Ela foi com as garotas às compras enquanto eu e os garotos fomos ajudar na decoração. O ruim de ser homem era isso, enquanto elas estavam se divertindo, nós estaríamos trabalhando como loucos.

Esme ficou com agente para dar uma forcinha, seria impossível não ter um toque feminino nisso tudo. Ela deu desculpa que precisava caçar, e iria aproveitar a companhia de Carlisle.

 Estavamos caprichando ao máximo, Alice nos ameaçou se não fizéssemos tudo certinho do seu jeito. Tinha muitas coisas para fazer, e nem todas precisava de força.

Por mais que estivéssemos todos em vampiros e lobos, demoramos um bom tempo. Muitas coisas precisavam de delicadeza, e a pressa não adiantava, apenas atrapalhava.

O trabalho foi longo, tivemos que pendurar doze mil rosas vermelhas na casa toda. Colocamos muitas flores e enfeites de cores diversas entre rosa e vermelho. Eu não sabia o por que do exagero, ela gostava de flores, mas nem tanto.

Não sei por que, mas Alice comprou muita comida, tanta que daria para todos os lobos se alimentarem durante um mês. Eu tinha uma impressão que Alice tinha problemas com consumismo.

Eu e Jake estávamos nos divertindo, a cada cinco minutos Esme trazia algo para nós comermos. O bom de estar na casa de vampiro é isso, não tem perigo de passar fome.

No final do dia, a casa estava linda, toda enfeitada. Sophy iria amar tudo aquilo, parecia que estávamos em um desses salões de festas de ricos... Estávamos, quase esqueci.

Quem precisava ser “ enfeitado” era eu, não conseguia me arrumar sozinho, me atrapalhava. Esme ajudou-me a colocar o terno, foi a minha salvação. Olhei no espelho.

Eu não era de me achar, mas hoje eu estava lindo. O terno caiu perfeitamente em mim, muito melhor do que minhas camisas de manga curta.

Descemos para a sala e nos colocamos em nossos lugares. Eu iria ficar na porta para ser o primeiro a vê-la. Os meus amigos da reserva já tinham chegado, agora era uma questão de tempo para elas chegarem.

Todo mundo ia ficar meio espalhado, para não dar aquele impacto inicial. Alguns amigos meus não vieram por medo de vampiros. Bobos.

Eu tinha completa certeza que ela iria amar ter essa surpresa. Ela era tudo para mim e merecia uma grande festa para ser lembrada durante toda a eternidade. Claro que eu pretendia o casamento maior.

Ela gostava de festas, cava pra ver nos seus olhinhos. Tinha hora que eu a achava muito parecida comigo, ela era tão animada quanto eu.

Já era cerca de sete e meia da noite, estávamos na sala ansiosos. Passou mais alguns minutos e Edward nos avisou que elas já estavam na estrada. Eu podia já ouvir o carro de Alice e sua grande animação de mostrar as roupas para nós, certamente mais um disfarce.

Parece que eu estava vendo a expressão dela, vendo que ela iria vir louca pra mostrar suas compras. Vendo a cara dela quando visse tudo aquilo.

E se ela falasse não? Isso eu ainda não tinha pensado, se esse não fosse por não me amar? Eu me mataria, certamente. E se eu descobrisse isso, que ela nunca me amou?

- Hey Seth, fique calmo, vai dar certo! – Edward falou lendo meus pensamentos, tentando me acalmar.

- Tomara! – Respondi batendo os pés de lá para cá.

- Chagaram! – Alguém disse.

Eu ficava mais e mais nervoso. Nem tinha percebido que o carro tinha estacionado. Logo ouvi a batida do carro e elas descendo dando risadas. Escutei a animação diferenciada dela.

Escutei Alice dizer bem baixinho, para que só ela ouvisse. Tentativa fracassada.

- Vai na frente, entre primeiro! – Escutei a risada na sua voz.

- Por que Alice? – Imaginei sua carinha de duvida.

- Tem alguém louco para te ver detrás da porta... – Droga Alice, não era pra dar pistas...  

Não demorou muito e ela entrou, sorrindo e iluminando. A primeira pessoa que ela viu fui eu, e não mudou muito, só estava feliz em me ver.

Quando ela percebeu o que tinha na minha volta,  a cara dela era de espanto, como se tivesse visto fantasmas. Depois que o espanto passou, ela sorriu maravilhada. Ai foi a minha deixa:

- SURPRESA!! – Acho que eu gritei muito alto.

- Surpresa? Mas o que tem hoje?- Ela falou sem imaginar o que estaria para vir.

O que será que ela estava pensando? O que seria hoje? Peguei em suas mãos a arrastando pra dentro de casa. Eu queria que fosse perfeito.

- Meu amor... Você sabe que eu te amo mais do que tudo nessa vida e para mim você é meu tesouro mais precioso? – Claro que ela sabia.

- Sim, eu sei, isso para mim você também é e sempre será! – Ela ainda estava assustada.

- Sempre será. – Reforcei. - Porém eu não consigo mais viver sem ter você!- Quando falei isso ela abriu um sorriso , já percebendo meu esquema.

- Pode falar. – Ela disse no momento que usei para tomar ar, e coragem.

- Então... Você, Sophy Stern, gostaria de se casar comigo e ser minha eternamente? – Falei isso abrindo a caixinha de coração com a aliança dentro.

