Passaram cerca de três dias do incidente. Eu e Sophy estávamos de novo nos amando, eu nem me importava mais com aquele vampiro, eu sabia que ela me amava. Todos os dias eu ia vê-la, ela sempre me recebia bem.

Vinny provavelmente foi embora, nós não o vimos mais, eu não queria vê-lo. Isso era bom, significava que jamais iríamos ter problema com ele de novo. Porém, dava um pouco de insegurança, não sabíamos se ele tinha ido embora, ou estava planejando minha morte.

Meu amor agora tinha um novo dom, podia torturar quem quisesse. Isso me deixava mais tranqüilo, não me preocupava mais com sua solidão.

Ela não era frágil, mesmo assim aparentava isso. Eu nunca soube exatamente por que eu a achava assim, talvez fosse só vontade de proteger.

Nós passeávamos na praia todos os dias nublados, nos fim de semana de sol, ficávamos em nossa gruta. À noite sempre saiamos, quando não era no shopping, era em algum barzinho para eu comer. Cada dia mais parecia que ela me amava mais, eu tinha certeza que não demoraria para nós casarmos.

Certo dia ela me surpreendeu com uma pergunta:

-Seth, quando eu vou conhecer sua família?

- Minha família? Você quer conhecê-los?

- Sim, se não for ruim...

- Não, é ótimo! Só preciso avisá-los, sabe como é, não é fácil levar um vampiro pra dentro de casa.

- Ah claro, e eu nem quero incomodar!

- Você não vai incomodar, minha mãe até quer conhecer você.

- Que bom!

Pensei bem nesse assunto. Era mais do que justo convidá-la pra ir em casa, e eu nem tive coragem para fazer isso. Me senti até um pouco culpado. Ela que teve que se convidar.

Resolvi então ter uma conversa com minha mãe, Leah e Charlie:

- Mãe, Leah e Pai...-Eu aprendi a chamar Charlie de pai de uns tempo para cá.- Gostaria de falar com vocês...

- Pode falar filho!- Disse mamãe.

- Então, eu gostaria de trazer Sophy em casa para conhecer vocês, afinal, ela é minha namorada!

-Ah filho, é claro que pode trazê-la aqui! Nem precisava pedir!- Minha mãe falou.

-Sim, eu sei, mais... Ela é diferente lembra?

- Sim, mas teremos que aceita-la de qualquer jeito! Pode trazê-la à-vontade!

- Verdade??-Falei com muito entusiasmo. - Eu nem acredito!! Obrigado mãe!

- Você tem certeza que quer trazê-la aqui? – Disse Leah.

- Sim, eu tenho.

- Acho que não vai ser uma boa coisa.

- Por que não?

- Você sabe.

- Mamãe deixou, não vai ser você que vai impedir.

- Tudo bem, não diga que eu não avisei. Quando você vai trazê-la?

- Amanha.

- Ok, amanha eu tenho compromisso.

- Não seja chata filha.- minha mãe disse- Nós vamos ter que aceita-la.

- Aceitar? – Charlie perguntou.- Nada além do necessário?

- Isso.

- Pode trazê-la aqui! Eu quero conhecê-la. Só me avise antes do que ela prefere comer no almoço. -Ela disse isso e caímos na risada, exceto Charlie, que questionou:

- Qual é a graça disso?

- Saiba só o necessário Charlie...

Fiquei tão feliz que eu mal podia acreditar! Permaneci acordado rolando na cama até as duas horas da manhã.

A atitude de Leah hoje foi chata, mas não me surpreendeu. Eu sabia que Leah foi muito boazinha no dia, provavelmente ela pensou melhor. Se ela não viesse o problema era dela.

Acordei de manha ansioso, eu ia levá-la em casa! Eu me esqueci de perguntar o dia a ela, mais acho que se eu falasse hoje, ela toparia. Me troquei, peguei meu carro e fui a casa.

Cheguei e como todos os dias ela estava me esperando.

- Oi Seth!

- Oi Sophy! Tenho algo a te perguntar.

- Eu sei, eu vou na sua casa hoje, já estou pronta.

- Isso sim que é ter uma namorava vidente.

Era incrível isso. Bom por que eu nem precisava perguntar nada, ruim por que ela adivinhava tudo, até coisas que eu não queria.

Entramos no carro e fomos até La push. O caminho todo ela foi falando sobre a visita. Ela estava com medo de minha mãe não gostar dela, eu é claro disse que ela ia gostar. Mesmo assim ela estava animada. Chegamos.

- Chegamos!

- Já? Ai que medo!

- Medo? Eles que tem que ter medo de você! Fica tranqüila, nada de mal vai acontecer.

- Eu sei, e se eles não gostarem de mim?

- Eles vão gostar! Vamos entrar.

Entramos na casa, ela estava com o olhar baixo, provavelmente se pudesse, coraria. O tempo todo eu pensei: Se acalma.

- Oo-lá se-senhora Sue, como vai?- Ela falou gaguejando e abaixou a cabeça quando minha mãe se assustou com seus olhos um pouco vermelhos ainda.

- Olá Sophy, vou bem e você?

- Ótima! Desculpe pelos meus olhos... Eu já vou colocar lentes neles! Como é desconfortável, estou esperando alguém que não saiba do segredo para usá-las.

- Tudo bem, não se importe com isso! Se sinta em casa! Quando Charlie chegar, eu aviso. A propósito, Leah logo chegará!

Ah então Leah parou com a birinha? Certamente. Minha mãe deve ter brigado com ela para ficar em casa.

Ela e minha mãe ficaram conversando horas, e minha mãe já estava se acostumando com ela.

As duas falavam de comida humana, comida vampira, casa, marido... Sim, marido! Minha mãe estava dando conselhos para ela me domar bem!

Foi legal ver que as duas se davam bem, eu achei que seria assim um dia, mais não exatamente no primeiro encontro.

Elas conversaram até que Leah chegou para estragar:

- Oi, tudo bem?- Disse Sophy.

- Sim, tudo ótimo... Só o cheiro que não tá bom...

- Leah, você tem que ser assim, tão mal educada?- Eu disse serio.

- Tudo bem Seth, eu sei que fedo. – Sophy disse.

- Não, não fale isso! Pra mim você não fede. – Olhei brava pra Leah com reprovação.

- Desculpe Sophy... Acabei estragando seu dia e minha chance de ter amizade com você...

- Imagina, seremos boas amigas.

- É, seremos.

Elas não conversaram muito, Sophy conversava mais com minha mãe. Tivemos sorte de Charlie não chegar a tempo, Sophy foi embora cedo. Teríamos tempo para esse contato.

Depois que ela foi embora, fui perguntar a minha mãe o que ela tinha achado dela.

- E ai mãe? O que você achou dela?

- Ah Seth, eu adorei ela. Ela é um amor e me traz paz!

- Que bom que gostou dela. Aceita como nora?

- Claro que aceito, ela é o melhor para você.

Eu nunca namorei pra saber, mas acho que um dos melhores momentos é quando sua mãe vira e fala: gostei dela.

 O mais legal dessa historia foi que Sophy soube de todos os pensamentos de minha mãe. Cada dia que passava, mais ela era minha...