Out of Tune escrita por S2LalinhaS2


Capítulo 3
Capitulo 3- Distrust


Notas iniciais do capítulo

Obrigado a todos que estão acompanhando a história ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/678441/chapter/3

 

 

Após  o incidente no ginásio, o grupo permaneceu hospitalizado, alguns com ferimentos mais leves e outros mais graves. Sanji e Zoro tiverem que se submeter a cirurgias de urgências. Sanji perfurou o pulmão e por pouco a foice não atingiu o coração. Os médicos demoraram muito para estabilizar o quadro.

                Zoro teve que fazer uma cirurgia reparadora e  levou 41 pontos no abdomen. Luffy estava com o tronco imobilizado, tinha fraturas multiplas nas costelas e precisava de repouso absoluto.  Law estava com vários hematomas e escoriações no corpo além do braço  esquerdo estar quebrado e engessado.

                As garotas e os outros tiveram alta em poucos dias, tiveram ferimentos por arma branca, mas nada que alguns curativos não resolvessem.  Mas mesmo assim os amigos de Luffy e Law os visitavam diariamente.

                O quarto 242 era sempre lotado e barulhento, nos quatros leitos ocupados estavam Sanji com o torax enfaixado por ataduras. Zoro com os curativos no abdomen, Luffy com todo o tronco e braços engessados e Law com o braço engessado.

                Mas ao redor deles estavam todos os seus amigos. Nami estava pensativa, sentada no parapeito da janela, Ussop, Chopper estavam fazendo caretas e matando Luffy de dar risada. Franky e Robin dividiam suas atenções entre Sanji e Zoro.

                Law permanecia no primeiro leito, o mais próximo da porta, ao seu lado estava Bepo e mais dois homens, que ele reconheceu quando estes tentaram ajudar no ginásio seus nomes eram Penguin e Shachi.

                Hancock também vinha visitar Luffy, mas não era com tanta frequencia. Porém nesse dia ela estava escondida atrás da porta, tentando tomar coragem para entrar no quarto.

— Estou indo embora -  diz Zoro que já estava cansado de ficar deitado e começando a se levantar.

—  Você não pode, ainda não foi liberado pelo médico – Chopper tentava alerta-lo

— Não me importo, tenho que acertar as contas com Killer.

                O garoto de cabelos verdes já estava de pé ao lado da cama e procurava por suas roupas. Desde o dia da luta, todos evitaram de falar sobre o ocorrido, pois havia uma decepção muito grande e que ainda machucava todo mundo.

— Eu quero voltar para a escola – Luffy diz sério

— Não irei perdoar aquele filho da puta, que ousou machucar as garotas da nossa escola – Sanji também já estava de pé e acendia seu cigarro.

                Luffy tenta se levantar, mas não conseguia dobrar o tronco, pois Ussop e Chopper tentavam fazer o garoto voltar a deitar.

—  Vocês estão loucos...é suicidio voltar para aquele lugar – Diz Nami sombriamente

                Todos ficam quietos por um minuto, até que Law se intromete na conversa.

— Se voltarmos para lá, no estado em que estamos, seremos massacrados novamente.

— Obrigado por me apoiar – dizia a ruiva

—  Você não quer dar uma surra neles também, Traffy?? – Luffy parecia indignado com a atitude do novato.

                Law sentia uma veia pulsando em sua cabeça, mas preferiu ignorar o apelido em que Luffy havia lhe dado e continuava seu discurso de maneira calma.

— Sugiro que façamos uma aliança com os outros alunos. Kid e Killer tem muitos seguidores, com certeza eles se aproveitariam das condições em que estamos agora.

—  EU TO DENTRO!! – Luffy aceitava de imediato para a surpresa de seus amigos.

— Não...não podemos voltar...estou com a doença... não-volte-para-a-escola – Ussop se lamentava

— Luffy, se vocês voltarem a lutar, Kid e Killer pode mata-los – Chopper parecia a ponto de chorar

—  Nós queremos ajudar – Bepo e seus amigos sorriam como forma de encorojamento.

                Aos poucos o grupo parecia mais animado, mas Robin joga um balde de água fria neles.

— Mesmo que todos aqui se dispusessem a ajudar, somos apenas 12 pessoas contra 238 alunos. Isso me parece inviavel.

                Hancock que escutava tudo atrás da porta, abre a porta de sopetão e entra no quarto.

— Eu e a Kuja iremos ajuda-los, queremos nos vingar também.

— Então eu tenho uma idéia  -diz Nami enquanto sorri diabolicamente.

