Tendo o céu de testemunha, Aedion Ashryver observava o castelo de vidro. A esplendorosa construção cintilava sob a luz das estrelas e fazia o general pensar em todas as almas que foram necessárias para ergui-la, em todas as almas jogadas ao fogo para que o Rei pudesse estabelecer seu lar.

Mesmo de longe, sentia que o poderoso Rei de Adarlan o observava. Com um pequeno esforço, conseguia enxerga-lo sentado em seu trono, olhando para todos com o mais animal dos semblantes. Seu coração apertava ao saber que precisaria encarar o homem no dia seguinte; e perante ele, trair sua família e seu povo.

Aedion se odiava. Odiava saber que precisava fingir lealdade ao homem que havia lhe tirado tudo. No fundo, ele tinha consciência de que não poderia retornar com a magia ou com seu povo; não sem Aelin. Mas ele tentaria. Faria tudo o que estivesse em seu alcance para mostrar a todos que Terrasen ainda não era uma terra perdida, nem que isso custasse sua vida.

A noite estrelada encarava-o com esperança, e ele a encarou de volta. No dia seguinte, quando encarasse o rei, jogaria. Ele se humilharia perante ao homem que havia quebrado sua alma em tantos pedaços, não se importava. Aedion Ashryver era parte de Terrasen e não se sentiria intimidado por ninguém. Faria aquilo por seu povo, por sua família e faria aquilo por Aelin. Seu sangue seria eternamente dela, assim como sua lealdade. Sua alma e coração pertenciam a Aelin Galathynius e nem mesmo a morte tiraria essa última honra de Aedion.

Seu peito estufava de coragem e antes que qualquer incerteza o atingisse novamente, a mais significativa das constelações surgiu em seu campo de visão. A constelação do Cervo, o Senhor do Norte. Ao mira-la, Aedion Ashryver soube que um lar o esperava no futuro. Ao ver aquela constelação, soube que Terrasen estava com ele.

Após isso, o bravo Lobo do Norte permitiu-se descansar.