Barriga de Aluguel escrita por Maia Castillo Vargas


Capítulo 11
"Um mal entendido?!"


Notas iniciais do capítulo

MEU DEUS, QUANTO TEMPO SE PASSOU? UM ANO? DOIS MILÊNIOS? TALVEZ...
MAS EU VOLTEI AMOREEEEEES!

Nossa, as coisas estão complicadas demais pra mim... Tive um bocado de provas essa semana e as aulas integrais me deixam muito cansada... Desculpa de verdade amores da minha vida!

Novamente... Não respondi vários comentários. Eu tentei, de verdade mas eu estou sem tempo nenhum ainda... Não tive tempo nem no feriado!

Eu juro que tentarei responder esse fim de semana, okay?

Bom, percebi que o fluxo de comentários caiu, to com saudade de algumas leitorinhas lindas que sempre me deixavam um oi haha' mas deixem pra lá, estou demorando mesmo pra postar...

Um GRANDE "SEJAM BEM VINDAS" para Ari Dominguez (n sei se já te dei boas vindas haha'), Thaiane2002, Jaque Dominguez e Sara Bane Dreyar... Muito obrigada por favoritarem amores ❤

Um beijo enorme para minhas lindaaaaaaaaaas que sempre comentam, me fazendo cada vez mais feliz ❤ Muito obrigada de coração! Amo vocês ❤❤❤❤

E então, bora ler?



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A luz havia piscado duas vezes antes de voltar totalmente. Meu coração desacelerava aos poucos enquanto eu ainda encarava Violetta sem reação nenhuma. Levantei-me às pressas e estendi minha mão para que ela pudesse pegar e assim eu a ajudaria a se levantar. O elevador começou a se movimentar lentamente e então nos encaramos novamente. Um silêncio constrangedor pairava por meio de nós dois e mesmo assim não tínhamos coragem de dizer nada um ao outro.
A porta se abriu no último andar e então pude respirar aliviado. Andamos até a porta da cobertura e então abri e dei espaço para que ela pudesse passar primeiro. Ela sorriu para mim como agradecimento, jogou a bolsa em cima do sofá e foi para a cozinha. Adorava vê-la se sentir tão em casa, eu não precisava me preocupar com o que ela estava achado de tudo aquilo. Ela diria se estivesse algo a incomodando, e isso me deixa mais aliviado.

Andei um pouco e ouvi passos na escada. Era Ludmila.

Eu não digo que não gosto dela, Lu é minha amiga desde a infância e é extremamente atraente. Tudo bem, nossa amizade é sim colorida mas não me importo com o que podem vir a pensar de nós dois. Ela é uma mulher de muitos homens e eu já desisti de tentar encontrar a mulher perfeita. Ela me satisfaz da maneira que eu gosto, eu uso e deixo pra lá e ela gosta disso. Eu trato ela como uma ficante e ao mesmo tempo minha melhor amiga, não vejo problema nenhum nisso, muito menos ela.

— Nossa, que demora! — Ela exclamou ao chegar no último degrau — O que houve, amor?

— O elevador quebrou e acabamos ficando presos lá dentro... — Falei tirando a jaqueta e a largando em algum canto da sala e ela se aproximou e parou em minha frente, segurando meus ombros delicadamente.

— Você e mais quem, babe? — Ela perguntou me encarando com um semblante curioso.

— Eu e... Violetta. Estávamos voltando do consultório e o elevador parou de funcionar na metade do caminho. Não tinha sinal no celular, tivemos que esperar ele voltar ao normal, mas isso demorou meia hora.

— Tadinho, deve estar morto de cansaço, não? — Assenti e ela me deu um selinho — Vou dormir aqui por alguns dias, tudo bem? Minha irmã está passando a semana com minha mãe e eu não estou com saco pra aturar ela.

— Okay, fique à vontade — Acariciei sua bochecha e beijei sua testa — Estou com fome, vou ver o que tem pra comer.

Ludmila se sentou no sofá e ligou a televisão. Com passos calmos, fui em direção a cozinha. Conforme eu ía me aproximando, mais altas ficavam as risadas de dentro do cômodo. Sorri inconscientemente ao ouvir a voz de Violetta narrando o incidente do elevador.

— ... Ele falou uma coisa e eu entendi outra totalmente diferente, Olguinha... — Ela riu alto — Que vergonha!

— Não foi nada demais, Violetta — Falei adentrando a cozinha e ela se calou ao perceber que eu estava ouvindo - de novo - a conversa dela.

— Nunca te ensinaram que ficar ouvindo a conversa dos outros é falta de educação? — Ela perguntou brincalhona e eu dei um riso abafado. Sua mão avançou num pedaço de bolo de chocolate à sua frete e ela logo saboreou uma mordida.

— Não quando meu nome está no meio! — Retruquei e ela arqueou uma sobrancelha enquanto ainda com a boca cheia de bolo.

