Do outro lado da linha escrita por LcsMestre


Capítulo 80
Atendimento #080: Adolescência


Notas iniciais do capítulo

Estamos no atendimento 080 e aqui faremos uma breve referência aos anos 80, ou melhor, aos seus produtos :D

Aproveite e ria um pouco deste atendimento.
PS: Atendimentos adicionados todos os dias as 14:00(ou no caso 14:05 sei lá..)



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Atendimento #080: Adolescência

Quem viveu na década de oitenta possuem lembranças vividas de um mundo bizarro, se hoje os adolescentes não podem viver sem whatsapp pra passar seu nudes e tentar conquistar os atendentes, vide o atendimento #007; naquele tempo a preocupação era com as roupas brilhantes, sapatos de camurça e discos vinil arranhado.

— Vi-tro-la, conseguiu entender o que é? — O cliente Alan perdera a paciência com a atendente. A mais de cinco minutos ele tentava explicar para ela qual o produto que tinha e precisava de ajuda.

— Senhor nós atendemos muitos produtos, muitos mesmo, mas eu não faço ideia de que produto é esse que o senhor está me dizendo. — Amanda realmente não fazia ideia do que era aquilo, quando buscara na internet uma referência se deparou com um disco preto grande sobre uma espécie de mesa.

— Filhinha quantos anos você têm? Você é adolescente por acaso?

Amanda conferira a idade do cliente no sistema, contatou que o mesmo possuía pouco mais de cinquenta.

— Não senhor, só por que eu não sei o que é uma vitrola não significa que eu sou uma adolescente. Se eu fizesse o que os adolescentes de hoje fazem, eu já estaria grávida divorciada e provavelmente viciada e energético.

Ezequiel ao seu lado observava intrigado a feição de sua Amada, era impressionante para ele descobrir que a garota não fazia ideia do que era uma vitrola. O reprodutor de musica que foi ovacionado na década de oitenta era considerado tecnologia alienígena para a garota, embora é claro, o cliente Etevaldo não tivesse nada haver com a criação do objeto.

— Tá então vamos fazer assim, deixa pra lá.  — Alan relaxara os periquitos, não, não foi uma metáfora, o cliente realmente tinha alguns pássaros que cantarolavam no fundo da chamada. — Eu quero que ao invés disso você me ajude em outro produto.  — o cliente esperou que a atendente falasse, mas ela ficou quieta. — Eu tenho um walkman de você é…

A garota puxou o protagonista desse livro pelo colarinho, teria caído no chão não fosse as rodinhas de sua cadeira. Ela apontou para a tela.

— Do que ele está falando cara? Parece que eu to conversando com alguma outra espécie.

— Eu não imaginava que você não conhecia esses produtos. — Ezequiel se aproximou da mesa da garota e começou a digitar em seu teclado, a pesquisa na internet resultou em várias imagens de adolescentes da década de oitenta. — São velhos mas essa maldita empresa ainda dá suporte.

Ela vira walkman’s, vitrolas, gramophones, videogames tocos, e por ai vai. Sim! Você acha que os atendentes podem se recusar a atender os produtos antigos? Acredite ou não, vira e meche coisas assim surgem.

— Cara esses negócios tinha de estar em um museu!

— Na verdade esse cara tinha de estar em um museu. — Corrigiu Ezequiel ao colocar a chamada da colega no mute. — Cara fazem mais de quarenta anos que essas bugigangas não são mais vendidas.

— E como você conhece espertalhão? — indagou a garota com as mãos na cintura.

— Eu gosto de coisas vintage. — sorriu marotamente.

Do outro lado da linha o cliente cantarolava uma musica de Elvis Presley. A garota tentou relaxar e arranjar algum caminho para resolver o problema, sabia que não teria nada o que fazer, primeiro por que não era capacitada, segundo por que o produto não estava mais em garantia.

— Senhor?

—  Oi, então; o que eu queria perguntar era o seguinte: onde fica uma autorizada para que eu possa levar esses produtos?

—  Como é? —  Amanda deixou uma risada escapar. —  Senhor acredita que essas tralhas ainda estão na garantia?

— Essas tralhas, estão na garantia meu amor. Nunca foram usadas e quando eu fui testar vi que não funcionavam. Vai me passar ou não?

— Senhor quando foi que os produtos foram comprados?

— Caramba, agora eu não me lembro.

Ezequiel aproximou-se apertou o botão do mute isolando o cliente.

— Também não lembraria se eu tivesse a porcaria de um gramophone! — a garota o empurrou, tirou do mudo.

— Não lembro, mas fazem uns vinte anos mais ou menos.

— Vinte anos? — Ezequiel levantou o tom dando uma risada. — E eu achei que era lento na hora de buscar assistência. Você tá de parabéns ein senhor, demorou duas décadas para buscar uma ajuda no problema, acho que isso é um novo recorde!

— Quem é que ta falando? — Alan não reconhecia aquela voz masculina na chamada. Amanda empurrou nosso herói com um soco potente que o lançou para sua mesa.

— Ninguém senhor, só um retardado que estava passando. — Costurou a desculpa com cautela enquanto encarava o marido com ódio. — Podemos continuar de onde paramos?

— Claro, como disse está na garantia não é? — O cliente tinha plena convicção que estava certo.

A chamada silenciou-se, por algum tempo o cliente acreditou que a ligação caíra.

— Amanda?

— Não senhor… fazem VINTE ANOS! VINTE ANOS que a garantia do senhor de extinguiu. Não seja maluco de achar que só por que não usou suas velharias elas vão ter garantia infinita. Depois de vinte anos até uma gostosa perde a garantia senhor!


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Notas finais do capítulo

Quem estava na garantia na década de oitenta, hoje em dia não está mais hahahahaha
Vou sempre repetir isso:
SOU MOVIDO A COMENTÁRIOS SIM! GOSTO DE SABER SE ESTÃO GOSTANDO OU NÃO U.U
Se você riu com esse amontoado de palavras eu fico feliz, esse era meu objetivo bjs e até amanhã :D



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