Hero Highschool escrita por Cahxx


Capítulo 9
Capítulo 9




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O dia começava a escurecer quando Brandon deu seu casaco do time para Stella aquecer-se:

— Vamos voltar? Ainda quero poder ficar o jantar com você.

— Ah, Brandon... Precisamos acertar umas coisinhas...

— Hum... Tipo o que?

— Bem, pra começar eu... bem... Ah, você sabe... Eu...

— Pode falar, não tenha medo.

— Ah, é que eu não sou menina de apenas “ficar” com alguém! Então quero saber se a gente só tá... “ficando”...

Ele riu e sentiu seu rosto se avermelhar ao reparar no quanto a garota era fofa ao sentir vergonha:

— Então estamos namorando – ele disse por fim.

— O q-que? C-como assim?

— Ué, se a gente se gosta, quero dizer, EU gosto de você... Não sei você...

— E-eu gosto muito de você! – ela tratou de dizer rápido.

— Então não tem porque a gente não namorar...

Stella abriu um largo sorriso e o abraçou fortemente. Brandon aproximou-se para beija-la novamente, mas a garota afastou-se de forma nervosa e disse com certo receio:

— Então vamos ter que manter isso em segredo...

— O que?! – ele chocou-se.

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— Quem vai levar as bandejas hoje? – Harley perguntou espreguiçando-se na mesa.

— Nem vem que eu acabei de fazer as unhas – reclamou Keira. Ela e Harley olharam pra castanha que arregalou os olhos e então rendeu-se.

— Ok, ok. Me deem isso aqui!

Com dificuldade ela empilhou as bandejas e começou a carrega-las em direção a mesa de recolhimento. Andava meio desequilibrada quando elas ameaçaram cair:

— Ah, não! No meio do salão não!

Uma bandeja caiu e logo as demais foram atrás. Raquel e outras pessoas que perceberam o que iam acontecer fizeram caretas esperando a bagunça que se iniciaria, mas esta não veio. Ao invés de caírem, estas foram seguradas a tempo por alguém – um rapaz. Leigh.

— Leigh! – Raquel exclamou – Você salvou minha vida!

— Fico feliz que tenha conseguido – ele sorriu empilhando-as novamente e levando por sua conta até o local indicado. Depois deu meia volta até Raquel e sorriu novamente – E espero que possa fazer isso mais vezes.

A castanha riu sem jeito. Aquilo começava a lhe incomodar e de fato parecia que o feitiço estava virando contra o feiticeiro:

— Quer tomar alguma coisa? Vamos num quiosque. Um deles prepara o melhor sanduiche de todos.

— Ah... Não é por mal Leigh, mas é que eu acabei de jantar...

O sorriso do rapaz apagou-se e ele ficou realmente sem graça:

— É mesmo, tem razão. Eu sou meio burro mesmo. A gente se vê por aí...

Raquel o viu se distanciar cabisbaixo e sua consciência começou a se auto apedrejar: “maldito coração que não consegue ser sincero às vezes”.

— Mas um suco seria legal! – ela avisou. Leigh virou-se e sorriu.

— Vem! Vou te levar a um quiosque. Um deles prepara o melhor suco de abacaxi de todos.

Raquel riu:

— Sério? Não consigo duvidar disso...

E os dois passaram pelas mesas rindo, arrancando vários olhares de pessoas que conheciam a reputação do rapaz e principalmente de Harley, que parecia querer perder a amizade com algumas pessoas, pela forma como olhou o casal deixar o salão.

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— C-como assim?! Por que você não quer contar a todos? Tem vergonha de mim?!

— Não! Não! Não! Que isso!

— Então...?!

— É só que... Bem, eu nunca tive muitos namorados, então preciso me acostumar com a ideia... E tenho medo do que meus pais vão dizer, eu ainda terei que contar a eles... E bem... Também tem o fato de que não quero ser mal vista na escola...

— “Mal vista”? Por “andar comigo”?

— Não Brandon! É só que as pessoas me veem como uma nerd que nunca seria capaz de arrumar um namorado tão incrível como você... Iriam falar pelas minhas costas se vissem isso...

— Ah... Quer dizer que você me acha “incrível”? – ele perguntou sorrindo de forma maliciosa.

— Brandon... Não fala assim que eu fico sem jeito...

