Barriga de Aluguel escrita por Maia Castillo Vargas


Capítulo 8
"Saber ou não saber? Es a questão..."


Notas iniciais do capítulo

AMOREQUINHAAAAAAAAAAAAAAAS! LALLY LINDA CHEGOU, CHEIROSA, MARAVILHOSA, DIWOSA!
BRINKS KKKKKK

Tudo bem com vocês? Comigo tá tudo péssimo... Quero dormir e uma pessoa com sono é um saco kkkkk

Continuando... Estão gostando da Fic sendo postada na sexta ou preferem sábados ou domingos? Gostaria de saber para encaixar um horário bom pra todos.


Boooooom, amores, dêem boas vindas às nossas lindas Isaaquino e Vih Diecesca que já favoritaram nossa Fic! Aproveitem amores, é tudo de vocês haha'

Lindas, perfeitas, incríveis (e mais um milhão de elogios) que deixaram seus comentários de arrancar corações... Vocês são T.U.D.O! Meu Deus, que comentários lindos! Eu amoooo vocês!

E então, bora ler?



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Duas semanas depois...

As semanas passaram voando. Nada de muito interessante aconteceu durante esses dias, mas com esse tempo consegui me acostumar melhor com a casa e me aproximei bastante de León. Troquei dez palavras com Ludmila só essa última semana que se passou, isso já é um ótimo sinal.
Boa parte desse tempo passei a visitar meus tios constantemente e até ajudei ele a escolher a tão sonhada casa nova. Aproveitei também para me aproximar ainda mais da pequena Sofia, para que ela pudesse se sentir amada e acolhida pela nossa família. Mas essa foi a parte fácil, porque eu já a via como minha irmã de verdade desde a primeira vez que ela disse que me amava.

...

Ai, ai! Tia Olga sempre em cima de mim com sua fofa mania de que "se está morando aqui, tem que estar bem cuidada e ser muito paparicada", suas palavras. Adoro o fato de que ela consegue animar um almoço ou um café da manhã apenas com suas reclamações sobre notícias que leu no jornal. Mas quem ainda lê jornais no dia de hoje? Tudo bem que eu li uma vez, e tanto é que daquele jornal consegui esse emprego mas é raro ver que ainda há leitores de jornais assíduos pelo mundo afora (talvez "mundo" seja algo muito grande, já que vários países já aderiram ao jornal online, mas tudo bem, a conversa sobre isso já está ficando longa demais).

Nesse momento estou tomando meu café da manhã silenciosamente enquanto Ludmila folheia uma revista de moda com as últimas tendências Outono-Inverno e suas cores sempre escuras e deprimentes. Peguei algumas pequenas torradas e passei um pouco de geléia de morango em algumas delas e nas outras que sobraram, um pouco de margarina. Enchi uma taça com um pouco de suco de laranja e bebi enquanto saboreava uma fatia do famoso bolo de chocolate de Olga.

— Nossa... Como come! — Leonard disse diretamente para mim ao entrar na sala de jantar, devidamente arrumado para o trabalho. Trajava um clássico terno azul marinho e tentava ajeitar uma gravata num tom de azul mais claro — Lu, pode me ajudar aqui?

— Eu não sei lidar com gravatas, querido. — Ela disse sem tirar os olhos da revista de moda. Eu sabia arrumar uma gravata, ajudava meu tio quase todos os dias antes dele ir trabalhar mas fiquei meio receosa em perguntar se aceitava minha ajuda.

— Ehr, Leonard, eu sei arrumar gravatas... — Disse quase em um sussurro e Ludmila me olhou incrédula. Ele me encarou por alguns instantes antes de fazer um gesto com a mão para que eu me aproximasse dele.

Com cuidado, peguei a gravata e comecei a enlaçá-la, contando cada passo em minha cabeça para não me esquecer de nada e acabar destruindo ou amarrotando o que deveria parecendo intocado. Terminei e dei uma arrumadinha. Dei dois tapinhas de leve em seu peito para que ele percebesse que eu já havia terminado meu "trabalho" e ele sorriu ao ver o resultado pelo gigantesco espelho pendurado em uma das paredes do cômodo.

— Muito obrigado, por mais que eu tente nunca consigo arrumar uma gravata!

— Disponha, Senhor.

— Se me chamar de Senhor de novo, sofrerá consequências... — Ele disse com uma voz um tanto intimidadora e eu assenti com medo. Acho que ele percebeu como eu tinha ficado e começou a rir da minha cara — Fica calma, não farei nada com você. Só não quero que me chame de Senhor, tudo bem? Apenas León.

— Tudo bem.

— Violetta, por acaso você fez os testes que eu te dei? — Ele perguntou num tom baixo e eu parei para pensar.

