Perguntei a ela onde queria ir. Ela me disse que nos poucos momentos que viveu aqui como humana, costumava comer num restaurante chamado Picacho Peak.

Chegamos ao restaurante, senti um deja vu, acho que eu já vim aqui. Um manobrista jovem veio pegar meu carro, passei as chaves e ele foi manobrar.

Entramos, não era chique, mas era bem vistoso. Um garçom prontamente veio nos atender, e nos levou a uma mesa um pouco afastada das demais.

Sentamos, ele nos deu cardápios. Escolhi uma carne recheada, ela também. Não demorou muito e o garçom veio trazer os pratos. Era tão estranho ver ela comendo!

Enquanto comíamos, surgiu uma dúvida.

- Amor, o que você sente quando come? O gosto? – Perguntei enquanto revirava com o garfo o resto da carne.

- Sabe querido, a comida humana para mim, tem sempre o mesmo gosto. Não é ruim nem boa, é uma necessidade.

- Eu te entendo, deve ser difícil!

- Bom não é, eu penso em Ian.

- Ian? – Perguntei assustado com o nome.

- É sim, Ian.

- Ah sim, mas da onde surgiu esse nome?

- Foi um livro que li, A hospedeira, e gostei muito desse personagem.

- Mas e se for menina?

- Hum... Eu ainda não sei, nem pensei nisso. Mas tenho certeza que é menino.

- Eu queria que fosse menina... – Murmurei.

- Ah... Eu sempre quis um menino! – Ela falou um pouco mais alto, batendo as mãos na mesa.

- Vamos esperar, tudo tem seu tempo.

Terminamos de jantar, pagamos as contas e fomos embora. Foi muito bonito jantar com ela, pena que isso pararia em breve com o nascimento de nosso filho.

Em casa, eu mal pisei no piso da porta e desmaiei de sono, hoje foi muito cansativo.

Acordei em meio aos gritos de Sophy. Levantei correndo e tropeçando, sai do quarto o mais rápido que pude. Por mais que isso tivesse se tornado normal, eu não suportava a idéia de vê-la sofrer.

Quando cheguei na sala, novamente me desesperei.  Ela estava no chão da sala, deitada, se contorcendo muito.

Carlisle a segurava, fazendo de tudo para que ela não se machucasse. Quando ele me viu, sua expressão mudou.

- Seth, olhe a barriga dela.

Achei estranho o que Carlisle me pediu, mas fui para perto dela olhar o que ele me disse. A blusa dela já estava um pouco levantada, daria para ver perfeitamente.

Quando olhei vi algo diferente, coisa que nunca vi. Era medonho e atordoante.

Duas mãozinhas tentavam pegar algo do lado de fora, elas empurravam sua pele, formando desenhos, perfeitamente, como se fosse um ultra som. Dava para notar claramente os dedinhos.

- Mas... – Falei aturdido, piscando os olhos. – O que é isso?

- Ele está abrindo espaço. – Disse Esme sorrindo.

- Como assim abrindo espaço? – Perguntei ainda sem entender.

- Não tem lugar para ele crescer, então ele tem que empurrar manualmente. – Carlisle esclareceu.

- Meu neném é forte! – Sophy exclamou feliz. – A dor parou, parece que meu neném é como o pai.

- É verdade. – Falei quase babando de amor.

A campainha tocou, eu particularmente tomei um susto. Eram eles chegando, mais uma vez a campainha tocou de impaciência, e eu como dono da casa fui atender.

Pela ansiedade, eu apostava em ser Alice tocando a campainha. Abri a porta e lá estava ela, pulando como se fosse um canguru.

- Olá Jake, Ness, Bella, Edward, Alice e Jasper. – Cumprimentei-os um por um.

- Oi Seth! – Bella respondeu um pouco antes que todos. – Quero ver Sophy.

- Vamos entrar. – Os convidei, fazendo gestos com as mãos.

Não deu nem tempo de eu sair da frente, Nessie, Bella e Alice passaram em cima de mim e gritaram:

- Sophy!

- Oi meninas! – Sophy disse dando abraços nelas. – Oi meninos! – Os cumprimentou de longe.

- Que barrigão hem? – Disse Bella acariciando a extensão da barriga dela. – Eu não tinha essa barriga em tão pouco tempo.

