Fogo e Gelo escrita por AelitaLear


Capítulo 3
Capítulo 3- O imprinting dos Mortos-Vivos




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Eu estava percorrendo o perímetro leste, um perímetro pouco vigiado, por causa de não ter perigo eminente. Já fazia alguns anos que nenhum vampiro aparecia.

Parei para caçar uns cervos que estavam com cheiros próximos, eu gostava de caçar, era divertido. Quando corria muito eu ficava com fome.

Estava um pouco distraído, e de repente eu vi uma garota debruçada em seus joelhos fazendo barulho de choro. O que será que a garota tinha? Eu precisava falar com ela pra ver se ela estava bem ou precisava de alguma coisa. Ela poderia estar perdida na floresta. Eu olhei bem pra ela e percebi que ela não seria uma ameaça e eu precisava falar com ela em forma humana.

No exato momento eu me transformei em humano, me vesti, e fui ao encontro dela. Ela tinha um cheiro diferente dos cheiros que eu já conheci, achei estranho, mas continuei ao seu encontro.  Seu cheiro era doce, mas não como de um humano, nem como de lobo, muito menos de vampiro. Fui devagar para não assustá-la.

Quando estava a um metro dela, ela percebeu minha presença e me olhou... Um olhar totalmente diferente do que eu já tinha visto... Ela tinha os olhos vermelhos escarlate, lindos, sua boca era grossa e triste, era branca como um vampiro, tinha cabelos cacheados até a cintura, usava uma roupa velha e um pouco rasgada. Ela era linda! Percebi que ela era uma vampira, dessas que não eram vegetarianas, seus olhos declaravam isso.  

Estava com uma cara de assustava, mesmo sabendo que eu não era perigo para ela. Eu estava na minha forma humana e provavelmente ela saberia que eu era indefeso assim. Mas ao invés de me transformar, atitude normal na hora, eu não o fiz! Fiquei parado a olhando, tremendo, mais não meu corpo, meu coração! Sentia uma sensação totalmente diferente do que eu já senti até hoje...  Era um aperto no coração seguido de uma vontade imensa de abraçá-la e fazê-la feliz. Quando fui me dar conta pela memória dos lobos, que aquilo era o imprinting! Eu lembrei exatamente de Jake quando viu Nessie, era aquela sensação.

Como isso era possível? Um lobo ter imprinting com uma vampira? Isso era anormal, mas era real! Eu a amava com todas as minhas forças!  Eu nem imaginava o que fazer! Que atitude tomar com ela, que atitude tomar com os lobos, com minha família...

Tudo estava confuso! Com todo esse sentimento explodindo em mim, eu tinha que tomar uma atitude, resolvi falar com ela, não suportava a idéia de vê-la assim, chorando:

- Oi! Você esta bem? Precisa de ajuda?-Falei um pouco tímido demais, esperando uma resposta que demorou a acontecer, mais quando veio me surpreendi...

- Oi... Eu estou bem sim, só estou perdida, confusa, não sei o que sou! - ela olhou mais assustada que antes, tapando a boca, talvez por causa de sua voz. Então continuou:

- O que você é?- Uma pergunta fácil, mais incrivelmente complicada de se responder a ela. Eu diria o que? Sou um lobo, seu pior inimigo. Isso seria rude e eu não sabia a atitude dela em relação a isso. Falaria já de cara que sofri um imprinting com ela, ou seja, me apaixonei por ela? Talvez um: você não conhece minha espécie pois só existo aqui, nessa cidade! Sou uma espécie rara e muito mítica. Antes de qualquer esclarecimento ela continuou:

- Me desculpa a pergunta inconveniente, mas o seu cheiro é totalmente diferente do normal! É o melhor cheiro que já conheci de um ser diferente de mim! Não que eu tenha visto muitos seres diferentes...

Resolvi responder a sua pergunta da forma mais sincera possível.

