Polaroid escrita por Swimmer


Capítulo 8
Be Careful With What You Talk


Notas iniciais do capítulo

Olá, pequenas paçocas! Como têm passado?
Peguem seus copos de suco de maracujá (ou outra coisa que acalme, se não gostarem de maracujá. Brigadeiro funciona) e tentem não querer matar ninguém nesse capítulo, okay?
Enjoy, kids!



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Annabeth



O garoto a encarava, entediado. Ele repetia a mesma coisa há uma hora, mas ela não o deixava em paz.

—Annabeth, tá tudo bem, okay? - Jake abriu a geladeira - Eu só desloquei o pulso. Esquerdo! - ele levantou o braço um pouco.

Ela passou na frente dele e tirou leite e suco da geladeira, ele ia acabar se machucando ainda mais.

—Eu sei, mas talvez ainda não esteja pronto para ir pra escola ainda. O que poderia ter de tão interessante lá para fazer você recusar a chance de dormir?

Ele fechou a geladeira e sorriu pra ela. Ficou encarando a irmã até ela entender.

—Ai meu Deus! Eu não acredito! Quem é ela? - Annabeth colocou leite e cereal numa tigela e passou pra ele.

—Eu consigo pegar cereal sozinho, sabia? E não vou dizer.

—Por favor - disse ela prolongando as vogais. - Eu te conto tudo!

—Não - ele parou a colher de cereal a meio caminho da boca. - Você não conta. Mas é claro posso abrir uma exceção se você me disser por que está saindo com aquele cara. E não diga que gosta dele porque eu sei que não é verdade.

—Não posso dizer - ela pensou no que ele diria se soubesse.

Provavelmente faria um discurso sobre quão idiota e desnecessário era tudo aquilo e se ofereceria para ajudá-la. Mas Annabeth se preocupava demais com o irmão mais novo para deixar que ele arriscasse as próprias notas para ajudá-la.

—Então também não posso, minha cara irmã.

—Já comeu o suficiente, vamos - ela pegou as chaves do carro do bolso dele.

—Ei! Eu estou em fase de crescimento, preciso comer!

Ela o ignorou e abriu a porta da frente.

Na primeira aula a garota discutiu com Drew Tanaka. Elas estavam na mesma sala de debate, o professor mandou que escrevessem sobre "respeito na sociedade independentemente de qualquer coisa". Annabeth tinha que defender, ao contrário Drew. Para a outra foi fácil, já que praticamente tinha o discurso decorado, mesmo que não dissesse abertamente.

O trabalho virou uma discussão de verdade e o professor era tão tapado que deu nota máxima para as duas.

Antes que alguém pudesse dizer mais alguma coisa, Reyna empurrou Annabeth pra fora da sala e em direção à próxima aula, que tinham juntas.

Agora era hora do almoço. Para a infelicidade de Annabeth e dos amigos, Jackson decidira almoçar com eles. A bandeja dele e de Leo tinham praticamente a mesma quantidade de comida, o que era assustador, daria para alimentar um exército com aquilo.

—Então, é verdade que a Katie vomitou em você no terceiro ano? - Leo perguntou.

—É. Ela meio que gostava de mim quando a gente era criança - Percy respondeu e enfiou três batatas fritas na boca de uma vez só.

—Legal - Leo riu.

—Valdez, qual parte do "não confraternizar com o inimigo" você não entendeu? - Thalia jogou uma batata da própria bandeja dele.

—Não desperdiça, tem gente passando fome por aí - Leo agarrou a batata e comeu.

—Também te amo, priminha.

—Vai se ferrar. Por que não vai lá na mesa dos seus amiguinhos babacas e deixa a gente em paz? - Thalia revirou os olhos.

Ela tivera um dos ataques dela hoje. Usava uma blusa vermelha e uma saia preta de couro. O cabelo estava solto, mas uma pequena parte estava trançada de lado. Às vezes a garota simplesmente acordava e desenterrada roupas do armário. Quando Thalia comprou a saia, usou numa reunião de família, mas Annabeth duvidava que Zeus aprovaria o comprimento agora. Não que isso diminuísse a beleza dela.

Percy tinha se sentado ao lado da loira, mas ela trocara de lugar com Leo. Já Piper, estava na mesa dos garotos, com Jason. Era tanta melação que chegava a dar diabetes.

