XIX escrita por Tio Under


Capítulo 2
Capítulo 2 - Noturnos


Notas iniciais do capítulo

Acorda para ler gente! A Kelly Key retornou com um daqueles capítulos recém tirados do forno... Desculpem a demora, estava revisando o testo e encaixando-o com o próximo e ultimo capítulo do arco. Isso mesmo, o arco de "Jack, o Estripador" contará com apenas 3 capítulos cheios de sangue, morte e mistério.

Se possível não esqueçam de avaliar com um comentário. Boa leitura!



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Eis que a luz irritante do sol ultrapassa as brechas na cortina, vou obrigar os empregados a trocarem por mais escuras. Demônios não dormem, então não é nenhum problema acordar com olheiras, já que esse “acordar” não existe.

Saí do meu quarto e me dirigi até o salão de entrada da mansão. Não havia ninguém, o que eu estranhei de inicio. Nossos empregados estão sempre discutindo, mas hoje não. Também não demorou muito para eu ouvir um grito vindo direto do escritório da Diana.

Quando cheguei lá, encontrei um dos humanos mais irritantes que eu já tinha visto. Era Anlee junta de sua mãe.

— Ainda bem que você acordou Victória. Eu estava louca para apresentar minha tia e minha prima á você. – Diana esforçava-se, mas qualquer um com cérebro entenderia o seu sarcasmo. Por sorte aquelas duas eram retardadas.

Eu fiz a simples cara de surpresa e em seguida sorri. Os humanos sempre fingem simpatia com aqueles que odeiam, eles são seres tão interessantes.

— Olá! – eu dizia feliz até reparar em suas caras.

As duas olharam com uma expressão de desconforto e nojo. Eu estava extremamente irritada, nunca havia sentido raiva daquele jeito. Eu queria enfiar minhas unhas na garganta das duas, mas mantive a calma e joguei todo o meu cabelo para o lado esquerdo. Aquela cena de superioridade iria realmente irritá-las.

Quando olhei para Diana percebi em seus olhos que ela não queria confusões, então decidi me retirar da sala e tentar encerrar aquele caso de assassinatos de uma vez por todas.

— Perdoem-me, mas tenho assuntos a... – eu estava quase encerando, mas fui interrompida por uma voz que veio do além, ou melhor, do meu lado.

— Não acha que é muito cedo para tratar de assuntos. Creio que sejam assuntos muito importantes para uma jovem dama.

Eu não o conhecia, e preferi não conhecer. Respondi de forma suave e calma.

— Creio que não seja da sua conta o que eu faço ou deixo de fazer. Seja lá quem você seja não pretendo ser gentil com intrometidos. Passar bem. – encerrei o dialogo e me retirei da sala batendo a porta com força.

Antes de sair, eu deixei tarefas com os empregados. Eles sabiam que eu tinha total liberdade para dar ordens, e se não aceitassem... Eles sabiam que eu não era humana, mas eles também eram treinados para proteger a jovem dama. As gêmeas tinham uma ótima habilidade com armas de fogo, já o único homem da casa era incrível com armas brancas.

Eu passei o dia em cima dos telhados das casas próximas ao local de mortes. Até agora todas haviam sido executadas em becos, e aquilo com certeza não iria mudar.

Quando por fim anoiteceu, o assassino resolveu aparecer. Eu estava certa, eram duas pessoas. Os dois corriam pelos telhados com os corpos inclinados para frente. Um deles tinha dificuldade em se mover, ele corria como se já estivesse cansado. O outro tinha uma postura incrível, mesmo correndo ele parecia um nobre.

Os dois usavam capuzes, eu não consegui ver quem estava por baixo. Aparentemente nenhum humano correria daquela maneira, mas a energia presente nos corpos não eram de criaturas sobrenaturais. Eu decidi segui-los.

No local do crime, havia duas mulheres já mortas. Provavelmente já haviam sido estranguladas. Cada assassino ficou com um corpo.

O assassino com a postura de um nobre fazia o trabalho mais cruelmente, sem delicadeza, sem beleza. Já o com a postura estranha trabalhava lentamente, cada corte era preciso o suficiente para uma cirurgia sem riscos.

Depois de um longo tempo observando-os, a lua já tinha atingido o centro do céu. Era a hora em que minha natureza ficava incontrolável. Por sorte eu estava com o meu colar da privação, aquilo iria impedir de minha forma demônio rasgar esse corpo frágil. Mas como nem tudo era perfeito, meus olhos adquiriram a cor original. Vermelho como o sangue no inferno.

Eu não pretendia atacá-los, e se eles tentassem me atacar, seriam exterminados rapidamente.

Quando um dos assassinos terminou o trabalho, ele caminhou até a parede e olhou para cima me encarando. Eu não puder ver seus olhos, mas ele tinha barba fantasma, o que fortaleceu a idéia de que era um homem. Em seguida fez uma reverencia e disse em claras palavras algo que eu jamais esquecerei:

— É extremamente rude observar uma obra de arte antes mesmo do criador.

Eu desci e fiquei lado a lado com os assassinos. Quando o outro também havia encerrado seu trabalho, caminhou até o lado de seu companheiro, revelando de uma vez por todas que era uma garota.

Sua pele era mais branca que a minha, e seus olhos azuis eram donos de uma pureza magnífica. O homem também tinha a pele clara, mas em um tom mais “sujo”. Seus olhos também eram azuis, mas não eram limpos.

Quando olhei para o pescoço dos mesmos, vi que também portavam um colar da privação. Aquilo fez com que a minha certeza de que não eram humanos fosse reforçada, e que provavelmente não eram iguais ao meu, pois escondiam sua natureza diante da lua central.

Eu consegui perceber que o homem era superior á garota, já que com um simples olhar ele fez com que ela abaixasse a cabeça.

— Eu poderia deixar uma bela cicatriz nesse seu rostinho bonito, mas não pretendo me arriscar. Você também possui um colar da privação, ele não esconde a natureza dos seus olhos, mas não deixa claro que tipo de criatura você é. – ao terminar de dar suas suposições, ele saltou alto o suficiente para parar em um dos telhados.

— Não se meta no nosso caminho. Só porque você está na terra, não quer dizer que todos gostam de estar aqui. – dizia a garota antes de saltar para o mesmo prédio do companheiro.

Antes de eles se retirarem, eu os encarei firmemente, sorri e acenei. Após toda aquela cena de romance dramático presente nos livros, eles foram embora, me deixando sozinha no meio dos dois corpos. Era melhor eu sair dali antes que os guardas noturnos me encontrassem.


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Notas finais do capítulo

Colar da privação? Será que existem criaturas sobrenaturais usando eles entre nós? Descubra sexta, no globo repórter.
Nos vemos em um futuro não muito distante, com o encerramento do arco de "Jack, o Estripador".



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