Barriga de Aluguel escrita por Maia Castillo Vargas


Capítulo 6
"Perdida em seus olhos..."


Notas iniciais do capítulo

Amoreeeeeeees, que saudadeeeees!
Como prometido, o capítulo está aí, mas por favor não me matem no final, okay?

Dedico esse capítulo à Jullie, pela linda recomendação... Isso mesmo! Já temos uma recomendação!
MUITO OBRIGADA JULLIE, SUA RECOMENDAÇÃO ME DEIXOU MUITO FELIZ E MUITO EMOCIONADA, MUITO OBRIGADA DE CORAÇÃO!

Tata Lovato Molfese e Maria Swan, muuuuuuuuuuuito obrigada por favoritarem, vocês são um máximo de verdade!

Amorecas que comentaram... Eu não sei o que seria se m vocês, cada capítulo lindo! Ai como eu amo vocês!

Então, vamos ao que interessa... Bora ler?



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Uma hora havia passado desde a crise de choro que Violetta teve ao receber o salário e neste momento ela está dormindo com a cabeça apoiada em meu peito. Eu não faço o tipo de patrão "não me toque", então fiz de tudo para que ela se sentisse confortável perto de mim, sem medo ou vergonha, e ela pareceu ficar bem à vontade ao meu lado e eu não posso mentir, gostei disso.
Ainda sinto que ela vai arrumar um jeitinho de mudar para melhor tudo por onde ela passar, e custe o que custar.

Ainda no meio de seu sono, ela se remexeu e seu braço procurou uma alicerce, encontrando assim o meu abdômen, onde abraçou com força e se aconchegou chegando mais perto de mim. Admito que achei um pouco estranho mas não iria acordá-la por causa daquilo. Era de um descanso que ela precisava e eu não iria interrompê-lo por frescura minha - que eu nem sequer tinha.

Ouvi a maçaneta da porta ser virada e olhei para a porta imediatamente. Olga colocou apenas uma parte do corpo para dentro e me procurou.

— Sr. Vargas, o jantar... — Ela parou de falar ao ver Violetta abraçada a mim.

— Shiii, ela está dormindo! — Disse num sussurro e ela apenas assentiu, saindo rapidamente do recinto. Coitada, o que deveria estar pensando de nós agora?

Levantei-me, tentando não me mexer muito para não acordá-la. Peguei-a no colo para poder levá-la para o seu quarto e ela instintivamente passou os braços pelo meu pescoço e segurando o mesmo por trás. Não me importei, ela estava dormindo, não fez aquilo de propósito. Abri a porta com uma mão e chutei para trás para conseguir passar por ela.
Andei um pequeno corredor até chegar à sala, onde Ludmila estava emburrada assistindo televisão e Olga limpava alguma coisa que a loira havia derrubado, talvez de propósito. Elas imediatamente pararam tudo o que estavam fazendo para me encararem perplexas. O que de errado eu estava fazendo, por acaso? Eu só estava levando uma garota adormecida para o seu quarto. Qualquer cara que tivesse o pingo de cavalheirismo e compaixão faria isso. Faria, não?

Subi a escada devagar para não ter o perigo de cair com ela e andei em passos largos pelo longo corredor até o seu quarto. Repousei-a com cuidado, tirando em seguida um casaco que ela usava para não atrapalhar o sono e depois a cobri.

Senti-me diferente ao fazer aquelas coisas por ela. Era algo que eu nunca senti por ninguém antes e pensar nisso me deixava estranho. Era como se um eu adormecido estivesse acordando aos poucos e eu não soubesse ao menos o que ele era ou o que faria comigo daqui para frente.

Olhei para trás pela última vez e apaguei a luz antes de sair de seu quarto. O jantar se passou no total silêncio entre eu e Ludmila, ninguém se atrevia a dizer nada um para o outro e por um momento desejei que Ludmila fosse quieta assim em todos os momentos de sua vida.

— Vai dormir comigo? — Perguntei para ela, que digitava algo extremamente rápido em seu celular e ela me encarou séria.

— Se a sua cama não estiver ocupada por uma barriga de aluguel...

— Não me amole, Ludmila. É claro que ela não está na minha cama, ela tem um quarto próprio.

