Regina sentiu que não tinha opção, ou escrevia deixando seus sentimentos mais secretos irem para o papel ou então sua carreira estava terminada, não podia perder a oportunidade de se tornar escritora exclusiva de uma editora tão conceituada, um dia quem sabe a loira deixaria de passear por seus pensamentos, mas enquanto tiver escrevendo precisava que ela fosse sua inspiração.

 O dia rendeu e Regina mal se levantou, foi apenas ao banheiro e tomou um cafezinho ao longo do dia e já era noite agora, ela tentou olhar pela janela, mas estava muito escuro lá fora, o tempo tinha fechado, parecia que viria chuva pela noite a fora, até que seria bom, pois o calor que fazia era muito intenso, então salvou seus arquivos e foi tomar um banho antes que a chuva começasse.

 No banho uma frase martela em sua cabeça “o suor que molhava nossos mais loucos delírios” sentia aquilo como se fosse um Déjà vu, não conseguia resistir aos instintos e desceu as mãos aos seios, a água agora era do chuveiro, mais as sensações pareciam com as que ela visualizava quando escreveu aquilo, continuou descendo as mãos timidamente até encontrar seu sexo e deslizar seus dedos por ali de leve, e à medida que seu corpo esquentava, ela acelerava as carícias, em um breve recobrar de consciência ela parou... Se sentiu envergonhada, um peso enorme tomou conta de sua mente e ela desligou o chuveiro, colocou as roupas e se jogou na cama chorando.

 Regina acordou assustada, uma tempestade estava caindo lá fora, o quarto clareava em todos os relâmpagos e raios que caiam e os trovões quase balançavam a cabana, podia ouvir o assobio dos ventos e o agito do mar, ela se preocupou imediatamente com Emma, se levantou e tentou olhar pela janela mas não conseguia ver nada, então colocou um roupão, pegou uma lanterna que já tinha visto em um armário e abriu a porta, sentiu um sopro forte do vento gelado e desceu as escadas para ver se estava tudo bem com Emma, quando chegou próximo já percebeu o desespero da loira, tentando proteger suas coisas das muitas águas que caiam do céu, Regina correu até ela que sentiu um alivio ao vê-la.

—Como posso ajudar? —Regina gritou porque o barulho era muito grande.

— Leve essa bolsa para cabana, ai estão meus equipamentos, não pode molhar de jeito nenhum, preciso segurar a barraca porque já se soltou da areia. —Emma estava ofegante.

 Regina saiu correndo protegendo a bolsa com o roupão e logo retornou para ajudar Emma, rapidamente conseguiram colocar tudo dentro da barraca e amarrar tudo em uma árvore, a barraca serviu como uma bolsa protegendo tudo, e as duas correram em direção à cabana.

—Regina...muito obrigada! —Disse e colocou as mãos nos joelhos curvando o corpo tentando se recuperar, estava exausta.

— Não foi nada, sente-se. —Regina disse se afastando e voltando com duas toalhas, entregando uma para Emma. —Tome um banho quente, você deve estar congelando, está muito molhada, vou pegar algo para você vestir.

—É acho que não vou poder negar to realmente gelada, obrigada. —Emma entrou no banheiro e fechou a porta.

Regina se trocou também, não estava muito molhada, apenas a camiseta e seus cabelos, quando Emma saiu do banheiro enrolada na toalha, Regina estava com a cabeça para frente secando os cabelos com a toalha, em um movimento de espanto jogou a cabeça para trás e tentou ajeitar os cabelos, Emma havia resolvido aproveitar a situação para provocar a morena e ter certeza que ela a perturbava.

—Posso me trocar aqui. —Ela encarou a morena que levantou, pegou a roupa que havia separado e entregou para loira.

—Claro! Fique a vontade. —Disse caminhando em direção a porta.

— Você não precisa sair, não tenho vergonha, pode terminar de secar seu cabelo.

— Tudo bem, vou usar o espelho então. —Regina pegou a escova e começou a se pentear em frente ao espelho que estava na parede do quarto, ela conseguia ver Emma, mas não queria olhar, procurava que seu corpo ficasse em frente tampando a visão, mais a loira tinha a intenção de provocar, deixou a toalha escorregar e então sentou na cama ficando aparecendo totalmente no espelho, foi colocando o short de forma sensual e bem devagar, a morena segurava o fôlego e tentava disfarçar, agora podia ver tudo bem de perto e cada detalhe era ainda melhor.

  POV Regina

 O que ela está fazendo? Parece estar me provocando e pior que está conseguindo, seus seios eram brancos como toda sua pele e tinha uma pinta que chamava atenção, apesar de magra seu corpo era definido, seus braços pareciam fortes, ela era realmente linda, seus olhos, sobrancelhas, boca, tudo na mais perfeita harmonia, seu sorriso me pegou desprevenida no espelho, encontrei seus olhos e me arrepiei, deixando a escova sobre a cadeira sai do quarto, dizendo que ia preparar algo quente para ajudar esquentar.

 Sentia como se a qualquer momento ela iria se aproximar e isso não seria nada bom, ou melhor, seria, mas eu não saberia lidar com aquilo.

  POV Emma

 É isso, ela fica muito perturbada comigo, e eu não vou negar que ela mexe comigo também, não sei mais essa mulher também me deixa excitada, ela é toda certinha, toda tímida, mas não pode esconder que me olha com desejo. Acho que posso aproveitar isso, o que pode acontecer de mais, podemos apenas nos divertir, mas eu não sei como funcionam as coisas depois do beijo e de umas passadas de mãos, seria legal aprender junto com alguém que também não sabe, pensar nisso já me deixou molhadinha.

“Vá com calma dona Emma, pense nas conseqüências.” — Parecia ouvia a voz de minha amiga Belle. Ela era “o tipo certinha” como Regina e eu sempre a louca varrida, mas isso nunca havia passado por minha cabeça depois daquele episódio no orfanato.

Vou tentar ir com calma, mais...que ela não me provoque.