— Eu sei... E é exatamente por isso que eu falo assim... Adoro te ver sem jeito! – e ele a encarou fundo em seus olhos. A menina paralisou momentaneamente encarando os olhos de cachorrinho pidão que o rapaz tinha; depois seu olhar desceu para os lábios do rapaz, que eram salientes e muito atraentes. Aquela olhada foi a deixa para o rapaz sorrir, mordê-los levemente e então beija-la novamente.

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A semana iniciou-se bem para uns e péssima para outros. Se por um lado Stella andava sonhadora com os bilhetes secretos de Brandon e os encontros às escondidas, e Raquel ganhara um novo colega que estava mais para “admirador pouco secreto”, por outro Harley se quer dera bom-dia a amiga, que entendera o motivo e não sabia o que fazer.

— Acha que ela vai me perdoar? – a castanha perguntou a Keira enquanto se dirigiam ao refeitório para o café da manhã e ajeitavam suas gravatas e saias.

— Bem, acho que sim. Quando você sair de perto do Leigh e ele der em cima dela e não de você – a outra ironizou.

— Mas como é que eu podia adivinhar?! Estava fazendo isso por ela e agora...

— Então por que não diz a ela?

— Hein?

— Por que não conta o que você estava tentando fazer?

— Ficou lelé, Keira?! Aí que ela vai me odiar e dizer que eu fiz isso por achar que ela não é capaz de arrumar alguém sozinha e talz e talz. Não posso fazer isso de jeito nenhum!

— Então como quer que dê certo?!

— E eu sei lá! Esperava que VOCÊ me desse uma sugestão...

— Honey... Caso você não notou eu vou te mostrar: de todas no nosso grupo eu sou a ÚLTIMA que pode dar conselhos amorosos a alguém. Caso não notou, eu repito, eu sou a única que não tem pretendente aqui!

— E isso te incomoda?

Keira ficou muda e engasgou-se com a própria saliva:

— Incomodar? NUNCA!

— Ah, me poupe, Keira! Você é romântica e toda apaixonada sim! Seria impossível se dissesse que não tá a fim de encontrar alguém!

— Ok. Vamos SUPOR que eu esteja querendo. A pergunta é: ONDE eu iria conseguir alguém?! Sim porque nessa escola só tem garotos bobos como o boyzinho da Stella, bandidos como o loveô da Harley e nerds como o seu galã!

Foi a vez de Raquel se engasgar:

— Que galã?! – e ela riu histericamente, tentando disfarçar o nervosismo – Não sei de quem cê ta falando!

— Ai Raquel! Claro que sabe! O divo que te salvou na piscina, sua depravada!

A castanha fez bico:

— Já tinha até me esquecido dele... Ah, mas e daí que ele me salvou?! Eu o vi algum dia? Ele me deu bom dia?! A Stella que é a STELLA sabe mais sobre ele do que eu, então... Eu não quero saber desse imbecil!

— Quer saber?! Somos duas desiludidas! A única que se salva é a Stella e a gente tá dizendo isso de um casal que começou a namorar há DOIS dias e nem assumiu pra sociedade!

E xingando e reclamando da vida as duas chegaram ao salão. Avistaram Harley sentada sozinha na mesa: cabeça abaixada depressivamente, seus cabelos negros cobrindo seu rosto como um véu preto e uma sombra ameaçadora pairando ao seu redor:

— Não sei quanto a você, mas EU vou comer na lanchonete. Cê sabe como ela fica quando tá irritada e EU não quero ser ameaçada de morte hoje não!

— Bem, eu vou sentar com ela.

— Cê tá doida!

— QueridinhA! Se euzinha aqui não aguentar uma Harley amaldiçoada por UM almoço não serei digna de um boyfriend divo. Então, By Bitche!

Raquel revirou os olhos e seguiu para a lanchonete onde Stella provavelmente estaria trabalhando.

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— Bom dia Brandon! – Molly cumprimentou – O de sempre?

— Não, hoje não. Hoje eu quero um teco da garota mais linda deste planeta... – e ele aproximou-se do ouvido de Stella, sussurrando em sua orelha e lhe entregando uma pequena flor. A garota ficou mais vermelha que um tomate e se escondeu na cozinha sorrindo feito boba.

— Eita, esse amor juvenil... – a mulher comentou fazendo o rapaz rir. – Tão lindo e tão traiçoeiro... – e ele parou de sorrir.

— Que cê quer dizer com isso?

