Lili se sentia traída e solitária.

Como pudera Germano ser tão canalha a ponto de traí-la com Carolina? Tudo a deixara mais fragilizada, eram os problemas que seu casamento vinha enfrentando há dois anos, desde que sua filha morrera, Fabinho com seu problemático relacionamento com o pai, a filha que achava a melhor do mundo tinha vida dupla em quanto viva... Não aguentava levar o mundo na costa.

Precisava de um lugar para relaxar, alguém que a fizesse esquecer todo seu sofrimento. E, quando menos esperou estava entrando na casa de Rafael, seu ex genro.

— Posso entrar? Você é a única pessoa que eu sei que não vai mentir pra mim. – Diz Lili pausadamente.

— Entra... – sussurrou Rafael, ela estava comovida, suas emoções estavam alteradas por tudo que ocorrera. – Desculpa, e-eu não estava esperando ninguém. – Completou, colocou a blusa enquanto Lili andava, ainda meio desorientada.

L – N-não quero incomodar – Disse torpemente e sentou-se já que suas forças estavam acabando, precisava se apoiar em algo... ou alguém.

R – Imagina Lili, você não incomoda nunca. Você saiu correndo do evento, deixou todos muito preocupado, Germano pediu pra mim ligar se eu tivesse alguma notícia sua.

L – Se você tem alguma consideração por mim, não vai fazer isso por favor.

R – Fica tranquila. Quer beber alguma coisa? Um café, uma água... vinho?

L – Eu só quero alguém que não vá me enganar. – Disse olhando pra ele.

Lili havia se recostado sob o sofá, Rafael com muito cuidado se aproximou e a puxou para si, carinhosamente massageava seu pescoço reconfortando-a.

L – Obrigada Rafael, você está conseguindo me deixar mais calma... – disse com voz baixa.

R – A gente se entende... – sussurrou dando um leve beijo em seu rosto.

L – A gente é cúmplice na dor da traição, é isso... – respondeu com voz calma, sentindo o formigamento que causava as carícias de Rafael.

R – Eu creio que nossa cumplicidade vai além disso...

L – Como assim?

R – Eu gosto muito de você...

L – Eu também, gosto muito de você também, você ia ser meu genro...

R – Mas eu não te vejo mais como sogra – Disse afastando um pouco os rostos para poder se olharem nos olhos. – Eu quero fazer você esquecer todas as coisas de ruins que já te aconteceram...

L – Impossível... – respondeu secamente.

R – Será que é impossível? Sabe o que eu vejo... Eu vejo a única mulher que eu sinto afeto... – Com seus olhares ainda fixado um no outro, Rafael segurou a mão de Lili e levou até seu coração. – Tu tá sentindo? No dia daquele acidente eu falei que meu coração parou de bater, mas agora ele tá batendo forte, bem forte...

L – É melhor eu ir pra casa que essa noite está ficando cada vez mais louca. – Ela fez menção de levantar, mas Rafael a segurou pelo punho fazendo-a sentar novamente, desta vez mais próximos.

R – Não, não... Espera! Vou fazer mais uma loucura...

L – Rafael, não faz isso, você está confundido as coisas, isso não tá certo!

R – Tá... Tá certo, eu sei que tá e você também sabe – seus corpos se aproximavam cada vez mais

POV’S LILI ON

L – Não... – sussurrei sem tempo.

Senti o lábio do Rafael se encostar ao meu. Era um beijo calmo, sereno... fiquei perdida nas sensações que aquele beijo me transmitira. Senti que ele vagarosamente me recostava sob o sofá, suas mãos desceram até minha cintura apertando-a levemente. Algo eletrizante recorreu de minha espinha até a nuca.

O beijo aprofundou com sua língua pedindo permissão, nesse momento a lucidez chegou e me afastei bruscamente, levantando-me.

L – Isso não está certo Rafael... – Disse arfando, de costa pra ele tentava voltar ao meu estágio normal, mas estava difícil.

R – Me diz que você não sente o mesmo que eu... – Ele estava muito próximo a mim, podia sentir. Sua mão começou a acariciar meu cabelo seguindo para meu ombro. Tentei me afastar mas ele se interpôs em minha frente impedindo-me passar.

Eu não pude argumentar porque simplesmente não podia, além de estar muito surpreendida com tudo, sua boca impediu que eu dissesse qualquer coisa. Enquanto eu dava passos curtos para trás, ele caminhava em minha direção.

 Bati contra a parede, rapidamente ele segurou meus pulsos levando-os acima.

R - Eu sei que sente o mesmo que eu, eu sei porque nossa atração, nossa química não vem de hoje nem de ontem. Ela foi construída por momentos, por situações, por tudo que nos uniu até aqui e eu te desejo muito, agora!

Seu beijo não foi como o anterior, esse foi selvagem, com paixão e todas as terminações nervosas do meu corpo saltaram.

Nossos corpos se chocaram, pude sentir todo desejo que ele disse sentir por mim. Nossas línguas se entrelaçavam, não sei exatamente o que ele esperava, mas sei que era muito mais que sexo. Sentia como minhas pernas ficavam mole e o choque se instalava em minha espinha, as borboletas em meu estômago só me deixavam mais rendida à ele.

Ele soltou meus pulsos e pude rodear seu pescoço com meus braços. Senti que ele pressionava mais seu corpo contra o meu ao mesmo tempo que levava sua mão até minha costa e abria o zíper do meu vestido, suspirei, senti um calafrio percorrer de meu estômago à extremidade dos meus pés, não aguentaria muito tempo em pé.

Não deixei que ele tirasse todo o vestido, pois acima de tudo eu era muito tímida. Ele segurou firmemente em minha cintura e fez com que eu subisse em seu colo, rodeei seu quadril com minhas pernas, em passos rápidos ele me depositou delicadamente sob a cama.

