Do outro lado da linha escrita por LcsMestre


Capítulo 164
Atendimento #164: Meninão V8


Notas iniciais do capítulo

A...a ignorância é uma benção... sem mais.

Aproveite e ria um pouco deste atendimento.
PS: Atendimentos adicionados todos os dias as 14:00(ou no caso 14:05 sei lá..)



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Atendimento #164: Meninão V8

Você se considera viciado em alguma coisa? Não? Bom saiba que todos nós temos o vicio em alguma coisa, seja ela boa ou ruim. Os clientes da empresa onde nossos heróis trabalham têm o incrível vicio de não se importarem em adquirir o minimo de conhecimento sobre aquilo que compraram, na realidade muitos deles simplesmente não sabem o que aquilo pode fazer.

— Isso mesmo senhora isso ai é um con-so-lo. O nome dele é o meninão feliz V8. — Ezequiel atendia uma senhora extremamente religiosa, sim daquelas que você vê todo domingo indo na missa ou no culto…

— Mas para que ele serve? Eu comprei assim por que vi as luzes dele chamando a atenção e tudo, mas fui tão impulsiva que nem parei para ver o que ele é. — A cliente emitiu uma risada deixando claro que ela sabia que tinha feito algo de errado.

Ezequiel sorria com uma cara digna de um filho da p#@. A língua para fora deixava clara a sua intenção, ninguém jamais poderia encrencar com ele, afinal de contas ele só estaria passando a “especificação técnica de um produto”

— Então senhora ele serve pra senhora enfiar na...

—  Zero. —  Ezequiel ouviu a voz interferindo ao seu outro ouvido. Assim que virou-se viu o supervisor Kauã com uma folha.— Falar essas coisas para a cliente não é algo que nós devemos fazer não é? —  Anotou algo na folha. —  Enfim depois você coloca uma pausa feedback e vem na minha mesa pra conversar.

A expressão “pausa feedback” costuma ser usada nas centrais quando o supervisor deseja dar uma encarcada violenta em algum de seus atendentes. Claro que o antigo supervisor não tinha esse costume, até por que os atendentes de sua operação eram seus filhos, mas Kauã não se importava. Com a expressão “zero” ele queria dizer que a nota daquele atendimento era zero. Não que os atendentes estivessem na escola, mas as notas eram importantes para saber seu desempenho dentro da empresa, ou seja, só serviam para lascar os já ferrados atendentes.

— Você tá de implicância comigo não é cara? A mulher perguntou o que fazer com um consolo, o que mais você quer que eu responda se não a verdade?

—  Eu não tenho nada a ver com o que você vai falar, só que que está fora dos padrões da empresa tratar de assuntos desse grau de intimidade.

Tranquilamente o atendente digitou na internet o nome do produto comprado pela cliente e procurou sua especificações técnicas.

—  Você tá vendo o que tá aparecendo aqui? “Possui texturas esféricas que emanam pequenos choques para maximizar seu prazer. ” Eu não escrevi isso filhote, minha função é só ler o que os caras passam pra cá.

E a cliente chamou por eequiel na chamada, nosso heroi rapidamente atendeu-a.

— Eu acho que eu liguei esse troço moço. —  A mulher tocou em uma das esferas. —  Ai! Deu choque.  Era pra fazer isso mesmo?

— Então senhora o produto têm diversas funções, entre elas está essa de dar choquinhos leves.

O supervisor continuava a observar a ligação a uma curtíssima distância do operador, este chegou ao cúmulo de puxar uma cadeira e sentar-se ao seu lado com os olhos fixos em seu rosto.

Os demais atendentes encaravam a situação com aflição, ver o companheiro de trabalho sendo tratado como bife prestes a ser devorado era desesperador. Nosso herói no entanto buscava uma maneira de reverter a situação.

—  Tá é por que alguem iria querer tomar choques com um produto? Aliás ele têm um formato que não parece nada cm um abajur.

—  Claro senhora é por que ele não serve para iluminar né. —  E os lábios de Ezequiel travaram impulsivamente, mais duas ou três palavras ele teria revelado a função verdadeira daquele “Meninão V8”

— E pra que ele serve então fala pra mim.

— Abra a boca e fale algo de errado que eu juro que dou um jeito de arrumar medidas muito piores que um zero. — Sorriu Kauã macabramente.

—  Já estou com zero né… — O supervisor meneou a cabeça positivo. Ezequiel queria esfregar a cara do encarregado no teclado. — Tá bom...—  Engoliu o ódio. Ele não poderia dizer a função do meninão, mas tinha uma arma que ele nunca pensou em usar contra o ex supervisor. Abriu um sorriso e tirou do mudo.—  Senhora eu não disponho das informações do que esse produto pode fazer, Quando isso acontece nós atendentes devemos deixar que nosso encarregado cuide do resto da chamada. Sendo assim eu vou passar para meu supervisor, ele pode te passar as informações sobre o que ele é capaz de fazer.

Ezequiel retirou o headset e entregou a Kauã.


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Notas finais do capítulo

Eita doido!! Depois dessa cara eu acho que a cliente vai ter muitas perguntas para o novo supervisor!
Vou sempre repetir isso:
SOU MOVIDO A COMENTÁRIOS SIM! GOSTO DE SABER SE ESTÃO GOSTANDO OU NÃO U.U
Se você riu com esse amontoado de palavras eu fico feliz, esse era meu objetivo bjs e até amanhã :D



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