Hero Highschool escrita por Cahxx


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Esse começo é bem colegial. A história irá mudar futuramente para um clima mais de "quadrinhos de ação".



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Mais um ano letivo se inicia em Sky High, uma escola dedicada à preparação e treinamento de jovens excepcionais. Estes por sua vez iniciam sua vida escolar aos 18 anos, quando são considerados maiores de idade e podem finalmente autorizar que estudos sejam feitos com seus corpos.

No entanto, tirando o simples fato dos estudantes desta escola possuírem dons sobre-humanos, de resto a instituição não possui grandes diferenças com relação às escolas normais: os jovens continuam mantendo suas vidas rebeldes e desregradas, o amor juvenil exala por seus olhos, mantém-se a tentação pela desobediência as regras e tudo mais.

A instituição foi fundada em 1932, quando experimentos biológicos se iniciaram objetivando a criação de novas armas de guerra. Diversos soldados tiveram seus corpos modificados e utilizados como arsenal. Após o trágico fim da grande disputa que moveu o mundo, tais experimentos foram proibidos pela ONU e o ser humano parecia ter voltado a ser humano.

No entanto, décadas depois, descendentes desses soldados continuam apresentando genes modificados por transmutação e mutação, e a herança genética desses guerreiros vem sendo transmitida de gerações em gerações. Acredita-se que seja a nova seleção natural da espécie humana.

E foi pensando no devido controle dessas habilidades extraordinárias que diversas instituições foram sendo guiadas a atenderem devidamente esses cidadãos especiais e assim, manter o controle politicamente correto e sensato de suas habilidades. Desta vez não é o arsenal nuclear que preocupa o mundo neste universo, e sim, os próprios habitantes do planeta Terra.

 

— E aí? Como foram as férias? – perguntou Matt, um rapaz alto, magrelo e meio desengonçado. Seus cabelos rebeldes viviam escondendo seu rosto e se não os bastasse, um par de óculos meio tortos cobriam seus olhos pequenos.

— Ah, foi legal até – respondeu Stella, uma jovem de longos cabelos loiros e jeito tímido – Viajei pra casa da minha avó e foi bem divertido. Minhas tias são muito malucas.

— Ei! Olha elas ali! – Matt apontou para um trio de garotas que se aproximava: Keira uma garota de longos cabelos ondulados pretos; Raquel e seus cabelos castanhos esvoaçantes; e Harley, de cabelos negros e curtos, e estatura pequena.

O trio aproximou-se da dupla e trocaram cumprimentos saudosos e alegres de quem não se vê há meses. O grupo havia se conhecido durante o curso preparatório para adentrar a Sky High e desde então se tornaram inseparáveis. Stella e Matt ainda tinham amizade com alguns garotos do grupo dos “nerds” e as demais conheciam diversas meninas de sua série, mesmo o ano mal tendo começado.

— E aí? Como acham que vai ser aqui? – Harley perguntou animada.

— Não sei – Stella respondeu sem ligar muito – Só quero estudar muito.

— Afe, sua nerd! – e Harley deu um peteleco na testa da loirinha, lhe arrancando protestos. Raquel pouco prestava atenção em seus amigos; parecia mais entretida em caçar garotos bonitos com o olhar.

— Achou algum bonito? – Keira perguntou reparando na distração da amiga e terminando de lixar mais uma unha. A castanha acabou por despertar, surpresa por ser pega, e respondeu com decepção:

— Que nada. Parece que só tem gente feia aqui.

Todos riram do comentário, exceto Stella que pareceu irritada:

— Afe, que bobagem! Vocês deveriam se preocupar em tirar notas melhores do que pensar em garotos. Vocês três quase reprovaram no curso, imagina aqui então!

Harley deu um novo peteleco na amiga que novamente resmungou aborrecida:

— Stella, é sério. Se você fizer uma nerdice de novo eu arranco sua cabeça.

— Tá – ela resmungou e então abaixou a voz – Mas quando me pede cola você gosta que eu seja nerd.

A morena havia escutado o comentário e virou-se com um grito e as mãos em forma de garras. A loirinha gritou assustada e o grupo tornou a rir.

— Ei, preciso ir ao banheiro arrumar meu cabelo – declarou Keira. Raquel e Harley se ofereceram para ir.

— Você não vem, Stella? – Raquel perguntou.

— Não. Preciso guardar meus livros. A gente espera vocês no meu armário.

