Hero Highschool escrita por Cahxx
O dia começava a escurecer quando Brandon deu seu casaco do time para Stella aquecer-se:
— Vamos voltar? Ainda quero poder ficar o jantar com você.
— Ah, Brandon... Precisamos acertar umas coisinhas...
— Hum... Tipo o que?
— Bem, pra começar eu... bem... Ah, você sabe... Eu...
— Pode falar, não tenha medo.
— Ah, é que eu não sou menina de apenas “ficar” com alguém! Então quero saber se a gente só tá... “ficando”...
Ele riu e sentiu seu rosto se avermelhar ao reparar no quanto a garota era fofa ao sentir vergonha:
— Então estamos namorando – ele disse por fim.
— O q-que? C-como assim?
— Ué, se a gente se gosta, quero dizer, EU gosto de você... Não sei você...
— E-eu gosto muito de você! – ela tratou de dizer rápido.
— Então não tem porque a gente não namorar...
Stella abriu um largo sorriso e o abraçou fortemente. Brandon aproximou-se para beija-la novamente, mas a garota afastou-se de forma nervosa e disse com certo receio:
— Então vamos ter que manter isso em segredo...
— O que?! – ele chocou-se.
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— Quem vai levar as bandejas hoje? – Harley perguntou espreguiçando-se na mesa.
— Nem vem que eu acabei de fazer as unhas – reclamou Keira. Ela e Harley olharam pra castanha que arregalou os olhos e então rendeu-se.
— Ok, ok. Me deem isso aqui!
Com dificuldade ela empilhou as bandejas e começou a carrega-las em direção a mesa de recolhimento. Andava meio desequilibrada quando elas ameaçaram cair:
— Ah, não! No meio do salão não!
Uma bandeja caiu e logo as demais foram atrás. Raquel e outras pessoas que perceberam o que iam acontecer fizeram caretas esperando a bagunça que se iniciaria, mas esta não veio. Ao invés de caírem, estas foram seguradas a tempo por alguém – um rapaz. Leigh.
— Leigh! – Raquel exclamou – Você salvou minha vida!
— Fico feliz que tenha conseguido – ele sorriu empilhando-as novamente e levando por sua conta até o local indicado. Depois deu meia volta até Raquel e sorriu novamente – E espero que possa fazer isso mais vezes.
A castanha riu sem jeito. Aquilo começava a lhe incomodar e de fato parecia que o feitiço estava virando contra o feiticeiro:
— Quer tomar alguma coisa? Vamos num quiosque. Um deles prepara o melhor sanduiche de todos.
— Ah... Não é por mal Leigh, mas é que eu acabei de jantar...
O sorriso do rapaz apagou-se e ele ficou realmente sem graça:
— É mesmo, tem razão. Eu sou meio burro mesmo. A gente se vê por aí...
Raquel o viu se distanciar cabisbaixo e sua consciência começou a se auto apedrejar: “maldito coração que não consegue ser sincero às vezes”.
— Mas um suco seria legal! – ela avisou. Leigh virou-se e sorriu.
— Vem! Vou te levar a um quiosque. Um deles prepara o melhor suco de abacaxi de todos.
Raquel riu:
— Sério? Não consigo duvidar disso...
E os dois passaram pelas mesas rindo, arrancando vários olhares de pessoas que conheciam a reputação do rapaz e principalmente de Harley, que parecia querer perder a amizade com algumas pessoas, pela forma como olhou o casal deixar o salão.
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— C-como assim?! Por que você não quer contar a todos? Tem vergonha de mim?!
— Não! Não! Não! Que isso!
— Então...?!
— É só que... Bem, eu nunca tive muitos namorados, então preciso me acostumar com a ideia... E tenho medo do que meus pais vão dizer, eu ainda terei que contar a eles... E bem... Também tem o fato de que não quero ser mal vista na escola...
— “Mal vista”? Por “andar comigo”?
— Não Brandon! É só que as pessoas me veem como uma nerd que nunca seria capaz de arrumar um namorado tão incrível como você... Iriam falar pelas minhas costas se vissem isso...
— Ah... Quer dizer que você me acha “incrível”? – ele perguntou sorrindo de forma maliciosa.
— Brandon... Não fala assim que eu fico sem jeito...
