Don't call me number two escrita por Sasazaki Akemi


Capítulo 8
A derrota é sua


Notas iniciais do capítulo

Nas notas finais, estará um resumo de como funciona cada jogo citado: GO, xadrez e shogi.



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Narrativa: Autora 

Não comentava-se nada naquela manhã, além da disputa em que a novata transferida, Yuuki Hikari, desafiara o Representante de sua sala e o Presidente do Grêmio, Akashi Seijuurou em uma partida de shogi. 

"Quem vencerá?" 

"Claro que será o Akashi-sama" 

"Eu confio na novata, ela é bem bonita" 

"Claro que o Akashi irá vencer, mas o que custa torcer pra novata?" 

"Ela é ridícula por desafia-lo desta forma" 

Eram os comentários que circulavam pelos corredores e pelas salas, tendo Hikari recebendo vários olhares desconfiados e de desprezo, por maior parte das garotas que gostavam do ruivo. 

Ao bater o sinal dando o início ao horário de almoço, Hikari fora a primeira a levantar-se de sua carteira, pedindo a alguns rapazes de sua sala a ajudarem a levar as carteiras e as cadeiras para o ginásio e arrumar as coisas antes mesmo que Akashi chegasse no local. Ela planejara tudo desde o momento que desafiara o ruivo na noite passada, em que jogaram um mano-a-mano até ambos permanecerem exaustos, fazendo-o surpreender-se ao pisar na quadra em que ela aguardaria. 

Akashi sem pressa direcionava-se em direção ao ginásio, esperando uma mesa com o tabuleiro e as peças em seus respectivos lugares e apenas duas cadeiras para aconchegarem-se, mas ao abrir as portas do ginásio, surpreende-se com a cena: ela havia prometido uma partida de shogi, porém, tendo no centro da quadra, três carteiras e seis cadeiras, sendo que em cada mesa permanecia-se um tabuleiro de jogo diferente. 

—O que é isto? – Akashi pergunta a desafiadora que mantinha-se sentada na carteira do primeiro jogo: GO. 

—Obviamente, nosso desafio – Ela responde sem cerimônia, convidando-o a sentar-se a sua frente para começarem o jogo. 

—Espere um momento, você havia dito uma partida de shogi e não estes três – Akashi complementa, mantendo sua postura. 

—Ora, está com medo de perder Akashi? – Ela provoca-o, fazendo-o sentar-se a sua frente e começarem a jogo. O ruivo fora o primeiro a começar com as peças pretas, logo em seguida, Hikari faz sua escolha e assim continua – Ora, parece que este jogo não nos levou a nada – Hikari comenta ao ver que o jogo já havia sido perdido,  acabando em um empate. 

Akashi permanecia pouco impaciente, não imaginara que ela conseguisse igualar-se a ele, levando a um empate ridículo em suas palavras. Passando ao próximo jogo: xadrez, Hikari permanecia com as peças pretas, movendo o peão logo após o movimento de Akashi. O temporizador que marcava o tempo que cada um gastava para fazer um movimento dava desvantagem a garota que demonstrava desespero, mordendo a unha de sua mão esquerda. 

—Bem... – Hikari murmura hesitante, observando o relógio que já quase marcava sua derrota, fazendo-a suspirar fundo e fazer seu último lance: derrubar seu rei no ato de desistência – Desisto – E sem receber nenhuma palavra do rapaz a sua frente que tentava entender o motivo daquele lance, por a partida estiver equilibrada. 

Passaram ao último jogo: shogi, o jogo que a garota havia prometido. Como as outras partidas, Hikari mantem-se como a segunda a começar e para a surpresa do ruivo a sua frente, ela mantinha-se mais concentrada e não hesitava em dar lances rápidos que nas visões dos outros que os assistiam eram apenas jogadas sem pensar. Durando muito mais tempo que os outros jogos, Akashi não media esforços para ganhar aquele jogo, mesmo que precisasse utilizar sua habilidade para prever os movimentos que a adversária utilizaria. 

—Chega... – A garota interrompe novamente, mas por sua vez, mantinha um sorriso alegre nos lábios e olhava admirada ao vencedor a sua frente – Desisto – Ela diz a mesma frase pela terceira vez a sua frente, deixando-o surpreso ao ver que o jogo estava equilibrado novamente. Mantendo o sorriso, continua – Você é realmente inteligente, não consigo vencer de você de jeito nenhum! Você é incrível! Jogar com você é muito mais divertido, eu sempre joguei com o Shinta então não há muita graça por eu sempre vencer. Obrigada por isso, Akashi. 

Ele não conseguia entender a garota a sua frente, não conseguia saber se as palavras eram sinceras ou eram apenas uma mera atuação da parte dela, mas uma coisa havia certeza: sua vitória. Sem dizer uma palavra, levanta-se de seu lugar e logo retira-se do ginásio, seguido por todos os outros alunos que assistiram ambos jogarem os três jogos. 

Narrativa: Hikari 

Após todos terem se retirado daquele ginásio, permaneci sozinha no silêncio, deixando que as lágrimas escorressem pelo meu rosto. Admitindo a mim mesma a minha derrota, mesmo que ninguém notasse o motivo de minhas desistências, eu sabia muito bem: minha derrota, calculando todas as jogadas de meu adversário, não importava qual movimento fosse o próximo acabaria em empate ou em minha derrota.  