Ele havia comprado três testes de gravidez para que eu fizesse há uns três dias atrás quando eu disse que não estava me sentindo muito bem. Ele está esperançoso desde aquele domingo, mas eu não. Eu sei que só passei mal naquele dia por que exagerei na lasanha à bolonhesa que Dona Olga havia preparado. Estava tão boa que não me contive em comer além da conta mas depois, tive dor de estômago e ele desconfiou que fosse algum sintoma de início de gravidez. Ainda não criei coragem para fazê-los mesmo que seja apenas fazer xixi em um palitinho. Mas pensar no resultado me causava arrepios...

— Ainda não, esqueci deles. Me desculpe.

— Tudo bem. Só queria ter uma ideia, sabe? A consulta com o Doutor Soarez é daqui a alguns dias, não quero esperar até lá. Quando der, faça-os, por favor.

— Sim, farei o mais rápido possível...

— Obrigado. Agora vou indo, não posso chegar atrasado de jeito nenhum! — Ele disse quase que num sussurro e saiu casa sem falar com mais ninguém além de mim. Talvez não estivesse em um bom dia para transformar a própria vida em um circo cinza de palhaças magrelas desfilando apenas para conseguir a atenção da amiga/ficante/namorada/amizade colorida (ou o que for), Ludmila.

Subi para o meu quarto e abri uma espécie de armário no banheiro. Bem a minha frente se encontravam os testes, empilhadinhos um no outro, todos ainda lacrados. Encarei-os por uns cinco minutos e fechei a portinha do pequeno armário antes de me dirigir à cama, onde provavelmente passaria grande parte do meu dia lendo algo.

Depois de algumas poucas horas e dez capítulos lidos, fui informada que o almoço seria servido. Frango grelhado, aspargos, vagens e arroz integral, como eu havia pedido. Não que eu me fizesse de patroa ou de ricaça, não. Mas só eu iria comer aquilo, não tinha porquê pedir para Tia Olga fazer algo tão trabalhoso só para mim.

— Está tudo bem, querida? — Tia Olga perguntou me acordando de um transe — Está assim há quase meia hora... Está se sentindo bem?

— Ahn, sim, Olga. Só estava pensando... Muito! — Respondi sem saber ao certo o que falar. Ela me encarou por alguns instantes e se aproximou, sentando à minha frente e pegando uma de minhas mãos sobre a mesa.

— O que te aflige, minha menina? — Ela perguntou amavelmente e eu dei um sorriso torto.

— Eu não tenho coragem pra fazer aqueles testes de gravidez que León pediu, Olguinha. Eu sei, eu sinto que não foi dessa vez... — Desabafei e ela continuou me encarando com um sorriso reconfortante.

— Diga isso a ele, talvez León entenda e te leve ao tal obstetra para ver o que podem fazer. No máximo, irão tentar novamente! — Ela disse calmamente e eu assenti mais confiante. Ela sorriu ao me ver levar a primeira garfada à boca e saborear aquela comida maravilhosa — Bom apetite, minha florezinha!

— Obrigada, Olguinha!

Terminei o almoço e resolvi que iria aproveitar o sol das duas da tarde. Subi e coloquei um biquíni novo que tinha comprado semana passada e junto a ele coloquei uma saída de praia branca quase transparente. Peguei meu livro para terminar de ler no deque. Desci a escada pulando de dois em dois degraus e parei em frente a grande parede de vidro tentando me lembrar onde ficava a porta.

— É aquela ali. — Ouvi uma voz grossa atrás de mim e dei um pulo com o susto que levei — Ei, sou eu. Calma!

— León, não faça mais isso! — Repreendi-o assustada e ele deu uma risadinha abafada — É impressionante como você consegue me pegar de surpresa sempre... — Ele continuou a me encarar por um tempo mas só depois de uns quinze segundos se ligou que eu ainda estava falando com ele.

— Ah, desculpe.

— Tudo bem. Ehr, León, não deveria estar no trabalho?

— Resolvi sair mais cedo. Sou o chefe, se houver algum problema, meu vice me informará.

— Entendo... Vou descansar um pouco no deque, se precisar de mim, estarei ali — Respondi e saí andando em seguida.

Que saúde... — Ouvi León dizer bem baixinho e me virei instantaneamente sem entender.

— O quê? — Foi a única coisa que consegui falar (perguntar, no caso).

— Na-nada! Estava pensando alto sobre... Sobre a inseminação. Já fez os testes?

— Na verdade não. Ahm, eu preciso conversar com você sobre isso.

— Então diga.

— León, eu acho que não estou grávida... — Disse de uma vez e ele me olhou com um sorriso torto, sem entender.

— Como "acha"? Por que não faz os testes? Você mesma disse que não fez, como sabe se está ou não? — Ele fez uma pergunta atrás da outra sem me deixar responder e eu respirei fundo para não pirar.

— Eu só acho que eu saberia, de alguma forma, se eu estivesse. Nada mudou desde o dia da inseminação, me sinto exatamente a pessoa de duas semanas atrás, sem nadinha de diferente.