— Estou sobrando aqui... — Olga disse já saindo sorrateiramente por um dos cantos da cozinha — Leonzinho, tem comida pronta na geladeira, posso esquentar pra você mais tarde se quiser.

— Não precisa de tanto trabalho, Olguinha. Eu esquentou no microondas. — Disse e ela sorriu, em seguida sumiu no corredor — Do que estávamos falando? — Fingi ter esquecido e ela me olhou de rabo de olho, levando mais um pedaço de bolo à boca.

— Esquece isso... — Ela disse com a boca cheia e deu uma pausa para engolir — Foi vergonhoso? Foi, mas como você disse não tem nada demais.

— E se tivesse? — Perguntei sério e ela franziu o cenho.

— Como assim? — Ela indagou duvidosa. As vezes eu me pergunto se ela é ingênua assim mesmo ou está só a fingir.

Dear Violetta... Que ingenuidade a sua — Falei me levantando — Não finja que não entendeu, você mesma se confundiu.

Ela continuou a me encarar, como se não estivesse acreditando no que estava ouvindo. Ela não havia se confundido. Não menti quando disse que ela era importante para mim, ela me daria um filho e era notório que eu me importava com ela por outros motivos. Ela me atraía de um jeito que ninguém jamais atraiu, nem mesmo Ludmila. Era loucura pensar que eu estava começando a me apaixonar pela mulher estava ali apenas para gerar meu primogênito.

Nossos mundos são totalmente diferentes. Ela sempre foi humilde, dando valor a tudo o que conquistava. Eu nasci em berço de ouro, tive tudo o que sonhei com incrível facilidade. Ela lutou desde cedo para conseguir sobreviver, eu tive tudo na mão. Sua família era unida, sempre se ajudando de qualquer forma e eu não via meus pais há três anos e meio, por puro orgulho.

Eu tinha vergonha das minhas raízes, tinha vergonha de como eu havia levado minha vida desde pequeno. Por mais que eu tentasse ser uma pessoa melhor, meu passado me condenaria da pior forma possível. Eu era esnobe, ignorante e fanfarrão. Fazia merda e tentava jogar toda a sujeira para debaixo do tapete. Se um dia eu fosse querer ter algo a mais com Violetta, teria que conviver com um constante pensamento: "Eu não a mereço".

— Acho que já vou subir. Depois de tudo isso mereço um longo banho de banheira e uma cama bem aconchegante... Boa noite, León — Ela disse antes de se levantar e foi embora.

Fiquei a encarar o nada por alguns longos minutos até perceber que tinha coisas mais importantes para tratar. Saí da cozinha e passei pela sala. Ludmila já não estava mais lá. Abri a porta do escritório e suspirei, havia muito trabalho a se fazer. Olhei para o relógio digital em meu pulso e constatei que eram 19:42 horas. Tirei meu celular do bolso e procurei o contato de um dos meus superintendentes da empresa.

— Alô, Antônio? É o senhor Vargas, preciso que faça um relatório da empresa Cornelius S.A. até amanhã... Sim, o dono quer pra depois de amanhã...

...

Acordei com o barulho de uma forte trovoada. Olhei pela janela e vi o temporal que estava caindo do lado de fora. Ludmila, que dormia ao meu lado nem se mexeu, tinha sono pesado. Voltei a me deitar mas o sono havia ido embora junto com o último relâmpago que passara. Levantei-me devagar e procurei uma pantufa que eu sempre deixava ao pé da cama e a coloquei. Andei em passos lentos até a porta e a abri devagar, para não acordar ninguém da casa. De repente, um vulto atravessou o corredor e meu coração acelerou pelo susto. Não sabia o que falar, poderia ser um ladrão ou um maníaco querendo me assassinar...

— Tem alguém aí? — Ou a Violetta...

— Sou eu, León — Falei quase em um sussurro e não ouvi respostas.

Tateei a parede para ver se encontrava o disjuntor, e em seguida acendi a luz. Violetta estava parada perto da porta de seu quarto com um semblante assustado. Estava usando um pijama rosa listrado para frio e umas meias coloridas fiopudas. Aproximei-me dela e constatei que ela deveria estar com medo.

— O que foi? — Perguntei e ela me encarou por alguns segundos antes de responder.

— Eu tenho... Hum... Pavor de trovões — Ela balbuciou com um pouco de vergonha e eu ri baixo.

— Não precisa ter vergonha, eu também não gosto muito... — Disse e então tive uma ideia — Quer descer e assistir algum filme pra ver se o sono volta?

— Ahn, tudo bem.

Ela voltou ao quarto e pegou um cobertor grosso. Estava frio lá fora e o aquecedor estava ligado aqui dentro, mas quem sou eu para dizer algo a ela sobre estar com frio ou não.
Esperei ela me alcançar e então descemos. Ela se aconchegou no sofá e eu sentei ao seu lado depois de fazer um pouco de pipoca. Procuramos alguma coisa na Netflix e por fim ela optou pelo filme "Simplesmente Acontece". Por mais que eu não gostasse de filmes românticos, abriria uma excessão essa noite.

