Depois de uma longa conversa com Arisa, Rin se despediu – quando avistaram o namorado de Arisa na festa – e foi buscar algo para tomar na sacada do salão. Da sacada do salão Rin tinha a vista da lua cheia daquela noite iluminando os jardins do castelo e o rio que por lá passava; tudo estava correndo muito bem. Rin foi tirada de sua admiração pela paisagem quando lindos cabelos prateados foram levados pelo vento e entraram na frente de sua visão: era Sesshomaru.

— Sesshomaru-sama! Que surpresa agradável. – Rin não pode conter a última frase pois tinha ficado muito feliz de ser ele quem aparecera ao seu lado.

Sesshomaru nada respondeu a ela; apenas parou de olhar para a paisagem e passou a olhar para ela: ele a estava admirando minuciosamente – seu cheiro, sua aparência.... Tudo! Rin percebeu que ele a olhava intensamente e ficou um pouco vermelha com a situação; e Sesshomaru percebeu.

— Você está muito bem neste kimono. – disse Sesshomaru em meio a um leve sorriso.

— Muito obrigada. O senhor também está ótimo. – respondeu Rin muito feliz por ele tê-la elogiado.

— Sei que já lhe perguntei isso dezenas de vezes durante as duas semanas que passou se recuperando, mas o que houve com você? – Sesshomaru percebera a expressão de dúvida que Rin fizera e se explicou – Eu percebi que você conhece a princesa dos Lobos do Sul e tenho escutado muito bem de você, principalmente dos youkais da ala médica. – com esta explicação Rin finalmente entendeu a questão de Sesshomaru.

— Eu fui uma vez acompanhar a Kagome-sama em um trabalho para o qual ela foi chamada já que o Inuyasha estava fora com o Miroku, a Sango estava grávida de novo e o Kohaku estava fora em outro trabalho. – Rin começou a se explicar e percebeu que tinha a completa atenção de Sesshomaru naquela hora – Os monges do Santuário Yume, na vila de Tsukishima, estavam com problemas por que os Youkais Lobos do Sul estavam descendo para a vila com muita frequência; mesmo eles tendo um pacto de que se os monges não mexessem com eles, eles não mexeriam com o vilarejo. Quando Kagome-sama e eu descobrimos a real fonte do problema foi realmente hilário! – Rin começou a rir tanto que Sesshomaru não conseguiu compreender.

— Rin o que pode ser tão engraçado em um problema desse nível? – Rin percebeu que Sesshomaru provavelmente ainda não tinha notado.

— Sesshomaru-sama, quantos humanos há nesta festa? – perguntou Rin deixando Sesshomaru ainda mais em dúvida.

— Você ap... – Sesshomaru fez uma pausa para confirmar e sentiu o cheiro de outro humano! Muito bem disfarçado. – Tem dois humanos: Você e mais um que está tentando se esconder. – respondeu Sesshomaru já procurando com seus olhos entre a multidão da festa quem poderia ser.

— O segundo humano no salão é aquele ali bem ao lado da Arisa-chan. – Rin apontou para Arisa que estava falando com um homem em um canto da festa sendo muito bem vigiada por seu pai – Aquele homem se chama Nigihayame; e ele é um monge auxiliar no Santuário de Yume. – ao dizer isto Rin percebeu a mudança repentina de humor de Sesshomaru.

— Um monge auxiliar de santuário!? Que história é essa? – agora era oficial: Sesshomaru não entendia mais nada.

— Kagome-sama e eu ficaríamos para investigar apenas uma semana pois ela não podia deixar a vila sozinha tanto tempo. Durante a semana em que investigamos não percebemos nada que pudesse estar causando a desavença. No dia em que íamos embora houve uma forte tempestade e tivemos que ficar na vila mais um pouco. Naquela noite, a tempestade já havia acalmado, e Kagome e eu estávamos acordadas discutindo sobre a situação; e depois de algumas horas de conversa vimos uma sombra se esgueirar para fora do santuário. Nós duas decidimos seguir aquela sombra, pois podia nos dar alguma pista sobre a situação. De repente nos vimos entre as fronteiras do vilarejo e da montanha dos Lobos do Sul. E encontramos o motivo dos lobos estarem se aproximando da vila novamente: Arisa e Nigihayame estavam se abraçando e antes que pudéssemos nos dar conta começaram a se beijar. Kagome-sama e eu não aguentamos e quase começamos a rir sem parar. – Rin parou para pegar folego.