                Uma semana se passou desde que o grupo de Luffy, Law e Hancock decidiram lutar contra a organização dos supernovas.

— Eu não acho que isso seja uma boa ideia – diz Chopper atrás de uma moita, escondendo o rosto e deixando o corpo à mostra.

— Confie em mim, tudo saira conforme o plano – Nami também observava a escola atrás da moita

                Finalmente Robin e as Kujas vinham virando a esquina da escola. Quando elas se aproximam dos  portões principais, Chopper e Nami saem de seus esconderijos. Nami segurava um mega-fone enquanto Chooper segurava uma placa.

Revolucionários X Supernovas

A MAIOR LUTA DE TODOS OS TEMPOS

ALISTEM-SE AQUI

                Nami respira fundo e enche os pulmões de ar. Era a hora da revolução.

—Atenção!!! Estudantes da Oda School....

                Os alunos param para prestar atenção na ruiva.

—Todos viram a atrocidade que fizeram contra nós no ginásio a alguns dias atrás. Todos viram a loucura de Kid. Não podemos mais confiar numa pessoa assim como o lider desta escola.

                Alguns alunos confirmavam com as cabeças. Mas toda aquela aglomeração na entrada também chamou a atenção dos diretos e professores, que assistiam tudo do prédio escolar.

—Já está na hora de dar um basta. Não queremos mais Kid como lider. Então se vocês concordam comigo, se alistem-se a nós.

                Os alunos permaneceram nos seus lugares, ninguém dizia ou fazia nada, ninguém era louco de se opor contra Kid. Chopper caminha por entre os alunos, tentava convence-los, mas era em vão.

                Porém Nami já esperava por essa reação dos alunos, por isso ela tinha um plano B. A ruiva segurava uma caixa escrito “Realize seus desejos”, dentro da caixa havia papeis que a pessoa sorteava e dentro de cada papel, estava escrito os desejos que seriam atendidos.

—Quem se alistar, poderá realizar seus desejos com essas belas garotas.

                Nami sorrindo indica com as mãos as garotas Kuja e Robin que estavam logo atrás dela.

—O QUE?????? ISSO NÃO FAZIA PARTE DO PLANO. – Hancock e as outras garotas ficam chocadas.

                 Em poucos segundos os alunos forma uma fila quilometrica, todos gritando e berrando que queriam se alistar. Nesse momento surge Luffy, com o peito enfaixado, Sanji fumando e Zoro carregando suas três espadas na cintura. Ao seu lado caminhava Law com sua espada e o braço quebrado. Bepo e seus amigos também estavam presentes.

—O que esta acontecendo? – diz Bepo ao ver a fila dos alunos.

—É comida de graça??? – Luffy começa a salivar de fome e corre na frente de todos

                O grupo segue Luffy, que logo fica desapontado pois a fila não tinha nada relacionado a comida.  Sanji ao perceber do que se tratava, começa a disputar com os outros alunos, afinal quem não quer ser cuidado por belas mulheres.

                O numero de pessoas alistadas estavam crescendo para alegria de Nami, mas sua felicidade dura pouco, já que surge Kid ao lado de Bonney e Killer logo atrás.

—Ora, ora...os insetos tiveram coragem de voltar – Kid se aproxima do grupo.

—Desta vez eu quebro sua cara – Luffy já começava a erguer a mangá da camisa, mas sente uma pontada de dor.

— Pelo visto vocês querem revanche, vou adorar esmagar vocês novamente – O ruivo passa a lingua nos labios.

                Law intervem e fica entre Kid e Luffy, o moreno não pode deixar de notar que Bonney ficou encabulada e  havia desviado o olhar.

— Vamos seguir suas regras, porém com algumas mudanças. Já que a luta entre Luffy e eu foi interrompida e considerando que agora estamos lutando juntos. Isso anula o primeiro adversiario. Então o próximo da lista seria o Basil , correto? – O moreno falava pausamente e analisava cada movimento do ruivo.

—Está com medo de me enfrentar novamente, Law?? – Kid se aproxima de Law

—Pelo contrário, quero ganhar de você seguindo suas próprias regras – Law continua a encara-lo

—Nem que vocês conseguissem toda a escola como aliados, teriam alguma chance contra mim- diz Kid

—Atualmente temos 83 inscritos – Robin analisava a lista de inscrições

                Kid recua um pouco chocado, não esperava que tantos alunos estivessem interessados nessa nova aliança. Incomodado ele agarra a cintura de Bonney e começa a caminhar para longe, não sem antes lançar um olhar mortal para Law.

                Nami aproveitando aquela distração se aproxima de Law e o obriga a pegar um cupom. E para a surpresa da garota, ele havia pegado o melhor desejo da caixa.

