— Eu não sei do que você está falando.

Não era a resposta que ele queria, estava longe de ser, mas aquele não era o momento para conversarmos sobre as nossas alucinações provocadas pela saudade que Allison causava. Um dos nossos havia morrido, e eu não estava pronta para debater algo com ninguém, Scott muito menos. Ele ansiava por uma resposta real, seus olhar gritava para que eu dissesse que não estava ficando maluco, e que eu também à via.

— Você sabe sim do que eu estou falando. – grunhiu, segurando os meus braços com força.

— Scott – Stiles o repreendeu saindo do carro, suas mãos logo se afrouxaram. – Cara, você não está legal. Vai pra casa e descansa, todos nós precisamos disso.

As mãos do alfa caíram ao lado do seu corpo e ele me lançou um olhar pedindo desculpas. Não respondi, nada mais foi dito. Ele lançou um ultimo olhar piedoso em nossa direção e depois partiu para a floresta, já com suas garras a mostra. Eu, por outro lado, não conseguia ao menos raciocinar e pensar no que fazer. Deixei com que Stiles me guiasse até o seu Jipe sem controle nenhum sobre meus pés, ele fechou a porta e antes mesmo que estivesse dentro do carro encostei minha cabeça no vidro, caindo em um sono profundo.

***

Stiles Stilinski

Isaac estava morto e eu ainda não sabia o que fazer em relação a isso. Scott estaria devastado, assim como Derek – não que eu me importasse muito. - , e Lydia. Ela dormiu durante todo o caminho até a minha casa, e eu preferia que continuasse assim, com seus olhos fechados. A saúde mental dela nos últimos dias estava me preocupando, e agora eu tinha um motivo a mais na minha preocupação.

Eu havia prometido, e falhei, mais uma vez.

Prometi à ela, em quanto estávamos a caminho da casa de Isaac, que chegaríamos a tempo de salva-lo. Quando conseguimos tira-lo de dentro do frízer congelante ele ainda estava vivo, mas não durou por muito tempo. Ele morreu nos braços dela, em quanto a mesma falava algo com ele que eu não fazia questão do que era.

O carro parado em frente a minha casa fez com que eu pudesse repara-la durante algum tempo. Estava, de maneira desajeitada, encostada com a cabeça no vidro do Jipe, com os olhos um pouco inchados, denunciando que havia chorado, a ponta de seu nariz estava levemente rosada e os cabelos bagunçados, que na minha opinião, conseguiam ficar ainda mais bonitos.

Lydia se remexeu desconfortável no banco e eu me perguntei com o que estava sonhando.

Seus olhos, um pouco vermelhos se abriram lentamente, ajeitando o corpo no banco logo em seguida. Ela me olhou com um leve sorriso nos lábios, e mesmo sem entender eu retribui.

— Obrigada, Stiles – ela disse. – Por tudo.