— Eu sei... E é exatamente por isso que eu falo assim... Adoro te ver sem jeito! – e ele a encarou fundo em seus olhos. A menina paralisou momentaneamente encarando os olhos de cachorrinho pidão que o rapaz tinha; depois seu olhar desceu para os lábios do rapaz, que eram salientes e muito atraentes. Aquela olhada foi a deixa para o rapaz sorrir, mordê-los levemente e então beija-la novamente.
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A semana iniciou-se bem para uns e péssima para outros. Se por um lado Stella andava sonhadora com os bilhetes secretos de Brandon e os encontros às escondidas, e Raquel ganhara um novo colega que estava mais para “admirador pouco secreto”, por outro Harley se quer dera bom-dia a amiga, que entendera o motivo e não sabia o que fazer.
— Acha que ela vai me perdoar? – a castanha perguntou a Keira enquanto se dirigiam ao refeitório para o café da manhã e ajeitavam suas gravatas e saias.
— Bem, acho que sim. Quando você sair de perto do Leigh e ele der em cima dela e não de você – a outra ironizou.
— Mas como é que eu podia adivinhar?! Estava fazendo isso por ela e agora...
— Então por que não diz a ela?
— Hein?
— Por que não conta o que você estava tentando fazer?
— Ficou lelé, Keira?! Aí que ela vai me odiar e dizer que eu fiz isso por achar que ela não é capaz de arrumar alguém sozinha e talz e talz. Não posso fazer isso de jeito nenhum!
— Então como quer que dê certo?!
— E eu sei lá! Esperava que VOCÊ me desse uma sugestão...
— Honey... Caso você não notou eu vou te mostrar: de todas no nosso grupo eu sou a ÚLTIMA que pode dar conselhos amorosos a alguém. Caso não notou, eu repito, eu sou a única que não tem pretendente aqui!
— E isso te incomoda?
Keira ficou muda e engasgou-se com a própria saliva:
— Incomodar? NUNCA!
— Ah, me poupe, Keira! Você é romântica e toda apaixonada sim! Seria impossível se dissesse que não tá a fim de encontrar alguém!
— Ok. Vamos SUPOR que eu esteja querendo. A pergunta é: ONDE eu iria conseguir alguém?! Sim porque nessa escola só tem garotos bobos como o boyzinho da Stella, bandidos como o loveô da Harley e nerds como o seu galã!
Foi a vez de Raquel se engasgar:
— Que galã?! – e ela riu histericamente, tentando disfarçar o nervosismo – Não sei de quem cê ta falando!
— Ai Raquel! Claro que sabe! O divo que te salvou na piscina, sua depravada!
A castanha fez bico:
— Já tinha até me esquecido dele... Ah, mas e daí que ele me salvou?! Eu o vi algum dia? Ele me deu bom dia?! A Stella que é a STELLA sabe mais sobre ele do que eu, então... Eu não quero saber desse imbecil!
— Quer saber?! Somos duas desiludidas! A única que se salva é a Stella e a gente tá dizendo isso de um casal que começou a namorar há DOIS dias e nem assumiu pra sociedade!
E xingando e reclamando da vida as duas chegaram ao salão. Avistaram Harley sentada sozinha na mesa: cabeça abaixada depressivamente, seus cabelos negros cobrindo seu rosto como um véu preto e uma sombra ameaçadora pairando ao seu redor:
— Não sei quanto a você, mas EU vou comer na lanchonete. Cê sabe como ela fica quando tá irritada e EU não quero ser ameaçada de morte hoje não!
— Bem, eu vou sentar com ela.
— Cê tá doida!
— QueridinhA! Se euzinha aqui não aguentar uma Harley amaldiçoada por UM almoço não serei digna de um boyfriend divo. Então, By Bitche!
Raquel revirou os olhos e seguiu para a lanchonete onde Stella provavelmente estaria trabalhando.
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— Bom dia Brandon! – Molly cumprimentou – O de sempre?
— Não, hoje não. Hoje eu quero um teco da garota mais linda deste planeta... – e ele aproximou-se do ouvido de Stella, sussurrando em sua orelha e lhe entregando uma pequena flor. A garota ficou mais vermelha que um tomate e se escondeu na cozinha sorrindo feito boba.
— Eita, esse amor juvenil... – a mulher comentou fazendo o rapaz rir. – Tão lindo e tão traiçoeiro... – e ele parou de sorrir.
— Que cê quer dizer com isso?