Ela e Matt andaram pelos corredores da escola e se divertiram com os alunos que demonstravam e exibiam seus poderes. Alguns incríveis demais; outros nem tanto. Finalmente chegaram no armário de Stella que começou a guardar todos os livros que considerava não úteis no momento.

— Pensa rápido! – alguém gritou atrás da garota e com um forte soco, um garoto gordinho amassou uma fileira de armários.

Will, seu louco! – a garota gritou – Você destruiu a escola!

Matt começou a rir:

— Que exagero!

— Mas se alguém aparecer e ver isso seremos expulsos!

— Relaxa menina! – Will deu de ombros. Usava um boné que escondia sua cabeleira ruiva e o retirou para coçar a cabeça.

— Quem foi o retardado que fez isso? – perguntou um rapaz de cabelos pretos arrepiados e várias espinhas pelo rosto. Vinha comendo um pacote de salgadinho, ou melhor, devorando-o porquê havia farelos até em seus óculos.

— Oi Theo – Stella cumprimentou de cara feia – Desse jeito vou ter que andar sozinha pela escola porque perto de vocês só irei me meter em encrencas.

— Vai nada! Você não vive sem a gente! – e Will passou o braço por seu ombro, apertando-a.

— Ai Will! Você tá me sujando de salgadinho.

— “Ai Will. Você tá me sujando de salgadinho”, o garoto imitou a voz de Stella.

Todos riram, até mesmo a garota. Assim que terminou de guardar seus livros, uma voz feminina emanou pelos alto-falantes do corredor, chamando a atenção de todos.

Por favor, todos os alunos reúnam-se no salão principal, imediatamente.

E a voz ficou repetindo a mensagem.

— Anda gente – chamou Will.

O quarteto começou a deixar o corredor quando Stella soltou um gritinho agudo:

— Ah! Minha pulseira azul caiu!

A garota olhou para trás e avistou a joia próxima a seu armário. No mesmo instante, as garotas reapareceram do banheiro dando risada:

— Que idiotice! – Harley comentou.

— Cadê a Stella? – Keira perguntou. Matt apontou pra garota que corria em direção a pulseira. Sem olhar pra frente, Stella acabou indo de encontro com um aluno e a colisão os fez perder o equilíbrio. A garota ia cair para trás, mas o rapaz a segurou a tempo pela mão. No entanto, seus livros não tiveram a mesma sorte e caíram espalhados pelo chão.

— Deixa que eu pego – o rapaz prostrou-se. Rapidamente ele organizou o material numa pilha e entregou para Stella que estendeu os braços e recebeu-os com dificuldade, pois eram pesados demais para seu corpo pequeno.

Foi quando terminou de ajeitar os livros que a garota ergueu os olhos para seu gentil cavalheiro e involuntariamente seu rosto virou uma pimenta: estava diante de si, o garoto mais lindo que já vira em sua vida. Ele era um pouco mais alto, cabelo loiro-escuro bagunçado e quando sorriu pra ela, foi o sorriso mais lindo do mundo.

— Sou Brandon – o rapaz estendeu a mão.

— É-é... Zistela!

— Zistela? – ele perguntou tentando entender melhor.

— Stella! – ela corrigiu imediatamente.

— Ah, tá. Você deve ser nova, né?

— É, sou... Sou sim!

— Legal – e ele sorriu novamente.

— Brandoooon? – uma garota chamou impaciente pelo rapaz. Usava uma espécie de uniforme de torcida na cor verde e ao ver a demora do garoto o puxou pelo braço.

— A gente se vê por aí – ele acenou.

Stella permaneceu encarando o rapaz que seguia seu caminho enquanto abraçava seus livros contra o peito. Não sentia suas pernas, não sentia seu corpo, se quer sentia se ainda sabia falar. Suas amigas aproximaram-se com sorrisos bobos no rosto e tiveram que se esforçar muito pra não comentar nada. Esforço em vão:

— Que fofo! Eles ficaram apaixonados!

— O que?! – a loirinha despertou – Não!

— E ficaram se olhando!

— Não! Deixa de bobagem!

— Gente! – Matt interrompeu – É melhor a gente ir logo.

E o grupo seguiu caminho entre comentários e protestos das garotas.

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Quando o grupo chegou ao salão principal deu de cara com um gigante refeitório repleto de mesas compridas onde cabiam cerca de doze pessoas sentadas. O local estava enfeitado com faixas de boas vindas e confetes coloridos. Garotas de uniformes colegiais dançavam sincronizadas em algumas mesas. Todos os alunos estavam em pé e o falatório era absurdo. Lá na frente, do outro lado do salão, o corpo docente organizava seus preparativos.