—Droga... – Murmuro, levantando-me da cadeira e começando a guardar as peças do primeiro jogo em uma sacola de pano, logo em outra sacola as peças de xadrez e por último, ao aproximar-se da carteira com a partida de shogi que ainda não havia sido mexida após minha desistência, fez a raiva e o ódio fluir por todo o meu corpo e deixar-me cega – Droga! – Ao escutar vidro quebrando-se, retomo a consciência e noto que eu havia virado a mesa com um chute, quebrando uma das peças – Não, não, não... – Ao ver o rei quebrado em pedaços por ser de cristal, chorei e arrependi-me de ser tão competitiva, por ter quebrado a coisa mais precisa que eu havia ganhado de presente: o tabuleiro e as peças de cristais, mandado fabricar especialmente a mim pela pessoa que tanto confiava e adorava, Midorima Shintarou – Desculpa... 

Havia sido sincera comigo mesma, joguei com todas as minha habilidades contra o Ditador que vencera em todos os jogos. Em GO, analisei o tempo de reação e de pensamento do adversário; em xadrez, fiz-me de lerda para faze-lo subestimar-me no jogo de shogi, em que eu realmente jogara sério. Mas não importava se utilizava o Olho da Imperatriz para calcular as formas de vitória, todas as possibilidades levariam a minha derrota ou ao empate. 

—Que droga... Por que eu sempre sou a Número Dois...? 

Narrativa: Akashi 

Pensara em retornar a minha sala após o jogo, mas após afastar-se de toda a multidão que retiravam-se do ginásio, retorno a aquela quadra; mas antes mesmo que eu pudesse adentrar no local, o som de vidro sendo quebrado era escutado. Abrindo apenas uma fresta para descobrir o que havia ocorrido, vejo Hikari ajoelhada no chão a volta de suas peças de shogi. 

Sem importar-me com aquela cena, retorno a minha sala e aconchego-me em minha certeira até o início das aulas. O sinal ressoara alto e o professor adentrava na sala, enquanto os demais alunos corriam às suas respectivas carteiras. 

—Akashi-kun, sabe onde está a Yuuki-san? – O professor que aparentava ter seus trinta anos de idade, com o cabelos curto e castanhos claros, igualmente aos seus olhos, vestido com a roupa social, perguntava sobre a única aluna que faltava na sala. 

—Não, não faço a mínima ideia – Respondo normalmente, sendo novamente questionado pelo professor: 

—Mas você esteve o horário de almoço ao lado dela, não? 

—Fiquei apenas por alguns minutos, logo deixei-a sozinha – Respondo. 

—Poderia por favor procurá-la? — Professor pede, fazendo-me levantar de meu conforto para retornar ao ginásio. Sem reclamar, retiro-me da sala e vou ao encontro a garota que causara o transtorno; adentrando na quadra, via a garota já vindo em minha direção, surpreendendo-se com minha presença:

—Irei lhe vencer da próxima vez — Ela diz mantendo o sorriso cínico de sempre e a postura, mas seus olhares e seu rosto entregavam-a.

—Espero que não chore da próxima vez — Digo sério, fitando-a fixamente. Fazendo-a corar envergonhada por eu ter visto aquela cena e hesitante, nega:

—N.Não estava chorando — Ela força uma risada para manter a postura, deixando que seu orgulho ferido falasse mais alto que a sinceridade. E sem ao menos trocar mais uma palavra sobre este assunto, viro-me para irmos em direção a nossa sala e provoco-a:

—Vamos, o professor está a nossa espera, Número Dois — Podendo não ver seu rosto naquele momento, mas há a certeza de que ela não permanecia mais corada ou vermelha de tanto cair em lágrimas, e sim o ódio e a raiva contra mim que fluía em suas veias, dando para sentir transbordar de si.


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Notas finais do capítulo

GO: jogo constituído por um tabuleiro quadrado com 19 linhas na vertical e 19 na horizontal, tendo cada jogador com peças com cores opostas (preta com 180 peças e a branca com 181), com o objetivo de enfileirar cinco peças na diagonal, vertical ou horizontal. As peças não são movidas durante o jogo, apenas colocadas no ponto onde cada linha cruzam-se, e quem formar a fileira com as cinco peças primeiro, vence.

Xadrez: constituída por um tabuleiro com 64 casas (32 brancas e 32 pretas, intercaladas - xadrez) tendo cada jogador começando com 16 peças (8 peões, 2 torres, 2 bispos, 2 cavalos, 1 dama e 1 rei). Sem dizer como cada peça movimenta-se e seus valos, o jogo se encerra após encurralarem o rei, onde ele não poderá mexer-se em nenhuma casa (xeque-mate).

Shogi: Parecido com o xadrez, consiste em um tabuleiro de 81 casas (todas tem a mesma cor), com 20 peças (9 peões, 1 torre, 1 bispo, 2 cavalos, 2 lanceiros, 2 generais de prata, 2 generais de ouro e 1 rei). Tendo o mesmo objetivo do xadrez, de fazer o xeque-mate (uchifuzume no shogi) tem como diferença, a peça de sacrifício.

Entenderam mais ou menos? Resumi bastante para saberem como mais ou menos é cada um dos jogos e espero que tenham entendido. E eu entendo que escrevi um capítulo por dia, que não é de meu costume (já que fico meses sem postar '^^ desculpe-me por isso), mas estou empolgada para escrever esta história. Espero que gostem. Comentem que eu agradecerei pela opiniões de vocês!!



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