— Ai, Deus! — Ela exclamou rindo da cena que estava passando.

— A camisinha ficou presa, sabe... Lá? — Perguntei um pouco constrangido, pois não tinha entendido direito o que havia acontecido.

— Sim! — Ela riu mais alto ainda e eu tive que segurá-la antes que ela caísse do sofá em meio as gargalhadas.

— Cuidado — A repreendi rindo e ela se calou mas ainda com um sorriso brincalhão no rosto.
Ouvimos uns passos vindos da parte de trás do apartamento e nos entreolhamos rindo. Havíamos acordado Dona Olga...

— Que barulheira é essa? — A senhora apareceu ainda sonolenta — O que estão fazendo acordados a essa hora?

— Estamos assistindo a um filme. O temporal acabou nos deixando com insônia — Ela explicou e Olga assentiu estranhando, talvez, o fato de estarmos, eu e Violetta, assistindo a um filme em plena madrugada.

— Quer assistir também? — Perguntei e ela me olhou incrédula.

— Eu?! Eu é que não vou ficar de vela no meio de vocês dois... — Foi a minha vez de gargalhar.

— Vela, Olguinha? Estamos apenas assistindo a um filme enquanto o sono não chega.

— Mas eu dispenso, ao contrário de vocês dois, estou muito cansada. Boa noite, meus amores! — Ela disse antes de voltar para o seu quarto.

— Parece que somos um casal... — Disse e ela deu uma risada abafada.

— Somos o primeiro casal que não faz ideia de que é um casal — Ela disse entrando na brincadeira — Agora, dá pra despausar o filme?

— Huh... Tudo bem, Sra. Mandona!

Continuamos a assistir ao filme que consistia apenas em mostrar a vida dos protagonistas tomando rumos diferentes o tempo todo e eles nunca conseguem ficar juntos. Quando já estava quase no fim, olhei para o lado e vi Violetta dormindo encolhida e apoiada em mim. Ver ela dormindo era mágico. Parecia um verdadeiro anjo. Sem nem pensar duas vezes, passei meu braço por trás dela e a puxei para mais perto. Ela apenas se aconchegou mais a mim e continuou em seu sono. Um sorriso havia brotado em meus lábios sem eu nem perceber e então voltei minha atenção ao filme que ainda passava. Minhas pálpebras começaram a pesar e ficar acordado não era mais uma opção. A última coisa que me lembro é que a protagonista havia comprado um hotel e mais nada, eu já havia me entregado por completo ao sono.

LEÓN! — Acordei em um pulo e encarei Violetta assustada.

Ludmila estava parada à minha frente com as mãos na cintura e parecia furiosa. Como eu a conhecia bem estava tomada por ciúmes mas não admitiria. Violetta estava paralisada e eu apenas encarava Ludmila a minha frente.

— Eu acordei e você não estava lá. Eu pensei que já tinha se arrumado para ir trabalhar e você estava aí, dormindo no sofá com a empregadinha? — Ela chamou a Violetta de empregadinha?

— Empregadinha? Empregadinha essa que está aqui pra dar um filho ao seu namoradinho! — Violetta disse já se estressando e Ludmila fez cara de deboche.

— E o que é que tem? Já deixei bem claro que odeio crianças, o filho sendo só dele não tenho responsabilidades... Não sou eu que vou engordar com uma porca, vou me limitar a tudo só pra ser acordada de madrugada pelo choro irritante de um bebê! — Ela vosiferou e eu perdi a paciência ouvindo aquelas palavras.

— Ludmila, já chega! — Gritei e ela se calou — O filho será meu e ponto final. Não precisa ficar fazendo escândalo por que não gosta de crianças... E nós nem somo namorados, porque essa crise de ciúmes? Não aconteceu nada de mais, eu e Violetta estávamos apenas assistindo a um filme.

— Mas ela é a empregada! — Retrucou e eu senti meu sangue ferver, como eu conseguia manter uma amizade com uma pessoa dessas?

— Ela não é a empregada. Como ela mesma já disse, é a mulher que me dará um filho, coisa que você se recusou a fazer desde o primeiro momento, mesmo que fosse apenas por um favor.

— Mas... — Ela se atreveu a tentar falar algo para se defender mas eu a cortei.

— Mas nada! Eu estou cansado dessas suas ceninhas de ciúmes. Por favor, pare, não aconteceu nada entre eu e Violetta. Agora me dê licença, acho que já respirei demais o mesmo ar que você por hoje. — Disse a calando por completo, cruzei o corredor e dei uma última olhada em Violetta — Tchau, Violetta...


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Notas finais do capítulo

Eita, acho que alguém não tem medo de demonstrar o que está sentindo... O que acharam desse surto da Ludmila? E do momento Leonetta sqn no elevador? Haha' comentem aí amores!

Favoritem e recomendem se quiserem e me amarem tanto quanto Leonetta KKK brincadeira!

Até logo!



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