— Que essa garota não é como as outras Brandon! Ela é moça de família! Acostumada a ser protegida pelo pai, sonhar com homens cavalheiros que lhe amem acima de si mesmos. Ela é uma menina decente!

— Isso eu já sei... E foi exatamente por isso que gostei dela. Eu cansei dessas garotas fáceis que falam palavrões, acham que podem te tratar como bem entendem e te acham ridículo se você tenta ser romântico. Sempre sonhei com uma menina mais comportada... sei lá... mais certinha, timidazinha... Que eu possa proteger mesmo... Cê me conhece Molly: eu sou todo agitado, idiota e atrapalhado, mas no fundo, a única coisa que quero é alguém calma, com quem eu possa passar o final de semana vendo filme na tevê e fazendo massagem nos pés...

Ele riu e Molly piscou seus olhos:

— Brandon, casa comigo! – ela pediu fingindo estar apaixonada.

— Caso sim! Mas só se a Stella recusar... – e ele piscou.

— I-isso tudo é v-verdade? – a loirinha apareceu na porta da cozinha após ter escutado tudo. Seus olhos estavam arregalados e esperançosos, e suas bochechas rosadas de vergonha, o que fez Brandon apaixonar-se pela segunda vez só naquela manhã.

— Claro que é verdade! Stella, você é a garota que eu ando procurando há anos para ter ao meu lado... E bem, já que eu ainda não pedi “formalmente” eu faço agora – e ele estendeu sua mão para ela – Quer namorar comigo?

Os olhos da menina se encheram d’água. Ela não conseguia responder. Apenas fez que sim com a cabeça e murmurou um “sim” quase em prantos. Brandon a beijou e enxugou suas lágrimas:

— Garota, agarra esse aí porque ele já tá falando em casamento! – Molly exclamou.

— É verdade? – a menina riu entre um riso e um soluço.

— Ah... Bem... Qual é o prato de hoje? – ele perguntou virando-se pro balcão.

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Will, Theo, Matt e Leigh caminhavam pelo jardim antes que iniciasse a primeira aula. Os três primeiros falavam algo sobre o novo filme épico que estava para lançar no cinema e Leigh parecia estar fora da pauta:

— Eles estão fazendo tooodo o storyboard em 3D! Cara! Sabe o que é isso?! – Matt comentou.

— O cabelo dela é legal... – Leigh comentou.

— Ainda sim não sei se vou ver 3D. Aqueles óculos me deixam tonto... – choramingou Theo, ajeitando seus próprios óculos.

— ... e ela tem um sorriso maneiro... – o rapaz sorridente falou novamente.

— É mesmo... Como vocês fazem pra... cêis sabem? – Will perguntou se referindo aos óculos dos rapazes.

— E o corpo dela...

— Ah, a gente põe por cima e...

— Porra Leigh! – Will exclamou aborrecido – Do que cê tá falando cara?!

— Ora, da Raquel! A amiga de vocês!

— Tá gostando dela?!

— Cara, acho que tô apaixonado...

— Não!

— Oi?

— Não! Não, não e não!

— Que?

— Cara, isso não! Cê não pode se apaixonar por ela não! Cara essa menina é louca! Olha: ela, a Keira, a Harley e a... Não, a Stella até que não... Mas enfim! Cara! Não se mete com essas meninas não que elas são uns demônio!

— Do que cê ta falando cara...? – Leigh perguntou rindo e confuso.

— Tem centenas de garotas por aí! Não vai se meter com elas não! Tô te avisando!

— Ah deixa disso!

— Quem avisa amigo é... Tô falando...

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A primeira aula começou com o professor James:

— A aula de hoje trabalhará concentração e paciência. Vocês terão que aprender a ignorar a problemática do meio externo para manter o meio interno totalmente estável. Isso serve para pessoas que perdem o controle facilmente seja por barulhos, brigas ou qualquer tipo de transtorno que afete a mente. Vou demonstrar com... Brook! Venha aqui!

— Fudeu – comentou a ruiva fazendo todos rirem.

— Não, não se acanhe. Não é difícil.

— Vale nota isso aí?

— Não, não vale nota.

— Então beleza! Manda aí teacher!

— Bem, quero que você componha uma pequena chama.

A garota incendiou suas duas mãos:

— Eu disse PEQUENA!

— Ah, malz ae – e ela abaixou o fogo para uma pequenina flamula.