— Hum... — Ela resmungou mas se levantou e subiu comigo.

Nós já estávamos acostumados a dormir juntos e isso não era estranho para ninguém na casa. Ludmila se recusava a dormir em qualquer quarto que não fosse o meu e eu não via problema nisso e ainda não vejo.

— Suas roupas estão na segunda gaveta do armário — Disse para ela, que já estava dentro do closet.

— Prefiro suas blusas, elas são mais confortáveis. Tudo bem se eu pegar uma? — Ela perguntou, como sempre fazia, mesmo já sabendo a resposta.

— Amor, pegue a que você quiser. Já disse que não precisa perguntar.

— E que tal essa? — Ela perguntou saindo do closet.

— Pegue a que você quiser, Mila... — Respondi e ela virou de costas, tirando o vestido rosa por cima, ficando apenas de calcinha, já que não estava usando sutiã — Sabe que assim você me mata, não é?

— Sei sim, amor — Ela disse quase que em um sussurro e não consegui me segurar.

Em um pulo eu já estava a prensando na parede e a beijando como um louco. Ela podia não ser minha namorada mas não era crime nenhum tratá-la como ela queria ser tratada. Ela sempre fazia aquilo para chamar minha atenção e eu não podia fazer nada. É como se fosse algum tipo de instinto se aflorando ao vê-la daquele jeito na minha frente. Ela é uma mulher e eu um homem, é totalmente natural ficar doido ao ver uma gostosa seminua na minha frente.


VIOLETTA CASTILLO

Acordei assustada com o toque do meu celular. Pelo som eu já sabia que era uma mensagem, mas que horas eram? Levantei um pouco tonta e sonolenta e peguei o celular ao lado da cama. O visor marcava quatro e meia da manhã e a mensagem recebida era da operadora dizendo que se eu não pagasse a fatura, cancelariam meu plano.

Sentei novamente na cama e só então percebi que estava no meu novo quarto. Mas como eu havia parado ali? As últimas coisas que eu lembrava do dia anterior era de ter tido um ataque de choro e dormido em cima de León, no seu escritório. Será que foi ele quem me trouxe para o meu quarto? Não poderia ter sido dona Olga e muito menos a loirinha metida...

Deixei minhas dúvidas de lado e resolvi descer e procurar algo para comer, já que fiquei praticamente um dia inteiro sem colocar nada no estômago. Entrei na cozinha, ainda no escuro e procurei alguma coisa dentro da geladeira. Por mais que ela estivesse repleta de petiscos, frutas e várias outras coisas deliciosamente maravilhosas, minha atenção foi especialmente para a jarra de leite quase que no seu fim. Despejei o conteúdo em um copo de vidro e tomei um gole.

— Hum... Uma flor noturna? — Ouvi uma voz vindo do mesmo cômodo e pelo susto que tomei, deixei o copo cair no chão, que fez um estrondo e quebrou em milhares de caquinhos — Oh, não pensei que fosse se assustar dessa forma, Violetta. Me desculpe... — Era León.

Ele acendeu a luz para ver a gravidade do ocorrido e veio me ajudar a catar os pedacinhos de vidro espalhados pelo chão. Estava vermelha de vergonha, eu sentia isso e o olhar de Leonard sobre mim só piorava a situação. Essa coisa de ficar me dando sustos o tempo todo já estava passando do limite.

Peguei o último caco visível do chão e León estendeu a sacola de lixo para que eu jogasse lá. Até aquele momento eu ainda não havia olhado para ele, por pura vergonha mas precisava agradecer pela ajuda e deixar bem claro que não estava naquela casa para ficar levando sustos a toda hora.
Ele estava agachado à minha frente e eu vergonhosamente levantei meu rosto para poder encará-lo, mas perdi a concentração quando vi seu rosto tão perto do meu que eu podia facilmente sentir o seu hálito de hortelã alegrar meu olfato. Como um cara em plena madrugada estava com um hálito tão bom? Ele deu um sorriso fraco e eu continuei encarando séria. Ele começou a se aproximar de mim e eu já sabia no que isso ía dar mas naquele momento eu não controlava mais as minhas ações. Eu estava hipnotizada pelos seus maravilhosos olhos cor de esmeralda e seus grossos e bem definidos lábios.
Ele tocou em minha mão e se aproximou, quase tocando seu lábio no meu quando outro barulho nos assustou. Olhamos para a entrada da cozinha e vimos Olga petrificada, nos encarando com cara de quem viu um fantasma. Olhamos para o chão onde um produto de limpeza deixava seu rastro e vimos o quão forte foi o susto da senhora.