—Law, você pegou o melhor papel. Você pode escolher qualquer garota da escola para ser sua empregada por 1 dia.

                Law que ainda mantinha os olhos fixos em Kid, aponta o dedo para frente.

—Eu quero ela – Law apontava para Bonney

                Toda a escola suspende o ar por alguns segundos, Kid quase matou Law a poucas semanas atrás, agora Law e os outros criaram uma nova aliança para derruba-lo do poder e para completar, o novato estava querendo a namorada do lider.

                Kid se vira lentamente e sorri cinicamente.

—Pelo visto você quer tudo o que é meu – Kid ironiza

—Só quero aquilo que você não merece ter – finaliza o moreno.

                Bonney não sabe como agir, mas sente seu coração bater descompensado no peito. Ela agarra o braço de Kid, mas evita a qualquer custo encarar Law.

—Isso é idiotice, vamos embora – Bonney tenta puxar o ruivo pelo braço.

                Kid a afasta com um empurrão e avança para cima de Law, o agarrando pela gola da camisa.

—Quer dizer que você acha que é melhor do que eu?? – Kid diz ferozmente

—Posso provar que sou – Law permanecia imovel

—Hahahaha.... - o ruivo cai numa gargalhada e completa – Então pode pegar, talvez ela tenha mais serventia para você. Aproveita e faz o serviço completo. É isso que você quer??

                Kid a dispensa a namorada com um gesto de mão e Bonney constrangida sai rapidamente do local, porém Law apenas sorri.

— Então a troca está feita. Não reclame depois se acabar perdendo sua namorada.

                Irritado Kid avança sobre Law, mas é interrompido por Sengoku que segura seu punho.

—JÁ CHEGA COM ESSA PALHAÇADA, O SINAL JÁ TOCOU, TODOS VÃO PARA SUAS SALAS

—Você foi salvo desta vez, palhaço – Kid se solta de Sengoku e caminha em direção a sala.

                Todos os outros alunos começam a dispersar e o pátio fica vazio, com excessão de Luffy, Law e seus amigos.

— Cara, você tem bolas de ferro, nem eu teria coragem de roubar a namorada dele – Sanji apoia a mão no ombro de Law.

                Luffy e seus amigos caminham para a sala. Law suspira lentamente antes de caminhar em direção do terceiro andar.

                Na sala de aula, Bonney estava inquieta, se sentia humilhada e com raiva de Kid , ela tinha sido trocada como uma mercadoria. A garota observa Law que sentava numa carteira lá na frente. Sentia ódio dele também, desde o dia da luta, ela ficava desconfortavel ao lado dele, agora estava com tanto ódio que queria soca-lo também.

—Pelo visto você não vê a hora de ir para seu novo namoradinho.

                Bonney se assusta com Kid sussurando em seu ouvido, ele tinha percebido que a garota estava observando Law.

—Não é nada disso....estou com raiva dele e de você – diz a garota num tom de voz baixa

                Kid alisa os cabelos dela e a puxa para perto, enconstando a testa dela na sua, enquanto falava sua voz soava distante e fria.

—Eu fiz isso por nós...quero que você o vigie e descubra o que ele e o novo grupinho estão tramando.

—Mas eu não quero fazer isso – Bonney ergue um pouco o tom de voz e algumas pessoas a observam de canto de olho

—Faça o que eu estou mandando ou as coisas podem ficar complicadas para você, pequena.- Kid a silencia, tampando sua boca com as mãos.

                Bonney sente a garganta queimar e os olhos se encherem de lágrimas, não iria chorar na frente dele. Não iria ser mais humilhada do que já foi. Rapidamente ela se levanta e sai da sala.

                Law observa quando a garota de cabelos rosas sai da sala, mas permanece em seu lugar, enquanto olha para a janela. Quando o sinal toca, Robin se aproxima de sua mesa e lhe entrega um papel.

—Você irá precisar disso- Sem dizer mais nada ela sai e vai se encontrar com Franky na porta

                O moreno espera que todos saiam da sala e abre a folha, em seu interior continha o nome e o telefone de Bonney. Law não diz nada apenas guarda o papel no bolso e caminha em direção a saida. No entanto Bepo já estava o aguardando do lado de fora da sala.

—Humm...oi – Bepo diz timidamente

                Law apenas continua seu caminho, sendo seguido pelo grandalhão. Desde aquele dia no hospital, Bepo queria conversar com Law.

—Err...eu queria..eu gostaria de...

