Polaroid escrita por Swimmer


Capítulo 10
Teddy Bear


Notas iniciais do capítulo

Não, eu não morri.
Olá, pequenos pedaços de bacon!! (desisti dos doces)
Então, talvez vocês tenham se esquecido da minha existência (mais provavelmente da história) ou pensado que eu entrei num buraco negro sem querer.
Foi quase isso mesmo, mas aqui estou.
Boa leitura.



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Annabeth

 

Fazia um bom tempo que Annabeth estava vendo tudo em flashes, como que se alguém tivesse ligado o modo fotos dentro da cabeça dela. Talvez fosse isso. Ou talvez fossem só as luzes da pista de dança. Já não importava mais.

Na sequência de imagens, o garoto com quem ela dançava foi empurrado para o lado. Percy apareceu sorrindo na frente dela. Algo dentro dela dizia que devia ficar brava, mas aquela luz refletia tanto nos olhos verdes dele que era hipnotizante.

—Oi, Percyzinho - ela jogou as mãos pra cima e continuou dançando.

Ele parou de sorrir e ela fez um bico.

—Quanto você bebeu?

—Um pouquinho - ela gesticulou com as pontas dos dedos e riu.

Por que ele não sorria? A música era tão boa...

—Dança, Percy! - ela gritou.

—Nico vai vir buscar a gente daqui a pouco - ele disse e começou a puxá-la pelo braço.

—Não quero ir, vamos dançar - ela puxou o garoto mais para o centro da pista de dança, colocou as mãos dele na própria cintura e as dela ao redor do pescoço dele.

—Você está completamente bêbeda - ele a soltou mas ela puxou as mãos dele de volta.

—Por que você não quer dançar comigo, a gente não namora? - ela se aproximou mais e apoiou a cabeça no peito dele. O perfume era bom.

A música continuou agitada mas Annabeth diminuiu o ritmo.

—Se você estivesse sóbria agora já teria me dado um tapa, loira.

—Quem se importa? - ela prolongou o "a". - Você tá cheirando bem, comprou um perfume novo? Vou compra um perfume pra você de aniversário - ela fechou os olhos.

—Vem, vou te levar pra casa - ele revirou os olhos.

Annabeth não queria ir embora. Ela se ergueu um pouco nos sapatos de salto e o beijou. Eles estavam tão próximos que ela conseguia sentir a temperatura do corpo dele, estava quente. Ela o abraçou mais forte e assim ele fez. Uma sensação diferente surgiu dentro dela. Ele correspondeu ao beijo por alguns segundos antes de soltá-la, relutante.

—Você tá bêbeda, loira - ele repetiu, pegou as mãos dela e a fitou. - Posso ser muitas coisas mas não vou fazer isso com você nesse estado.

Ela não sabia se achava bonitinho ou irritante, ele parecia bem disposto antes, por que não agora? Além do mais, ele beijava bem.

 

Percy

 


Percy ainda estava meio atordoado com a atitude de Annabeth. Ele pegou a mão dela e a puxou pela multidão.

—Você trouxe bolsa? - ele perguntou.

—Trouxe. Acho que deixei no balcão. Ou no banheiro.

—E as meninas?

—Acho que elas trouxeram...

—O que? Não. Cadê elas?

—A Thalia tava com a Lou. A Pipes tava... com um garoto moreno... o que, pensando bem, não parecia certo. A Reyna foi procurar a Hazel. E não faço ideia de onde a Bianca se enfiou. Me dá um daqueles ursinhos?

—Ai meu Deus, Annie, não vou te dar um ursinho. Vamos ver no bar.

Ele deu um ursinho pra ela. Depois que ela cruzou os braços e apontou a máquina na entrada. Ela não se movia e disse que ia sentar no chão até ganhar o ursinho. Percy achou que ela estava brincando, até que ela realmente o fez e as pessoas começaram a olhar.

Então ele foi até lá e conseguiu o maldito ursinho pra ela.

—Oi, priminho - Thalia apareceu do nada e abraçou Percy.

Percy pegou o copo que estava na mão dela e colocou numa mesa.

—Vocês todas beberam? Cadê as outras?

—Eu não sei... - ela riu.

Percy revirou os olhos e a puxou pelo braço também, se sentia uma mãe tentando manter as filhas na linha. Prometeu para si mesmo que não ia mais beber.

Percy achou Reyna e levou as três para o lado de fora.

Nico levou alguns minutos para chegar. Ele disse que Jason se trancara no quarto e não abria para ninguém. Thalia pediu para o garoto levá-la para a casa do pai. Mesmo bêbada, ela conseguia se preocupar com o irmão. Percy e Annabeth ficaram por último e ele pediu para Nico deixa-lo na casa dela.

Ele só revirou os olhos e estacionou. Annabeth tinha tirado os saltos assim que entraram no carro, aparentemente era uma mania. Ele pegou os sapatos dela e a acompanhou até a porta.

