Do outro lado da linha escrita por LcsMestre


Capítulo 130
Atendimento #130: Recado


Notas iniciais do capítulo

Eu disse que seria por uma boa razão né? Sim Alastor têm seus motivos para sair e não podemos fazer nada, mas relaxe... ele não vai sumir da mente de vocês tão cedo...
Aproveite e ria um pouco deste atendimento.
PS: Atendimentos adicionados todos os dias as 14:00(ou no caso 14:05 sei lá..)



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Atendimento #130: Recado

Recados são importantes, principalmente se você é uma pessoa extremamente ocupada cujo tempo não pode ser desperdiçado. Antigamente se usava bastante os telegramas, recados rápidos e curtos entregues da mesma maneira que as cartas. Claro que depois do advento da internet e dos aplicativos de mensagens isso foi esquecido, entretanto, bilhetinhos, avisos e recadinhos são perpétuos.

Com os pés para cima, camisa florida aberta e cheiro de velho berreiro exalando dos poros, Igor esperava pacientemente para atender uma ligação. Ele não imaginava que seus operadores ficavam tanto tempo sem atender.

— Gente que tédio, como vocês segura a barra aqui sem ouvir nenhum cliente chato falando no teu ouvido.— Igor levou a mão sorrateiramente até a mochila encostada na parte de baixo da mesa. — Bora molhar o bico de leve. — Abriu  uma garrafa e virou o resto da garrafa de cachaça.

Amanda, sentindo o cheiro alcoólico e morrendo de vontade de dar uma bicada, aproximou a mão da garrafa. O malando das chamadas aproximou a boca dos dedos finos da garota e a mordeu.

— Ai seu corno! Morde a bunda oleosa da sua mulher.

— Ei, psiu! — Alastor chamou a atenção de nosso heroi com um estalar de dedos, como ele estava de backup se aproximou acreditando que aconselharia seu chefe. — A manguaceira aqui tá querendo passar a mão nos meus goró. — Amanda ergueu-lhe o dedo médio. — Enfia isso onde você gosta.

— Parem com isso vocês dois, eu não sou mais uma menininha! Já estive em missões especiais, por que eu não posso tomar umazinha? Só porque eu… — Igor esticou o braço até a mesa da garota e pressionou o botão mute de seu telefone, como ela tinha um cliente em espera foi obrigada a mudar totalmente seu tom de voz e assunto que falava. — Claro senhor estou verificando só um momento. — Falou ela para o cliente.

Abismado com a sagacidade Ezequiel franziu o cenho.

— Como eu nunca pensei em fazer isso antes? — Indagou-se Ezequiel com cara de marsupial.

— Quando o pai manja das parada é assim pivete. — Uma chamada chamou sua atenção fazendo-o se ajeitar na cadeira em um susto. — Igor Alastor como é tá e como eu posso resolver essa parada?

— Isso é jeito de atender um telefone?

— Na verdade não chefe, telefone nois atende com a mão e não com a voz, má beleza. — Soltou um arroto leve porém fedido a alcool. — Tô aqui pra ajudar, só mandar que faço o que der.

O cliente não sabia muito bem reagir aquilo, para ele era estranho ouvir um atendente com o sotaque carregado e a voz embriagada.

— Tá, já que foi você que atendeu, vamos lá. Eu queria deixar.

— Para, para, para… — Interrompeu elevando a voz uma oitava. — Fala seu nome primeiro parceiro.

— Não quero me identificar. — A resposta seca era tudo o  que ele queria ouvir..

— E por que não chapa? Tá fugindo da policia? Tá devendo lá no morro é? Ou será um talarico? — Após algum segundos de silêncio Igor abriu um sorriso. — Acho que alguém aqui anda pegando a mulher dos traficante…

— Cala a boca! — O cliente do outro lado da linha elevara a voz buscado mudar de assunto. Seu nervoso era grande ao falar da mulher de donos de morro. — Eu só tô ligando para dar um recado.

— Adoro recadinhos, — deu uma golada em outra garrafa aberta. — espero que seja correio elegante, hoje eu tô me sentindo carente.

— Eu queria dizer que essa empresa é uma porcaria que não se preocupa com seus cliente e serviços, os produtos são de péssima qualidade e são feitos pensando em quebrar. Não vou devolver o aparelho, mas vou mostrar para todos os meus conhecidos o quão podre e lixoso ele é. Uma MEr@# de organização, finge que é grande coisa mas no fundo é só uma firmazinha como qualquer outra, nem deveriam se chamar de potência multinacional.

A partir desse ponto o cliente começou a extrapolar nos xingamentos. Não vou citar aqui quais foram, mas posso garantir que o dono da empresa foi chamado de coisas muito piores do que “filho de uma traficante de pão de queijo” Quando o cliente cansou a chamada ficou em silêncio por uns dez segundos.

— Você tá ai ainda ou desligou? — A pergunta era para o atendente.

— Tô sim chefe. — A resposta foi sucinta e equilibrada.

— Você não vai falar nada não depois disso tudo? — Estava na cara que o cliente queria briga, mas não era isso que ele teria.

— Na verdade não ó. Você não me ofendeu, não ofendeu meus operadores então tá beleza. Eu ainda concordo com cada palavra que você falou, mas como eu recebo salário da empresa não posso ficar falando, né? — O cliente ficara em choque, na cabeça dele insultar tanto a instituição faria com que o operador perdesse o juízo. O que quase ninguém sabe é que você pode detonar a empresa pelo telefone, é só não ofender o ser humano que está te atendendo que tá tudo bem, afinal de contas, ele pode partilhar do seu pensamento. — Bom senhor esse era o recadinho?

— Era…— Falou ainda embasbacado por seu plano de arrumar briga ter falhado.

— Então beleza mané, vou passar seu protocolo e valeu por melhorar meu dia com essas doces palavras. — Falou Igor sorridente.




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Notas finais do capítulo

Esse tipo de cliente é bom! o cara insulta a empresa até o fim e separa bem sua indignação da pessoa que o atende...esse cliente! SEJA ESSE CLIENTE!
Vou sempre repetir isso:
SOU MOVIDO A COMENTÁRIOS SIM! GOSTO DE SABER SE ESTÃO GOSTANDO OU NÃO U.U
Se você riu com esse amontoado de palavras eu fico feliz, esse era meu objetivo bjs e até amanhã :D



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