                 Bepo diz apressadamente, como Law não demonstra nenhuma reação ele continua falando enquanto o segue para os portões da escola

—Eu e meus amigos nós queriamos...você sabe...a gente...- Novamente Bepo fica sem saber o que dizer- Err...você está indo para algum lugar?

                Law finalmente para e encara Bepo.

—Eu estou com pressa, preciso achar um hotel ou algo assim...então seja breve.

                Bepo fica um pouco perdido, esperava que Law fosse um pouco mais gentil. Mas pelo visto, será dificil de consquistar sua amizade.

—Hummm...muito obrigado por estar nos ajudando. Eu realmente estou agradecido por estar do seu lado- Bepo se curva em agradecimento

                Law apenas acena e volta a caminhar, mas Bepo continua o seguindo

— Tem mais alguma coisa para dizer??

—Na verdade sim – Bepo sorri – Tenho um lugar onde você pode ficar.

                Bepo leva Law para sua casa, na frente havia um pequeno comercio onde tinha uma quitanda de verduras, o andar de cima era a casa onde Bepo e sua mãe viviam. Ao lado da vendinha, tinha uma escada de aluminio que dava para um grande terraço, lá tinha uma pequena casa.

—Aqui era onde meu pai costumava trabalhar, mas agora eu e minha mãe o usamos de deposito.

                Law observa a casa pela janela empoeirada, a casa tinha uma sala, uma cozinha e 2 portas ao lado da cozinha, onde era o quarto e o banheiro. Mas pelo que Law conseguia ver da janela havia muitas caixas espalhada pelo local e os moveis estavam cobertos com um pano branco.

—Se quiser eu posso ajuda-lo a limpar – Bepo diz alegremente.

—Tenho uma ideia melhor.

                Law pega o celular e retira o papel do bolso, discando rapidamente os números anotados ali.

—Quem é?? - Após alguns toques uma voz aparentemente irritada atende.

—Pode se dizer...que sou...seu mestre – Law diz com uma voz pausada e séria.

                Assim que Bonney reconhece quem é, ela desliga o celular. Mas Law é insistente e volta a ligar.

—O que você quer?? – Bonney parecia mais irritada ainda

—Creio que temos um trato. Venha para o endereço que eu vou te falar.

                Desde que Law desligou já havia se passado meia hora, Bepo estava colocando as caixas para fora, enquanto Law permanecia esperando no batente da porta.

—Esqueça, ela não vai aparecer – Dizia Bepo enxugando o suor do rosto.

—Ela virá.

                Passado alguns minutos a mãe de Bepo conduzia a garota de cabelos rosados.

—Ela estava perdida tentando achar nosso endereço – Dizia a mãe de Bepo sorridente – Bepo nunca trouxe tantos amigos para casa, irei preparar alguma coisa para vocês comerem.

                A mulher desce as escadas feliz, Bepo olhava admirado para Bonney, afinal ela apareceu mesmo. Bonney estava de braço cruzados e não parecia estar de bom humor.

—Você está atrasada – diz Law checando o relogio.

—Vê se não enche...o que quer comigo afinal? – Bonney fuzila Law com ódio no olhar.

                O moreno apenas indica com o polegar a casa, as caixas ainda estavam espalhadas pela sala, Bepo havia tirado a maioria, mas o local ainda estava sujo e cheirando mofo.

— Você só pode estar brincando...eu não vou limpar porra nenhuma – Bonney começa a se virar para descer as escadas.

—Achei que você cumpriria com sua palavra.  Até porque eu não posso carregar peso – Law levanta o braço engessado.

              Bonney parecia que iria explodir de raiva, ela bufa e pisando firme entra na casa, enquanto tirava algumas caixas do caminho, Bonney não conseguia deixar de ficar furiosa. Primeiro com Law,  depois o Kid, e por fim consigo mesma. Ia sussurrando pra si mesma enquanto mexia na bagunça que era a casa de Bepo.

— Afinal, que direito esse novato tem de me dar ordens? Algum cupom estúpido tirado em um sorteio sobre o qual eu nem fui avisada? Isso nem faz sentido!

                Enquanto arrumava as caixas em uma pilha no canto da sala, ela continuava a questionar as circunstâncias que a levaram até ali.

— E quanto ao Kid, aquele cretino? Como pôde me tratar desse jeito, me dando de bandeja pra esse tal de Law, como se eu fosse um pedaço de carne? E afinal, que raios eu estou fazendo aqui, me submetendo a tudo isso?

                Uma das caixas continha alguns pedaços velhos de madeira, e um dos pregos perfura o dedo da garota, que começa a sangrar.

— Droga...