—Annie, ainda vai comigo no aeroporto? - Leo perguntou.

—Claro - ela sorriu.

—Aeroporto? Posso ir junto? - Percy perguntou.

—Claro. Que não, querido - ela continuou sorrindo, mas dessa vez era um sorriso irônico.

Uma amiga de infância de Leo estava vindo morar na cidade e Leo tinha prometido ir buscá-la. Era uma ótima desculpa para não ter que ficar ouvindo Percy a tarde toda.

—Vem me buscar depois que eu sair da biblioteca, okay?

—Beleza. Alguém quer Coca?

Percy


Ser da equipe de natação tinha suas vantagens. Uma delas era, com certeza, não precisar participar de uma aula extra ou clube idiota.

A escola tinha duas piscinas, uma para o time feminino e outra para o masculino. Percy estava particularmente irritado hoje para prestar atenção nos comentários dos colegas de time sobre as garotas. O teatro dele com Annabeth não estava exatamente funcionando, as pessoas continuavam vindo perguntar pra ele se era verdade e apresentando mil argumentos para provar que eles não estavam juntos.

"Mas nem de mãos dadas vocês andam", "Ela parece gostar mais do Valdez do que de você", "Cara, a loirinha te odeia", "Acho que ela tá te traindo com aquele amigo dela".

Ele dera um soco no garoto que fizera o último comentário. Fora da escola, claro, não podia correr o risco de ser expulso da equipe.

Por que ele se meteu nessa droga de jogo? Teria sido muito mais fácil só dizer pra Rachel que tinha pegado sarampo.

—Estão todos aqui, seus molengas? - O treinador gritou. - Carter, Smith, Brandway, Jackson e Wate, pra água.

Percy respirou fundo e se posicionou. Quando entrou na água, esqueceu de tudo por um instante. Sentia a água ao redor dele e se movia rapidamente, era como se a água facilitasse pra ele e se abrisse. Como se ele a controlasse. Quando entrava na piscina, sentia que tudo que importava era ir mais rápido. Mais rápido que os outros do time e mais rápido que os próprios pensamentos.

Ele voltou para o ponto de partida pelo menos cinco segundos antes do segundo garoto.

—Ótimo, agora movam essas bundas moles pra fora da piscina pros outros tentarem - o treinador gritou. - Bom trabalho, Jackson.

—Valeu, sr. Yunake.

Depois de mais uma hora e vários gritos, o treino acabou e eles foram para o vestiário.

Percy abriu o armário, pegou o celular e viu que Tyson mandara uma mensagem. "Ella tá perguntando se você e a Annabeth querem jantar com a gente hoje" dizia.

"Vou ver com ela e te digo" ele respondeu.

—E aí, Jackson? - um garoto, Josh Brandway, gritou e se aproximou com um amigo. - Como tá a sua namorada?

—A Annabeth? Bem, por quê?

—E tem outra? - o outro garoto sorriu.

—Não, cara, só ela. Sou um exemplo a ser seguido - foi a vez dele de sorrir.

—Aham, sei. Fala sério, Jackson - ele abaixou o tom de voz - a gente sabe que você só tá com ela por causa daquilo - Josh riu - e que vai largar ela assim que conseguir.

Percy levou alguns segundos para entender o que ele quis dizer. Quando finalmente entendeu imaginou Annabeth usando os sapatos de salto para bater na cabeça dele só por pensar nisso. Ele passava muito tempo imaginando o que Annabeth faria, tinha que parar com isso.

Ele já tinha gente demais duvidando dele, antes que pudesse pensar, as palavras se jogaram pra fora da sua boca:

—E quem disse que já não consegui? - Percy forçou um sorriso.

Josh levantou uma sobrancelha, surpreso.

O amigo dele abriu a boca, mas estava olhando por cima do ombro de Percy.

—Que foi, cara? - ele continuou sorrindo e se virou.

Assim que encontrou o motivo da surpresa do garoto, o sorriso sumiu.

Annabeth estava parada na porta do vestiário - eles nunca fechavam essa, já que os chuveiros ficavam mais adentro - encarando Percy. Dava para ver a raiva estampada na cara dela. Percy abriu a boca para dizer algo mas ela saiu pisando duro.

—Se fodeu - o garoto deu um soco de brincadeira no braço dele.

—Merda - Percy chutou um armário.

