Querida Família 

É difícil começar a escrever esta carta porque sinto que a muita a dizer a vocês. Mas por mais difícil que esteja aqui estou eu,  quero que saibam que estou bem e por favor não me procurem pois pode ser pior para vocês, não sei onde estou e nem quando vão me deixar ir para casa espero que logo não está sendo fácil ficar sem o amor de vocês, enquanto eu não volto para casa gostaria de fazer um pedido.

Nunca se esqueçam de mim se eu demorar dias, meses ou anos para voltar por favor nunca se esqueçam do quanto eu amo vocês e meus irmãos, diga a eles o quanto eu sinto por não estar ao lado deles e não poder mais dar o leite com biscoitos para o Michael e como eu vou sentir saudades de procurar os óculos do John cada vez que ele os perdi, e sinto muito por não poder mais contar historias para eles antes de ir dormir. E enquanto estou quero que vocês sejam uma família feliz, nunca deixem de dizer uns aos outros o quanto se amam por que eu sou a prova viva de que tudo pode acontecer a qualquer momento.

Amo vocês. Tanto que não encontro palavras para expressar, a tão poucas maneiras de expressar que eu não sei como fazer, mas espero que se lembrem de mim como aquela garotinha sonhadora que sempre quis ser independente para voar para onde quisesse, e daquela menina que adorava dar abraços em vocês .

Espero que nossa última lembrança seja aquele dia em que fomos ao restaurante rimos, brincamos e nos divertimos. Eu vou sempre amar vocês.

Com amor.

Wendy Moira Angela Darling

P.O.V PETER

Não havia nada de errado na carta preferia não ter lido, Wendy realmente amava a família não era como um dos garotos perdidos ou como eu que odiavam os pais e só queríamos fugir deles, ela amava eles mais do que eu cheguei a amar meu pai. Eu não lembrava dele a anos e nem queria ter lembrado, as vezes antes de dormi ainda me lembro dos excessos de raiva dele, e de como ele chegava em casa com raiva por ter perdido em algum jogo de bar e de como ele me batia com o chicote e só parava quando minhas costas já estavam ensopadas de sangue ou quando eu desmaiava. Não gostava de lembrar daquilo, mais de repente me veio nossa última lembrança. 

Flashback On

5 de Fevereiro de 1843

Minhas costas ainda doíam devido a minha última surra e eu ainda nem tinha entendido o por que de ter apanhado, me levantei da cama e fui ao banheiro papai ainda dormia então vesti a única blusa que eu tinha, escovei meus dentes e saí de casa. Todas as manhãs eu ia pedir dinheiro na rua era assim que eu conseguia o nosso café da manhã, as vezes meu pai roubava mais ele dizia que não tinha comida o suficiente para mim e eu acabava ficando com fome enquanto ele comia, então decidir todas as manhãs ir pedir dinheiro e o que conseguia comprava o nosso café da manhã.

Não tinha conseguido muito dinheiro hoje, o que consigo só deu para comprar um pão e eu estava com tanta fome, mais não podia comer antes de chegar em casa, o caminho não era tão longe então cheguei rapidamente, ao abrir a porta encontrei meu pai sentado na cadeira velha de cabeça baixa ele parecia estar irritado então deixei o pão em cima da mesa e me sentei na cadeira.

— Isso foi tudo o que conseguiu? Acha que eu vou comer só isso garoto?

— Peter : As pessoas não tinham muito dinheiro hoje pai.

—  Robert: roubasse foi isso o que te ensinei.

— Peter: Eu não queria roubar papai, mais o dinheiro deu para comprar um pão a gente pode dividir.

— Robert: Não queria? Você tem que querer garoto, sua obrigação é conseguir o suficiente para nós dois comermos, não um só para dividir.

— Peter: Me desculpe pai, a gente pode dividir esse hoje e amanhã eu levo minha flauta e consigo mais.

— Robert: Você vai conseguir mais amanhã e não vai comer nada hoje.

— Peter: Mas eu estou com fome.

— Robert: Está com fome coma terra.

Ele não esperou nem eu responder pegou o pão de cima da mesa e saiu de casa, eu estava morrendo de fome e não tinha nada para comer, desde de que eu comecei a pedir dinheiro eu nuca mais passei fome. Me lembro do último dia eu tinha 6 anos e estava com tanta fome que cheguei a desmaiar e quando acordei meu pai não estava em casa, então sai andando pela rua e me sentia no chão foi quando uma senhora me deu dinheiro e outras pessoas que passavam também me davam algumas moedas e foi quando eu consegui comer.

Até hoje tinha dado certo, mas as coisas já estavam ficando fracas as pessoas não me davam tanto dinheiro como antes e eu só conseguia o suficiente para os dois, mias hoje não consegui o único jeito de tentar enganar minha fome foi pegar minha flauta e tocar era a única coisa que tinha da minha mãe, ela me deu quando eu tinha 4 anos me lembro de ter abraçado tanto ela que ficou até sem ar, mas depois da morte dela minha vida tem sido essa e não tinha escapatória. Depois de pensar tanto tirei minha camisa e me deitei na cama estava tentando dormir mais não conseguia então fiquei parada olhando para o teto.

Horas depois meu Pai entrar na porta acompanhado de duas pessoas que eu não conhecia, ele pegou minha camisa e jogou em mim.

— Robert: Levante-se garoto 

— Peter: Quem são eles? 

— Robert: São seus compradores. 

— Peter: Compradores? - não estava entendendo nada do que ele estava falando.

— Robert: Eu vendi você para eles, agora pare de fazer perguntas e vá - ele me pegou pelo braço e me colocou do lado do casal.

— Peter: Eu não quero ir, por favor eu sou seu filho. - meu rosto já estava se desfazendo em lagrimas.

— Robert: Eu nunca quis ser seu pai, podem leva-lo -

Ele soltou meu braço e o casal me levou eu chorava muito, não sabia quem era aquelas pessoas e nem para onde estavam me levando, eu só conseguia me debater na tentativa de que ele se cansasse e me soltasse mais foi em vão e eles me levaram para um barco pequeno, não estava mais perto de casa e não sabia mais onde estava, o barco parou em um convés e lá tinha outro Navio eles me puxaram até o navio e quando cheguei lá vi vários garotos da minha e idade limpando o navio e finalmente entendi o que estava acontecendo. Meu Pai me vendeu paras essas pessoas que iriam me fazer de escravo, eu seria um escravo.

FlashBack Off

Continua......................................