— Perfeito. Agora, eu vou entrar em sua mente e...

— Eita porra! Quero isso não! Sai de mim!

— Calma... Não farei nada... Relaxa! Só irei tentar tirar sua concentração com pensamentos desestimulantes. Agora feche seus olhos e relaxe. Seu dever será manter a chama na mesma altura independente do que esteja sentindo ou ouvindo, certo?

A menina fez que sim:

— Perfeito. Agora... encolha!!! – James exclamou adentrando a mente da garota e enchendo-a de ruídos, dores e barulhos. Brook espremia seus olhos sentindo-se desconfortável com aquilo e sem perceber, sua pequena chama queimara um circulo de fogo ao seu redor. Todos os alunos que estavam próximos ergueram-se do chão e começaram a bater no fogo para cessá-lo.

— Que bizarro... – a menina exclamou respirando de forma ofegante.

— Todos entenderam como funciona? Agora escolherei mais um aluno... Vamos ver...

Todos abaixaram suas cabeças para que não fossem escolhidos. Stella que era telepata fechara sua mente a todo vapor. Após mais uma volta do professor, o nome foi escolhido:

— Harley!

Stella, Keira e Raquel prenderam a respiração ao olharem para a amiga. Esta encarava o educador com rebeldia no olhar e todos da sala perceberam que aquilo não terminaria bem.

— Venha, não tenha medo.

— Acho que ele escolhe os alunos que sente que terão mais dificuldade... – Stella comentou cochichando para as amigas.

— Não creio que seja uma boa escolha – Harley respondeu ao mestre.

— Não queira saber mais do que eu. Agora venha até o centro do círculo.

— Não quero.

— Por favor, Harley, isso irá lhe ajudar.

— Não consigo imaginar em que.

— Por favor, não torne isso mais difícil!

— Me obrigue.

Aborrecido, James não conseguiu controlar sua frustração e invadiu a mente da garota. Esta se debruçou sobre o chão, pressionando sua cabeça com as mãos, como se sentisse uma forte dor. Ela gemia de irritação e contrariedade e grunhia sons estranhos.

Todos começaram a se afastar do círculo conforme a boca de Harley espumava cada vez mais:

— Suporte Harley! Suporte!

— Saia da minha cabeça!!!

— Não se transforme! Aguente firme! Mostre que é a garota forte que tenta ser!! Se esforce!

— Não! Eu não quero! Saiaaaaa!!!!!!

E num rápido movimento a menina se transformara no gigante lobo e mordera por extinto o braço de um colega. O menino gritou de dor o que fez vários outros alunos gritarem apavorados:

— Chega Harley!!! – gritou James saindo da mente da menina e fazendo-a se destransformar. Devido ao esforço o professor teve que se apoiar na mesa para não cair, Harley desmaiou no centro do círculo e o garoto mordido gemia de dor enquanto um rio de sangue começava a escorrer por seu uniforme.

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James ordenara fim da aula e levou Harley a enfermaria. O aluno mordido também fora levado por colegas. Keira, Raquel e Stella imploraram para acompanharem a amiga, mas o pedido fora negado:

— Por mais que eu esteja preocupada, não ia querer estar ao lado dela quando ela acordar – comentou Raquel.

— E eu temo pelo professor que será processado por ela – Stella torceu o nariz.

Todas seguiram para o jardim e ficaram próximas a piscina. Sentaram nas cadeiras do quiosque e passaram a pensar nas inúmeras maneiras de reconciliar Harley e Raquel. Só tentaram pensar, porque não chegaram a conversar muito; a cena na sala as teria perturbado demais. Assim que deu o horário do almoço, seguiram para o refeitório ainda cabisbaixas.

Comiam em silêncio, pensativas e um tanto solidárias. Matt e os meninos mal apareceram na mesa: pareciam ter se afastado mesmo depois do tratamento dado a Leigh por Harley. Stella fora a única a ter seu humor melhorado quando Brandon apareceu no salão e aproximou-se de sua mesa.

— Oi gatinha! Vem sempre por aqui? – ele perguntou sorrindo. Stella corou e as meninas riram.

— Brandon! Não fala assim...

— Ah, você não contou pra elas não?!

— Contei! Mas é que eu fico sem jeito...

— Ah, sei. Ei, o festival tá chegando e a gente precisa planejar umas coisas.

— Planejar? Coisas? Que coisas?