— Que essa garota não é como as outras Brandon! Ela é moça de família! Acostumada a ser protegida pelo pai, sonhar com homens cavalheiros que lhe amem acima de si mesmos. Ela é uma menina decente!
— Isso eu já sei... E foi exatamente por isso que gostei dela. Eu cansei dessas garotas fáceis que falam palavrões, acham que podem te tratar como bem entendem e te acham ridículo se você tenta ser romântico. Sempre sonhei com uma menina mais comportada... sei lá... mais certinha, timidazinha... Que eu possa proteger mesmo... Cê me conhece Molly: eu sou todo agitado, idiota e atrapalhado, mas no fundo, a única coisa que quero é alguém calma, com quem eu possa passar o final de semana vendo filme na tevê e fazendo massagem nos pés...
Ele riu e Molly piscou seus olhos:
— Brandon, casa comigo! – ela pediu fingindo estar apaixonada.
— Caso sim! Mas só se a Stella recusar... – e ele piscou.
— I-isso tudo é v-verdade? – a loirinha apareceu na porta da cozinha após ter escutado tudo. Seus olhos estavam arregalados e esperançosos, e suas bochechas rosadas de vergonha, o que fez Brandon apaixonar-se pela segunda vez só naquela manhã.
— Claro que é verdade! Stella, você é a garota que eu ando procurando há anos para ter ao meu lado... E bem, já que eu ainda não pedi “formalmente” eu faço agora – e ele estendeu sua mão para ela – Quer namorar comigo?
Os olhos da menina se encheram d’água. Ela não conseguia responder. Apenas fez que sim com a cabeça e murmurou um “sim” quase em prantos. Brandon a beijou e enxugou suas lágrimas:
— Garota, agarra esse aí porque ele já tá falando em casamento! – Molly exclamou.
— É verdade? – a menina riu entre um riso e um soluço.
— Ah... Bem... Qual é o prato de hoje? – ele perguntou virando-se pro balcão.
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Will, Theo, Matt e Leigh caminhavam pelo jardim antes que iniciasse a primeira aula. Os três primeiros falavam algo sobre o novo filme épico que estava para lançar no cinema e Leigh parecia estar fora da pauta:
— Eles estão fazendo tooodo o storyboard em 3D! Cara! Sabe o que é isso?! – Matt comentou.
— O cabelo dela é legal... – Leigh comentou.
— Ainda sim não sei se vou ver 3D. Aqueles óculos me deixam tonto... – choramingou Theo, ajeitando seus próprios óculos.
— ... e ela tem um sorriso maneiro... – o rapaz sorridente falou novamente.
— É mesmo... Como vocês fazem pra... cêis sabem? – Will perguntou se referindo aos óculos dos rapazes.
— E o corpo dela...
— Ah, a gente põe por cima e...
— Porra Leigh! – Will exclamou aborrecido – Do que cê tá falando cara?!
— Ora, da Raquel! A amiga de vocês!
— Tá gostando dela?!
— Cara, acho que tô apaixonado...
— Não!
— Oi?
— Não! Não, não e não!
— Que?
— Cara, isso não! Cê não pode se apaixonar por ela não! Cara essa menina é louca! Olha: ela, a Keira, a Harley e a... Não, a Stella até que não... Mas enfim! Cara! Não se mete com essas meninas não que elas são uns demônio!
— Do que cê ta falando cara...? – Leigh perguntou rindo e confuso.
— Tem centenas de garotas por aí! Não vai se meter com elas não! Tô te avisando!
— Ah deixa disso!
— Quem avisa amigo é... Tô falando...
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A primeira aula começou com o professor James:
— A aula de hoje trabalhará concentração e paciência. Vocês terão que aprender a ignorar a problemática do meio externo para manter o meio interno totalmente estável. Isso serve para pessoas que perdem o controle facilmente seja por barulhos, brigas ou qualquer tipo de transtorno que afete a mente. Vou demonstrar com... Brook! Venha aqui!
— Fudeu – comentou a ruiva fazendo todos rirem.
— Não, não se acanhe. Não é difícil.
— Vale nota isso aí?
— Não, não vale nota.
— Então beleza! Manda aí teacher!
— Bem, quero que você componha uma pequena chama.
A garota incendiou suas duas mãos:
— Eu disse PEQUENA!
— Ah, malz ae – e ela abaixou o fogo para uma pequenina flamula.