— Como este homem ainda está vivo? Que eu saiba Kirimaru (pai da Arisa) tem um ódio profundo por humanos e ainda maior por monges e sacerdotisas. – Sesshomaru conseguiu entender a “graça” de que Rin estava falando, mas acabou em outra dúvida.

— Pode agradecer a Kagome-sama e eu por isso. – Rin fez Sesshomaru tomar o maior susto e encará-la na mesma hora – Enquanto o casal estava namorando lá, Kirimaru aparece acompanhado de metade da alcateia furioso! Kagome-sama e eu intervimos na mesma hora para ajudar, já que Arisa-chan tinha se colocado na frente do Nigihayame e afrontado o Kirimaru, nós vimos a situação se complicar de vez. – Sesshomaru começou a se arrepender na mesma hora em que ela disse isso em não ter dado um jeito de vê-la na aldeia e de sua ideia de deixa-la por lá – Foi muito difícil de impedir aquilo de piorar, por que Kirimaru achava que o Nigihayame iria matar a Arisa e depois declarar guerra a alcateia. Kirimaru ficou ainda mais nervoso quando viu nós duas pois ele sabia exatamente que ramos: Kagome-sama uma sacerdotisa poderosa e eu uma exterminadora de youkais (minhas roupas me deduravam facilmente). Kirimaru se estressou tanto que nos atacou na mesma hora; o problema foi que a Arisa-chan se colocou entre nós para impedir o ataque. – Sesshomaru estava de olhos arregalados e com uma vontade enorme de matar todos da aldeia por deixarem Rin fazer este tipo de coisa.

— Mas Rin... – Sesshomaru a interrompeu – como vocês sobreviveram!? Um ataque dele de surpresa com a velocidade que ele possui teria sido fatal para vocês três! E, tenho certeza, que depois ele mataria o auxiliar! – Sesshomaru estava ficando perdido com aquela conversa.

— O Nigihayame trocou de lugar com a Arisa com um feitiço de substituição e ergueu uma poderosíssima kekai para barrar o ataque. O Nigihayame possui elevados poderes como monge, mas tem que ficar como auxiliar porque sempre que sobrecarrega seus poderes com feitiços maiores seu coração sente o impacto e ele corre risco de vida. – Rin explicou a Sesshomaru que entendera aonde ela iria chegar com aquela história – Quando a poeira levantada pelo ataque abaixou, o Nigihayame desmaiou e começou a agonizar; ao mesmo tempo Arisa correu até ele e começou a entrar em desespero. Nós duas paramos tudo, acordamos o vilarejo inteiro e corremos para salva-lo. Nós tivemos que ir embora antes dele melhorar, mas, pelo visto, eles deram um jeito de se acertar. – finalizou Rin sorrindo com a cena de Kirimaru colocando um limite de distância entre Nigihayame e Arisa.

— Realmente! Rin... O que houve com você? Isto tudo não pode ser apenas por não ter ido vê-la durante alguns anos! – Sesshomaru estava claramente tentando juntar as peças daquele quebra-cabeças que lhe fez ainda menos sentido depois da história de Rin.

— Nos anos em que não veio me dediquei a minha determinação de ser forte e capaz de me cuidar para poder voltar a ir junto com você em suas aventuras sem atrapalha-lo. Isto era tudo que queria. Sabia que tinha um motivo muito importante para você não vir me ver... embora eu admita que tenha duvidado uma vez ou outro, nunca me deixei abalar! Esta nova realidade era tudo que eu buscava e almejava. E agora eu a tenho e não vou perde-la. – respondeu Rin terminando com um forte abraço em Sesshomaru que, mesmo tendo ficado estático por alguns momentos, retribuiu o carinho de Rin.