Gatos Guerreiros - Half-Blood escrita por BloodWyve


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Reescrevi esse capítulo diversas vezes, mas acho que gostei desse.



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Pata de Avelã andava tranquilamente pela floresta, o sol já estava alto e ela havia caçado três camundongos até agora. Um deles estava pendurado na sua boca, os outros ela havia enterrado para buscar depois. O pelo marrom claro da gata se escondia bem na floresta, já que as folhas haviam começado a secar e a cair.

A gata ouviu algo e levantou as orelhas, depois virando sua cabeça em direção ao som. Seus olhos celestes brilharam quando viu um coelho pulando entre as raízes de um salgueiro. Após checar a direção do vento ela se agachou, deixando o camundongo escondido atrás de um arbusto. Se aproximou lentamente, com a barriga colada no chão, finalmente deu um salto, prendendo o animal embaixo das patas, matando-o antes que ele soltasse o guincho de alerta. Percebeu então que já estava no Clã da Rocha, a aprendiz observou a imensa formação rochosa do território, tão diferente da floresta do Clã da Madeira, onde a gata vivia.

Então ela cheirou o ar novamente, sentindo o cheiro de outro gato. Porém, não era um gato do seu próprio clã. Ela retraiu as orelhas ao perceber que era de um gato do Clã da Rocha. Se um guerreiro a pegasse ali com aquele coelho na boca, a gata viraria comida de corvo antes que pudesse se explicar. Ela se encolheu, não arriscaria dar um passo, pois as folhas estavam secas e fariam barulho, revelando-a.

Um gato alaranjado e branco surgiu do arbusto atrás dela, se assustando ao ver a gata, pois estava olhando para o chão, pensativo. Os dois se fitaram por alguns segundos, até que Pata de Avelã se acalmou ao ver que era um aprendiz. Caso ele a atacasse, poderia atacar de volta.

Pata de Raposa carregava um bem-te-vi na boca, o aprendiz de repemte arregalou os olhos e deu um guincho, começando a tossir e jogando a ave no chão, cuspindo várias penas.

— Odeio carregar qualquer ave por causa disso! Sempre me fazem engasgar! - ele resmungou para si mesmo.

Pata de Avelã deu um mmrow de risada, observando o aprendiz do Clã da Rocha pegar novamente o bem-te-vi do chão, porém agora pela cauda.

— Eu deveria estar te espantando do nosso território ou algo do tipo, não deveria? - Pata de Raposa perguntou.

— Deveria sim. - Ela deu uma risada, levantando as sobrancelhas.

— Mas eu realmente não estou com vontade. - O gato miou, dando um sorriso para ela.

— Bem, que seja. Está caçando também, pelo o que eu vejo. - Pata de Avelã miou calmamente.

— Sim, estou sendo obrigado pelo meu mentor... - O gato miou, sentando-se.

— Mas isso é coisa normal de mentor. - Pata de Avelã comentou, enquanto balançava a cauda, olhando para os lados. - O meu também faz isso.

— Não, mas... Com Garra de Areia é diferente... Ele me odeia...

— Por que acha isso? - Ela perguntou, curiosa.

— Porque eu sei que ele sempre odiou minha mãe, porque ele sempre fica me olhando feio e desembainha as garras, eu sei que ele odeia o fato de eu ter nascido! - Pata de Raposa miou frustrado, largando o bem-te-vi que caçara entre suas patas. Ele desembainhou as garras por instinto, enquanto Pata de Avelã olhou-as de esgueira, com certa desconfiança.

A aprendiz balançou os bigodes sem saber direito o que falar. Porém, antes que ela respondesse, Pata de Raposa balançou a cabeça e disse:

— Eu... Eu nem sei falar com um gato direito! Você não precisa saber dos meus problemas, então me desculpe por isso...

O aprendiz então pegou sua presa e, de orelhas e cauda abaixadas, deu as costas para Pata de Avelã e saiu andando. Pata de Avelã o observou por alguns segundos confusa e correu até ele.

— Não, não tem problema você falar, às vezes você segura a raiva por alguém por tempo demais. - Ela miou gentilmente, passabdo sua cauda na dele. - Não tem problema desabafar comigo, eu não vou contar pra ninguém.

Os olhos verdes do gato brilharam ao ouvir aquilo.

— Então, você está afim de caçar? Eu preciso levar cinco presas de todo jeito. - Pata de Raposa falou, um pouco mais animado.

— Claro, eu estou caçando para o meu clã também. Nós vamos caçar o maximo de presas que conseguimos. Quando o sol tiver movido meia cauda, nos encontramos aqui. Quem caçar menos presas é um filhote de texugo! - Ela miou com um sorriso desafiador. - Vou deixar você com uma vantagem.

Pata de Avelã pegou o coelho que havia caçado, entregando-o para o outro aprendiz. Em seguida, a gata marrom correu para o seu lado da fronteira e desapareceu na floresta.

Pata de Raposa observou por onde a gata havia sumido por um tempo, ainda a escutava correndo por causa das folhas secas que ela pisava, depois que a floresta ficou muda, ele virou-se, pegou o coelho e o bem-te-vi que havia caçado mais cedo e andou para o seu lado da fronteira, com um sorriso bobo no rosto.

Uma gata frajola de olhos amarelos apareceu de um arbusto do seu lado, o aprendiz alaranjado se assustou momentaneamente, mas ao reconhecer a gata, ficou um pouco mais calmo. A gata olhou para onde o aprendiz estava conversando com a gata do outro clã e então fitou-o novamente, com um sorriso falso no rosto, junto de um olhar aparentemente de raiva.

— Você está caidinho por ela.

— O quê? Não! Isso não é verdade... - Pata de Raposa miou, sentindo seu rosto ficar quente.

— Eu não vou contar para ninguém do Clã que você estava conversando com ela, se acalme. - Ela miou, sem demonstrar algum sentimento, mas os pelos de sua espinha se arrepiaram.

— Obrigado Pata Fria...

Pata de Raposa observou-a subir uma das formações rochosas, ao chegar ao topo, a gata virou sua cabeça para vê-lo novamente. Rapidamente virou-se e sumiu da vista do aprendiz alaranjado. Ele esperou para ter certeza que Pata Fria não voltaria e olhou mais uma vez para o coelho que Pata de Avelã o deu e um sorriso de orelha a orelha se formou no seu rosto e o gato corou levemente.

Ele não queria admitir nem para si mesmo, mas realmente e estava gostando da gata. E isso podia dar muitos problemas.


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Notas finais do capítulo

Pata de Avelã é duma amiga minha que eu fiz o rp < 3



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