— Algumas mulheres não sentem enjôo ou tonturas, ou algo desse tipo na gravidez. Já parou para pensar nisso? — Ele me questionou já ficando sem paciência.

— Quer que eu faça os testes? Eu faço agora, se não acredita no que digo. Não sinto que a inseminação tenha dado certo...

— Então faça os testes! — Ele exclamou e minha cabeça esquentou, parecia que queria explodir de tão tensa que eu estava naquele momento. Por mais que eu tentasse transparecer calma, ele estava realmente querendo me tirar do sério e isso eu não admito.

Subi e fui em direção ao quarto. Entrei no banheiro e peguei os testes e dei-os na mão de León que estava sentado na beirada da minha cama. Saí do quarto e fui até a cozinha para pegar água, já que eu estava sem vontade nenhuma de fazer xixi. Tia Olga passava pano nas bancadas e quando me viu entrando parou tudo para vir ter comigo.

— Minha menina, ouvi a voz de León. Ele já está em casa ou é loucura minha? — Ela perguntou se aproximando.

— Chegou, está lá em cima esperando para que eu faça os testes...

— Você falou com ele sobre o que achava? Talvez ir direto ao hospital fazer um exame de sangue dará certeza do resultado.

— Ele quer pelo menos ver o que dá nos testes, e como eu sou apenas uma "funcionária", vulgo uma barriga de aluguel, tenho que satisfazer as vontades do patrão. — Disse por fim, bebendo o terceiro copo de água e vendo Olga dar suas escandalosas risadas.

— Você seria uma ótima companhia para ele, viu? Vocês dois se merecem!

— Bata em sua boca ao falar isso, Olguinha! Minha vida já está do avesso por eu ter aceitado esse emprego, se por acaso eu acabar caindo nas graças do galãzinho e me apaixonar, vou viver eternamente em uma espiral doida sem poder me dar ao luxo de ter pelo menos dois segundos de amor próprio...

— Ai ai, tudo bem, minha menina. Faça o que deve fazer — Ela diz sorrindo e eu me despeço apenas com um aceno.

Sem pressa, atravesso a cozinha e abro a porta. Assusto-me ao dar de cara com León me olhando envergonhado. Será que ele estava escutando nossa conversa? Se sim, eu estaria muito lascada e ele mais envergonhado do que conseguia transparecer. Ficamos nos encarando durante uns dez segundos quando Olga resolveu quebrar o breve gelo.

— O que quer para a janta, Leonzinho? — Ela perguntou do outro lado da cozinha e ele finalmente parou de me encarar.

— Ahn... Ah, pode preparar um espaguete simples. — Ele respondeu rápido e voltou a me encarar — Faça os testes, por favor — Ele disse seco e então pude ter total certeza de que ele havia escutado tudo.

Mas o que me intrigava era por que ele se importava tanto se já tinha uma namorada e sabia que seria quase impossível ter algum tipo de relacionamento comigo que não fosse apenas patrão e "empregada".

— Estou indo, León. Não precisa ser grosso...

Subi batendo os pés e entrei no banheiro do meu quarto. Os testes se encontravam em cima da minha cama, já abertos e espalhados em meios às folhas de instrução que deveriam estar dentro das caixinhas. Ele devia ter tirado para ler, mesmo que fazer aquilo não mudasse nada em relação ao resultado dos testes.

Peguei-os junto com um dos papéis de instrução e tranquei a porta do banheiro.

"Uma barra: resultado negativo"
"Duas barras: resultado positivo"

Fiz todo o procedimento escrito na bula e esperei os cinco minutos que pediam. Quando meu celular apitou para avisar que o tempo havia passado, meu coração acelerou. Aquela era a hora da verdade, a hora em que a dúvida sumiria da minha mente como num passe de mágica.

Juntei toda a minha coragem em dez passos e adentrei ao banheiro, levando a minha atenção aos testes enfileirados em cima da bancada. Eu não queria mesmo saber o que estava naqueles palitinhos do mau, mas de uma forma ou outra eu descobriria... Mas, antes tarde do que nunca, não?

Peguei os três palitinhos e encarei o visor onde deveriam aparecer um ou dois tracinhos. Eu soube naquele momento..


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Notas finais do capítulo

Não me matem, eu sei que conseguem esperar um pouquinho até a próxima semana para saberem... Mas o que acham: deu positivo ou negativo? Comentem aí... Se houver um número legal de comentários eu até penso direitinho e tento postar antes (digo isso sempre mas nunca posto adiantado. Sou péssima, né?)... Esse León fuxiqueiro? Meu Deus, acho que Violetta ouviu mais do que ele gostaria... Ai esse casal!

Comentem... Dêem suas opiniões, idéias, críticas construtivas.

Tô aceitando recomendações e favoritos também haha'

Até a próxima, meus amores! Bye!