— Perfeito. Agora, eu vou entrar em sua mente e...
— Eita porra! Quero isso não! Sai de mim!
— Calma... Não farei nada... Relaxa! Só irei tentar tirar sua concentração com pensamentos desestimulantes. Agora feche seus olhos e relaxe. Seu dever será manter a chama na mesma altura independente do que esteja sentindo ou ouvindo, certo?
A menina fez que sim:
— Perfeito. Agora... encolha!!! – James exclamou adentrando a mente da garota e enchendo-a de ruídos, dores e barulhos. Brook espremia seus olhos sentindo-se desconfortável com aquilo e sem perceber, sua pequena chama queimara um circulo de fogo ao seu redor. Todos os alunos que estavam próximos ergueram-se do chão e começaram a bater no fogo para cessá-lo.
— Que bizarro... – a menina exclamou respirando de forma ofegante.
— Todos entenderam como funciona? Agora escolherei mais um aluno... Vamos ver...
Todos abaixaram suas cabeças para que não fossem escolhidos. Stella que era telepata fechara sua mente a todo vapor. Após mais uma volta do professor, o nome foi escolhido:
— Harley!
Stella, Keira e Raquel prenderam a respiração ao olharem para a amiga. Esta encarava o educador com rebeldia no olhar e todos da sala perceberam que aquilo não terminaria bem.
— Venha, não tenha medo.
— Acho que ele escolhe os alunos que sente que terão mais dificuldade... – Stella comentou cochichando para as amigas.
— Não creio que seja uma boa escolha – Harley respondeu ao mestre.
— Não queira saber mais do que eu. Agora venha até o centro do círculo.
— Não quero.
— Por favor, Harley, isso irá lhe ajudar.
— Não consigo imaginar em que.
— Por favor, não torne isso mais difícil!
— Me obrigue.
Aborrecido, James não conseguiu controlar sua frustração e invadiu a mente da garota. Esta se debruçou sobre o chão, pressionando sua cabeça com as mãos, como se sentisse uma forte dor. Ela gemia de irritação e contrariedade e grunhia sons estranhos.
Todos começaram a se afastar do círculo conforme a boca de Harley espumava cada vez mais:
— Suporte Harley! Suporte!
— Saia da minha cabeça!!!
— Não se transforme! Aguente firme! Mostre que é a garota forte que tenta ser!! Se esforce!
— Não! Eu não quero! Saiaaaaa!!!!!!
E num rápido movimento a menina se transformara no gigante lobo e mordera por extinto o braço de um colega. O menino gritou de dor o que fez vários outros alunos gritarem apavorados:
— Chega Harley!!! – gritou James saindo da mente da menina e fazendo-a se destransformar. Devido ao esforço o professor teve que se apoiar na mesa para não cair, Harley desmaiou no centro do círculo e o garoto mordido gemia de dor enquanto um rio de sangue começava a escorrer por seu uniforme.
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James ordenara fim da aula e levou Harley a enfermaria. O aluno mordido também fora levado por colegas. Keira, Raquel e Stella imploraram para acompanharem a amiga, mas o pedido fora negado:
— Por mais que eu esteja preocupada, não ia querer estar ao lado dela quando ela acordar – comentou Raquel.
— E eu temo pelo professor que será processado por ela – Stella torceu o nariz.
Todas seguiram para o jardim e ficaram próximas a piscina. Sentaram nas cadeiras do quiosque e passaram a pensar nas inúmeras maneiras de reconciliar Harley e Raquel. Só tentaram pensar, porque não chegaram a conversar muito; a cena na sala as teria perturbado demais. Assim que deu o horário do almoço, seguiram para o refeitório ainda cabisbaixas.
Comiam em silêncio, pensativas e um tanto solidárias. Matt e os meninos mal apareceram na mesa: pareciam ter se afastado mesmo depois do tratamento dado a Leigh por Harley. Stella fora a única a ter seu humor melhorado quando Brandon apareceu no salão e aproximou-se de sua mesa.
— Oi gatinha! Vem sempre por aqui? – ele perguntou sorrindo. Stella corou e as meninas riram.
— Brandon! Não fala assim...
— Ah, você não contou pra elas não?!
— Contei! Mas é que eu fico sem jeito...
— Ah, sei. Ei, o festival tá chegando e a gente precisa planejar umas coisas.
— Planejar? Coisas? Que coisas?