                Bonney via o sangue pingar no chão. O mesmo sangue que flui em todas as criaturas vivas. Mas quando foi a última vez que Bonney tinha se sentido viva de verdade? Com certeza antes de começar o namoro com Kid. Antes de ter suas vontades reprimidas pelo maníaco de cabelos vermelhos.

— E olhe pra mim agora. Servindo de empregada para alguém tão doente quanto ele... – Resmungou a garota.

                Mas apesar do desconforto, havia algo diferente na sensação de estar ali. Tinha a ver com algo que o novato havia dito no último encontro com Kid.  Ele olhou nos olhos do aluno considerado o mais forte da escola e disse que queria tudo o que ele não merece. Incluindo ela.

— Será que ele quis dizer que eu sou boa demais para o Kid?... – refletiu Bonney consigo mesma.

— Sim, foi mais ou menos isso.

A garota se virou com o salto, devido ao susto. Deu de cara com Law, encostado de forma desleixada no batente da porta, com os braços cruzados.

— Você sempre resmunga desse jeito quando faz faxina? – Perguntou o rapaz, com tom monótono.

— Não enche!

— Estou com sono, então não demore muito para arrumar isso, preciso dormir.

— Ah é? Então por que você não arruma sozinho e depois vai à merda, hein novato? – enquanto falava a garota larga uma caixa no chão, espalhando todo o seu conteúdo.

— Você deveria ter respeito pelos pertences dos outros. – Disse Law, sem esboçar nenhuma reação.

— Respeito? – Esbravejou Bonney – O mesmo respeito que você e aquele palhaço do Kid demonstraram por mim, me tratando que nem mercadoria?

— Não estou te tratando como mercadoria. – Respondeu Law, no mesmo tom monótono de antes. – Na verdade acho até que te fiz um imenso favor te tirando de perto daquele sádico que você chama de namorado.

— Ah, claro, e esquartejar dez alunos é bem normal da sua parte. – Ironizou a garota.

— Em primeiro lugar, eles me atacaram. Você sabe muito bem como funciona a escola. Meu alvo era apenas o mais forte. Os fracos se envolveram porque quiseram. Segundo, eu não machuquei nenhum inocente, ninguém que estivesse fora da briga. E eu jamais atacaria um bando de garotas como ele e o Killer fizeram na quadra.

— Isso não o torna melhor do que ele. Nenhum dos dois sabe respeitar uma garota, seja de um jeito ou de outro.

— Pense como quiser. Mas o fato é o seguinte: quando eu te liguei, você tinha duas opções. Desligar na minha cara e ficar em casa, provavelmente pra depois encontra seu namorado psicótico; ou sair e encontrar um estranho tão doente quanto ele, como você mesmo disse. E o simples fato de você estar aqui demonstra o quão desesperadamente você está para quer fugir daquele cara e do bando dele.

                A garota gaguejou, depois ficou em silêncio. Havia mais verdade naquelas palavras do que ela gostaria de admitir.

— Se quer mesmo ficar furiosa – continuou Law – fique furiosa com ele.  Eu te chamei aqui porque tirei um cupom estúpido em um jogo que você nem sabia que existia. Mas isso não o impediu de te entregar pra mim como se fosse uma vira lata trocando de dono. Eu disse que vou tirar tudo o que ele não merece, e é exatamente isso que eu vou fazer. Tirar tudo dele.

                Enquanto virava as costas para sair do quarto, Law olha por cima do ombro e diz:

— Incluindo você.

                Em seguida a garota fica sozinha, desnorteada. Por mais que o novato fosse arrogante e sedento por poder, havia muita verdade em suas palavras. Sem nem mesmo saber o porquê, Bonney continua a limpar o quarto mecanicamente, como se estivesse agora em outro lugar, perdida em pensamentos.

                Enquanto isso Bepo observava a conversa dos dois pela cozinha, ele percebe quando Law caminha em sua direção.  O grandão fica constrangido por ter ouvido os dois e tenta disfarçar.

— Minha mãe trouxe esses biscoitos – Bepo estendia a assadeira para o moreno.

                O moreno se aproxima do balcão da cozinha, ao mesmo tempo em que o telefone de Bonney começa a tocar no quarto.

— Como assim internado?? Meu pai está bem??

                Bonney procurava sua bolsa pelo local, Law e Bepo observavam a aflição da jovem. Ela pega suas coisas e sai correndo da casa de Bepo, enquanto continuava sua ligação.

— Acho melhor segui-la

                Antes que Bepo pudesse dizer alguma coisa, Law já seguia o mesmo caminho de Bonney.

CONTINUA....

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Out of Tune" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.