Antes de qualquer coisa tirei sua blusa enquanto ele se desfazia da bermuda, estremeci ao ver sua ereção. Ele me empurrou levemente na cama deitando-me. Nossos corpos se completavam.

Enquanto nos beijávamos mais calmamente sua mão subia, levemente, por toda minha perna, a massageava, subiu mais um pouco entrando por debaixo do vestido encontrando minha calcinha... Eu não conseguia, não queria resistir. "Você é linda", ele sussurrou ao meu ouvido, suspirei.

Ele com delicadeza me ajudou a sentar, segurou meu vestido e o tirou, me sentia totalmente exposta, ele sorriu, passou a mão por toda a extensão do meu rosto, fechei os olhos sentindo as carícias, quando me abraçou percebi que soltava meu sutiã. Ele beijou meus cabelos, minha testa desceu até o pescoço, ele respirava tão ou mais rápido que eu. Gemi involuntariamente, meu ponto fraco sempre foi beijos e respiração no pescoço.

Sua boca encontrou com a minha, o beijo envolvia muita química, tremia por dentro, era algo mágico que acontecia naturalmente, sem esforços. Sua mão apertou meu seio com carinho, senti todo meu corpo latejar, os arrepios na nuca não me abandonavam.

Deitados e totalmente nus Rafael massageava meu clitóris, tentava controlar meus gemidos mas parecia impossível, vez ou outra ele me beijava calando-me. Cheguei ao orgasmo tremendo, ele fazia isso muito bem.

“Eu quero beijar todo seu corpo!” – eu olhei meio assustada, mas ele sorriu...

Sem qualquer aviso penetrou seu pênis em mim, nos olhamos ternamente. Com a ponta do dedo passou pelo meu lábio inferior. Sorri a ele, eu estava me sentindo nas nuvens.

— Eu imaginei muito esse momento, mas qualquer sonho não supera a realidade. - Ele disse carinhoso, beijou meu lábio com leveza, lentamente começou investir penetradas profundas e intensas, gemi baixinho seu nome.

“Quero você toda pra mim!” – eu sorri involuntariamente

Um calor inexplicável começou a crescer dentro de mim, jamais havia sentindo tal coisa. Rafael era carinhoso porém intenso, aumentava a velocidade de suas investidas conforme gemia, ele sussurrava muitas coisas excitantes e eu estava perdida na dimensão que esse sentimento tinha.

“Você é tão excitante!” ele disse beijando meu pescoço.

Em algum momento tentei tomar a iniciativa de mudarmos de posição, mas ele não permitiu, segurou firme em minhas mãos e disse.

— Quero que você sinta tudo que sinto por você, é pra você! – Entre tantas coisas eróticas ditas meu coração parou ao ouvir de seus lábios “Eu te amo, Liliane...” Ele disse sem perder o contato com meu olhar. Sua boca cobriu a minha com paixão, havia algo em minha garganta que me sufocava, mordi levemente o lábio inferior dele na tentativa de aliviar tudo que estava sentido, mas foi inútil.

— Rafa... - Eu não conseguia respirar direito, sentia o orgasmo se aproximar. - Oh Rafa, eu...

— Eu também, meu amor... - Arranhei levemente a costa dele, era muito prazer, não havia como descrever tudo que estava sentindo, as apalavras sobravam.

Rafael passou sua mão por baixo de minha cabeça, a puxou levemente até o alcance de sua boca.

Suas penetradas ficaram cada vez mais forte, podia sentir toda extensão do pênis dele entrar e sair de mim, nossos corpos se encaixavam perfeitamente um ao outro, tínhamos uma sintonia incrível, conversávamos através do corpo e de todo sentimento que ali era posto.

Não demorou muito para que eu e Rafael chegássemos ao clímax, ele me beijou ferozmente mordendo meu lábio com força, nossas línguas disputavam espaço e poder. Todo meu corpo arqueava devido as sensações que sentira.

**

Rafael deitou ao meu lado, sua respiração ofegante delatava que ainda não havia se recuperado, eu tampouco. Ele com braços trêmulos, assim como eu, me puxou para perto, deitei-me em seu peito e descansei. Ele acariciou meu braço e passou o outro no meu cabelo, massageava vagarosamente. Percebi que ele virava meu rosto em sua direção e o olhei.

Ele beijou meus lábios com muita calma, era um beijo sereno... suspirei. Continuamos nos beijando até que ele se afastou, uma de suas mãos estava por debaixo do meu corpo fazendo caricias e a outra segurou meu rosto.

— Eu te amo Liliane de Bocaiuva... – Ele sussurrou olhando nos meus olhos, senti que novamente meu coração parava, não sabia o que responder. Eu o amava? Ele segurou em minha mão e percebeu que estava tremendo, e não era de frio e sim de emoção. – Não precisa dizer nada, não agora. Aos poucos você vai se dar conta que esse amor é recíproco. Eu vou te demonstrar a cada dia que, o que sinto é real, é verdadeiro, que não estou confundindo nada. Nós compartilhamos muito mais que dor e sofrimento, aos poucos um amor foi crescendo, você apenas não o viu, ainda.  Você é a mulher que quero agora e sempre, quero que você possa contar comigo pra tudo, e eu não me cansarei de repetir que te amo!

It's you who brought me back when I was lost
Everything I learned you taught me
How to wise up and pay a little more attention
You showed me how to listen, so listen

You can rely on me (yes, you can)

Foi você quem me trouxe de volta quando estava perdido
Tudo o que aprendi, você me ensinou
Como ser sábio e prestar mais atenção
E você me mostrou como escutar
Então escute

Pode contar comigo (sim, você pode)