Annabeth


—Filho da puta, babaca, idiota – Annabeth murmurava irritada.

Ela sentiu alguém colocando a mão no ombro dela e virou tão rápido que a pessoa se assustou.

—O que você quer, caralho? – ela gritou.

—Calma, gata. Só vim te buscar.

—Desculpa – ela jogou a mochila pra ele e o acompanhou até o carro.

—O que poderia acontecer pra te deixar brava assim? – ele jogou a mochila dela no banco de trás e ligou o motor.

Ela suspirou e colocou o cinto. Bateu os olhos no retrovisor e viu Percy correndo até o carro.

—Me faz um favor? Acelera. Juro que conto mais tarde.

—Se não contar vou ter que perguntar para o corredor ali atrás – ele riu.

Percy continuo correndo por alguns segundos e desistiu.

—Eu conto - ela disse.

Eles chegaram ao aeroporto em vinte minutos, já que ficava do outro lado da cidade. As pessoas iam e vinha, algumas vezes esbarrando umas nas outras, parando para se desculpar ou não. Eles passaram do lado de um casal jovem que se despedia.

Os funcionários eram todos sérios, com uniformes pretos e brancos.

Leo e Annabeth acharam duas cadeiras vazias e se sentaram. Leo tirou alguns objetos dos bolsos e começou a montar alguma coisa. No jardim de infância, os dois sempre brigavam pelas peças de lego. Ela queria construir casinhas e prédios, já ele, construía de helicópteros a mini cadeiras.

Depois de todos esses anos, ela trocara os legos por papéis e computadores para desenhar e ele... bom, Leo usava qualquer coisa que dessem em sua mão para construir o que quer que fosse.

—Lá vem ela – Leo anunciou e se levantou.

Annabeth se levantou também e apertou os olhos. Uma garota parou o olhar em Leo e sorriu.

Ai meu Deus, outra Thalia. Esse foi o primeiro pensamento de Annabeth sobre a garota.

Era impossível não pensar isso. A garota usava uma regata do Guns N' Roses que ela provavelmente cortara na barra, um shorts jeans claro e coturnos pretos. Trazia uma mala grande e uma mochila colorida.

—Leo! – ela cumprimentou e o abraçou. – Que saudade, foguinho.

—Não me vem com esse apelido idiota de novo, Lou. Senti sua falta, bobona.

Ela o soltou, ainda sorrindo e estendeu a mão para Annabeth.

—Louise Marteen.

—Annabeth Chase – Annabeth apertou a mão dela.

—Bom, Annabeth, você parece legal. Não me chame de Louise, sério, Lou está bom. Então, gente, me mostrem um lugar pra comer nessa cidade, estou morrendo de fome.

Eles deixaram as coisas dela no carro de Leo e comeram numa lanchonete a que sempre iam, depois Leo pagou sorvete para elas e deixou Lou na casa da tia. Ele e Annabeth foram pra casa dele.

Leo deu a ideia de verem um filme, então Annabeth escolheu Harry Potter e a Câmara Secreta.

Enquanto Harry escrevia no diário de Tom Riddle, ela contou o que ouvira no vestiário mais cedo.

Leo se levantou e começou a andar de um lado pro outro com as mãos na cabeça.

—Tenho duas coisas pra dizer. A primeira é “o que você estava fazendo no vestiário masculino, sua pervertida?” e a segunda é que vou quebrar a cara daquele desgraçado. Como ousa dizer algo assim da pequena Annabeth? – ele começou a dar socos no ar.

—Não se engane, Leo – ela riu – você não conseguiria derrubar nem o irmãozinho dele. E se tentar isso quem te bate sou eu porque o Alec não merece ter um irmão idiota. E eu estava passando, bobão. A biblioteca fica no térreo, sabia?

—Fique tranquila, vou me vingar dele por você. E nem tente me convencer, você nem vai saber que fui eu – ele se jogou na outra ponta do sofá novamente. – Agora vamos ver o Potter arrebentar a cara do Riddle. De novo.


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Notas finais do capítulo

O que acham de personagens que não são da saga? Legal? Confuso? Desnecessário? Me digam. Ou não. Sei lá.
Se não pegaram o suco ou brigadeiro antes de ler e querem matar alguém agora, matem o Percy, a culpa é toda dele u.u
See you around, guys...
Bjss ♥



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