Ela bateu na porta algumas vezes, parecia estar voltando a si aos poucos. Pelo menos não estava mais pedindo bichos de pelúcia – ela ainda estava segurando o urso. Eles ouviram alguém resmungar e a destrancar a porta.

Mike, o irmão de Annabeth, era quem a abrira, meio sonolento, e nem mesmo olhou para a porta antes de voltar para o quarto.

—Consegue chegar no quarto sem explodir nada? – Percy perguntou e estendeu os sapatos.

—Não sou uma criança, Jackson – ela disse, meio grogue. É, definitivamente voltando a si.

—Te vejo amanhã então? Quem teve a brilhante ideia de encher a cara no domingo?

—Nem comece com as piadinhas. Não pense que ainda não quero enfiar esses sapatos nos seus olhos – ela puxou o par da mão dele.

—Você não me deixou explicar. Eu disse aquilo no impulso, tava meio... sem opções.

—Quer dizer desesperado? Não concordei com essa idiotice pra você ficar dizendo essas besteiras. Você me dá vontade de vomitar – ela fez uma careta.

Ele não teve tempo para se sentir ofendido, Annabeth levou a frase a sério demais, se encurvou na varanda e começou a vomitar.

—E é isso que acontece quando você bebe mais do que está acostumada. Pode se sentir enjoada com a minha cara depois – ele a conduziu para dentro e fechou a porta.

Assim que chegaram ao andar superior, Annabeth correu para o banheiro e voltou a vomitar. A única coisa que Percy fez foi segurar o cabelo dela pra cima. Parecia muito mais legal nos filmes que Drew o fizera ver uma vez.

—Toalha – ela murmurou quando acabou.

—Certo – ele olhou para os lados.

Havia um elástico de cabelo na pia, ele o alcançou e amarrou o cabelo dela. Era mais um nó do que um coque, mas para Percy era tudo a mesma coisa. Ele se levantou, pegou a toalha e entregou pra ela.

—Pega meu pijama pra mim. Tá em algum lugar no meu quarto. Porta do lado.

Ele obedeceu e foi procurar o pijama enquanto ela ficava sentada no chão do banheiro.

O quarto dela era diferente do que ele imaginava. As paredes cobertas com um papel de parede creme e vermelho claro. A cama ficava no meio, uma escrivaninha no canto direito com folhas, livros da escola e um notebook em cima. Do outro lado, a porta do closet e uma estante, com objetos decorativos na parte debaixo e muitos, muitos livros em cima.

O que ele presumiu ser o pijama – uma camiseta cinza, shorts pretos e um cardigã gasto – estava bem a vista, na cama. Ele levou para ela e desceu. Esperou na sala até ela descer, um pouco melhor, e tomar o café que alguém deixara pronto. Então ele foi pra casa.

Deveria ser só mais um dia normal com adolescentes tagarelando pelos corredores. Só que eles estavam tagarelando demais.

Percy encontrou os amigos – exceto Jason - espalhados no fim de um corredor. Ele passou por Annabeth enquanto andava até lá e acenou. Ela apressou o passo e o ignorou. Ela parecia péssima, com olheiras e o cabelo ainda preso no estranho coque que ele fizera. Precisava admitir, seria um péssimo cabelereiro.

—O que tá acontecendo? - ele perguntou.

—Me pergunto isso desde que nasci – Nico falou em tom baixo.

—Todo mundo tá surtando porque o diretor finalmente anunciou a data do baile – Nathan, da aula de inglês, respondeu.

—Essa escola não faz sentido nenhum – Percy murmurou.

—A gente sabe que é só porque o diretor adora uma festa – Nico revirou os olhos. – Desde que ele não entregue aquele cantil na mão do Jackson...

—Vai se foder, di Angelo – Percy fez sinal para Nico segui-lo e eles se afastaram um pouco do grupo. – Jason deu notícia?

—Não, mas a Thalia me disse de manhã que ele saiu do quarto pra comer de madrugada. Ela vai ficar lá até ele sair.

—Então você tava falando com ela? – Percy deu um sorriso malicioso. - Sair de onde?

—Do fundo do poço – Nico emboçou um sorriso.


Annabeth


Quando o último sinal finalmente tocou, Annabeth ousou ficar feliz por dois segundos antes de lembrar que tinha reunião do Comitê de Organização do Baile. Ela era a presidente, não podia faltar.

Passou no banheiro, lavou o rosto, fez um rabo de cavalo e guardou a blusa na mochila. Não era exatamente o espelho da mãe no quesito arrumação, mas não parecia mais que tinha caído da cama e sido atropelada por um caminhão de galinhas, só que tinha caído da cama.

Primeiro, ela passou na cafeteria e comprou dois expressos duplos grandes. Kaya, a mulher que cuidava das vendas, nem perguntou pra quem era o segundo quando olhou pra ela. Além do mais, Annabeth devia ser a maior cliente dela.