— Ué, você não quer mais ir comigo?
— Claro que quero! Mas é que eu nem lembrava direito... Ah! Digo! Vamos planejar sim!
— Beleza. Te espero no mesmo lugar, no mesmo horário, no mesmo canal! – e piscou pra ela que sorriu.
— StellA – Raquel a chamou – Você tem que assumir isso logo porque ele não tá gostando dessa ideia de “namoro escondido”.
— Tá com medo de seus pais? – Keira perguntou.
— Bem, sim. Mas nem são eles o real motivo...
— E então?
— É ela... – a garota apontou para a cabeça e as meninas avistaram Alicia olhando em direção a loira, com cara de “não aconteceu o que eu acabei de ver”.
— Alicia! Tô falando com você!
— Ai! Que é?!!!
— Que é digo eu! Você tá parada aí que nem tonta!
— Olha como fala, sua vadia! E eu tava olhando praquelazinha... Eu estou cega ou ela tá dando em cima do MEU Brandon?!
— Bem, parece que foi ele quem foi até lá...
— Deixa de ser burra sua oxigenada! É óbvio que o Brandon não daria mole pra uma... despeitada que nem ela! Ela tá brincando comigo! E essa brincadeira vai virar uma tempestade num copo d’água!
E a morena saiu sendo seguida por suas amigas.
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Stella a observou de canto enquanto a morena saía pisando forte. Sabia que ela percebera algo e por isso teria que tomar cuidado.
— Bora – Raquel chamou – Tá na hora.
— Quem é agora? – Keira perguntou sem muito interesse.
— Millena – Stella respondeu terminando de se levantar.
Saíam do refeitório ao lado de vários alunos que já seguiam para suas aulas. Keira comentava algo sobre a roupa indecente de uma garota e as outras duas davam risada quando alguém esbarrou com tudo na loirinha e esta foi tomada por uma grande chuva de suco:
— Ah, me desculpe... – encenou Alicia, enquanto Stella tentava acreditar no que acabara de acontecer. Blake e Ashley se seguravam para não rir; Raquel e Keira estavam totalmente paralisadas de surpresa; e Stella sentia o suco pingar de seu rosto, cabelos e uniforme limpinho.
— Sua... – Raquel ameaçou.
— O que garota?! – a morena endireitou-se – Que é?! Vai dizer que não foi sem querer! Acidentes acontecem!
— É e ela bem que mereceu por sujado todo mundo de tinta naquele dia! – Ashley ajudou.
— A culpa não foi dela suas imbecis! E foi de propósito sim! Todos viram!
E ao olhar para os alunos que rodeavam a cena, estes viraram seus rostos para não se intrometerem na confusão:
— Seus covardes... – rosnou a castanha.
— Quer saber, não me importa – Stella interveio – Vou me limpar no banheiro antes que a aula comece. Vão na frente e tentem avisar a professora...
E a garota saiu sentindo-se envergonhada, humilhada e furiosa com a cena toda. Suas amigas deram meia volta e seguiram para a aula, proferindo xingamentos contra a “vilã” e esta permaneceu no lugar, ouvindo suas parceiras rirem e com um sorriso de triunfo estampado em seu rosto.
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Stella entrou no banheiro que estava completamente vazio. Assim que se olhou no espelho, viu a grande mancha de suco em seu rosto, cabelo e uniforme. Rapidamente ela lavou o rosto e molhou as mechas que tinham sujado para que não ficassem melecadas; a camisa branca ela conseguiu tirar da mesma forma que fizera a primeira vez.
— Melhor que tá não fica... – ela comentou enxugando a face. Jogou o papel na lixeira e se preparou para sair do banheiro; mas a passagem tinha sido barrada.
— Onde pensa que vai? – Alicia perguntou. Ela, Blake e Ashley estavam paradas na porta, sorrindo de forma sarcástica e significativa. Stella sentiu seu coração falhar: o que fariam com ela?
— Desculpem, preciso ir. Estou atrasada pra minha aula!
— Na-am! – Alicia a empurrou para trás – Atrasada você está parar acertar as contas!
— O-o que?
— Você é surda garota?! Que parte do “não quero você perto do Brandon” você não ouviu?!
— Mas eu...
— Eu te dei um aviso... Agora é a deixa!
— Mas...
— Meninas! Vamos ensinar pra essa horrorosa que não se brinca com Alicia!
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