Acampamento Olympus escrita por Cris de Leão


Capítulo 26
Cap. 25 - Preconceitos




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/678098/chapter/26

Enquanto Percy e Nico seguiam com Chris Rodriguez até o lago, o grupinho que causou tudo isso se esconderam do instrutor e riam pra se acabar.

— Hahahaha! Vocês viram como eles ficaram? – disse rindo um deles.

— Sim, hahaha! Sujos e fedorentos – disse outro.

— Bem feito praquelas duas bichinhas – disse outro.

Os três caem na gargalhada de novo. Mas a líder não estava rindo. Ela ficou assustada quando o instrutor de rapel apareceu de repente. Assim que ele falou ela mandou suspender o ataque e se esconderam. Depois quando viram que ele levava os dois garotos para o lago saíram do esconderijo e agora riam de seus feitos. Mas Clarisse já estava arrependida do que fez, se Chris soubesse que ela armou isso com certeza iria ficar chateado, pois como disse Silena, ela tinha uma queda pelo instrutor. Ela nunca tinha se sentido assim antes, pois não ligava para essas coisas de romance, achava muito meloso e chato. Mas ao ouvir a voz do rapaz seu coração deu um salto e começou a bater mais forte. Se isso era estar apaixonada, então ela estava.

— Vamos embora – disse ela.

Nesse momento os dois garotos se lavavam a beira do lago sob os olhares de Chris. Os meninos retiraram as roupas e o lavaram na água para retirar a lama que grudara nelas. Ambos só de cueca. Depois lavaram a si mesmos que não estavam diferentes. Nico ficou um tanto hesitante de entrar na água, pois só a visão do lago lhe dava arrepios. Percy percebeu e guiou Nico até uma parte rasa e o ajudou a se limpar.

Chris via o cuidado que o garoto de olhos verdes tinha com o outro. Era incrível como esse jovem era tão protetor. Ele notou que Percy abraçava Nico, protegendo-o com o próprio corpo. Sorriu. Lembrou de si mesmo quando tinha a idade deles. Quando ainda estava no colégio ele se apaixonara por um colega de classe, os dois passaram a namorar, mas não eram vistos com bons olhos pelos outros. Por causa disso ambos sofreram preconceito, mas eles não deixaram que isso atrapalhasse, o amor deles sobreviveu até hoje.   Esses jovens ainda iam sofrer muitos preconceitos. Embora o mundo hoje fosse mais liberal com relação à sexualidade, ainda existiam aqueles que não toleravam certas coisas e era por causa desses que pessoas como esses dois jovens eram vitimas de violência.

Percy e Nico saem da água ensopados até os ossos. Nico tremia de frio.

— Muito bem garotos, agora vão para os alojamentos tomar um banho quente, depois podem ir ao refeitório – disse Chris acompanhando os dois.

Nico entra em seu alojamento e Percy no dele.

Enquanto os meninos estão no banho, o instrutor ligava para o Sr. Keaton.

— Keaton.

— Aqui é Chris Rodriguez. Sr., verifique se está faltando alguém no refeitório, por favor.

— Aconteceu alguma coisa Chris?

— Sim senhor. Aqueles dois jovens foram atacados de novo.

— O que aconteceu? — perguntou enquanto vasculhava o local.

— Alguém jogou lama nos dois enquanto saíam do alojamento. Eles estão nesse momento tomando banho, mas eles não viram quem foi, por isso preciso saber se está faltando mais alguém além dos dois.

— Sim, está faltando quatro jovens. Ah, acabaram de entrar e estão rindo.

— Quem são?

— Clarisse e sua turma.  

— Já suspeitava. Sr., isso não pode mais continuar. Já está virando abuso.

— Pode deixar que eu cuido disso.

— Ok.

Enquanto isso Nico e Percy terminavam seu banho e trocavam de roupa. Ambos saem de seus alojamentos e vão para o refeitório. Eles, junto com o instrutor entram e se dirigem a mesa onde estão seus amigos.