Ela foi para a sala do grêmio, chegou dois minutos antes da hora marcada, o que, para ela, era um atraso enorme.

—Boa tarde, pessoal, vamos começar? – ela colocou a bolsa no chão e se sentou.

—Leo ainda não chegou – Miranda Gardiner falou.

—Quem disse? – Leo gritou da porta e entrou.

—Ótimo. Temos três semanas pra organizar isso, então tem que ser perfeito – Annabeth começou.

Ela explicou tudo que precisavam fazer, de onde tinha vindo o dinheiro que podiam usar e quanto podiam. Quando todo mundo começou a parecer meio entediado, ela resolveu distribuir as tarefas.

—Miranda, Drew, Will e Helena, vocês cuidam da decoração – ela entregou uma pasta com as anotações e fotos para base que imprimira mais cedo para eles. – Malcolm, você fica com a distribuição do dinheiro e pesquisas de preço. Connor, Travis e Nyssa, parabéns, vocês ficaram com a iluminação e elaboração dos convites...

Connor levantou a mão.

—Quem só tá aqui porque acionou o alarme de incêndio pela quinta vez esse ano e ficou de castigo ainda precisa ajudar? – ele perguntou.

—Quinta vez nesse ano letivo, meu caro irmão. Desde janeiro foram umas quinze – Travis corrigiu.

—Nós ainda estamos em setembro! – Leo disse.

Os Stoll trocaram um soquinho.

—Sim. Precisam. E é por isso que coloquei a Nyssa com vocês, não vão tem escolha a escolha a não ser ajudar – Annabeth sorriu e viu Nyssa fazer o mesmo, mas de um modo mais perverso. - Continuando, Lou, você tem que achar um fotógrafo e pensar num cenário. E você, Leo, cuida da música.

—Pergunta! – Leo levantou a mão bem alto e a balançou.

—Não. Você não pode cantar e nem chamar o irmão da Thalia pra cantar. Pelo bem dos meus ouvidos, ele se recusa a cantar algo pronto e pode até cantar bem, mas compondo...

—A gente podia só contratar ele... – Drew sorriu, claramente pensando em tudo, menos no baile.

—Quantos irmãos a Thals tem mesmo?

—Foco, pessoal! – Annabeth distribuiu as demais pastas. – Temos mais duas horas e quero o planejamento inicial antes disso.

Às quatro e meia Annabeth juntou as anotações dos outros e as levou nos braços para o carro de Mike. Ela o fizera esperar quase uma hora para que ele a levasse para a casa de Zeus.

Thalia estava ficando lá e resumira a parte da noite anterior que ela perdera, já que estava bêbada demais para lembrar.

Ela não se lembrava de tudo depois que ela e Reyna começaram a competir quem bebia mais... Mas lembrava – ou achava que lembrava – de Percy Jackson levando-a pra casa. Isso deveria fazê-la odiá-lo menos, mas ela continuava tão irritada quanto antes, mas agora estava irritada, com dor de cabeça e acordada por causa da cafeína. E havia um ursinho de pelúcia na cômoda dela.

—Ligou pra sua mãe e disse que vai ficar aqui? – Annabeth falou para Thalia no celular.

Sim, ela não está nem aí desde que eu não seja presa— dava para ouvir Thalia revirando os olhos.

—Mike, leva isso pra casa pra mim? Amo você – ela beijou a testa dele antes que ele pudesse desviar e saiu do carro, levando só o celular. – Vem abrir a porta, folgada.

Não sou obrigada, arromba— Thalia riu.

—Anda logo, Grace.

Não é minha culpa se seu cérebro explodir quando entrar aqui...

Thalia abriu a porta pra ela. Elas subiram e o cérebro de Annabeth realmente ameaçou explodir, e nem era pela dor de cabeça. De longe dava para ouvir Sorry, do Guns N' Roses (sério, o que eles tinham com essa banda?) tocando. Isso seria normal em outras circunstâncias, Thalia adorava colocar o som no máximo para irritar a madrasta.

O problema era que o som não vinha do quarto dela, e sim do de Jason.

—Ai meu Deus...

—Foi o que eu pensei. Ele pegou meus CDs. Se não quisesse tanto matar a McLean, iria matar o Jason.

—Pelo menos ele não tá ouvindo Ed Sheeran. Não é tão ruim quanto eu pensava.

—Não?

—Tô tentando te animar – Annabeth piscou pra ela e bateu na porta do quarto com força.


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Notas finais do capítulo

Daqui pra frente vou começar com Percabeth de verdade.
Várias pessoas perguntaram e sim, a Piper vai ser do mal/dark/das trevas, não necessariamente assim, mas vocês entenderam.
Não sei mais o que escrever aqui, volto assim que possível, darlings...
Beijoss ♥ ♥



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