Ela arregalou os olhos, depois olhou para mim. Era como se ela não acreditasse... Ai que medo de ela dizer não... Respirou um pouco e disse:

- Sim! Mas é claro que eu quero me casar com você, Seth Clearwater! – Ela quase gritava ao falar.

Nós dois nos abraçamos, ela quase me matou. Olhamos um para o outro e nos beijamos durante alguns minutos. Até esqueci que eu tinha que dar a aliança.

Depois que nos separamos, eu peguei a caixinha e a abri. Peguei a aliança pequenininha e então coloquei a aliança em seu dedo. Dei um beijinho em sua mão.

- Puxa, eu fiquei muito feliz! – Ela suspirou. – Eu nem imaginava, como você conseguiu...

- Isso é bom! Eu queria te ver assim. Queria que fosse surpresa, você nem imagine como eu te enganei... – Eu disse.

- Essa festa e a surpresa tem algo a ver com o defeito em meus poderes? – Droga ela acertou em cheio.

- Claro! Não tinha como você errar isso neh?

- Não, não, era obvio. – Falou como se já soubesse desde o inicio.

- Ah, mas você gostou? – perguntei ainda com um pouco de duvida.

- Eu não gostei! – Ela disse séria e eu quase morri.

- Não? – Eu estava quase chorando.

- Não! Eu amei!- Ufa, ainda bem que ela disse isso. - Oh Seth, obrigada por fazer assim! Estou tão feliz que nem sei como te agradecer!

- Achei que você ia ficar brava por ter escondido isso de você. – Parecia bobo eu dizer isso agora.

- Não, não. Eu gostei desse jeito. – O desse jeito ela falou com um tom de mandona, que linda. - Como eu posso te agradecer?

- Eu que tenho que te agradecer por ter você na minha vida! – Era a verdade.

- Não vale frases bonitas e prontas! – Ela disse séria.

- Tá, já que insiste, que tal marcar a data do nosso casamento?

- Hum... – Pensou um pouco. - Daqui a seis meses? Tá bom? Vai dar tempo de preparar tudo?

- Ótimo! Eu acho que dá tempo certinho. -Nos abraçamos mais uma vez.

- Ah Seth... Eu te amo!

- Eu também te amo!

 Passamos a noite juntos, dançando, nos beijando e se amando... Ela dançava como uma fada, já eu era um tronco duro de arvore, mal tirava os pés do chão.

Eu passei a noite na casa dos Cullens, no quarto de Emmet, claro. Como eles não dormiam, tinha camas de sobra. Minha família e os lobos, exceto Jake, foram embora.

Eu só fiquei lá por causa que eu não queria ir embora antes de ninguém. Não gostava de explorar os outros e eu tinha minha casa.

Pela manhã, acordei e Sophy estava na cama. Calma, estava ao meu lado, debruçada, na  sobre a cama. Provavelmente ela estava me esperando acordar.

Eu automaticamente sorri e levantei, ficando sentado. Já estava com os braços abertos para um abraço. Percebi que eu estava só de cueca, e puxei o lençol para cobrir.

- Bom dia querido, dormiu bem? – Ela perguntou.

- Bom dia minha noivinha, eu dormi ótimo e você?- Tirei sarro do fato de ela não dormir.

- Ah... Eu sempre durmo ótimo. Sonhei com você.

Ela se sentou na cama junto comigo. Eu fiz carinho em seu rosto, pegando na sua mão. Ela então me abraçou pela cintura, apoiando sua cabeça em meu peito.

 Eu tremi e puxei ela mais pra perto, colocando-a em meu colo. Era tão bom ter ela. Eu sentia seu peito mexer de sua respiração, como se estivesse absorvendo meu cheiro.

Estávamos tão perto um do outro que percebi que eu ainda estava semi-nu, e que precisava me vestir. Ela ainda não precisava me ver assim. Era só esperar seis meses. Depois dessa data tudo poderia.

- Ei, acho que tenho que me trocar. – Eu disse acho, mas tinha certeza.

- Tudo bem, vou sair, me espere lá fora. – Ela deve ter lido da minha mente.

Quando ficávamos muito perto um do outro, algumas coisas em mim mudavam. Eu ficava envergonhado e constrangido, afinal, isso nunca tinha acontecido comigo perto de uma mulher. De maneira alguma eu queria que ela pensasse que eu era um pervertido.

O que aconteceu hoje não foi a primeira vez, outras vezes ela ficou assim, bem junto a mim. Era estranho, eu não gostava de vê-la assim.

Após alguns dias, começamos a ficar mais tempo juntos, conseqüentemente, ficamos mais íntimos. Claro que não fazíamos nada alem do normal, só alguns abraços mais quentes.

Eu não tinha mais medo de machucá-la nem de me machucar, mesmo assim nós não fazíamos nada pecaminoso. Era mais uma questão de princípios.

Eu e ela não queríamos fazer essas coisas, não agora pelo menos. Não fazíamos por respeito um ao outro, afinal, oportunidade era o que não faltava.

Tínhamos sempre hora e lugar bons, fora que minha mãe  não se preocupavam muito com isso por causa de minha idade, e ela não tinha pais. Não gostava de pensar isso pois a deixava magoada, mas nem o problema de gravidez nós não tínhamos.

O maior problema era a falta de experiência de ambos. Eu acreditava que na hora nós saberíamos o que fazer, mesmo assim me dava um frio na barriga. A insegurança não me impedia de imaginar, porém eu fazia isso longe dela, meus pensamentos eram muito imundos.