— Vocês dois demoraram, o que estavam fazendo? – perguntou Jason já pensando besteira.

— Fomos atacados quando saíamos do alojamento – disse Percy sério. – Por isso demoramos.

— O que aconteceu? – perguntou Jason sério.

— Quando estávamos saindo alguém nos jogou bolas de lama fedida. Tivemos que nos banhar no lago pra tirar a sujeira. Só então voltamos ao alojamento para tomar um banho decente – disse Nico de cenho franzido.

— Meu Deus! – disse Hazel. – Vocês viram quem foi?

— Não, estava muito escuro – disse Percy. – Além do mais eu estava ocupado protegendo o Nico.

— Que horror! Quando essa perseguição vai ter fim? – perguntou Piper. – Alguém tem que tomar uma providência.

— O Chris nos ajudou, foi graças a chegada dele que o ataque parou. A essa altura os diretores já devem estar sabendo – disse Percy.

— Tomara que peguem quem fez isso – disse Hazel.

Depois do jantar eles se dirigiram à fogueira Percy e Nico não ficaram muito tempo. Nico estava um pouco abalado pelo o que aconteceu, por isso queria voltar para o alojamento.

— O Nico não parece bem – disse Hazel. – Tadinho!

— Pudera, depois de ter sofrido uma quase morte, até eu também ficaria abalada – disse Piper. – Nico vai precisar muito do nosso apoio.

— Quem será que fez isso? – pergunta Hazel.

— Seja quem for vai ser punido – disse Jason. – Isso não pode mais continuar.

Elas assentem.

Reyna que acompanhava Nico e Percy levava consigo Tyson e Ella.

— Obrigado por nos acompanhar Reyna – Nico agradeceu.

— Por nada. O Percy é quase um irmão para mim e você é um amigo. Eu lamento o que aconteceu – disse Reyna em solidariedade.

— Obrigado Reyna – Nico agradeceu e depois entrou com Percy.

— Vamos crianças – disse Reyna.

— O Nico tá dodói? – perguntou Tyson.

— Não, ele só está muito cansado – disse Reyna para não preocupar o menino. – O Percy vai ajudá-lo a dormir.

— O Percy sempre me ajuda a dormir – disse Tyson alegre. – Ele conta historinhas pra mim.

— É mesmo? Que legal! – disse Reyna sorrindo.

— Ella também gosta de historinhas que Reyna conta – disse Ella alegre. Ela e Tyson se tornaram amiguinhos. Não se desgrudavam mais.

Reyna sorria com a alegria das crianças. Pelo menos eles estavam felizes, estavam alheios aos problemas dos mais velhos. Ela voltou para junto dos outros na fogueira.

Tyson e Ella de mãos dadas correram para junto dos três que aguardavam.

— Como ele está? – perguntou Jason.

— Um pouco abalado. Percy ficou com ele – disse Reyna se sentando. Tyson e Ella tagarelavam num canto.

— Eles ainda vão sofrer muitos preconceitos. Pode ter certeza disso – disse Piper. – Ainda tem mais um semestre de escola. E é aí que vamos precisar ficar atentos.

Todos assentem.

Enquanto isso o Sr Keaton conversava com os quatro arruaceiros. Ele os tinha abordado antes que saíssem do refeitório.

— Eu recebi uma denúncia de que vocês quatro armaram para Sr Di Angelo e o Sr Jackson. Então, quem vai começar a falar?

Os três garotos estavam se segurando para não dá uma gargalhada. Clarisse estava séria.

— Se vocês não falarem terei que chamar seus pais – ameaçou.

— Foi ideia da Clarisse – disse um dos garotos tão rápido que não deu tempo dos outros pensarem. Só o fato de encarar seus pais era assustador, por isso não pensou duas vezes e acusou a única mulher do grupo.

Os outros o olhavam de olhos arregalados. Clarisse continuava impassível.

