By The Sea escrita por Breatty, Ballus


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo é só para dá aquele gostinho haha no próximo vamos trazer bem mais coisas. Vamos lá!



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Roland

Estava viajando pelo mundo divulgando meu novo livro, já estava exausto. Meu livro estava sendo um sucesso nas críticas literárias e minha editora já me cobrava um novo livro. Cheguei em casa hoje. Como sentia falta de Nova York, do meu apartamento. Adoro ir ao Central Park e observar as pessoas, conseguia muita inspiração aqui. E isso foi a primeira coisa que fiz assim que retornei. Às vezes me perco no tempo e passo horas olhando e ouvindo tudo ao meu redor. Só eu, meu caderno, caneta e meu cigarro, tudo que eu preciso no momento.

Quando estava indo embora me entregaram um folheto de uma apresentação que estava acontecendo em Nova York da “Companhia New York City Ballet”, a mais conhecida na cidade. Gostei do tema, Cisne Negro, tinha um mistério na foto dos bailarinos, acho que vou conferir. O espetáculo ia ser só no sábado. Hoje resolvo ir reencontrar uns amigos e jogar conversa fora.

[...]

Chego ao Teatro Lincoln Center, sento nas primeiras fileiras. Olho para o lado, observo todos muito bem vestidos e bonitos. As luzes ainda estão acesas, as cortinas fechadas. Espero começar...

Passam alguns minutos e as cortinas se abrem, as luzes apagam. A música se inicia, sua melodia é forte e intensa. O espetáculo inicia e uma bailarina surge saltando e rodopiando ao meus olhos. Observo cada traço de seu corpo. Ela é linda, nunca vi ninguém assim. Ela olha para plateia e avisto seus lindos olhos, e por um segundo acho que ela olhou para mim. Depois um bailarino aparece na cena, ele pega ela nos braços e a joga para cima, segura, roda ela de um lado para o outro, seus braços a envolvem tão forte, ele toca seu corpo. Me incomodo com isso. Ela toca seu rosto e sorri. E que sorriso. Ela olha para a plateia e de novo acho que ela olhou nos meus olhos, me encarando. O espetáculo termina e eu não consigo tirar ela da minha cabeça. Eu preciso ver ela de novo. Fui hipnotizado por essa dança.

[...]

Passo a semana com ela na minha cabeça, sua dança repassa na minha mente, a leveza do seu corpo, sua coreografia, seu olhar intenso, seu sorriso. Só poderia ver ela no próximo sábado, eu não sabia nada sobre ela, o único lugar que sabia que ela estaria era no teatro. Essa seria sua última apresentação do espetáculo na cidade, depois eles iriam para a Europa para umas apresentações em Londres. Eu não consigo esconder minha ansiedade, eu precisava falar com ela, saber quem ela é.

[...]

Finalmente hoje é sábado. Descubro que depois da apresentação vai ter uma festa de encerramento do espetáculo e eu consegui um convite. Fico nervoso, hoje eu vou falar com ela.

Assisto a apresentação e não consigo desviar o olhar dela. Quando percebo o espetáculo já está chegando ao final. Todos os bailarinos sobem no palco, agradecem aos aplausos. Ela recebe flores do dançarino que ela dança na maior parte do tempo. Saio do teatro e vou para a festa de encerramento. Quando entro no local vejo muitas pessoa já com champanhe na mãos, vejo alguns dançarinos do grupo. Procuro por ela e nada. Converso com algumas pessoas, me sirvo de uísque. Depois de algum tempo eu avisto ela conversando com umas pessoas, sorrindo. Ela usa um vestido e cabelo solto, seu cabelo é louro claro.

Ela nunca fica sozinha, nem por um segundo, queria falar com ela as sós. O cara que dança com ela sempre está perto. Estou achando que eles têm alguma coisa, mas ela não dá muita confiança para ele. Vou ter que descobrir. Passo a noite olhando para ela e por um minuto ela vai ao balcão pegar um drink, ela se senta numa cadeira. Aproveito a oportunidade e vou atrás. Sento ao seu lado, ela me olha, seus olhos são verdes vivos. Ela me dá um meio sorriso.

— A estrela do espetáculo nunca fica só. — digo sorrindo.

— Ossos do oficio. — ela responde e sorri.

— Parabéns. — digo.

— Obrigada.