- Na verdade não faz pouco tempo. Minha gravidez já tem cinco ou seis meses...

- Tudo isso, já? – Nessie disse espantada.

- Faz seis meses que casei, não parece, mas é...

- Seis meses de felicidade... – Complementei.

- Sim, muita felicidade! Eu acho que é seis meses, pelo tamanho e pelo tempo da primeira vez... – Ela falou abaixando a cabeça envergonhada.

- Puxa! Isso é tão especial! – Alice disse batendo palmas e disparando muitas palavras enquanto arrastava Sophy para um canto.

- Nessie... Isso prova que poderemos ter um filho... – Jake disse num sussurro que poucos puderam ouvir.

- É Jay... podemos tentar... – Nessie disse ainda mais baixinho. Pelo que entendi, eles se protegiam.

A casa agora estava cheia, eu gostava dela assim, muita falação e animação. Eles iriam ficar lá até nosso neném nascer.

Parecíamos uma família.

Foi engraçado quando contamos sobre as mãozinhas fortes querendo espaço, eles simplesmente chocaram por uns 3 minutos. Pelo menos eu acordei antes que eles, era muito incrível.

Os meses foram se passando, dificilmente voltava a ocorrer o incidente das mãos. Ficamos muito preocupados, tínhamos medo de... não gosto nem de falar, de ele morrer.

Nós não entendíamos como funcionava, se ele crescia sempre, se crescia quando queria, se ele iria viver, no que ia se transformar... Respostas que ainda não tínhamos.

Já fazia 7 meses de gestação, ele não tinha esse tamanho, era menor. Ela perecia estar grávida de uns 4 ou 5 meses, nunca de sete.

Hoje era uma data especial, o natal. Estávamos arrumando a casa para a noite ter festa. Sophy tinha ido ontem, com as garotas, ás compras.

Eu e os homens tínhamos sido mais exemplares e preparados, fomos na semana passada. Comprei presente para todos, alguns apenas lembranças, mas não esqueci de ninguém. Na celebração, iriam meus pais e os amigos dos Cullens. Seria um festão.

Já era seis horas e os convidados chegariam as oito. Paramos para nos arrumar. As mulheres já estavam prontas, eu acho, estavam trancadas no quarto fazia horas.

Tomei meu banho rapidamente, coloquei uma roupa um pouco social e fui a sala. E lá estava minha esposa linda.

- Amor... você está linda! – Corri para os seus braços.

- Ah querido, você também.

Foi ai que percebi que as meninas também já estavam lá, não adiantava, eu só tinha olhos para Sophy. As cumprimentei.

Minha princesa usava uma calça social, um sapato não muito alto e uma blusa roxa um pouco soltinha. Roupa de grávida.

Sentamos na mesa de jantar. Tinha várias mesas espalhadas pela sala, só que estas eram de plásticos. Não tínhamos árvores de natal, eu e ela não gostávamos dessas coisas, eu achava feio e medonho.

A campainha tocou, era a minha mãe, Charlie, Leah e seu namorado. Eles não sabiam da gravidez, certamente ficariam assustados.

Pensei em contar antes, juro que pensei! Mas todas as vezes que minha mãe me ligava e perguntava se tinha novidades, eu não conseguia falar que ia ter um filho... Minha voz engasgava de medo!

Medo da sua reação, é claro. Uma coisa é aceitar um filho namorando uma vampira, outra bem diferente é aceitar ter um neto sei lá o que... Vampiro e Lobo e Humano e...

Realmente seria melhor adiar, por mais que agora eu estava mais nervoso do que nunca. Abri a porta para encará-los.

- Seth querido! Feliz natal!

- Feliz natal mãe, feliz natal Charlie! – Abracei os dois bem forte.

- Feliz natal garoto!

- Hey Leah feliz natal! Oi Jeremie, feliz natal!

- Feliz natal! – Só Leah respondeu, não que eu esperasse uma resposta.

- Ei Seth, onde está Sophy? – Minha mãe perguntou olhando a sala. – Quero falar feliz natal a ela!

Essa era a hora da verdade.

- Mãe. – Segurei seus ombros e a levei de lado. – Tem algo que eu preciso te contar...

- Fale filho...

- Mãe, a Sophy está grávida.

- Grávida? – Falou arregalando os olhos.