— Eh-hem – pigarreou uma mulher alta e esguia, de cabelos grisalhos e extremamente elegante – Olá a todos – e vários alunos veteranos gritaram elogios e piadas internas – É com grande prazer que dou as boas vindas aqueles já estão conosco há alguns anos (“alguns mais do que deveriam” ela completou e muitos riram)...

— Tá falando de você, Gustavo! – um garoto gritou e os alunos riram.

— É, bem – a mulher continuou – e dou as boas vindas aos novos alunos que ingressam este ano. Sou Morgana, e serei a coordenadora pedagógica de vocês. Peço que qualquer dúvida ou problema seja conferido a mim antes de passar ao diretor, pois ele só atende alunos em caso de emergência. Creio eu que todos já tenham lido as normas do colégio no contrato, mas vou ressaltar as mais importantes:

1º - Tomem cuidado com horários de entrada e saída das aulas. Atrasos não serão permitidos e o aluno ficará impedido de assistir a aula.

2º - É terminantemente proibido a utilização de poderes fora das aulas indicadas para isso, pelos corredores, pátios e áreas de livre circulação.

3º - Todos os alunos devem se retirar a seus dormitórios as exatas 10 horas da noite. Após esse horário o aluno encontrado fora de seu respectivo dormitório será penalizado. Também quero ressaltar essa questão de dormitórios para lembrar-lhes de que festas, bagunças e barulho excessivo é penalizado, ainda mais depois das dez da noite, onde a lei do silêncio irá pairar pela escola inteira, sem exceção.

4º - Será duramente penalizado o aluno que agir com falta de educação e ética moral para com os demais colegas e funcionários, seja de qual setor for.

5º - Os alunos só poderão ausentar-se da escola nos seguintes casos: finais de semana, com autorização de pais ou professores, ou em casos de emergências.

— Bem, uma pauta com todas as regras básicas será colocada no mural da escola para que absorvam de alguma forma cada palavra ali escrita. E por enquanto é só.

— Isso aqui é uma ditadura – Matt comentou.

— Ai Matt, claro que não! É bom que tenha regras pra manter a organização do lugar.

— Stella!!! – Harley tornou a ameaçar a amiga que gritou para defender-se. O grito atraiu a atenção de quase todos do salão até chegar a Morgana que lançou um olhar pouco amigo em direção à turminha.

— E é por isso que temos regras – Morgana comentou ajeitando os óculos. Stella sentiu seu rosto esquentar de vergonha. Queria desaparecer dali. Raquel e Keira também ficaram um tanto sei jeito, mas deram risada. Harley que era a mais rebelde da turma fez cara feia para a inspetora, imitando-a com desdém.

— Ai, isso não acaba, não? – Will perguntou impaciente – Quero comer logo!

— Continuando – Morgana tornou a pronunciar-se – Agora irei apresentar o corpo docente dos primeiros dias. Alguns professores não puderam estar presentes, mas vocês logo irão conhecê-los durante as aulas. Temos então:

>Professor James de teoria psíquica, análise e controle metal – e vários foram os aplausos. Muitos gritaram, o que indicava que deveria ser um professor legal. Era um homem jovem que não deveria ter chegado aos trinta ainda. Tinha cabelos castanhos presos num rabo de cavalo comprido e usava uma roupa meio grunge por debaixo do uniforme dos professores.

>Professora Millena de artes, cultura e história – e praticamente todos os alunos do sexo masculino assoviaram para a bela professora de corpo esbelto, cabelos longos e ondulados de um castanho meio ruivo.

>Professor Galvânio de físico-química – e dessa vez os aplausos foram mais singelos para um sujeito calvo na casa dos 50 anos, de poucos cabelos grisalhos.

>Professor Gregory, de prática, treinamento e desenvolvimento de habilidades extraordinárias – e este pareceu ser mais um professor favorito. Seu porte físico declarava que de fato deveria lidar com atividade física. Também já era um homem de certa idade, na média dos 40. Começava a ficar calvo com grandes entradas aparecendo em seu cabelo preto. Já não estava tão em forma e uma saliência entregava que sua juventude estava se esvaindo.

— E por fim – Morgana encerrou – Eu, que estarei ministrando as curtas aulas de cidadania, comportamento social e imagem ética.

E ninguém aplaudiu:

— Bom, não queremos estender demais, pois alguns de vocês já terão tarefas importantes hoje. Portanto, como eu já citei, qualquer empecilho é só me procurarem que lhes ajudarei da melhor forma possível.