-Meu nome é Seth, eu sou um lobo, nossa espécie não costuma conviver com a sua... Eu nem acabei de falar, e ela me interrompeu:

- Um lobo? E que espécie EU sou?- Falou com cara indiguinada. Como ela não poderia saber o que ela era? Era tão obvio, um ser que mata humanos só pode ser vampiro!

- Você é uma fria, bebedora de sangue humano, mais conhecida como vampira! Ela olhou para mim assustada e com medo e disse:

- Eu? Vampira? Bebedora de sangue humano? Não é possível! Eu jamais bebi sangue humano!!Só sou diferente!

Se ela jamais bebeu sangue humano, com aqueles olhos vermelhos, só podia significar uma coisa: ela era uma recém-criada! Ela precisava urgente de esclarecimentos, ela podia destruir uma cidade nesse estado.  Resolvi perguntar:

- Sim, você é vampira, há quanto tempo você está assim? Diferente?

- Eu não sei exatamente! Acordei hoje e vi que o mundo tinha mudado, que tinha um brilho a mais. Minha garganta ardia, como a dor que senti antes de acordar, mas em menor escala! Eu tentei correr pra ver algo diferente, na verdade eu até cheguei perto de humanos, mais fugi, de medo! Eles não tem cheiros bem!Eu não bebo sangue, eu juro! Nem sei como cheguei aqui!

Meu Deus, ela não matou os humanos que estavam perto dela? Qualquer vampiro sentiria pelo menos vontade, e ela não gostava do cheiro?

Isso era o dom dela, não existia outra explicação! Esse auto-controle só podia ser dom, como Carlisle! E então eu disse:

-Vampiros tem dons, e seu dom é de não matar humanos, só pode ser isso!

- Dons? Vampiros tem dons?

-Sim, conheço um que lê mentes, uma que prevê o futuro, e uma que tem um tipo de escudo interno nela... Há vampiros que tem auto controle, alguns são até maus...

- Você conhece mais da minha espécie?- Falou maravilhada.

- Sim, conheço uma verdadeira família de vocês! Uma família diferente, que só se alimenta de animais!

- Uma família... Se alimentar de animais ajudaria minha dor?

- Acredito que sim... Sabe, eu não conheço muito do mundo dos vampiros... Gostaria de conhecer essa família?

- Mais é claro!! Como eu me sentiria melhor conversando com alguém que me entenda, você poderia me levar até eles?

- Levo você até minha casa, de lá prometo me contatar com eles! Afinal, não envelhecer prejudica a estadia...

- Eu também não envelheço?

- Não! Vamos antes que eu lhe deixe confusa com tantas explicações vindo da pessoa errada!

Saímos daquele lugar procurar um telefone, eu precisava falar com Jake. Sorri para ela e fui caminhando ate La push, ela não merecia me ver como lobo, seria totalmente aterrorizador a ela! Fora que de onde eu estava, a caminhada não seria longa.

Apesar de ser uma vampira, ela era indefesa, e eu não tinha medo dela, a queria proteger.

 Fiquei um pouco preocupado de levá-la assim na fronteira sem ao menos avisar, os lobos poderiam não gostar e atacá-la, sem mesmo saber da verdade. Ao chegar na fronteira, tivemos a sorte de não haver lobo algum rondando aquela região, o que me deu oportunidade de ir passar. Pensei em levá-la até a casa de Billy! Ele estava um pouco mais habituado aos vampiros.

 Eu não poderia levá-la em casa, Leah a mataria, mamãe ia morrer de medo, fora Charlie que já tinha que suportar a não saber o que a filha era! Seria arriscado! Para não assustar ele, pensei em dizer o que ela era, talvez evitasse um pouco do medo.

- A pessoa que vai nos ajudar é humano, eu tenho um pouco de medo de sua reação, ele não se da muito bem com vampiros, então eu vou avisá-lo antes.

- Eu até prefiro assim, pelo menos tenho a certeza que ele não vai me estranhar!