— Não... Não é o que está pensando, Olguinha — León tentou se explicar — Violetta deixou o copo cair e eu estava ajudando a limpar.

— Isso! Foi isso que aconteceu... — Completei — Minha nossa, eu sou tão estabanada, Dona Olga!

— Tu-Tudo bem, querida. Só pensei estar vendo e interrompendo algo.

— Não, a senhora não...

— O que está acontecendo? — A loira gritou do outro cômodo e nos calamos — Hey, o que foi essa barulheira? — Ela apareceu na cozinha e eu parei de limpar para encará-la. Ela estava usando uma blusa de Leonard tão grande que quase cobria seus joelhos. Mas, se ela era apenas amiga de León, por que estava usando sua roupa? Isso era coisa de amigos também?

— Volte a dormir, Mila. Não aconteceu nada de mais...

— Não consigo... Sua cama fica tão vazia sem você — Ela disse melosa e ele a encarou sem reação alguma. Ela estava dormindo na cama dele e com a roupa dele e isso não era namoro?

— Tudo bem. Olga, termine aqui, por favor? — Ele perguntou educadamente e se levantou, acompanhando Ludmila até o quarto.

— Eu sei o que eu vi, querida — Dona Olga disse se abaixando para me ajudar a limpar — Não se deixe levar por ele... Sempre haverá uma Ludmila para destruir tudo o que ele amar que não seja exclusivamente ela e ela apenas.

— Mas não aconteceu nada e não vai acontecer. Estou aqui à trabalho e todos sabem muito bem disso — Disse um pouco chateada mas tentando não demonstrar isso.

— Eu sei, docinho, mas estou apenas tentando te alertar.

— E eu agradeço — Disse com um sorriso fraco e me levantei, indo lavar as mãos.

Abri a geladeira de novo e peguei dois ovos e o pote de margarina para preparar alguns ovos mexidos. Procurei as torradas pelos armários e me lembrei de que havia esquecido do bacon.

— O que pensa que está fazendo, meu amor? — Olga perguntou sorridente e eu retribui o sorriso.

— Meu café da manhã, pois não? — Respondi e ela riu. Fiquei a encarando para tentar entender o motivo da risada.

— Você vai fazer seu próprio café da manhã? — Ela perguntou pasma e eu apenas assenti pegando uma frigideira para começar a fritar os ovos e o bacon — Você é a primeira pessoa que entra nessa casa e prepara alguma refeição para si mesma...

— Estou acostumada assim, não precisa se preocupar em fazer nada para mim, okay? Não quero dar trabalho.

— Mas esse é o meu trabalho! — Ela riu alto e eu a acompanhei.

Coloquei os ovos e bacon no prato e passei margarina em algumas torradinhas antes de pegar a jarra de suco de dentro da geladeira e despejar parte do conteúdo em uma caneca colorida. Segui até a sala e sentei no sofá para poder aproveitar minha refeição assistindo ao noticiário matinal.

Depois que terminei de comer, fui até a cozinha e lavei o que havia sujado. Dona Olga já tinha terminado de tomar seu café e já estava rondando a casa procurando algo para limpar ou arrumar. Subi e tratei de tomar um belo banho demorado para relaxar um pouco. Resolvi que iria sair um pouco, talvez visitar meus tios, fazer compras e poder gastar sem ter medo de a conta ficar no vermelho. Sim, eram essas coisas que eu iria fazer.


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Notas finais do capítulo

Não me matem! Como eu já disse pra algumas leitoras, o beijo Leonetta vai demorar a chegar, tudo bem? Espero que entendam! Agora, me digam o que acharam do nosso cavalheiro León! É do outro quase beijo? Por favor não me matem!
Favoritem e recomendem hein!
Até a próxima amores, qualquer coisa me mandem uma mensagem!