— Sou Roland Bertrand. — levanto minha mão para cumprimentá-la.

— O escritor? — me olha curiosa.

— Sim. — então ela conhece meus livros.

— Nossa, amo seus livros. Sou Vanessa Montgomery, prazer em conhecer você. — ela segura minha mão e aperta. Por um segundo sinto algo diferente no seu toque.

Sorri.

— Sempre quis ser dançarina? — pergunto.

— Danço desde os 6 anos. — respondeu com o brilho no olhar.

Conversamos por alguns minutos, a conversa fluía muito bem. De repente ela fica olhando de um lado para o outro. Fico impaciente.

— Está procurando alguém?

— Não. — suspira. — Quer dizer sim. — responde.

— Namorado?

Espero ansioso por sua resposta.

— Sim. — sorri tímida. Achei um charme.

— Claro que tem namorado. Então acho que me despeço de você agora. — digo cabisbaixo.

— Não, você pode ficar se quiser.

Me olha e sorri lindamente.

— Quando será seu próximo espetáculo? — pergunto.

— A companhia vai viajar para Londres, vamos passar duas semanas lá. Depois disso vamos começar a ensaiar uma nova peça.

— Que pena, já estava virando uma rotina ir ver você dançar. — digo.

— Você só ia para me ver? — pergunta assustada.

— Sim.

Sorri e vejo ela sorri de canto.

— Eu estou lendo seu novo livro, estou gostando muito. Se não for pedir muito, queria saber se você poderia autografar para mim.

Olho para ela e vejo uma chance de vê-la de novo.

— Com todo prazer. Poderíamos nos encontrar num café amanhã, o que acha? — pergunto.

Ela analisa a pergunta, pensa e dá sua resposta.

— Tudo bem, combinado. Amanhã no Hard Rock Café, as 18 horas.

Saiu flutuando na minha frente, minutos depois avisto ela indo embora, ela vira o rosto e olha para mim, sorri e ela me sorriu de volta.

 

Vanessa

Quando eu subo no palco e danço, sinto uma enorme alegria. No palco é onde eu me realizo, onde eu expresso meus sentimentos. Depois de muita luta e inúmeros teste, consegui entrar na melhor Companhia de Balé da cidade de Nova York, sou a primeira bailarina, esse é meu sonho desde que era pequena. Tenho a vida que quero ter, moro sozinha, pago minha contas, sou independente, e acabo levando olhares maldosos, acho que nasci na época errada, eu não posso ter voz e eu quero ter voz. Tem alguns meses que saio com Patrick, ele é novo na companhia, ótima pessoa e o melhor, ele faz tudo por mim. Não vou dizer que sou apaixonada por ele, mas eu ensaio 7 dias por semana, 12 horas por dia, não saio muito a noite porque tenho que acordar cedo, então é aqui que posso conseguir namorar. Assim estamos que meio que namorando.

Hoje é nossa última apresentação aqui no Lincoln Center, depois vamos viajar para Londres e passar duas semanas fazendo apresentações. Depois do espetáculo vamos para o coquetel para a Companhia e alguns convidados, chego com meus colegas e Patrick, conversamos e rimos muito com todo mundo. Sinto um homem olhando para mim a noite toda, ele é bonito, alto e muito elegante, mais velho que eu, deve ter seus 32 ou 33 anos. Vejo ele me encarando, fico incomodada. Depois vou pegar uma bebida e não demora muito ele se aproxima. Senta ao meu lado. Sorri e começa a puxar assunto. Descubro que ele é o escritor do meu livro favorito “O sentimento obscuro”. Ele é muito simpático e galanteador. Ele não dá em cima de mim descaradamente, ele é elegante na sua fala. Acaba me chamando atenção, quero ver ele de novo. Ele me convida para um café, sorri por dentro vitoriosa e saio dali, já demorei tempo demais e já senti os olhos do Patrick por trás.

— Quem era aquele cara com que conversava? — pergunta desconfiado.

— Ninguém, só um fã de dança clássica. — respondo séria.

— Não gostei do jeito que ele te olhou. — olho para ele.

— Vamos embora, estou cansada. — digo sem dá atenção para seu comentário.

Olho para ele de relance e ele ainda olhava para mim, sorriu e coloca seu copo no ar como um brinde. Sorri de volta e fui embora.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem. Beijos!