— Ué, você não quer mais ir comigo?

— Claro que quero! Mas é que eu nem lembrava direito... Ah! Digo! Vamos planejar sim!

— Beleza. Te espero no mesmo lugar, no mesmo horário, no mesmo canal! – e piscou pra ela que sorriu.

— StellA – Raquel a chamou – Você tem que assumir isso logo porque ele não tá gostando dessa ideia de “namoro escondido”.

— Tá com medo de seus pais? – Keira perguntou.

— Bem, sim. Mas nem são eles o real motivo...

— E então?

— É ela... – a garota apontou para a cabeça e as meninas avistaram Alicia olhando em direção a loira, com cara de “não aconteceu o que eu acabei de ver”.

— Alicia! Tô falando com você!

— Ai! Que é?!!!

— Que é digo eu! Você tá parada aí que nem tonta!

— Olha como fala, sua vadia! E eu tava olhando praquelazinha... Eu estou cega ou ela tá dando em cima do MEU Brandon?!

— Bem, parece que foi ele quem foi até lá...

— Deixa de ser burra sua oxigenada! É óbvio que o Brandon não daria mole pra uma... despeitada que nem ela! Ela tá brincando comigo! E essa brincadeira vai virar uma tempestade num copo d’água!

E a morena saiu sendo seguida por suas amigas.

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Stella a observou de canto enquanto a morena saía pisando forte. Sabia que ela percebera algo e por isso teria que tomar cuidado.

— Bora – Raquel chamou – Tá na hora.

— Quem é agora? – Keira perguntou sem muito interesse.

— Millena – Stella respondeu terminando de se levantar.

Saíam do refeitório ao lado de vários alunos que já seguiam para suas aulas. Keira comentava algo sobre a roupa indecente de uma garota e as outras duas davam risada quando alguém esbarrou com tudo na loirinha e esta foi tomada por uma grande chuva de suco:

— Ah, me desculpe... – encenou Alicia, enquanto Stella tentava acreditar no que acabara de acontecer. Blake e Ashley se seguravam para não rir; Raquel e Keira estavam totalmente paralisadas de surpresa; e Stella sentia o suco pingar de seu rosto, cabelos e uniforme limpinho.

— Sua... – Raquel ameaçou.

— O que garota?! – a morena endireitou-se – Que é?! Vai dizer que não foi sem querer! Acidentes acontecem!

— É e ela bem que mereceu por sujado todo mundo de tinta naquele dia! – Ashley ajudou.

— A culpa não foi dela suas imbecis! E foi de propósito sim! Todos viram!

E ao olhar para os alunos que rodeavam a cena, estes viraram seus rostos para não se intrometerem na confusão:

— Seus covardes... – rosnou a castanha.

— Quer saber, não me importa – Stella interveio – Vou me limpar no banheiro antes que a aula comece. Vão na frente e tentem avisar a professora...

E a garota saiu sentindo-se envergonhada, humilhada e furiosa com a cena toda. Suas amigas deram meia volta e seguiram para a aula, proferindo xingamentos contra a “vilã” e esta permaneceu no lugar, ouvindo suas parceiras rirem e com um sorriso de triunfo estampado em seu rosto.

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Stella entrou no banheiro que estava completamente vazio. Assim que se olhou no espelho, viu a grande mancha de suco em seu rosto, cabelo e uniforme. Rapidamente ela lavou o rosto e molhou as mechas que tinham sujado para que não ficassem melecadas; a camisa branca ela conseguiu tirar da mesma forma que fizera a primeira vez.

— Melhor que tá não fica... – ela comentou enxugando a face. Jogou o papel na lixeira e se preparou para sair do banheiro; mas a passagem tinha sido barrada.

— Onde pensa que vai? – Alicia perguntou. Ela, Blake e Ashley estavam paradas na porta, sorrindo de forma sarcástica e significativa. Stella sentiu seu coração falhar: o que fariam com ela?

— Desculpem, preciso ir. Estou atrasada pra minha aula!

— Na-am! – Alicia a empurrou para trás – Atrasada você está parar acertar as contas!

— O-o que?

— Você é surda garota?! Que parte do “não quero você perto do Brandon” você não ouviu?!

— Mas eu...

— Eu te dei um aviso... Agora é a deixa!

— Mas...

— Meninas! Vamos ensinar pra essa horrorosa que não se brinca com Alicia!

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