— Isso é verdade senhorita? – perguntou o diretor.

— Sim senhor – disse a garota sem se abalar. – A ideia foi minha, mas os três patetas me ajudaram.

Keaton suspirou. Adolescentes!

— Por quê? – perguntou.

— Porque são duas bichas – disse um dos garotos. Os três batem a mão um do outro.

— Eles são aberrações – disse outro, novamente o cumprimento.

 - É. Merecem uma lição – disse o último cumprimentando os outros dois.

— Senhorita La Rue, é assim que pensa? – perguntou o diretor. – Foi por isso que atacou os jovens?

— É. Foi. Eles não são normais – disse ela com hesitação. Keaton percebeu que a garota fingia ser durona. Parece que falava forçado.

— Vocês três saiam – ele manda os garotos saírem. Quando eles saem ele se vira para Clarisse.

— Senhorita La Rue, conte-me a verdade. Você não parece está feliz com o que fez.

Clarisse suspira.

— Me desculpe. Eu realmente não queria fazer aquilo. Foi um impulso, era só uma brincadeira. Não era nada sério.

— Seus companheiros não pensam assim. A senhorita ouviu o que eles disseram. Eles encararam essa “brincadeira” como punição. Isso não se faz senhorita La Rue, esse tipo de “brincadeira” como a senhorita chama, machuca.

— Mas eles não ficaram feridos – ela argumentou.

— Eu não me refiro ao machucado físico, mas o emocional. Ou já esqueceu o que aconteceu ao Di Angelo? Isso afetou o seu emocional. O garoto ainda está se recuperando do susto. Ele quase morreu, sabia? – disse o diretor zangado.

Clarisse começou a chorar. Apesar de bancar a durona, ela tinha sentimentos. Sofria muito nas mãos do pai que não admitia fracassos. Sempre cobrava da filha a perfeição. Clarisse não tinha coragem de enfrentá-lo, por isso, para extravazar sua frustração descontava nos outros. Ela formou seu grupinho de encrenqueiros em que só consistia de garotos. Para se manter na liderança fazia brincadeiras de mau gosto com pessoas, que na opinião dela eram consideradas fracotes. O alvo deles eram sempre os baixinhos, nerds e calouros e agora os homossexuais.

Keaton dá um suspiro e se aproxima da garota.

— Escute, espero que isso não aconteça mais. Sei que a senhorita é uma boa pessoa, não deixe que más companhias a influencie. A senhorita é quem vai sair perdendo com tudo isso. Ficará sozinha e sem amigos. Esses que estão lá fora não são seus amigos, do contrário não a teriam acusado, não é mesmo? – disse o diretor.

Clarisse olha para o diretor e então limpa as lágrimas e respira fundo.

— Tem razão senhor. Eu... eu vou me desculpar com o Nico e o Percy – ela disse se levantando.

— Assim que se fala. Boa sorte senhorita, porque vai precisar.

Clarisse sai da sala do diretor. Os três a esperavam.

— E então? Como foi? – perguntou um deles.

— Foi muito bem. Eu tomei uma decisão – disse ela para os três. – A partir de hoje nosso grupo está desfeito.

Os três a olham de olhos arregalados.

— Mas por quê? O que aconteceu?

— Vocês são meus amigos? – perguntou. Os três olharam um para o outro.

— É claro que somos – disseram.

— Então por que me culparam? – ela perguntou cruzando os braços.

— Bem.... é que.... fala você – um empurra para o outro. – Não fala você. Foi você que a culpou.

— Tá vendo? Vocês são um bando de falsos. Não quero mais saber de vocês. O grupo está desfeito – ela disse já se afastando.

— Pera aí Clarisse, volta aqui – disse um deles. – E agora? O que a gente faz?

— Quer saber, foi melhor assim. Pelo menos não temos mais que obedecer ordens de uma garota  - disse o outro.

— É mesmo – disse o outro dando de ombros. – Vamos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até o próximo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Acampamento Olympus" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.