A inspetora desligou o microfone e este começou a flutuar no ar, enquanto seus fios se auto enrolavam sem qualquer trabalho humano.

— Alunos do 1º ano me sigam! – ordenou o professor Gregory e todos os novatos se apressaram a seguirem-no. O professor Galvânio chamou pelos alunos do 2º ano, James do 3º e coube aos do 4º seguirem a doce e sensual professora Millena.

Stella acompanhava ao lado de seus amigos a multidão que se espremia pela passagem da porta. Por duas vezes tentara ficar na ponta dos pés a procura do garoto que lhe tirara o ar minutos antes; mas se quer conseguiu avistá-lo e muito menos saber pelo menos de que ano ele era.

— Você precisa dar espaço pra ele, Stella – Raquel debochou brincando com a amiga – É preciso um pouco de distância no relacionamento.

— É – Keira concordou participando da brincadeira – Você não pode ficar atrás dele toda hora.

— Ah, cala a boca vocês duas – a loirinha resmungou irritada. Mas no fundo estava agradecendo aos céus por nenhum dos seus amigos ser capaz de ler mentes, porque se pudessem descobririam que ela estava torcendo para que o tal garoto não tivesse ido pra aula da professora Millena.

Os calouros seguiram o professor pelo pátio inteiro e aqueles que ainda não tiveram tempo de conhecer o colégio começaram a admirar diversas áreas externas como o gramado bem cuidado, as esculturas bem projetadas, as mesas e os bancos confortáveis e até mesmo as grandes janelas do prédio da escola.

Após uma longa caminhada chegaram a um grande ginásio repleto de materiais de esporte, redes, traves, cestas, e uma espécie de palanque numa das extremidades. O professor fez sinal para que todos parassem no meio da quadra:

— É o seguinte pessoal: a aula de hoje será como uma espécie de avaliação prática.

Uma onda de protestos de desespero tomou conta dos alunos:

— P-prova?! – Stella exclamou – Mas eu nem estudei!

— Calma gente! – o professor tornou a explicar – Não é nada do que estão pensando. Será uma forma de avaliar as capacidades individuais de vocês para que eu saiba a forma certa de trabalhar com cada um. Bem, será da seguinte forma: um por um, vocês vão subir nesse palanque e me dar uma pequena demonstração do que sabem fazer. Alertando que eu não quero nada de extravagante! Nada que venha a destruir a quadra, entenderam? Bem, depois vocês irão entrar nesta cabine – e apontou para a dita, que parecia a cabine de um foguete – e ela irá medir a força de suas habilidades em um número que varia de 0 à 30. Diga! – Gregory deu a palavra para um aluno que erguia a mão.

— Professor – e o garoto ajeitou seus óculos gigantes que lhe davam um ar meio patético – Qual foi o mínimo que alguém conseguiu nessa máquina?

— Bem – Gregory fez esforço pra lembrar – Acredito que tenha sido 12 ou 13. Penso eu que pessoas com poderes de menor valor que esses acham que suas habilidades são tão naturais que nem chegam a pensar na ideia de terem um gene mutante. Por isso vemos na televisão pessoas com absurda capacidade de memorização, audição, raciocínio e até pessoas que movem pequenos metais ao seu redor.

E vários alunos concordaram com a cabeça, comentando sobre casos assim.

— Certo então! – o professor exclamou batendo as mãos – Quem quer ser o primeiro?!

Dezenas de alunos se amontoaram e começaram a gritar para serem escolhidos. Stella não entendia porque estavam tão animados quando ela mesma dera um passo para trás ao ouvir a pergunta.

— Eu não vou mostrar meus poderes na frente de todo mundo! – Raquel reclamou.

— Muito menos eu! – Keira concordou.

— Você vai, Matt? – Stella perguntou nervosa.

— De boa.

— Eu to louco pra ir! – Will exclamou esfregando as mãos.

— Vamos fazer aquele nosso esquema? – Theo perguntou animado ao colega.

— Fechado!

Finalmente um aluno foi escolhido para iniciar o procedimento. Os demais montaram uma fila ansiosa na frente do palanque.

— Bem – Gregory terminava de anotar algo em sua prancheta – Comece quando quiser!

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Notas finais do capítulo

Eu ainda não coloquei a referência de todos os personagens, mas farei futuramente. Assim como imagens das instalações da escola e tudo mais.Espero que gostem!xx



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