- Fique aqui, já voltarei para te buscar!

- Tudo bem...

Chamei Billy, e ele com toda educação me pediu para entrar. Billy nunca vinha na porta, ele já estava acostumado com os lobos entrarem e saírem de lá sem muita educação.

- Oi Billy!

- Seth, há quanto tempo!! Por que não vem mais aqui?

- Ah Billy, me desculpe, estamos muito ocupados com o perímetro e...

- Tudo bem, eu te entendo garoto, sente-se, fique a vontade! A propósito, o que te traz aqui?

- Sabe Billy, parece loucura, mais eu tive o meu imprinting agora! E ela esta lá fora!

- A mande entrar garoto! Como assim deixá-la lá?

- Eu mandarei, mas antes, eu queria falar, ela não é normal...

- Como assim não é normal?

- Ela é uma vampira!

Billy olhou com uma cara amedrontada e ficou alguns minutos sem reação, até que disse:

- Seth, garoto, como isso pode acontecer? Você tem certeza que ela é vampira? Tem certeza que sofreu o imprinting com ela?

- Sim, eu nunca tive tanta certeza na minha vida, ela é o meu imprinting!

- Você já parou pra pensar que ela mata humanos?

- Sim, ela não mata humanos, tem olhos vermelhos, mas pelo seu tempo de vida ela é uma daquelas recém criadas... Ela até encontrou alguns humanos, mas não teve coragem de matá-los. Eu até acho que ela é indefesa.

- Garoto, nem sei o que te dizer...

- Eu tenho um plano! Eu irei contatar os Cullens, quero ajudá-la, ela precisa de uma família... E eu não sei se vou saber explicar pra ela tudo certinho.

- É o melhor a ser feito, você precisa falar com a matilha também e...

- NÃO!! Não quero que eles saibam agora! Quero falar com o Jake primeiro, depois eu falo a eles... Conto com seu silencio Billy... Tenho muito medo da reação deles.

- Tudo bem, eu não falo! Agora, posso vê-la?

- Pode, acredito que ela tenha forças o suficiente para não fazer nada de ruim!

Fui então chamá-la, mas antes, a adverti:

- Você pode entrar agora, mas... Tem um humano lá dentro, sei que você se controla, mas não custa ter um cuidado especial...-Nesse exato momento me lembrei de um detalhe que nunca poderia ter me esquecido de perguntar... Qual era o nome dela... - a propósito, como é seu nome?

- Eu sou Sophia, sempre me chamavam de Sophy! E pode ficar tranqüilo! Não vou fazer nada a ele! Não tenho forças para isso!

-Sophia, que nome lindo! Bom Sophy, você tem mais forças que pensa... -Será que ela pensava ser fraca?Ela me olhou meio desconfiada, como se eu tivesse zombando de sua cara. Sim, ela precisava conversar urgente com Carlisle!

Quando entrou e viu Billy, fez uma cara de nojo, como isso era normal? Billy, ao vê-la se assustou também, mas a cumprimentou, perguntou seu nome, e da onde vinha... Ela disse que era da America do Sul, vivia com seus pais e uma Irmã, veio para cá conhecer e quem sabe conseguir um visto para trabalhar aqui. Ela estava passeando pela estrada e resolveu entrar para conhecer a floresta, quando estava distraída, um vampiro veio por trás dela e a mordeu, deixando-a inconsciente.

Billy contou a ela sobre nós, os inimigos mortais dela. Contou as lendas Quileutes, contou como foi que surgimos, a historia da terceira esposa, contou sobre o tratado, e contou sobre o imprinting. Na hora que Billy mencionou o imprinting, eu achei que ele iria falar que eu sofri o imprinting com ela.

Eu não queria contar a ela agora, queria que ela me amasse antes de saber que estava presa a mim. O imprinting era bom, mas não dava escolhas, e isso era ruim.

 


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