua voz estava falha.

—Jody ligou, ela disse que tem um caso em Flórida. Vamos lá.

—Oque é?

—Parece ser demônios. Ao que parece estão possuindo pessoas e levando-as a fazerem pactos contra sua vontade.

Lúcifer estalou a língua, fazendo os três olharem para ele.

—Oque? –Perguntou o arcanjo- Apenas estou desapontado com meus filhinhos. Bom, boa sorte com eles.

Dean soltou uma risada e se aproximou de Lúcifer.

—Você não vai ficar no Bunker sozinho. Não mesmo. Vem com a gente.

—Ah, é? E quem disse isso? –Questionou o mais velho, com sarcasmo.

—Eu diss...

—Dean. –Disse Castiel. – Vamos logo. Não precisamos dele.

Sam pensou em Lúcifer sozinho no Bunker. Sozinho no lugar onde ele dormia, com as coisas que eles comiam.

—Não.- Disse Sam um tanto assustado com a perspectiva de Lúcifer em seu quarto –Você vem.

O loiro revirou os olhos.

—Se querem tanto minha companhia.

—Acredite, não querem...

—Dean! –Repreendeu Sam. –Vamos!